Quando Ela Conta a História escrita por Hidden M


Capítulo 9
Um jogo para lembrar


Notas iniciais do capítulo

Finalmente, o capítulo pelo qual todos estavam esperando. Vou precisar de muitos reviews para saber o que vocês acham. Podem contar tudo: o que gostaram e não gostaram, o que acharam horrível e o que ficaram eufóricos. Vamos ver se dá pra bater a marca de dez reviews.
*defesa de oito duplo: o goleiro contorna os três aros do gol rapidamente.
*dupla defesa de batedores: os dois rebatem o balaço ao mesmo tempo
*finta: fingir que avista o pomo para distrair o apanhador adversário.
*formação de ataque cabeça de falcão: tres artilheiros voam em direção ao gol uma formação em V que tem como objetivo intimidar o time adversário.



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 Uma multidão de alunos gritando como louca. O time do século. Minha arqui-rival.

  Esses eram os ingredientes perfeitos para uma partida emocionante.

  Demelza, Cátia e Dino eram os artilheiros mais entrosados que eu já tinha visto, considerando o pouco tempo que estavam trabalhando juntos. Enquanto eu os observava pelo campo, eles roubavam a goles, faziam passes espetaculares e marcavam gols seguidos de mais gols. Graças a eles, a Grifinória arrasava no placar: trezentos e dez a noventa.

  Rony também era responsável direto pela diferença: ele jogava como ninguém. Suas defesas eram simplesmente sensacionais, e a torcida enlouqueceu quando ele defendeu uma penalidade cobrada por Davi Bace com um oito duplo. Se Rony tinha uma partida para se orgulhar, era aquela.

  E Peakes e Coote. Eu caía na gargalhada de ver como eles estavam jogando. A cada vez que acertavam alguém, contavam um ponto. A discussão foi furiosa e hilária quando eles conseguiram fazer uma dupla defesa de batedores e não conseguiam chegar num acordo sobre quem merecia o ponto. Também foi impagável o olhar de "se prepara para apanhar" que Peakes lançou para o artilheiro da Corvinal, Martin Yates, que tinha colidido com Demelza de propósito, antes de acertar com incrível precisão um balaço no ombro do alvo.

  Era justamente por isso que eu me sentia tão inútil ali em cima. O time jogava espetacularmente, e tudo o que eu podia fazer era brincar um pouco com Chang - ela caiu em todas as minhas fintas. E, na maioria do tempo, continuava a observar o jogo.

  Se a Grifinória queria a Taça, o placar estava bem favorável: quatrocentos e dez a cento e trinta era um quase muito próximo e Cátia, Demelza e Dino faziam por merecer os gritos da multidão abaixo deles. Mas a Corvinal não era idiota e seus artilheiros e batedores começaram a ir para cima, impedindo que os três sequer chegassem ao goleiro.

  Resolvi ajudar.

  _ Cátia! - ela olhou em resposta. Gritei ainda mais alto. - Formação de ataque cabeça de falcão!

  Ela acenou e fez um gesto para Dino e Demelza, que prontamente aceitaram a ideia. Demelza roubou a bola de Bace e atirou-a para Cátia, que já estava em seu lugar no centro da formação. Dessa vez, ninguém podia impedi-los: eles marcaram três vezes com a manobra, o que fez a torcida urrar de alegria.

  Quatrocentos e quarenta a cento e trinta. Aquela era a minha deixa.

  Chang fazia questão de ser uma pedra no sapato. Ela me bloqueava, me rodeava e me impedia de procurar o pomo. E o pior: ela realmente achava que isso iria funcionar.

  Harry já tinha jogado com ela antes e já tinha passado o tutorial: "ela adora bloquear, vive na defensiva e faz isso muito bem. O único jeito de procurar o pomo é driblando a defesa dela". Pelo que ele tinha me contado e pelo que eu tinha visto, Chang só se preocupava com a defesa: nem uma vez ela abandonou sua posição e saiu à caça do pomo. Estava sempre ali, me vigiando, o que a impedia de jogar direito. Era só passar pela defesa sem se preocupar com o ataque. Analisei-a, tentando achar um jeito de furar seu bloqueio. Foi quando eu vi.

  Chang estava tão preocupada em me deter que não percebeu o pomo pairando acima de seu ombro esquerdo.

