Quando Ela Conta a História escrita por Hidden M


Capítulo 12
A Marca Negra


Notas iniciais do capítulo

Repostando porque o Nyah desconfigurou tudo --'



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Estávamos cercados. Não tinha como vencermos; eram Comensais demais. Malfoy sabia disso, e sorria presunçoso. Podíamos lutar a noite inteira e não derrotaríamos metade.

Eu sabia que Rony e Neville pensavam a mesma coisa. Tonks começou a murmurar; parecia revisar todos os feitiços que conhecia, até que Lupin segurou seu pulso e lhe lançou um olhar de impaciência. Tonks não se dava conta da ótima bruxa que era. O problema era que os Comensais da Morte não iriam esperar sua auto-estima voltar ao lugar.

Empunhei a varinha e os outros fizeram o mesmo. Não importavam as nossas chances; nos render estava fora de cogitação.

Mas não foram os Comensais que atacaram primeiro. Nem nós cinco.

_ Estupefaça! – gritaram duas vozes.

O feitiço conjunto derrubou três dos encapuzados. Rony, Neville e eu nos entreolhamos; Lupin e Tonks se mantiveram sérios e em guarda.

Eles irromperam pelo corredor oposto, Professora McGonagall e Gui. Ver meu irmão me deu uma sensação de conforto que não durou muito. Malfoy empalideceu, mas seus companheiros não. Os Comensais da Morte avançaram em direção aos corredores e desapareceram por eles. A Ordem os perseguiu sem pestanejar; a AD seguiu Rony. Duplas entraram nos corredores e dispararam atrás dos Comensais. Não era difícil rastreá-los; eles gritavam ordens entre si e corriam fazendo barulho. Era só seguir o som.

Tornamos a encontrá-los no pé da escada para a Torre de Astronomia. Estranhamente, a presença dos membros da Ordem parecia irritar os servos de Você-sabe-quem, como se fossem apenas um atraso. Ninguém sabia o que os Comensais pretendiam, mas eles não pareciam dispostos a desistir e nos atacaram ferozmente.  Rony se desdobrava para escapar dos jorros de luz verde de uma mulher. Um Comensal grandalhão apontava a varinha para todos os lados e gargalhava assustadoramente; suas maldições batiam no teto, acertavam os retratos, estilhaçavam as janelas, explodiam as ampulhetas das Casas. Ele se divertia destruindo Hogwarts. Eu adoraria acabar com a brincadeira, mas não pude. Um Comensal encapuzado vinha na minha direção.

Greyback passou correndo por mim e eu desviei; reconheci o cheiro de imediato. Várias maldições foram lançadas quando ele passou, mas nenhuma o acertou. O lobisomem se atirou sobre Gui e meu estômago afundou. Um tal Gibbon tentou correr para a Torre e Neville se colocou em seu caminho. O Comensal reagiu de imediato.

_ Crucio!

Ouvir o garoto sendo torturado foi horrível, mas eu não conseguia nem ao menos chegar lá. Luna acabara de chegar e já estava em apuros; seu adversário se divertia vendo suas pernas dançarem descontroladas. Tentei azarar o idiota, que desviou com um gesto de varinha e apontou-a na minha direção, me atacando com um feitiço não-verbal que desviei por pura sorte – ou melhor, por um sopro da Felix Felicis.

Então eu tive uma idéia que podia dar certo. Ataquei o Comensal de frente, como uma iniciante, e ele abriu um sorriso cínico. A Maldição da Morte já estava preparada, mas antes que ele abrisse a boca eu rolei para o lado e apontei a varinha para Luna.

_ Finite!

Assim que recuperou o controle das pernas, ela tomou o lugar ao meu lado e começou a lançar maldições contra o Comensal da Morte, que ria alucinadamente. Um feitiço passou zunindo por sua orelha e ele virou a cabeça por um segundo. Aproveitei a distração.

_ Estupefaça! – exclamei. Ele foi lançado para trás. Luna e eu corremos na direção contrária, mas o Comensal se levantou furioso e empunhou a varinha. A Felix Felicis sussurrava me avisando do perigo. Olhei para trás e senti um arrepio; a varinha continuava apontada para nós e o Comensal gritava a maldição. 

_ Luna, abaixa! – berrei, puxando-a para o chão. O feitiço passou por cima de nossas cabeças e destruiu o pilar de uma das escadas. Perto dela, o louro que lançava Maldições sem rumo errou Lupin por pouco e atingiu Gibbon, que acabava de descer as escadas da Torre. O Comensal caiu e não tornou a levantar.

_ Obrigada, Gina – disse Luna, sorrindo. Em resposta, abri um sorriso forçado que seria o único que eu daria naquela noite.

