O Humano escrita por AelitaLear


Capítulo 30
Capítulo 30- Horrorizada


Notas iniciais do capítulo

Oiie, gente, antes de qualquer coisa eu quero dizer que esse cap é muito triste e eu não gosto dele...
Muito obrigada pelo apoio de vcs, principalmente com os reviews e as recomendações...
Hj eu quero perguntar uma coisa, o que vcs acham de eu postar sempre um dia depois de alcançar 15 reviews?
Me deram essa ideia e eu gostaria de saber a opinião de vcs...
15+ Um dia para eu reler o cap= um cap rapidinho?



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Abri a porta do quarto de Jamie, alguma coisa estava muito estranha. Olhei para os lados para me garantir que eu não estava tendo uma miragem, que aquilo não estava acontecendo.

- Ian, cadê Peg? Ela tinha ido atrás de você...

Meu coração acelerou, Peg era muito esperta, era astuta, sabia o que estava fazendo. Ela enganou Jamie direitinho, pena que aquilo só faria mal a ela.

A caixa que estava nas minhas mãos despencou no chão.  Ele me olhou assustado, ainda sem entender nada.

- Jamie, não tenho tempo para explicar! Ela vai descobrir aquilo. – Falei rápido atropelando as palavras.

- Oh! – Foi a única coisa que ele disse antes de eu sair.

Corri o mais rápido que eu pude, meu coração estava batendo forte demais, estava para acontecer uma desgraça. Tomara que Peg tenha ido para outro lugar, tomara que realmente ela tenha ido atrás de mim... Tomara! Ela não merecia ver isso, não merecia!

Só que não foi isso que ocorreu, eu estava certo, ela estava no hospital... Ela viu tudo! Aqueles corpos mutilados e jogados, horrivelmente, aquelas almas inocentes sangrando, sem vida... Aquelas almas que eram que nem Peg! Aqueles animaizinhos prata naquela situação...

Quando entrei na sala de Doc, onde foi o primeiro lugar que pensei, me assustei com a cena ali presente.

Peg estava deitada no colo de Jared, quando vi isso, fiquei com um pouco de ciúmes, mas logo notei que ela estava se contorcendo desesperadamente.

Ela deveria estar bem mal, chocada! Com ódio do que nos somos, e ela estava certa, merecíamos ser odiados. Jared tentava falar com ela, mas ela não estava em condições.

- Monstro! – Ela gritou para ele.

Jared virou sua mão para o rosto dela, eu demorei para perceber o que ele tinha feito, ele deu um tapa nela! Eu gritei de surpresa, como ele era capaz de fazer isso com ela depois de tudo? Depois de torturar seus semelhantes, machucar Peg com ilusões, depois de tudo... Ele era um covarde desgraçado!

- O que você está fazendo? – Rosnei.

- Ela está tendo um ataque ou sei lá o que Ian. Doc está tentando trazer ela de volta.

- Jared seu desgraçado! Eu te odeio! – Comecei a xingá-lo com todas as minhas forças e com todos os palavrões disponíveis.

- Calma Ian...

- Calma o caramba! Olha como Peg está, ela desmaiou seu idiota! Me da ela aqui agora! – Minha vontade era de bater em Jared.

Ele me entregou Peg, eu corri para levá-la longe daquele lugar imundo. Enquanto caminhava, Jared me seguia, e eu não conseguia conter meus insultos, eu estava irado com ele.

- Como você pode? Como, como você fez isso com Peg? – Eu estava indignado.

- Eu pensei que ela havia imaginado o que nós fazíamos. Parece que eu errei. – Jared parecia um idiota falando.

- Você acha que foi isso que aconteceu? – Cortei sua fala maligna. - Que ela ficou com medo por que Doc estava tentando tirar outras almas? Que ela estava com medo por ela?

- Você não? – Ele me perguntou, eu rosnei de ódio.

- Não. Não acho. Por mais que me enoje que você traga mais… vítimas para Doc, trazê-los agora! Por mais que isso vire o meu estômago, não é isso que a incomoda. Como você pode ser tão cego? Você não consegue imaginar como lá dentro deve ter parecido para ela?

- Os corpos estavam cobertos quando...

- Os corpos errados, Jared. Ah, eu tenho certeza que ela ficaria incomodada com corpos humanos, ela é tão delicada, violência e morte não fazem parte do mundo dela. Mas pense no que as coisas na mesa significam para ela.

O idiota era burro e demorou para perceber.

- Ah.

- É. Se você ou eu entrássemos em um açougue humano, com corpos partidos, com sangue respingado em tudo, não teria sido tão ruim como foi para ela. Nós já vimos isso antes, mesmo antes da invasão, em filmes de terror, pelo menos. Eu aposto que ela nunca foi exposta a nada parecido com aquilo em todas as suas vidas.

- Me solta. – Peg gritou no meu colo, eu me surpreendi com ela acordada. - Me coloca no chão.

- Eu não quis te acordar. Desculpe. – Me desculpei.

