Quando Ela Conta a História escrita por Hidden M


Capítulo 7
Preparativos




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  Comecei fazendo um olhar meio apavorado. Fiquei voando para cima e para baixo umas dez vezes, e do nada arregalei os olhos. Fingi tremer e me joguei para um lado, deixando casualmente o pé para o outro lado. Fiz parecer que a goles tinha batido ali e desviado, e desmanchei minha expressão em uma bem idiota com um sorriso de alívio.

  O time inteiro estava às gargalhadas. Até Hermione ria das arquibancadas. Só Rony não achava graça. Pousei ao lado dele.

  _ Qual é o problema? Foi só uma imitação!

  Sua expressão não melhorou. Resolvi entrar no jogo.

  _ OK. Curte essa.

  Tornei a subir e arranquei o bastão de Peakes. Fingi que mostrava alguma coisa para ele. Larguei o bastão de repente, dei a volta no campo e parei de frente para ele de novo, falando com uma pessoa invisível.

  _ Mas o que você está fazendo, McLaggen, seu idiota? Você tem algum problema de visão?

  Mais risadas explodiram atrás de mim. O hipócrita do Rony agora rolava de rir no chão, e Harry ria também, o que mostrava que Rony era um verdadeiro idiota de se chatear com uma imitação só porque se referia a ele. Agora sim, o treino valia a pena. Harry era um ótimo capitão, mas, sem mim, seus treinos eram completamente caretas.

  Já que Rony e Cátia estavam de volta e bem, tudo que acontecia era motivo de riso. Por isso, eu não podia perder a oportunidade de fazer graça. Fred e Jorge me deserdariam sem nem hesitar. 

  E Harry já não parecia um sonho tão distante. Eu estava verdadeiramente feliz por me livrar do Dino, que não me valorizava como eu era, mesmo porque bancar a sofredora definitivamente não combinava comigo. Por isso, não me sentia culpada em voltar a ficar próxima de Harry. Ele estava sempre ali, rindo de minhas brincadeiras nos treinos, voltando deles comigo. Obviamente, Rony sempre estava junto, e eu o conhecia bem para saber que não poderia haver conversa civilizada a respeito, mesmo sendo o Harry. Mas, sinceramente, eu não ligava para o Rony.

  Hermione, sim, agia de um jeito estranho: exatamente quando eu achava que ela iria me passar um sermão daqueles sobre o fim do namoro com Dino, a aproximação de Harry, e blablablá, ela simplesmente parou de me perseguir. Ela nunca faltava a nenhum treino de quadribol, e de vez em quando eu pegava, de relance, um olhar presunçoso. Às vezes eu me perguntava se aquele olhar era para mim ou para Harry. Mas, novamente, eu não ligava.

  Já que dava tão certo, parecia que tudo ao meu redor era só alegria e cor. A partida final se aproximava, e tudo em que eu podia pensar era na sensação de realização estampada na alma de cada aluno da Grifinória quando o time conquistasse a Taça de Quadribol pelo segundo ano seguido. As comemorações durariam para todo o sempre. Ou, pelo menos, pelo tempo que a professora McGonagall deixasse.

      ***************************************************

  Aquele jeito de pensar me ajudou muito. Não podíamos perder desta vez, não desta vez, e fiz questão de garantir pessoalmente que o nervosismo pré-jogo não afetasse ninguém. Mas era só um empurrãozinho a mais: a falta de problemas incentivava cada vez mais os jogadores da Grifinória, que nunca tinham voado melhor. Poderíamos ganhar cem partidas sem essa ajuda. Mesmo assim, eu fazia de tudo para não deixá-los desanimar.

  Eu me sentia tão responsável pelo time quanto Harry. Não podia ver alguém com problemas sem tentar ajudar, não podia ter alguém atrasado sem saber a razão. Quadribol era o que eu mais gostava no mundo, desde a época em que eu tinha que arrombar o armário onde guardavam vassouras para jogar escondido, já que Fred e Jorge se recusavam a me deixar jogar com eles. Era bom voar, era bom fazer parte de uma equipe, e era bom tomar conta dela. Lá no fundo, eu sabia que Harry contava comigo. Era como se nós dois fôssemos responsáveis pela mesma família. 

  _ Ei, Gina - chamou Rony, me assustando. Ele parecia envergonhado e decidido. Boa coisa não era. - Você não está... hum... saindo com outros caras depois do Dino... está?

  Caramba. Ele era pior que meu pai.

  _ Rony, me deixa em paz. E - completei quando ele abriu a boca para protestar. - isso não é da sua conta. Por que você voltou a se comportar como um garotinho de doze anos? Já está sentindo falta da sua Lee-lá?  

  Ele olhou para a ponta esquerda da mesa. Quando encontrou o olhar de Lilá, Rony desviou o rosto imediatamente. A dez cadeiras de distância, Hermione escutava escondida atrás de Uma visão detalhada sobre a caça às bruxas do século XVIII. Eu podia jurar que ela estava rindo.

  Com as proximidades da Grande Final, as típicas esquisitices do clima pré-jogo foram surgindo. A enfermaria estava lotada com casos esquisitos: pessoas com membros a mais, risadas histéricas à menção das palavras pratos limpos, imitações de manticore a cada batida do relógio, furúnculos na... bem, já deu para entender.

 A tensão dava origem a provocações de todo o tipo, como canções grosseiras cantadas pelos estudantes quando os jogadores passavam. Era expressamente proibido duelar no corredor, mas toda brincadeira era ofensa mortal e resultava em azarações das mais estranhas. As pessoas reagiam àquilo de maneiras diferentes: enquanto uns aproveitavam a ocasião para se exibir, outros usavam o intervalo das aulas para vomitar no banheiro. Era nojento.

  Talvez por nervosismo, Harry estava tão estranho quanto Hermione. Estava escrito em cada linha do seu rosto que ele queria a vitória acima de tudo, mas também era visível que alguma coisa o distraía. Duas vezes eu o peguei me olhando desse mesmo jeito antes que ele desviasse rapidamente os olhos. Meu coração disparava todas as vezes que ele fazia isso, apesar de eu tentar disfarçar. Mas, mesmo supondo que eu fosse parte do motivo - e eu queria fervorosamente que fosse -, não era difícil adivinhar quem estava por trás do restante dessa distração. Por alguma razão, Harry ainda queria saber o que Malfoy andava fazendo.

  Confesso que, de tanta determinação, eu também fiquei curiosa. Mas não era hora de se preocupar com aquilo. Harry, eu e todo o time devíamos pensar nos treinos acima de tudo. Principalmente Harry. Nada, absolutamente nada, podia acontecer ao capitão da Grifinória antes do jogo. Principalmente porque era o Harry. Ele tinha uma tendência natural a arrumar encrenca, e aquilo não seria nada, nada bom.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora, problemas no PC.
Agradecimentos a JackieLima, baduarte e, novamente, a Clarawirda, minha leitora favorita, pelos reviews. É por vocês que escrevo.