PDV KAIO

Chegamos ao Palácio de Perséfone facilmente. O centro da batalha era no Hades então foi fácil passar pelo Rio Estige e chegar até lá. Se Perséfone havia dividido o exército, mais da metade com certeza estaria no castelo esperando para atacar. E não iríamos deixá-las sair.

- Ei, escutem! - eu gritei - Na ausência de Percy, eu sou o responsável por vocês. Quero que dez montem guarda na porta. Vinte se dividam nas entradas e janelas e o restante venha comigo.

Trezentos campistas atravessaram o saguão junto comigo e quando chegamos nas entradas de corredores da direita e da esquerda nos separamos. Imediatamente me arrependi de ter escolhido essa direção. O corredor estava completamente escuro. Não havia nada que o iluminasse. Nenhuma tocha, nenhum sinal de fogo ou luz. Tivemos que andar tateando nas paredes e estendendo as mãos à frente do rosto. Mas, tinha alguma coisa errada. Estava tudo... quieto demais.

Elas não deixariam isso acontecer. Percebi tarde demais que conseguimos entrar sem nenhum problema, sem nenhum impedimento. E esse corredor? Escuro, apagado. Não foi a toa. Precisávamos parar, voltar, tomar outro caminho. Mas, já era tarde demais. Minhas mãos bateram em alguma coisa.

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PDV ANNABETH

Corri como se minha vida dependesse disso. Mas, pra falar a verdade, dependia. Quando cheguei ao fim do corredor, porém, meu coração parou. As empousai avançavam cada vez mais. Não demoraria muito para que conseguissem sair do Hades. Puxei minha espada e perfurei o Ponto de Aquiles de uma empousa. Uma outra tentou me atacar com um soco. Me abaixei para evitar e dei uma rasteira nela. Também perfurei o ponto de Aquiles dela.

Me virei para atacar a próxima e dei de cara com cabelos castanhos, segurando uma flecha que estava apontada para mim:

- Obrigada. - eu disse

- Não há de que. - respondeu Érick

Abri caminho por entre a batalha. Enxerguei o pedestal por entre a multidão. Tentei chegar até ele, mas alguma coisa puxou meu braço e quando me dei conta já colidia com a parede e caía no chão.

Demorei um pouco para distinguir quem havia feito isso. Com a visão desfocada enxerguei borrões que pareciam cobras. Medusa.

Fechei os olhos imediatamente. Senti garras se fechando contra o meu pescoço e cobras roçando em meu rosto.

- Quem vai te salvar agora? Filha de Athena. Eu estou aqui. E vou matar você. Então eu serei novamente, a mais linda.

Peguei minha espada:

- Quando for matar alguém, mate logo. Não fique apenas se gabando. (N.a//: Frase tirada de Van Helsing)

Cravei a espada em sua barriga. Ouvi um grito de terror e senti areia se desintegrando no meu colo.

Abri os olhos e me levantei. Precisava encontrar Percy e Rany.

PDV PERCY

Abri os olhos com a visão embaçada. Havia acabado de levar um soco e agora um chute na barriga. Me levantei com dificuldade e puxei a empousa pelo cabelo. Seu ponto de Aquiles era na nuca. Cortei-a.

Senti um filete de sangue escorrer na boca quando outra empousa me socou. Infelizmente ela usava um anel. Seu ponto de Aquiles estava difícil de ver. Me abaixei para me esquivar de um chute. Soquei sua barriga. Ela pareceu não sentir. Mostrou os dentes e voou na minha direção.

Me abaixei. Ela passou direto por cima da minha cabeça. Puxei-a por uma de suas asas e perfurei seu Ponto de Aquiles, agora visível, no meio das costas.

- Percy, vamos!

Era a voz de Annabeth. Procurei por ela no meio da multidão. Enxerguei seus cabelos e logo em seguida seus olhos. Caminhei com dificuldade até ela, matando uma empousa pelo caminho.

- Cadê a Rany? – ela perguntou.

- Aqui. – Rany apareceu ao meu lado perfurando uma empousa na barriga.

- Ótimo, o pedestal está ali – Annabeth apontou para a nossa direita – Está com a Pedra?

