O Humano escrita por AelitaLear


Capítulo 50
Capítulo 50- Adaptada


Notas iniciais do capítulo

Oiie pessoal!
Gente, esse cap eu fiz totalmente sozinha, só com alguns detalhes que a Steph fala no livro... Bem, espero que gostem, deu trabalho!
E me desculpem a demora, eu posso me explicar. Eu estava muito insegura com esse cap, então eu juntei dois deles para dar esse, só que não foi tão simples assim.
Eu tive que reescrever ele as pressas hoje a tarde, espero que tenha ficado bom mesmo. Não gosto de falhar com vcs, vcs não merecem isso.
E esse cap eu fiz a pedido de vocês, a fic ta nos seus momentos finais, como todo mundo já sabe... Ela acaba no cap 52.



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Finalmente a época que Peg jamais tinha visto nas cavernas chegou, as famosas chuvas. Era uma época divertida, ficávamos unidos, como uma verdadeira família. Peg ansiava para ver isso, e eu também ansiava para que ela visse, ela adoraria como todos aqui.

Ela ainda estava se acostumando com seu novo corpo, sempre ouvia ela falar sobre suas novas emoções. Para ela, era bem mais difícil ficar na mesma espécie. Ela me contava da sua antiga mãe, que ela sentia saudades por mais que nem a conhecesse.

E eu também estava demorando para me acostumar com esse novo corpo, ela era a mesma, isso não podia duvidar. Mas tinha algo que me incomodava muito, era o afeto que todo mundo pegou por ela.

Todos ficavam acariciando ela o tempo todo, eu me ardia de ciúmes e olhava com cara feia para todos. Esse corpinho minúsculo dela atraia pessoas, ela era muito delicada. Não que eu não gostasse que as pessoas a aceitassem aqui, mas não precisava ficar passando a mão.

Até Kyle, que a odiava antes e a queria morta de qualquer forma, quando chegava perto dela sacudia seus cabelos, bagunçando-os. Eu olhava feio, Sunny até se encolhia com a minha reação.

Depois que Sunny entrou em sua vida, não quebraram mais o nariz dele. Kyle tinha mudado muito, estava dócil e calmo, quem via achava que ele tinha sido domesticado. O Pit Bull domesticado, Sunny fez um bom trabalho.

Eu sempre estava grudado em Peg, quando não estava pegando sua mão, tentava acompanhar ela, protegendo o tempo todo. Quando éramos obrigados a estar longe, pegava todas as informações com Jamie.

Ela dormia no hospital, junto com Doc. Eu estava pensando numa forma de mudar isso, mas por enquanto, sabia que era complicado para ela.

Jamie estava dividindo o quarto comigo agora, e isso deixava as coisas mais fáceis. Quando ele foi expulso do quarto de Mel, ele não teve muitos lugares para procurar asilo, eu era o único com o quarto vago.

Eu gostava de Jamie, achava um milagre ele viver tanto tempo junto com Jared e não ter se transformado em um monstro, em um ogro covarde. Sim, eu ainda tinha um certo ciúmes de Jared, por mais que ele não chegasse mais tão perto de Peg.

Sempre soube desde o início que o interesse dele era somente Melanie, só que Peg ainda sentia algo por ele, eu tinha quase certeza. Muitas vezes a peguei olhando para ele, e desviando o olhar confusa quando me via olhando para ela.

O mais engraçado de tudo, era que eu olhava para Melanie e a achava uma completa estranha... Nem bonita a achava mais, isso era bem estranho, por que um dia a tinha beijado... Eca!

Peg e Mel eram muito amigas agora, elas viviam juntas. Todo o tempo que elas dividiram a mente, fez com que a união das duas continuasse e fortalecesse cada dia mais. Se não fosse a diferença de características corporais, as duas poderiam ser irmãs.

Quando Peg não estava com Mel, estava com Jamie e comigo. Jamie parecia se sentir mais a vontade com Peg do que com Mel, acho que era quase a mesma relação entre eu e Kyle, de irmão. Peg era bem mais amiga que isso.

Agora íamos arrumar o salão de jogos para dormir, tínhamos que pegar todos os colchões e juntá-los no grande salão escuro. Era uma verdadeira bagunça, mas era uma bagunça divertida, animada.

Estava recolhendo as coisas junto com Jamie, ele reclamava que não conseguia arrumar uma namorada nunca, por que não tinha mais humanas da idade dele, e eu escutava tentando dar conselhos.

- Nossa Ian, será possível que eu vou morrer sem ter nunca namorado? – Dei uma risadinha.

- Claro que não Jamie! Você ainda vai encontrar alguém...

- Onde? Esqueceu que estamos no fim do mundo? Não tem mulher para mim! – Resmungou.

- Também não tinha para mim, e agora... – Bom, agora nada.

- Agora? – Jamie perguntou sorrindo.

- Nada. Continuo sozinho.

- Mas você tem Peg!

