Hum Yourself a Lullaby . escrita por nicacookies182


Capítulo 1
last lullaby




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/84661/chapter/1

E lá estava eu, novamente sentado na mesa da cozinha tomando chá gelado e cozinhando com aquele calor infernal de verão .

Estava lendo as cartas das fãs que tinham meu nome no remetente, TODAS tinham fotos de fãs, bonitas até... Abri uma que não parecia muito cheia, odeio quando elas mandam fotos, posters, etc. Começei a ler.. Parecia assunto sério...

 " Danny,

 Meu nome é Anne, e eu estou internada em um hospital longe de você e eu nem sei se você algum dia vai ler oque eu estou escrevendo aqui...  Bom, eu sei que MUITAS fãs já escreveram cartas dizendo que estavam morrendo só pra você sentir dó delas ... "

Parei um pouco de ler e respirei fundo 'É, ela estava certa...' . Tomei um gole do meu chá gelado e voltei a ler .

"mas comigo é diferente. Eu descobri, há mais ou menos uns dois meses, que tenho cancêr... E eu tento ser forte, tento arrumar uma razão de viver, e essa razão é você e a sua música . Quando eu estou pra baixo, eu escuto as músicas do Mcfly, escuto a sua vóz e eu esqueço de quando o médico segurou a mão da minha mãe e disse que eu só tinha mais três meses de vida . Danny, só te peço uma coisa, não quero autógrafo, cds, fotos nem pedidos de casamento, só quero que você lembre de mim, pra pelo menos alguém lembrar, ou pode responder a carta, falando que leu, só pra eu saber que a razão pela qual eu vivo, sabe que eu estou aqui...

Obrigada por ler Danny :)

Beijos e abraços pra todos os outros mcflys ! "

Terminei de ler a carta e olhei o envelope, tinha o endereço do hospital em que ela estava e seu nome 'Anne Oak', peguei o caderno de letras de músicas do Tom e uma caneta.

Escrevi uma carta para ela, dizendo o quanto comovido eu estava e que a história dela era triste e coisa e tal.

E dois meses se passaram . É, dois meses que se passaram, dois meses de músicas, shows, festas com os mcguys e dois meses de conversas por cartas com Anne. Desde aquela resposta que enviei para ela, temos conversado por cartas frequentemente, mais ou menos uma por dia !

Tom entrou na sala, trazendo a correspondência e jogando uma carta no meu colo. Desliguei a televisão e a abri.  

"Mooonkeeey ! "

Era assim que ela me chamava agora, monkey !  

"Não sei oque esta acontecendo comigo... Estou fraca e não consigo mais comer nada ! Cada dia que passa eu olho no espelho e reparo que pouco a pouco meu cabelo cai... Eu não quero ficar careca Danny !

AAAH, não aguento mais ficar deitada nessa cama chata do hospital... Pelo menos eu tenho o DVD do Mcfly pra assistir ! Nem as minhas amigas me visitam mais, no começo elas vinham todos os dias, depois só mandavam mensagens no celular e agora parece que esqueceram de mim ! Mas quem eu mais preciso aqui é voce Daniel ! O médico chegou aqui ontem, eu fingi que estava dormindo, e falou pra minha mãe que o tratamento não tá ajudando em quase nada e que o cancêr esté me matando pouco a pouco..Você não tem noção na dor que eu senti ao ver a minha mãe chorar...

Bom Monkey ! Espero a sua visita !                                                                

Te amo muuito !                                                                                                                                                                                Anne."

Senti uma coisa no coração, eu percebi havia algum tempo, que estava apaixonado pela Anne, mas oque eu senti foi inexplicável... Foi como se fosse o fim.

Percebi que a letra dela estava tremida e sem firmeza. Então ergui minha cabeça, sequei as lágrimas que caíam dos meus olhos e me decidi: eu vou para Bolton visitá-la.

Eu moro em Londres, junto dos meus colegas de banda e melhores amigos. Um dos motivos que pioravam a situação era o fato dela ser de Bolton, minha cidade natal, aonde eu nasci e cresci .

Subi para o meu quarto, arrumei a minha mala e sai correndo, mas para a minha "felicidade" encontro Dougie no corredor.

- Aonde vai, Danny ? - Perguntou ele com aquela cara de tapado que sempre faz - Bolton... Visitar a Anne ! - Ele sabia quem era, todos eles sabiam quem ela era, afinal, eu escrevi uma música para Anne...

Dougie nada respondeu, só abriu caminho para eu passar.

Em uma hora eu já estava no aeroporto, em mais ou menos duas horas eu estaria com Anne, segurando a mão dela...

Fui fazer o check-in após comprar a passagem, e quando entreguei minha mala e documentos para a moça do balcão, meu celular tocou :

- Alô ? - Atendi. - Oi Danny.. É a Anne... - Respondeu uma vóz fraquinha . Minhas mãos começaram a tremer e a suar .