Tirei a pedra negra do bolso e mostrei a ela.

- Perfeito. Vamos. Só temos uma hora até o efeito da poção passar.

PDV KAIO

As tochas se acenderam de uma só vez e eu pude ver em quem eu tinha esbarrado. Dei de cara com olhos vermelhos e cabelos loiros flamejantes. Karina. E tinha um verdadeiro exército atrás dela.

- Olá.

Ela pegou meu braço e me arremessou contra a parede.

Minhas costas se chocaram bruscamente contra o concreto e senti que a areia escorria. Sinal de que a parede tinha rachado.

Ela pisou no meu tornozelo. Senti uma dor lancinante, mas Graças a Zeus não estava quebrado. Ela me levantou pelo pescoço, enquanto o meu exército e o dela lutavam lá atrás.

- E agora, Filho de Apollo? Feliz com seu triste fim?

Ela foi chegando perto do meu pescoço, pronta para mordê-lo. Fiz a primeira coisa que me veio a cabeça. Dei uma cabeçada. E em seguida outra.

Ela me soltou e foi pra trás, atordoada.

Aproveitei para dar um soco em seu nariz. Obviamente com a pele dura como mármore pelo efeito do Rio Stix, foi apenas o suficiente para machucar, não para quebrar.

Karina levantou a cabeça, e limpou um filete de sangue da boca. Seus olhos brilhavam como sangue.

Suas presas cresceram e suas unhas também. Ela abriu as asas negras e grossas como couro. Peguei minha espada. Era o melhor que podia fazer.

Com a raiva e o ódio refletidos em seus olhos ela voou para cima de mim. Foi tudo muito rápido, não consegui me esquivar o suficiente. Senti três garras riscando a pele de meu rosto. Rapidamente começou a arder e eu senti o sangue escorrendo pela minha bochecha direita.

Me abaixei para evitar um segundo corte e puxei-a pela asa direita.

Como da última vez, seu ponto de Aquiles não estava visível e eu novamente cortei a asa desde a raiz. Ela gritou de dor enquanto o sangue escorria de sua espinha. Chutei a articulação do joelho e ela caiu no chão.

Puxei-a pelo cabelo e sussurrei em seu ouvido:

- Não vou deixar que outra pessoa me salve, como da última vez. Agora, é você quem precisa ser salva.

Ela pareceu esquecer completamente a dor. Pegou meu pulso e se virou para me encarar. Chutei sua barriga, mas não obtive o efeito que queria.

Ela torceu meu braço para trás, nas costas. A dor começou a queimar, ela estava prestes a quebrá-lo.

Tive que pensar rápido. Com a perna direita me apoiei na parede, subindo no ar e dando impulso. Com a perna esquerda chutei sua perna e consegui me virar.

Ela soltou meu braço. Puxei pelo cabelo, até o chão. Pisei em sua garganta.

Karina tentava desesperadamente conseguir respirar, mas não era possível:

- Essa é a líder das empousai? Então, prazer, Karina. Sou Kaio Solari e este é o seu fim.

O ar da empousa estava se esgotando, mas alguém me puxou pelo cabelo e eu senti minha cabeça batendo em alguma coisa.

Não pude ver quem a tinha ajudado, porque Karina já reaparecia na minha frente. Na verdade, eu não sabia como. Espera, ela está ali no chão. E também está na minha frente.

O que? Ah, deve ser a poção de duplicação.

- Duas contra uma. – as duas falaram juntas.

Abaixei para evitar o soco de uma Karina e ela acertou a parede. Fiz um fino corte em seu tornozelo. Girei e pulei no ar. Com o cabo da espada acertei a cabeça da outra Karina.

O clone me puxou pelo braço e eu novamente fui contra a parede.

Minha espada caiu no chão e ela pegou.

A original estava desacordada. O clone me socou na boca. Senti o sangue escorrer. Ela levantou a espada para me matar.

Mas isso não aconteceu. Alguém a perfurou na barriga e ela virou pó. Ah, é. Clones não tem ponto de Aquiles.

Caí no chão e levantei a cabeça para ver quem tinha me salvado.

- Obrigado!

- Me agradeça depois. – disse Natalia – Gabi e Bianca estão com problemas.