  Eu tinha poucos segundos para resolver. Não podia partir para cima dela. Não podia distraí-la por muito tempo, ou eu perderia a bolinha dourada. Então decidi usar a tática mais absurda que eu já tinha criado.

  Fiz cara de pavor.

  _ Chang, olha! - e apontei para a esquerda, a direita dela. 

  Antes mesmo dela obedecer ao impulso de virar a cabeça eu já voava na direção do pomo. Ela caiu no truque exatamente como eu queria, e quando deu por si já era tarde.

  _ Muito engraçado, Weasley, eu...

  Ela soltou um grito e saiu do caminho do meu braço que descia em alta velocidade impelido pela vontade da Taça. O que se seguiu foi a cena mais engraçada que já tinha visto.

  Meus dedos se fecharam sobre a bolinha literalmente debaixo do nariz de Cho Chang.

  Ela devia me achar louca, e não era a única.

  A multidão de alunos se levantou e disparou a berrar. Mas, ao contrário de Chang, eles tinham achado a jogada genial. Eu só podia ouvir, porque todo o time pulou em cima de mim num abraço coletivo antes mesmo que eu chegasse ao chão. A emoção era tanta que eu me juntei aos gritos deles.

  _ Vencemos! A Taça é nossa! Viva a Grifinória!

  A alegria que tomou conta de todos quando Rony subiu no pódio para receber a Taça de Quadribol de uma eufórica professora McGonagall era tamanha que não cabia mais naquele estádio. Mas com certeza iria caber num lugar menor e mais bagunçado, onde todo mundo aproveitaria para festejar.

  Foi com esse pensamento que todos saímos dali cantando e gritando rumo à sala comunal.

   ******************************************************

  A festa tinha jeito de que duraria a noite inteira. E, é claro, ninguém ligava.

  A comida nunca acabava: alguém sem dúvida estava indo até a cozinha a cada hora e pegando os pratos, cada um melhor que o outro. A euforia de ganhar a Taça de Quadribol era gigante para todo mundo, e o que tinha de Gemialidades Weasley por ali era suficiente para garantir que todo mundo se divertisse por uma semana. Parecia que a comemoração ia durar para sempre.

  Uma nova rodada de vivas saudava alguém que chegava, e pela intensidade sem dúvida era Harry. Ele parecia não acreditar em nada do que via enquanto Rony gritava e sacudia a Taça.

  _ Vencemos! Vencemos! Quatrocentos e cinquenta a cento e quarenta! Vencemos!

  Harry abriu um sorriso que varreu tudo o que era racional da minha mente. Nunca tinha sentido medo, mas ele estava ali, me impedindo de falar. Parecia tudo tão certo, tão possível, que simplesmente agi por impulso. Eu já não estava mais no controle enquanto corria até ele sem vontade de parar. O olhar em meu rosto era tão intenso que poderia incendiar a sala inteira.

  Minha corrida foi interrompida quando Harry me tomou nos braços e me beijou como ninguém nunca tinha feito; não existia mais lugar, tempo ou pessoas ali. Era de Harry, e só dele, que eu precisava. Não havia mais tempo ou mesmo razão para mentir: eu o amava, acima de tudo, e sentir que ele correspondia com todo o amor do mundo foi a realização do meu melhor sonho.

  Não fazia ideia de quanto tempo levamos nos beijando, mas quando nos separamos a sala estava em perfeito silêncio. Ouvi Dino quebrar um copo e vi o olhar de ódio de uma garota para mim. Decidi ignorá-la e acompanhei o olhar de Harry, que caía direto em Rony. Eu não ligava a mínima para ele e sua implicância, mas Harry se recusava a fazer qualquer coisa que pusesse em risco a amizade dos dois.

  E, para a minha surpresa, Rony, com uma Hermione radiante do lado, meio que acenou com a cabeça, como se dissesse "vai lá, então, já que eu não posso fazer nada".

  Harry, seus olhos verdes brilhando como o mar em dia de sol, abriu o sorriso que eu tanto adorava e, ao invés de me puxar, simplesmente me indicou a porta do retrato. Puxa vida, ele estava me convidando para um passeio?

  Eu preferia mil vezes descobrir a resposta por mim mesma.   


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam dos reviews. Muitos!