O Humano escrita por AelitaLear


Capítulo 11
Capítulo 11- Tolerada


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Quero agradecer a todos os leitores, todos os reviews e todas as recomendações.

Quero agradecer a Bia Pattinson, Lion, dany_kissetell, DrikaaH, isabellatmassei, sophia_sena,lizzy_16, beeh_thehost,pegoshea,miojo,jessicasoledade...
Um beijão especial para a Ma


Heyy quem quiser que eu leia fic, manda um recadinho ok? To procurando fics para ler



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/84793/chapter/11

Depois de um longo dia de trabalho duro, eu estava fedido e encharcado de suor. Certamente eu precisava de um bom banho, um bom e refrescante banho.

No caminho encontrei Wes, conversei um pouco com ele, mas logo Lily chegou e roubou minha atenção.

Fui para as salas de banhos, algumas meninas voltavam de lá, pareciam estar bravas com alguma coisa. Eu tinha uma suspeita, deveria ser Peg tomando banho, coitada, ela merecia.

Jeb estava do lado de fora esperando. Eu estava certo que realmente era ela. Cochichei com ele.

- É a Peg?

- É, ela estava precisando de um bom banho, não acha?

Assenti com a cabeça, fiquei esperando até ela sair. Estava bem melhor, novinha em folha. Não cheirava mais mal, suas roupas deveriam ser novas também. Ela parecia estar relaxada, bonita até.

- Sua aparência está muito melhor. – Eu disse.

Olhei para o machucado que eu tinha feito no seu pescoço, novamente me senti culpado, só que dessa vez eu queria me desculpar. Levantei a mão para colocá-la no seu pescoço, onde tinha o arroxeado. Ela encolheu de medo e eu deixei a mão cair.

- Desculpe sobre isso. – Murmurei.

Ela não respondeu, não era mesmo de falar. Eu nem esperava uma resposta, não merecia.

Entrei na sala de banho, e relaxei com a água...

Os dias foram se passando, estávamos tendo um trabalho duro com o campo norte. Na verdade não era a minha tarefa estar ali, era pra eu estar em outro campo bem longe.

Por falta de pessoas querendo ir trabalhar lá, e também pela simpatia que peguei por Peg, eu era sempre cogitado. Ela não fazia mal, e não queria fazer mal, isso era importante.

Teve um dia que eu não vi nem ela nem Jeb, eles estavam trabalhando na cozinha, suspeitava. No dia seguinte foi a minha vez de limpar os espelhos.

Eu, Jeb e Peg tínhamos essa tarefa. Eles ficaram segurando a escada enquanto eu subia para limpá-los. Não era fácil, a escada era bem instável, ficava balançando toda a hora.

Quando acabamos, eu estava com um profundo dó de Peg, não deveria ser fácil ela segurar todo o meu peso com seus braços fracos. Ela parecia se incomodar com eles.

Mortos de fome, fomos para a cozinha comer. O corredor estava vazio, só tinha eu, Peg e Jeb. Enquanto andávamos, sem explicação, ela engasgou alto, parou totalmente. Estava incomodada com algum a coisa.

- O que houve Peg? -  Jeb perguntou.

Eu continuei olhando para ela, para ver o que tinha acontecido. Jeb olhou para ela com um olhar de descrença e reprovação, ele riu.

- O que foi isso? – Murmurei para Jeb.

- Vai saber. - Jeb disse.

Esse era meu quarto dia com Peg, quase todos os dias íamos comer juntos na cozinha. Hoje, antes de chegarmos ao refeitório, algo inusitado ocorreu.

Tinha uma multidão de pessoas conversando, e ao invés de pararem para encarar Peg, eles continuaram a conversar. Eles estavam se acostumando com ela.

Jeb nos levou num canto vazio para comer, depois foi buscar pão para nós três. Sentei perto de Peg, e Paige estava do meu outro lado. Fazia tempo que eu não conversava com ela, e resolvi puxar papo.

- Oi Paige.

- Oi Ian.

- Como vão as coisas? Se agüentando bem sem o Andy? – Perguntei  a ela.

- Eu estaria bem se não estivesse tão preocupada. - Ela disse, mordendo o lábio.

- Ele estará de volta logo. – A assegurei. - Jared sempre traz todo mundo de volta. Ele tem um talento. Nós não tivemos nenhum acidente, nenhum problema desde que ele apareceu. Andy vai ficar bem.

Confortei-a com um toque no ombro, e ai o assunto acabou. Jeb estava de volta, se sentou do lado de Peg. Ele estava observando a sala, deveria ver que tudo estava bem mais calmo.

- As coisas estão se acalmando. – Comentei com Jeb.

- Sabia que iriam. Nós somos razoáveis aqui. – Jeb respondeu.