- Mas ela ainda ta confusa... Com Jared. Se tivesse alguém para me ajudar... – Olhei sugestivamente para ele.

- Tem eu! – Prontamente ele se animou. – Eu posso ajudar vocês!

- Seria bem bom! Sabe Jamie, não to querendo te expulsar nem nada... Mas seria bom ter o quarto só para mim... Peg poderia dormir aqui...

- Tudo bem Ian, Mel já me expulsou para poder tirar o atraso com Jared!

Dei uma risada, ele ainda não se conformava com isso.

- Eu posso dormir com Aaron e Brandt. – Jamie continuou. – Mas como você vai convidá-la a uma coisa dessas?

- Isso eu não sei...

Ficamos em silêncio mais um pouco, estávamos quase terminando de arrumar as coisas.

- Bom, hoje nós vamos dormir todos juntos... Eu posso puxar Peg para perto de você Ian, ela não nega nada a mim... – Jamie riu.

- E como você vai fazer isso? – Perguntei.

- Você vai ver Ian! Pode deixar!

- Beleza, vou confiar em você! Agora vamos.

- Antes vamos buscar sua namorada! – Jamie levantou a sobrancelha ao falar.

Eu ri com sua atitude, nós dois estávamos cada dia mais comparsas um do outro. Tudo que eu queria saber sobre Peg não hesitava em perguntar, e em compensação, ele me enchia de perguntas sobre mulheres e essas coisas que garotos ainda não entendem.

Saímos do nosso quarto para buscar Peg antes de qualquer coisa. O caminho que antes era repleto de secura e suor, agora era molhado de tanta chuva que escorria dos buracos do teto.

- Hey Ian. – Jamie cochichou perto da caverna de Doc. – Eu falo oi pra Peg e vou na frente preparar o esquema.

- Tudo bem. – Eu ri e entramos na abertura.

Peg estava lá, totalmente sozinha e desprotegida. Minha vontade era de chegar perto dela e beijá-la ali mesmo, com Jamie olhando tudo. Ela era tão linda, tão delicada e tão meiga... Respirei fundo e ela sorriu quando nos viu.

- Oi Ian, Oi Jamie! – Acenou.

- Oi Peg! – Mas uma vez respondemos juntos. – Temos que dormir na sala de jogos. – Dessa vez era Jamie que falava sozinho.

- Oh, isso é bom! Vai ser legal! – Peg sorriu com a idéia.

- Vai ser sim, deixa eu te ajudar com sua cama. – Falei indo para perto dela.

- Não Ian, eu mesma levo.

Ela pegou com suas pequenas mãos os cantos da maca, puxou para cima mas ela nem se moveu. Por mais que Peg tentasse nos enganar em relação a sua fraqueza, ela não conseguia, era muito fraca e não conseguia levantar nada.

- Deixa Peg, eu levo. – Sorri levantando a leve maca.

- Ah, bem. – Jamie piscou para mim sem que Peg percebesse. – Eu vou na frente arrumar as coisas por lá.

- Tudo bem. – Falei sorrindo.

Jamie acenou para nós e saiu correndo pelo corredor. Aproveitei a solidão e segurei as mãos de Peg, ela não fugiu do meu toque. Com a outra mão eu segurava a maca que para ela era pesada, mas para mim dava para levantar com apenas uma mão.

- Vamos? – Falou movimentando nossas mãos.

- Vamos. – Sorri.

Andamos em silêncio o percurso inteiro, sentia suas mãos pequenas suarem um pouco, isso era estranho, não estava certo suar nessa época. Desconfiei que aquilo fosse nervoso, mas ignorei por um tempo.

Quando entramos na sala, tudo estava muito barulhento, muitas pessoas falavam ao mesmo tempo. Vi Jamie me esperando em cima de um colchão, do lado do meu. Provavelmente ele tinha trazido nossas coisas para aqui e arrumado.

- Aqui Peg. – Jamie acenou para nós. - Tem espaço para nós três agora. – Sorriu maliciosamente para mim.

Eu sorri de volta enquanto nos juntávamos a ele.

- Você realmente não quer essa maca, quer, Peg? Eu aposto que se juntarmos os colchões você cabe aqui. – Jamie sorriu enquanto juntava os dois colchões. - Você não ocupa muito espaço.

Veio até mim e tirou a maca das minhas mãos, colocando-a em um canto totalmente distante. Ele nem esperou Peg responder, e ela foi se deitar no meio dos colchões.

Ainda estávamos de mãos dadas, e continuamos enquanto deitávamos no colchão. Jamie se acomodou e virou de costas, estava surpreso como Jamie entendia as coisas muito bem. Ele estava preparando tudo para que eu conversasse com Peg.

- Ei Ian. – Jamie acrescentou ainda virado. - Eu falei com Brandt e Aaron e eu acho que vou me mudar para o quarto deles. Bom, eu estou morto. Boa noite. – Foi bem rápido, eu sabia que ele não estava morto coisa nenhuma.

Continuamos em silêncio.

