Fight escrita por Nyh_Cah
Passou-se um mês num instante. Hoje tinha de levar a Alice ao hospital para ver se ela já podia tirar o gesso. Eram dez da manhã e já estava acordada. Fui acordar a Alice. Ajudei-a a vestir-se e depois fomos tomar o pequeno-almoço. Quando estávamos as duas prontas, dirigimo-nos para o hospital. Ficamos um pouco à espera para ser atendidas. Quando fomos atendidas, entramos no consultório.
- Bom dia! – Disse o médico.
- Bom dia. – Disse eu e a Alice ao mesmo tempo.
- Bem, vamos lá ver se a Alice já pode tirar o gesso.
O médico começou a tirar o gesso à Alice. Depois levou-a para lhe ir fazer uma radiografia. Quando acabou de fazer-lhe a radiografia, voltou com ela para o consultório.
- A Alice já pode tirar o gesso mas tem de fazer algumas sessões de fisioterapia. Vai ser um pouco duro para ela mas para o braço ficar bem curado, ela precisa de fazer fisioterapia.
- Ok.
Depois de sairmos do consultório, fui marcar as sessões de fisioterapia para a Alice. Quando nos despachamos fomos almoçar fora com o Carlisle e depois fomos para casa.
Amanhã a Alice já tinha umas das sessões de fisioterapia. Ela chegou a casa e foi brincar. Às quatro horas o Emmet e o Edward chegaram a casa. Depois de eles acabarem de fazer os trabalhos de casa, foram os três jogar consola.
No dia a seguir, por volta das duas da tarde, levei a Alice à fisioterapia. Vesti-a e depois vesti-me eu e fomos para o hospital. Quando lá chegámos, fui para a zona de fisioterapia. Deixei a Alice com uma fisioterapeuta e fui-me sentar num banco à espera que a sessão acabasse. Sentei-me num banco onde pudesse observá-la. Aquilo ia ser muito duro para a Alice, disso eu tinha a certeza. Estava a vê-la por um vidro. Ela estava sentada numa maca, à espera da fisioterapeuta. Ela acabou por chegar e iniciou a sessão. Quando a fisioterapeuta começou a fazer movimentos com o braço, a Alice começou a chorar. Eu sabia que aquilo ia ser doloroso para ela. A fisioterapeuta às vezes fazia um intervalo para a Alice descansar, mas a Alice só dizia para ela parar porque aquilo estava a doer. A sessão ainda durava mais meia hora. Não estava a ver a Alice a aguentar mais meia hora daquilo. Via-se perfeitamente que ela estava a sofrer, e não era pouco. Ela passou a sessão toda a chorar. Quando acabou a sessão, fui ter com ela. Ela ainda continuava a chorar. Peguei nela ao colo para a acalmar. Ela agarrou-se ao meu pescoço.
- Mamã! Dói! O meu braço dói! – Informou-me ela ainda a chorar.
- Eu sei, meu amor! Isso vai passar.
Ela encostou a cabeça dela ao meu ombro e continuou a chorar.
- Shh! Shh! Vai passar ok?
- Ok. – Disse ela com a voz fraca.
Levei-a para fora do hospital. Quando cheguei ao carro, ela já não chorava apenas estava a fungar. Dei-lhe um beijo na testa e pu-la na sua cadeirinha. Ela fungou o caminho todo. Eu não suportava vê-la sofrer. Custava-me tanto. Mas para o braço dela ficar bom, era preciso ela fazer fisioterapia. Ela tinha que fazer ainda mais umas dez sessões. Só queria que isso passasse rápido. Daqui a dois dias, ela tinha outra sessão. Estava com medo da reacção dela. Ela passou o resto da tarde a ver televisão e a fazer desenhos. Hoje o Emmet e o Edward só acabaram de fazer os seus trabalhos à hora do jantar.
Depois do jantar, a Alice, o Emmet e o Edward foram jogar consola.