- É verdade, por enquanto. – Eu disse rindo, lembrando de Kyle. - Meu irmão não está por perto.

- Exatamente. - Jeb concordou.

Depois acabamos o almoço e cada um foi para o seu lugar.

Cada dia que passava eu gostava mais e mais de Peg, ela era uma boa... Pessoa. Eu gostava muito de ser gentil com ela, eu queria dar meu máximo, tentar me desculpar por aquilo. Ela jamais quis nosso mal, queria sempre ajudar.

Jeb pedia para ela fazer serviços simples, buscar coisas, avisar pessoas... Eu sempre estava por perto quando ele pedia, sempre eu tentava trabalhar com eles.

Um dia Jeb pediu a ela que fosse dar um recado para Doc. Eu queria ajudar, queria ser gentil, então me ofereci para mostrar o caminho. Era perigoso deixá-la ir e vir, sem ninguém por perto.

Ela aceitou, mas parecia insegura o caminho todo, eu só queria ajudar, e queria que ela soubesse. A primeira metade fomos em completo silêncio, ela sempre atenta a todos os meus movimentos.

Encontramos Doc, ele parecia surpreso ao me ver perto de Peg. Ela deu o recado e Doc agradeceu. Ele estava pesquisando mais sobre medicamentos, eu supunha, estava cheio de livros e papéis.

Na volta, Peg enfim falou. Ela falou comigo, isso era bem raro, me deixou feliz.

- Ian? – Ela me chamou, tendo dificuldade em dizer meu nome.

- Sim? – Respondi.

- Por que você ainda não me matou? – Por essa eu não esperava.

- Essa foi direta. – Bufei.

- Você podia, sabe? Jeb poderia ficar irritado, mas eu não acho que ele atiraria em você. – Até parecia que ela estava tentando me convencer.

- Eu sei. – Respondi.

Fiquei em silêncio por um momento, só escutava o som de nossos passos. Eu podia matá-la, mas eu não queria, não achava isso justo. Não era justo, e não era Jeb o problema.

- Não me parece justo. - Finalmente disse. - Eu andei pensando nisso muito, e eu não vejo como matar você faria algo de bom. Seria como executar um soldado pelos crimes de guerra de um general. Veja bem, eu não engulo todas as teorias loucas de Jeb, teria como acreditar, claro, mas só por que você quer que alguma coisa seja verdade, não quer dizer que seja.  Mas, esteja ele certo ou errado, você não parece nos querer mal. Eu tenho que admitir que você realmente parece gostar do garoto. É muito estranho ver. Enfim, contando que você não nos coloque em perigo, parece... crueldade matar você. O que é mais um desajustado por aqui?

Eu esperei um momento para que ela entendesse tudo isso.

- Se você não quer me matar, então por que veio comigo hoje? – Peg perguntou.

Pensei um pouco antes de responder. Tinha vários motivos, resolvi falar o principal.

- Eu não tenho certeza se... – Hesitei. - Jeb acha que as coisas se acalmaram, mas eu não estou completamente seguro disso. Ainda há algumas pessoas... enfim, Doc e eu ficamos de olhos sempre que pudemos. Só por precaução. Enviar você pelos corredores sul me pareceu forçar sua sorte um pouco demais. Mas é isso que Jeb faz, ele força a sorte o máximo que for possível.

- Você e Doc estão tentando me proteger?

- Mundo estranho, né?

Demorou alguns segundos para ela responder.

- O mais estranho de todos. – Ela finalmente concordou.

Logo estávamos de volta, Peg foi falar com Jeb e este lhe deu mais uma tarefa, menos difícil dessa vez. Quando Peg se foi, Jeb fez sinal para que eu fosse mais perto e falasse com ele.

- Ian, tenho um pedido a fazer.

- Fale Jeb. – Respondi.

- Peg conta histórias como ninguém, daria uma ótima professora. Eu queria que ela ensinasse a todos, mas ela tem medo.

Assenti para que ele continuasse.

- Logo, Doc vai abordá-la na cozinha para que ela se solte. Gostaria que você também o fizesse.

- Eu faço, quando? – Perguntei.

- Se der tudo certo, fale com ela no campo de espinafre, quando tiverem trabalhando juntos.

- Tudo bem Jeb. Mas as histórias dela, como são? – Perguntei.

- Você verá, são incríveis.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

"Mortos de fome, fomos para a cozinha comer. O corredor estava vazio, só tinha eu, Peg e Jeb. Enquanto andávamos, sem explicação, ela engasgou alto, parou totalmente. Estava incomodada com algum a coisa. (...)"

Lembra aquela parte que Peg tem medo do olhar fascinado do Ian? Pois bem, é essa! Como o Ianzinho não percebe sua própria reação, achei interessante acrescentar.