_ Agradeça à Felix Felicis, Luna. Sem ela, estaríamos mortas.

_ A poção da sorte? Você a conseguiu?

_ Sim, mas não é hora para falar disso. Protego! – gritei, usando o escudo para repelir uma azaração de impedimento.  – Se abaixe e continue correndo.

De repente, um clarão verde iluminou as janelas. Quatro Comensais da Morte subiram as escadas da Torre de Astronomia e lançaram um feitiço na escada; o restante continuou lutando, inclusive o louro grandalhão. Malfoy tinha desaparecido. Mas não era isso o que mais me preocupava. Corri na direção da luz.

_ Ah, não – falei, deixando os ombros caírem. Minhas entranhas davam voltas.

_ A Marca Negra – confirmou Luna com assombro. – Mas por que os Comensais lançariam a Marca no céu se...

_ Quem morreu foi um deles? Boa pergunta – completei. Pensei em Gui, sob as garras de Greyback. - Afinal, o que os Comensais vieram fazer aqui?

Um grito irrompeu do meio da batalha; Lupin tinha sido lançado no ar ao tentar atravessar a barreira criada pelo último Comensal da Morte. Neville também estava no chão. Entrei no meio da batalha para tentar impedir que mais Comensais fugissem, o medo ficando para trás e dando lugar à adrenalina. Eu estava devendo uma a Harry pela Felix Felicis.

Harry. O pensamento me deixou apreensiva. O que estaria acontecendo com ele? Onde ele estava? E por que demorava tanto?

Um encontrão me tirou dos devaneios. Segurei a garota antes que ela caísse no chão. Foi quando reconheci o rosto.

_ Hermione! Onde é que você estava?

_ Eu... eu estava na Sala do Prof. Flitwick – ela disse com a voz trêmula, apontando para o corredor à direita. Ele tinha um grande hematoma na testa, mas parecia disposto e duelava com um dos Comensais. – Pedi a Luna que viesse na frente. Encontrei o Prof. Flitwick desmaiado e tive que pedir...

_ Está bem, fico feliz que esteja O.K. – cortei. – Mas não temos tempo para conversar, é uma batalha! – exclamei. Ela assentiu e apontou a varinha para um Comensal que tentava subir a escada, e, sem pronunciar uma única palavra, o derrubou no chão.

_ Muito bem, Hermione! – gritei. Vi Snape correr escada acima atrás dos mantos negros, ultrapassando o escudo ninguém sabe como, mas não tive tempo de achar uma explicação. O familiar arrepio percorreu meu corpo, e Hermione e eu nos abaixamos ao mesmo tempo. Era o louro grandalhão outra vez. Ergui a varinha, mas não pude atacá-lo; dois Comensais vinham em nossa direção. Um deles atirou Hermione contra a parede com o Feitiço para Desarmar, e ela revidou, outra vez em silêncio, e o Comensal começou a parecer confuso; Hermione aproveitou a chance para correr até Luna, que se esquivava com dificuldade.

Um arrepio me passou pelas costas e eu desviei para a direita enquanto um jato de luz verde passava a centímetros do meu braço. Ouvi uma gargalhada e me virei, para escapar por pouco de outro feitiço. O Comensal à minha frente gargalhou e desapareceu sob a poeira que cobria a escada.

O Comensal louro também ria ao destruir a escola. Uma de suas maldições ricocheteou nas paredes e acertou o teto, fazendo-o desabar sobre a escada. Os destroços romperam a barreira que bloqueava a passagem e Lupin correu para lá. Vi Snape e Malfoy saírem do meio da nuvem de poeira; o professor gritou algo que não consegui ouvir. O Comensal que duelava comigo desapareceu atrás deles. Um dos que desciam a escada vinha em minha direção e eu o azarei. Ele desviou com um aceno da varinha e se virou para mim com uma risada sem humor.

_ Então você quer brincar – ele disse sarcástico. – Garanto que não vai gostar do meu jogo.

A Felix Felicis me protegia, mas eu não sabia até quando poderia evitar as maldições. Ele atacava tão rápido que eu não tinha tempo sequer de erguer a varinha. Comecei a desviar.

_ Crucio... Crucio... Você não pode dançar para sempre, lindinha...

No segundo exato em que eu iria me defender alguém passou por mim.

_ Impedimenta! – gritou a voz. Era a que eu mais queria e menos esperava ouvir.

_ Harry, de onde é que você veio?

Ele não me respondeu; apenas saiu em disparada. Parecia desesperado e sem controle algum. Tive um pressentimento horrível; onde estava o Professor Dumbledore? Sacudi a cabeça para afastar o pensamento e, rezando para que o restante de Felix me protegesse, corri atrás de Harry rumo aos jardins do castelo.


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