O Humano escrita por AelitaLear


Capítulo 5
Capítulo 5- Encarregados


Notas iniciais do capítulo

Oiie Gente
Primeiro eu quero agradecer do fundo do meu coração a todos vocês que mandam reviews!
Quero agradecer também aqueles que não mandam, mas leiam! Muito obrigada mesmo!
Bom... Eu quero pedir que, por mais que o Ian tá mau, quer matar a Peg e tudo mais... Ele vai ficar bom, é uma questão de tempo! (acho que em 3 Cap +-) Não deixem de ler a fic, sinto em escrever essa parte, mas ela é essencial!
Muito obrigada mesmo! Beijão



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Ela saiu da caverna com muita dificuldade, todos nós fomos surpreendidos com a ousadia. Encarava cada rosto, procurando por Jared. Estava em posição de ataque, como se pudesse fazer alguma coisa para protegê-lo.

Eu estava com a cara de espanto, de boca aberta. Brandt também deveria estar, Kyle continuava abaixado e Jared na mesma posição.  Eu não sei como, mas ela tirou vantagem do nosso espanto e correu ficar entre Jared e Kyle.

Kyle, é claro, não suportou a presença dela. Ele a empurrou com força para ter o caminho livre. Jared a segurou antes que caísse no chão, depois soltou-a, certamente se arrependendo.

- Volte para dentro. – Jared a mandou entrar.

Pensávamos que ela iria nos deixar em paz, ficar no seu buraco, morrer sem reclamar. Mas não, ela voltou para fora mais uma vez pra falar com Kyle.

- Sou eu que você quer. – Ela disse. – Deixe-o em paz.

Ninguém disse nada por um longo momento.

- Canalha traiçoeira. – Resmunguei com os olhos esbugalhados cheios de repugnância.

- Eu disse para voltar lá para dentro. – Mandou Jared.

- Não é seu dever me proteger as suas expensas. – Ela falou.

Jared tentou empurrá-la para dentro do buraco, ela desviou para o outro lado, bem na minha frente. Eu aproveitei a oportunidade e agarrei seus braços puxando-os para trás. Ela tentou lutar, mas eu era bem mais forte, mal senti.

- Tire suas mãos de cima dela! – Gritou Jared.

Kyle segurou Jared e o fez girar num golpe de luta romana, forçando o pescoço dele para frente. Brandt agarrou o braço dele, que não parava nem um segundo de se agitar.

- Não o machuquem! – Ela gritou. Tentou fazer força para se libertar, mas não conseguiu.

O ombro livre de Jared bateu com tudo no estomago de Kyle, ele o soltou. Jared girou instantaneamente e deu um soco no nariz de Kyle, mais um para a sua coleção. O sangue escorreu, vermelho escuro, na parede.

- Mate-a, Ian! – Kyle berrou.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa contra ela, Kyle se jogou pra cima de Jared, jogando-o sobre Brandt.

- Não! – Jared e ela gritaram no mesmo instante.

Soltei os braços dela e focalizei em seu pescoço antes que ela pudesse fugir. Apertei aquela região para sufocá-la, ela sofreu com isso e tentou arranhar as minhas mãos. Eu apertei com mais força, tanta força que a fiz sair do chão.

Ela se contorcia nos meus braços, eu sabia que mais alguns segundos ela estaria bem mais do que morta. Escutei um barulho, Clique, Clique. Fiquei paralisado, todos ficaram, continuei com as mãos no pescoço dela, sem apertar mais. Eu sabia bem o que significava aquele barulho.

- Kyle, Ian, Brandt, afastem-se! – Jeb ordenou.

Ninguém se moveu, ela continuava sua luta inútil contra mim. Eu mal sentia o que ela fazia.

Jared se soltou do braço imóvel de Kyle e veio na minha direção. Ele deu um soco no meu rosto e eu gritei de dor, deixando-a cair no chão.

- Vocês são hóspedes aqui, rapazes, e não se esqueçam disso. – Rosnou Jeb. – Eu lhes disse para não procurarem a garota. Ela é minha hóspede também, por enquanto, e não aceito que nenhum de meus hóspedes mate nenhum dos outros.

- Jeb. – Me queixei com a voz amortecida por causa do soco. – Jeb. Isso é uma loucura.

- Quais são seus planos? – Perguntou Kyle. – Temos o direito de saber. Precisamos decidir se esse lugar é seguro ou se está na hora de ir embora. Então... Por quanto tempo você vai guardar essa coisa como bicho de estimação? O que vai fazer com ela quando tiver terminado de brincar de Deus? Todos nós merecemos respostas para essas perguntas.

Kyle tinha total razão, Jeb estava fazendo isso por curiosidade, ele mesmo me disse isso. Claro que Kyle queria ver a morte dela, apenas. Eu também queria, só não ia permitir que torturasse essa pobre coitada. Esse lugar estava se tornando um quanto perigoso com ela aqui.

- Não tenho respostas, Kyle. – Disse Jeb. – Não cabe a mim responder.