Nós ja tinhamos conversado por telefone antes, mas tinha algo estranho com ela.

- ANNE ! Eu estou indo pra Bolton, AGORA ! - Falei um pouco mais alto do que podia , e a moça do check-in me olhou com cara feia.

Mas não ouvi resposta, só escutei um soluço de choro do outro lado,

- Anne? - Chamei-a

- Danny...Preciso de você aqui, mais do que nunca precisei ! - Ela chorava e eu me sentia culpado por não poder abraça-la.

A moça devolveu meus documentos, respirei fundo e continuei :

- Amor.. em duas horas eu estou ai, por favor, seja forte e me espera, por favor !

Ouvi ela suspirar e murmurar um 'aham'. Corri até a plataforma em que o avião destinado a Bolton estava parado, e me despedi de Anne .

- Vou te esperar, o quanto eu puder, nem que seja duas horas, três dias ou cinco meses.. Te esperarei pela eternidade se for preciso... - Falou ela com sua vóz doce.

- Te amo , Anne... - Não tive coragem de dizer qualquer outra coisa.

Desliguei o celular e embarquei .

Foram as duas horas mais longas da minha vida, do avião ao aeroporto de Bolton e do aeroporto ao hospital .

Cheguei no hospital e a mãe dela me esperava do lado de fora, com um crachá de visitante, Ela me falou o caminho para o quarto de Anne e eu corri para lá .

E lá estava ela, olhando pela janela focada no balanço das árvores. Percebi que uma lágrima caía de seu olho...Respirei fundo e dei duas batidinhas na porta, ela secou os olhos com a manga da blusa e me olhou com um olhar assustado.

- Oi! - Eu disse, como se estivesse cheio de coragem.

- O..ooi ! - ela gaguejou ao falar Me aproximei da cama e sentei na cadeira ao lado .

- Como você se sente hojê ?

- Mais forte do que nunca estive ! - Ela forçou um sorrisinho choroso.- Obrigada por vir Danny !

- Não agradeça !- Estiquei meu braço e segurei na mão dela.- Você tá bem mesmo ? - Perguntei.

Ela assentiu.

- Acho que estou até melhor, é como se toda a dor tivesse ido embora !

Anne sorriu pra mim e focou os olhos nos meus. Aproximei meu rosto do dela, fechei meus olhos, porém ela me empurrou.

- Danny, não posso... - Ela se afastou um pouco de mim e sorriu sem jeito.

- Desculpa então... - Me desculpei e me afastei um pouco.

Ficamos um tempo em silêncio , só olhando um para o outro .

- Canta pra mim ? - Ela pediu.

Olhei pra ela confuso e começei a cantar um trecho de 'the last song'.* Me aproximei novamente, agora de seu ouvido... " Hum Yourself a Lullaby, this is the end but baby don't you cry..."

Anne olhou para mim e eu olhei para ela e nossos lábios se encontraram.

Senti que ela chorava, então me afastei e acariciei seu rosto .

- Eu te amo, Anne ! Mais do que tudo ...

- Adeus Danny... Meu Monkey .. - Eu não entendia o motivo do Adeus, ela não ia morrer, não agora...

Aconteceu tudo muito de repente . Anne fechou os olhos e apertou a minha mão, e um aparelho daqueles qe ela tinha envolta dela começou a apitar, como na televisão.

Vários enfermeiros entraram no quarto e me afastaram dela, não consegui ver o que estava acontecendo ali. Fui para o canto em que a mãe de Anne chorava . Cheguei perto dela e abracei-a.

- A Anne é forte... Ela aguenta...- Falei.

- Ela só aguentou todo esse tempo porcausa de você ! Você era toda a força que ela tinha para sobreviver - Ela me explicou e eu fiquei em choque.

Pouco a pouco os sons voltavam ao normal e um médico se aproximou, tirando as luvas e a máscara .

- Vocês podem falar com ela, mesmo ela estando muito fraca ...- Ele deu dois tapinhas no meu ombro e assentiu .

Fui até a cama e a olhei. Ela estava com os olhos fechados.

- Sorri pra mim , Anne... Pela ultima vez ... Ela abriu os olhos e forçou um sorriso.

- Eu te amo... - Murmurou ela.

E essas foram suas últimas palavras . Meu coração explodiu de tantos sentimentos que passavam no momento. O aparelho voltou a apitar, mas agora em um som continuo e unissono. Olhei para ela pela ultima vez e deixei os enfermeiros tomarem conta mais uma vez.

Saí do quarto e encostei na parede ao lado da porta.  

"Pelo menos eu me despedi..." - Pensei.

Escondi meu rosto nas mãos e senti as lágrimas caindo, cada uma por uma emoçao, raiva, amor, tristeza, perda, saudade...

FIIIM ! OO/'  

* The last song - Mcfly .


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hum Yourself a Lullaby ." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.