- Apagando as luzes! – Jeb gritou ordenando. - Todo mundo cala a boca para eu dormir.

Todos riram e obedeceram como sempre, minha casa, minhas regras.

- Assim está bom? – Sussurrei baixinho.

- Sim, obrigada. – Respondeu.

Jamie rolou empurrando Peg para perto de mim, rapidamente eu coloquei meus braços em torno do seu corpo, puxando-a mais para perto. Podia sentir o calor de seu corpo perto ao meu, cada centímetro que encostava em mim era magnífico.

- Oops, desculpa Peg. – Jamie murmurou e depois bocejou para eu entender que estávamos sozinhos.

Ela girou seu corpo para ficar de frente para mim, eu gostei ainda mais dessa atitude. Abracei mais forte seu corpo, estávamos bem próximos um do outro, não tinha nenhum centímetro de diferença.

- Assim está bom? – Sussurrou repetindo a minha pergunta.

Beijei sua testa com delicadeza.

- Melhor do que bom.

Ficamos em silêncio por uns minutos, todos da sala já tinham se aquietado. Eu duvidava que Jamie tinha agüentado ficar acordado para ouvir nossa conversa, mas de qualquer forma, tive que cochichar para que ninguém escutasse. Me inclinei e coloquei o lábios na sua orelha, sussurrando.

- Peg, você acha...? – Interrompi, não sabendo o que dizer.

- Sim?

- Bem, parece que eu tenho um quarto inteiro para mim agora. Isso não ta certo. – Falei um pouco envergonhado.

- Não. Não, tem espaço suficiente para você ficar sozinho.

- Eu não quero ficar sozinho, mas... – Engasguei novamente ao falar, eu não sabia como pedir.

- Mas o que? – Peg perguntou, insistindo.

- Você teve tempo o suficiente para acertar as coisas? Eu não quero te apressar. Eu sei que é confuso... com Jared...

Fiquei meio magoado em pensar nisso, era tão triste ver que ela ainda sentia algo por ele... mas realmente eu não queria fazer nada que não fosse bom para ela, e esse pedido era um pouco indecente...

Continuamos em silêncio até que ela o quebrou com uma risadinha, eu me assustei com isso e perguntei.

- O que?

- Eu estava dando tempo para você acertar as coisas. – Ela explicou. - Eu não queria te apressar, por que eu sei que é confuso. Com Melanie.

Dei um pulo de surpresa, levando ela junto. Isso era totalmente impossível, totalmente ridículo! Desde que Peg saiu do corpo de Melanie, eu jamais olhei ou senti alguma coisa por ela. Para mim era como se ela fosse uma pessoa qualquer, como se fosse homem.

- Você achou...? Mas Melanie não é você. Eu nunca estive confuso.

- E Jared não é você. – Sussurrou.

- Mas ele ainda é o Jared. E você o ama. – Resmunguei.

- Jared é meu passado, outra vida. Você é o meu presente.

Sorri com a sua afirmação, então ela tinha deixado com o corpo o amor que sentia por ele... ela tinha razão, a alma me amava, e o corpo o amava. Isso era tão bom para mim, esperei tanto tempo por isso, tanto tempo...

Quantos dias sofri ao ver que ela olhava Jared com outros olhos, quantos dias vi ele tratando ela mal e ela sorrindo para ele, quantos dias percebi que eu não era ninguém para ela e ele era tudo... Todas essas vezes agüentei com ciúmes.

Agüentei por que sabia que um dia esse momento chegaria... sabia que hora ou outra ela diria que me amava, ela inteira, não apenas a alma. Nunca me importei com isso, mas agora eu sabia que ela realmente me amava de corpo e alma.

Agora seria só nós dois! Sem Mel e sem Jared... Só eu e Peregrina...

- E seu futuro, se você quiser. – Eu estava chorando nesse momento, minha voz cheia de emoção.

- Sim, por favor.

Com essa afirmação, não pensei duas vezes em beijá-la, agora eu podia fazer isso sem nenhum ressentimento ou algo que pudesse ferir sentimentos. Eu podia beijá-la de verdade.

E o nosso beijo foi totalmente diferente das outras vezes, agora ela me amava com o corpo e a alma, e tudo estava sendo correspondido. Ele foi crescente mas avassalador, com o verdadeiro amor.

Devido as circunstâncias não podíamos ficar muito tempo nos beijando, então eu separei nosso beijo, ficando meio sem fôlego. Aninhei ela perto do meu corpo, com a cabeça perto do meu coração.

- Sinto seu coração bater. – Peg falou baixinho, mal pude ouvir.

- É de amor por você... – Apertei mais ela.

- Agora meu coração também bate de amor por você... – Murmurou e bocejou logo após. – Eu te amo Ian.

- E eu te amo Peregrina!


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Notas finais do capítulo

Oi de novo!
Gente, as últimas notícias do Nyah avisa que para receber as atualizações dos caps é preciso acompanhar...
Não esqueçam por favor!
Kisss