Os dois dias a seguir, passaram-se bem. A Alice às vezes queixava-se que o braço doía mas de resto, correu tudo bem. Hoje, a Alice ia ter a segunda sessão de fisioterapia. Ia ser à mesma hora que a primeira. Almoçamos e depois fui vesti-la. Não lhe disse onde íamos, quando ela lá chegasse ia perceber o que ia fazer. Quando já estávamos as duas prontas, meti-a na sua cadeirinha. Ela ia entretida durante o caminho, por isso quando chegámos ela não reparou onde estávamos. Estacionei o carro, e de seguida tirei-a da cadeirinha. Levei-a ao colo. Quando entrei pela primeira porta para irmos para a sala onde ela fazia fisioterapia, ela começou a perceber o que ia fazer.
- Mamã! Não! Eu não quero ir!
- Tem de ser, meu amor. É para o teu braço ficar bom. – Expliquei-lhe.
- Não, quero ir! Aquilo dói! Mamã! Não quero ir! – Gritou ela desesperada. Eu conseguia perceber o medo que ela sentia. Ela estava tão assustada, tão desesperada.
- A mãe vai lá estar contigo. A mãe não te vai deixar.
- Eu não quero ir… - Disse ela afundando a sua cabecinha no meu ombro.
- Eu sei…
Levei-a para dentro onde a fisioterapeuta já nos esperava.
- Boa tarde. – Disse ela.
- Boa tarde. Desculpe o atraso.
- Claro.
- Posso lhe pedir uma coisa?
- Sim, pode.
- Hoje a sessão pode não ser tão dura? A Alice não aguenta se for uma sessão igual à outra.
- Sim, claro.
Pus a Alice na numa cadeira que estava lá para ela começar a sessão. A fisioterapeuta começou a sessão. Ela deixou-me ficar lá dentro ao pé da Alice. Hoje a sessão não foi muito má. A Alice não se queixou tanto como na outra mas mesmo assim ainda se queixou. Quando acabou a sessão, levei a Alice ao parque para ver se ela se divertia um pouco. Ela foi andar no escorrega, nos baloiços e noutros brinquedos que lá existiam. Depois fomos comer um gelado. Quando acabamos de comer um gelado fomos para casa. O Emmet e o Edward deviam estar a chegar.
O resto das sessões de fisioterapia passaram-se razoavelmente bem. Havia sessões que a Alice chorava do princípio ao fim e havia outras que ela só se queixava de vez em quando.
Hoje, acordei muito cedo. Não consegui dormir muito bem, esta noite. Fui para baixo e comi qualquer coisa. Depois fui ler um livro para a sala. Hoje era Sábado, o Emmet e o Edward não tinha aulas. O Carlisle também não ia trabalhar, hoje. Fiquei a ler até a Alice descer. Quando ela não me encontrava na cama, descia as escadas porque sabia que eu ou estava na cozinha ou na sala a ler.
- Bom dia, mamã! – Disse ela alegremente.
- Bom dia, meu amor! Dormiste bem? – Perguntei-lhe dando-lhe um beijo na bochecha.
- Dormi! Tenho fome. – Informou-me ela.
- A mãe vai-te preparar o pequeno-almoço, ok?
- Ok!
Fui preparar-lhe o pequeno-almoço. Ela comeu tudo. Por volta das onze da manhã, o Carlisle e o Edward acordaram. O Emmet só acordou ao meio-dia. Aquele rapaz era tão dorminhoco. Sempre que podia, dormia até ao meio-dia ou até à uma.
Fomos almoçar fora. Quando chegamos a casa, a Alice, o Emmet e o Edward foram ver televisão. Ia dar um filme na televisão que eles gostavam. Por volta das quatro da tarde tocaram à campainha.
Fui atender. Abri a porta e fiquei surpresa com quem tinha à frente. Não estava à espera que fosse esta pessoa. Pensava que nunca mais ia ver esta pessoa à frente. O que é que ela veio cá fazer?
- Boa tarde. – Cumprimentei-o educadamente.
- Boa tarde. – Cumprimentou-me o pai biológico da Alice.
- Bem… Quer entrar? – Perguntei-lhe meio atrapalhada.
- Sim, por favor. Quero ter uma conversa importante consigo e com o seu marido.
- Ok…
O que é que ele queria falar connosco? Entrámos dentro de casa. O Carlisle estava com a Alice, o Emmet e o Edward no sofá, a ver televisão. Quando ele viu quem estava comigo, levantou-se do sofá instantaneamente e veio ter comigo.
- Boa tarde. – Cumprimentou o pai biológico da Alice.
