O Humano escrita por AelitaLear


Capítulo 44
Capítulo 44- Amalgamados


Notas iniciais do capítulo

Oiie^^
Desculpa a demora, mas como sabem, o Nyah deu problema ontem...
Então aqui estou eu...
Feliz Ano Novo para vcs!!!!



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- Não, Ian! – Ela segurou meu rosto, como sempre seu toque fazia diferença. - Não. Eu te amo também. Eu, o pequeno verme prateado na cabeça dela. Mas meu corpo não ama você. Não pode amar você. Eu nunca vou poder amar você nesse corpo Ian. Isso me parte em duas. É insuportável.

Ela me amava, não podia compreender mais nada disso... agora ela me amava, isso não era justo, eu queria ficar com ela... fechei meus olhos novamente, não conseguia deixar de chorar, era muito sofrimento para o meu coração...

Ela me amava... essas palavras não deixavam minha mente.

Ela me amava com a alma, e isso era importante para mim, queria isso! Não me importava com nenhum centímetro do corpo dela, para mim aquilo não mudava exatamente nada, era como se fosse tudo separado... eu amava a alma Peg!

Suas mãos pousaram no meu pescoço, senti um arrepio com aquele toque, aquele toque que eu amava. Não o corpo, mas o que ela fazia com ele... Não a face, mas a sua linda expressão... Não a voz, mas a forma com que ela dizia as coisas... Peg, não Mel!

Suas mãos foram puxando meu corpo para mais perto do dela, cada centímetro que eu ficava mais perto, sentia seu calor, seu cheiro, seu amor... Tudo vivo saindo dela, e saindo de mim, aquela sensação estranha, que nos ligava...

Sua boca tocou meus lábios, de vagar, timidamente e bem aconchegante, maravilhoso. Eu a abracei, para não haver perigo dela se afastar nenhum milímetro de mim, ficar sempre assim, nós dois, juntos, selados com um beijo.

Nosso beijo se movia junto, em completo sincronismo, era com se isso fosse para acontecer... era como se isso já fosse previsto... como se nós dois fossemos um só, não tinha como separar mais esse amor... esse amor que vinha de dentro, do fundo da alma...

Ambos choravam, mas não era mais aquele choro agonizante e insuportável... Longe disso, era o verdadeiro choro de amor...  Eu sentia o sabor de nossas lágrimas escorrendo pelo rosto... sentia o sabor de sua boca, o único sabor que eu amava...

Ela voltou a chorar, mais forte dessa vez... eu não suportei vendo aquela melancolia escorrer de seus olhos, aquela melancolia que jamais deveria existir... fui movendo meus lábios para os seus olhos, beijando cada pedaço de pele que estava no caminho...

- Não chore Peg. Não chora. Você vai ficar comigo. – Sussurrei em meio aos beijos.

- Oito vidas inteiras. – Ela disse baixo, a voz falhando por causa do choro. - Oito vidas inteiras e eu nunca achei ninguém que eu me segurasse em algum planeta, ninguém que eu seguisse quando partisse. Eu nunca encontrei um parceiro. Por quê agora? Por quê você? Você não é da minha espécie. Como você pode ser meu parceiro?

- O Universo é estranho. – Sussurrei perto de seu ouvido.

- Não é justo! – Reclamou.

Não era mesmo justo, eu e ela teríamos que ficar juntos, íamos ficar juntos... faria de tudo para que eu conseguisse isso, para que ela fosse minha, inteiramente minha... nem que isso fosse contra a lei das espécies, nem que uma alma ficasse com um humano...

Ela era a alma, e eu era o humano... Por causa de uma hospedeira, nós não íamos ficar juntos? Claro que íamos! Eu como um verdadeiro humano, um verdadeiro homem... Queria fazer minha alma feliz, a minha mulher... Meu amor...

- Eu te amo. – Sussurrou como se dissesse adeus...

Senti uma pontada de dor em meu peito.

- Não diz isso como se estivesse dizendo adeus.

- Eu, a alma chamada Peregrina, amo você, humano Ian. E isso nunca vai mudar, não importa o que eu me tornar. – Ela disse isso como a maior verdade de sua vida. - Se eu fosse um Golfinho ou um Urso ou Flor, não importaria. Eu sempre amaria você, sempre lembrarei de você. Você será meu único parceiro.

Ela estava dizendo adeus, e não podia admitir isso, nunca! Agora ela era minha, só minha! Eu a apertei mais forte agora, segurando ela perto de mim... faria tudo por causa dela... Ela não ia fugir, não de mim!

Ela não ia me amar como Flor ou Golfinho... Ela não ia me amar como qualquer outro ser! Por que ela não ia a lugar algum!

- Você não vai vagar por lugar nenhum. Você vai ficar aqui.

- Ian...

- Isso não é só por mim, você é parte dessa comunidade, você não vai ser mandada embora sem debate. Você é muito importante para todos nós, mesmo para aqueles que nunca admitiriam. Nós precisamos de você. – Eu preciso de você... Acrescentei mentalmente.

- Ninguém está me mandando embora, Ian.

- Não, nem mesmo você mesma, Peregrina.

Eu a beijei mais bruscamente agora, meus lábios nervosos e ansiosos para os dela. Peguei um pouco do seu cabelo, com muito carinho, puxando ela para perto e afastando, de vagar... Puxei seu rosto para trás um milímetro, seus lábios ainda bem perto dos meus...

- Bom ou Ruim? – Exigi.

- Bom.

- Foi o que eu pensei. – Grunhi.

Eu a beijei de novo, minha boca estava faminta por ela, queria absorver tudo o que tinha nos seus lábios. Meus braços apertavam seu quadril, não queria ficar nenhum centímetro longe dela, queria ela mais perto, cada vez mais perto...

Ela arfava, estava sem fôlego... Eu também estava, mas queria mais... queria que ela fosse inteiramente minha, queria Peg perto, e não longe... não podia mais ficar sem ela... não podia, não queria! E não ia deixar, ia levá-la para um julgamento!

Eu estava tonto de tanta emoção e amor, cada segundo era mais especial, queria guardá-lo, fazer ele jamais voltar! Relaxei um pouco meus braços e fui percorrendo com meus lábios a extensão de seu rosto, chegando ao seu ouvido.

- Vamos.

- Onde? Aonde nós vamos? – Peg disse sem imaginar meus planos.

- Não me dê trabalho com isso. Eu estou meio enlouquecido.

E como eu estava enlouquecido, estava inteiramente louco por ela, louco por tudo o que ela era... a ergui do chão para levá-la, bem que queria seqüestrá-la e jamais trazê-la de volta.

- Onde? – Insistiu.

- Você vai descer até o túnel leste, depois da plantação, até o final.

- O cômodo dos jogos?

- Sim. E vai esperar lá até eu trazer o resto comigo.

- Por quê? – Ela ainda não tinha entendido.

- Por que isso será discutido. Eu estou pedindo um tribunal,  Peregrina, e você vai ter que aceitar nossa decisão.


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Notas finais do capítulo

Eu quero um Ian para mim!! Onde será que tem pra vender? Omg, por que a tia Steph faz isso comigo?