- Me solta.

- Você não está bem. Eu vou te levar para o seu quarto.

- Não. Me coloca no chão.

- Peg...

- Agora! – Ela gritou.

Ela forçou meu peito com o corpo dela, me chutou com força. Tanto que eu me surpreendi com o ataque e não consegui segurar mais ela. Ela caiu no chão e levantou rapidamente, correndo como nunca.

- Peg!

- Deixe-a ir. – Jared colocou as mãos na minha frente me impedindo.

- Não me toca! Peg, volta!

- Calma Ian...

- Calma nada seu idiota!

- Hey, eu não fiz nada para você...

- Mas para Peg você fez! Vai embora!

Sai desnorteado para procurá-la, eu cambaleava para os lados. Eu não sabia, apenas imaginava onde ela estaria, provavelmente ela tinha ido para o depósito, como sempre ela fazia quando estava se sentindo mal.

- Ian, espera! – Wes gritou atrás de mim. – Vamos ajudá-lo a procurá-la!

Eu olhei para trás e vi Wes com Lily dispostos a me ajudar, assenti com a cabeça, e eles vieram atrás de mim com lanternas que pegaram com as coisas de Doc.

- Onde será que ela se meteu? – Lily perguntou.

- Desconfio que seja no depósito, ela sempre ficava lá.

Fomos para o túnel, ele estava bem escuro. Pegamos as lanternas e fomos iluminando cada pedaço que podíamos, procurando ela em algum lugar. Durante o caminho não encontramos nenhum vestígio.

Onde tinha seu buraco, nós procuramos com mais cuidado, abaixamos várias vezes e entramos para ver se ela não estava lá dentro. Olhamos muitas e muitas vezes, mas não tinha muitos lugares para ela sumir.

- Que tal nas plantações? – Perguntei frustrado.

- Acho que não. – Wes começou. – Escutei Jared falando, depois que você se virou, que ia olhar lá.

- Ok, depois vamos novamente ver.

- Onde vamos agora? – Lily perguntou.

- Podemos ver no refeitório... Não acredito que ela esteja lá, mas...

Saímos da caverna escura e passamos pela praça principal, Jared estava lá com algumas outras pessoas. Realmente eles estavam procurando em cada canto da horta, pelo menos para isso ele prestava.

O refeitório também estava vazio, nem sinal de Peg. As únicas que estavam lá eram algumas garotas que não se importavam muito com ela, tipo Carol e Ruth, elas faziam pão.

Encontramos com mais um grupo de busca, esses estavam desesperados ao invés de preocupados. Eles não estavam se importando se Peg estava bem ou não, o problema deles era o medo dela descobrir a saída e fugir. Eu duvidava que ela fosse pensar nisso.

- E na sala de jogos? – Indaguei.

- Vamos ver. – Responderam em conjunto.

Caminhei pelo túnel novamente varrendo cada trecho do corredor, ela poderia estar encolhida em algum canto, mas não estava. No quarto de jogos eu também procurei muito bem, nem sinal dela, ela também não estava aqui.

Voltamos pelo corredor, sem ao menos imaginar onde seria o próximo lugar a procurá-la. Encontramos Jared no caminho, ele também ia procurá-la no salão de jogos, pena que eu já tinha me garantido que ela não estava lá.

Caminhamos mais um pouco para frente, escutei passos ligeiros na minhas costas, ignorei. Continuamos caminhando e indagando onde seria o próximo lugar a procurar.

- Talvez nos quartos... – Lily questionava.

- Nem que eu tenha que ver um por um. – Disse determinado.

- Ian! – Health gritava nas nossas costas. – Encontramos Peg!

Meus olhos viraram rapidamente para ver os passos ligeiros dele, então era esse o motivo que ele corria muito.

- Onde?

- Na sala de jogos, ela estava bem escondida!

Não pensei duas vezes, meus músculos estavam andando antes mesmo de eu pensar, eu não conseguia me conter. Eu corria num a velocidade incrível, e logo eu estava no quarto.

-Onde ela está? – Perguntei para o monstro.

- Ela quer ficar sozinha. Deixe-a.

- Não fique no meu caminho Howe. – Ameacei.

- Você acha que ela quer conforto de você? De um humano?

- Eu não fiz parte disso.

- Não dessa vez. Você é um de nós Ian. O inimigo dela. Você ouviu o que ela disse lá? Ela estava gritando monstros. É assim que ela nos vê agora. Ela não quer o seu conforto.

- Me dá a luz.

Jared me entregou a lanterna e eu fui na direção de Peg. Fui procurando por um sinal dela, varrendo o cômodo. Quando apontei para a latrina vi suas pálpebras vermelhas de choro.

Ela se encolheu na pedra, ela queria ficar sozinha, queria lamentar. Suspirei e sentei no outro canto, longe dela, e desliguei a lanterna. Ali eu iria lamentar, queria sofrer tanto como ela, nunca quis essas desgraças...

Ainda mais agora!


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