- Boa tarde. – Disse ele.
- O que queria falar connosco? – Perguntei.
- É melhor os miúdos não estarem aqui. – Disse ele. Fui em direcção a eles e disse-lhes para irem acabar de ver o filme para o meu quarto e que só viessem para baixo quando eu os chamasse. Eles obedeceram-me e foram para cima.
- Pronto, eles só voltam para baixo quando eu os for chamar. O que pretende falar connosco?
- Queria falar sobre a Alice. – Disse ele. Estava a começar a ficar assustada. O que é que ele quereria falar sobre a Alice? Não estava a ver nada. – Queria avisar-vos que pretendo ficar com a Alice. Eu quero que ela venha viver comigo.
- Porquê? Você abandonou-a! Porque é que a quer agora? – Perguntei já desesperada.
- Quando a vi no hospital, comecei a pensar como seria a minha vida se não tivesse abandonado a Alice. Eu quero experimentar viver com ela. Eu sou o pai dela.
- Então porque é que a abandonou? – Levantei a voz um pouco desesperada.
- Eu naquela altura ainda estava um pouco abalado com a morte da mãe da Alice. Eu tenho a perfeita consciência que cometi o meu maior erro ao abandona-la, na floresta.
- Porquê agora? Porquê? Você não pode tirar-ma. Eu amo-a!
- Mas eu quero-a. Eu sou pai dela e tenho o direito de cuidar dela, de a educar. Só os vim avisar pois já falei com o meu advogado e ela já falou com o vosso. Era só para não vos pegar de surpresa.
- Ok… - Disse eu já a chorar.
O Carlisle levou-o à porta. Eu sentei-me no sofá a chorar. Quando o Carlisle fechou a porta veio ter comigo para me consolar.
- Ele não pode tira-la. Eu morreria se ele a tirasse de mim. Eu amo-a. Ele não pode tirar-ma.
- Eu sei o quanto gostas dela, Esme. Eu sei. Eu também não quero que ele a tire de nós. Ela é nossa filha. – Disse ele abraçando-me.
- Mamã, porque é que estás a chorar? – Perguntou a Alice das escadas, com doçura.
- A mãe está triste, já passa ok amor? – Disse-lhe.
- Queres um abraço meu? - Perguntou ela, vindo ter comigo.
- Anda cá! – Chamei-a.
Ela veio ter comigo e abraçou-me. De seguida, deu-me um beijo na bochecha e limpou-me as lágrimas.
- Onde estão os teus irmãos? – Perguntei-lhe.
- Ainda estão a ver o filme. – Respondeu-me ela brincando com as pontas do meu cabelo.
- E porque é que não estás a ver? – Perguntei-lhe.
- Porque eu fui à casa de banho e depois ouvi-te a chorar e vim ter contigo. Ainda estás triste?
- Mais ou menos, amor. Mas não te preocupes com isso.
- Mas eu não gosto de te ver triste e a chorar.
- Eu já fico bem. Tens, é de me dar miminhos! – Disse-lhe. Ao dizer isso, ela voltou a abraçar-me e beijou-me a cara toda.
- Amo-te, mamã! – Disse ela com a sua voz angelical.
- Também te amo meu amor.
Dois dias depois, o nosso advogado veio falar connosco para esclarecer tudo. Nós íamos ter várias sessões no tribunal para ver quem é que ficava com a Alice. Ele disse que nós tínhamos grandes chanches mas que o pai biológico tinha a paternidade como trunfo. O advogado disse que o Juiz podia dar a Alice ao pai biológico dela, por ele ser o pai dela. Aí o Juiz não estava a considerar os factos todos. Nós é que a amamos, quando ela teve leucemia, nós é que ficamos com ela todos os dias. Nós é que estivemos lá para ela nestes últimos meses. Não era justo o Juiz tirar-nos a Alice. Não podiam tirar-ma. Ela era o meu anjinho, a minha bebé. Eu tinha de ficar com ela.
A Alice não se ia dar nada bem com a mudança de pais. Tivemos de explicar tudo à Alice. Ela ficou apavorada com a ideia de nos deixar. Ela queria ficar connosco. Ela não queria ir morar com o pai biológico dela.
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Espero que continuem a gostar da ficc! (:
Bjs
S2