Todos nós ficamos com cara de confusos, eu não entendia quem poderia responder a essas perguntas. O único que poderia seria o próprio Jeb, ninguém mais. Ficamos encarando, pasmados, Jeb, e ele não dizia nada.

- Não cabe a você? – Kyle quebrou o silêncio. – A quem cabe, então? Se está pensando em colocar em votação, isso já foi feito. Ian, Brandt e eu somos os encarregados, devidamente apontado pelo resultado.

- Não está aberto a votação. Isto aqui ainda é a minha casa. – Jeb falou.

- Quem então? – Gritou Kyle.

- A decisão é de Jared. – Jeb disse isso olhando para ele.

Todos moveram os olhos para encarar Jared, foi até instintivo. Ele também estava surpreso, e olhou para Jeb. Cerrou os dentes, deu até para ouvir, e olhou com cara de ódio na direção da coisa. Só agora eu notei que ela estava nos meus pés.

- Jared? – Perguntou Kyle, encarando Jeb. – Isso não faz sentido! – Ele estava fora de si de tanto ódio. – Ele é mais tendencioso do que qualquer um aqui! Por quê?Como ele pode ser racional quanto a isso?

- Jeb, eu não... – Murmurou Jared.

- Ela é a sua responsabilidade, Jared. – Disse Jeb firme. – Eu vou ajudá-lo, é claro, se houver mais problemas como este, e para ficarmos de olho nela e tudo mais. Mas quando chegar a hora de tomar decisões, serão unicamente suas.

Kyle tentou protestar mais uma vez, mas Jeb levantou as mãos, significava que era para ele ficar bem quietinho. Ele continuou:

- Olhe, Kyle. Se alguém encontrasse sua Jodi numa incursão e a trouxesse de volta para cá, você gostaria que eu, Doc ou uma votação decidisse o que fazer com ela?

- Jodi morreu. – Protestou Kyle. O sangue do nariz já estava entrando pela boca. Ele olhou com ódio para ela também.

- Bem, se o corpo dela entrasse aqui, a questão ainda caberia a você. Você iria querer que fosse de outro modo?

- A maioria...

- Minha casa, minhas regras. – Jeb o interrompeu. – Chega de discussões sobre isso. Chega de votações. Chega de tentativas de execução. Vocês três espalham a notícia, é assim que vais ser de agora em diante. Regra nova.

- Regra nova? – Resmunguei.

Jeb me ignorou.

- Se, por mais improvável que possa ser, de algum modo se isso acontecer novamente, aquele ou aquela a quem o corpo disser respeito, seja quem for, toma a decisão.

Jeb mostrou a espingarda para Kyle, depois apontou para o corredor vazio atrás dele, movimento para que nós saíssemos.

- Saiam daqui. Não quero ver vocês em lugar nenhum perto daqui novamente. E contem a todo mundo que este corredor está interditado. Ninguém tem razão nenhuma para estar aqui a não ser Jared, e se eu pegar alguém andando as escondidas por aqui, faço as perguntas depois. Compreenderam?  - Jeb nem precisava perguntar. – Vão. Agora.

Mais uma vez ele apontou a arma para Kyle. Tivemos que sair como cachorrinhos, afinal, casa dele, regra dele. Não tinha mais nada para ser dito, e outra, ele tinha uma arma. Bom, se eu fosse apanhado por Buscadores, a culpa era de Jeb.

Saímos de lá irados, Kyle se superava, ele era o que mais se irritava com tudo isso. Não parava de resmungar coisas sem sentido. Eu também resmungava, não como Kyle. Jared estava sendo um idiota por completo.

Chegamos grande sala principal, todos estavam nos olhando com expectativa, esperavam que nós fôssemos dar a boa notícia que conseguimos matar a coisa.

- Nada feito! – Brandt disse agitando as mãos para o alto.

Houve um murmúrio de pessoas revoltadas, parecido com o nosso resmungo mais tarde.

- Jared está de guarda, e Jeb está com arma! – Eu acrescentei.

Todos ficaram quietos por um tempo com a ameaça da arma.

- Ele está disposto a atirar! Não da para matar a lacraia! – Kyle gritou com sua voz estridente.

- Ele nos avisou para que todos fiquem o mais longe possível dela! – Continuei.

- Velho idiota! – Alguém resmungou, Maggie.

Eu fiz um sinal com a mão, o mesmo que Brandt fez, de nada feito. Eu não ia me arriscar de novo, não mesmo. Olhei para Kyle e fiz um sinal para que nós fossemos dormir.

Ele assentiu com a cabeça e fomos para o nosso quarto, o dia de hoje tinha sido muito longo, nada como um justo descanso. Kyle abriu a porta e deixou para que eu fechasse, logo nós dois estávamos deitados no colchão.

Fiquei observando as duas estrelas acima de minha cabeça, me senti triste por um momento. Não era fácil viver aqui, longe do mundo, longe de tudo o que tínhamos. Escutei um som medonho vindo do meu lado, era Kyle dormindo.

Pensei mais um pouco de como era a vida antes disso, até mesmo antes dessa coisa vir para cá. Meus devaneios foram tão longos que eu não consegui diferenciar o sonho da realidade. Dormi.


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