Alex, uma jovem ruiva, de pele alva e de olhos claros, aos 23 anos decidiu realizar seu sonho que possuía desde criança, ir para Seul, capital da Coréia do Sul. Aika Fyuki, melhor amiga de Alex, estava animada, já que a amiga havia tentado um intercâmbio na Coréia, ela estava realizando seu sonho, não havia muitos motivos para ficar triste, apenas um: iria perder sua melhor amiga. Aika era a única que sabia o segredo de Alex.

- Aika, Aika… – Ela escutara uma voz vinda de longe, parada na porta da faculdade onde fazia intercâmbio, ela vê um corpo magro e alto vindo correndo em sua direção. Sorriu ao ver que era Alex, esta estava correndo animada, de forma diferente, como nunca estivera antes .

– Eu consegui! Consegui finalmente! – sentiu Alex falar próximo ao seu ouvido sentindo um forte abraço.

- O que você conseguiu Alex? – A jovem sorria por ver os olhos da amiga brilhando, mantinha aquele abraço forte que recebera.

- Eu vou para a Coréia em intercâmbio, Aikazinha – disse Alex pulando de alegria em volta de sua amiga.

- Nossa, amor, que bom! – Aika disse de forma triste, não queria perder a amiga, mas, ao mesmo tempo estava feliz por ela. – Eu vou tentar ir, assim que eu acabar o intercâmbio aqui, talvez em julho eu já esteja lá, com você!

- Calma, Aikazinha, eu só vou semana que vem – disse Alex segurando as mãos da outra.

- Que bom – Aika sorria sentindo suas mãos sendo seguradas.

- Você podia, sei lá, dormir lá em casa essa semana. – Alex soltou as mãos da amiga enquanto falava fitando-a, sorrindo de modo infantil e alegre.

- Ahhn… Ta, eu durmo, mas deixa só eu resolver a papelada aqui. – Aika olhava a jovem com os olhos brilhando. – Fica aqui – Ela correu rapidamente para dentro da faculdade para, então, resolver a papelada do intercâmbio. Ficou por ali durante alguns minutos e ao sair puxou sua amiga pela mão e entrelaçando os dedos aos dela, foi até o carro onde ao dar a partida, foi em direção a sua casa, pegar suas roupas. Pegou algumas vestes que gostava, e ao ver que tinha tudo pronto, foi em direção a casa da amiga para aproveitar o resto da semana com ela.

– Já resolveu a papelada toda da viagem? – Olhou Alex de modo entristecido

- Sim bebê, eu resolvi antes para passar mais tempo com minha Best.

Aika sorriu de modo alegre e olhou a amiga com os olhos brilhando. Essas foram as últimas palavras trocadas dentro do carro da jovem. Chegaram a casa onde a jovem vivia com sua família, ambas entraram felizes e foram cumprimentar a mãe da garota, com quem ficaram ali conversando com ela por um bom tempo. Subiram para o quarto de Alex e foram ver algumas recordações que ela levaria para a Coréia. Aliviada por saber que a jovem jamais se esqueceria da amiga, Aika, oriental com família na Coréia, terminaria seu intercâmbio em Julho.

A semana passou rápido, e no dia anterior a viagem de Alex, Aika ajudou a amiga a arrumar suas malas. E na hora da despedida, Aika caiu em choro. Alex era sua única amiga que não podia ir embora, não se imaginava sem ela consigo. E pela primeira vez, as pessoas a viam, chorando. Alex se despediu da mãe, dos irmãos e de alguns amigos que foram vê-la, mas o que mais doeu foi se despedir de Aika. Como ela iria se despedir da melhor amiga? Talvez nunca mais a veria, não tinha como. Olhou a jovem nos olhos e de forma fraca e entristecida tentava falar:

- Então é isso, Aika. Adeus, meu bebê – tentou dar um sorriso fraco, embora em vão. Suas lágrimas escorriam pelo seu rosto. Olhou a amiga, a abraçando forte. Ficaram em silêncio alguns minutos, ambas pensando no que dizer. Aika respirou fundo e secou as lágrimas de Alex.

- Não, esse não será nosso adeus, será apenas um tchau. Nos veremos em breve, tudo bem?

- Eu… Eu… Ah, bebê!
Novamente, abraçou a amiga forte.

Como seria sua vida lá sem ela? Era o maior sonho da sua vida, é verdade, mas ainda assim… Era ela. A pessoa que mais lhe entendera em toda sua vida. A voz da mulher ecoou por todo o aeroporto. As duas olharam-se mais uma vez e Aika afastou uma mecha de cabelo do rosto da amiga.

- É, está na hora…

Aika soltou a amiga. Suas lágrimas caíam pela sua face de um modo quase desesperador. Sentiu a amiga desvencilhar-se de si e, quando deu por si, tentou segurar-lhe a mão. Suas forças, porém, não permitiam aquilo. Assim, viu a sua melhor amiga ir em direção do portão de embarque.

Alex caminhou lento, parecendo querer esquecer logo daquela sensação. Olhou para trás, vendo a amiga sendo consolada por sua própria mãe. Aquilo lhe machucou profundamente, mas era necessário.