Quando Ela Conta a História escrita por Hidden M


Capítulo 11
Felix Felicis


Notas iniciais do capítulo

Devo desculpas a cada uma de vocês. Agradeço a cada uma das garotas que me mandaram reviews pedindo a continuação da fic (principalmente a narinha). Por vocês, só por vocês, aqui vai. Um beijo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/84440/chapter/11

  _ Então, é isso - falei olhando pensativa para a janela. - Temos uma patrulha pela frente.

  Hermione confirmou com um aceno de cabeça.

  _ Eu ainda não acredito que alguém possa invadir Hogwarts, mas Harry me fez prometer reunir a AD e reforçar as defesas do castelo.

  _ E faz muito bem - afirmei. Ela se virou para me encarar, surpresa. - Ah, Hermione, por favor, quantas vezes Harry já mostrou estar certo e você errada? Se ele acha que devemos proteger a escola, vamos protegê-la.

  Ela abriu a boca para protestar, mas Rony a interrompeu.

  _ E então, o que vamos fazer?

  Não resisti à ironia.

  _ Depois de tudo o que já conversamos, você ainda tem dúvida? Hermione, convoque a AD com as moedas. Você, Rony, vá buscar o Mapa do Maroto. E me encontrem aqui quando voltarem.

  Rony me olhou intrigado.

  _ E o que você vai fazer?

  Abri um sorriso malicioso.

  _ Alguém tem que cuidar das armas.

  Ele assentiu, mas não se mexeu. Tampouco Hermione.

  Eu nunca tive muita paciência, mas mesmo aquilo era demais.

  _ Ei! É uma invasão! Se ficarmos aqui parados as coisas não vão se resolver sozinhas.

  Eles se entreolharam.

  _ Tem mais uma coisa, Gina - disse Rony, enquanto Hermione remexia as almofadas e retirava de lá um embrulho pequeno. Pareciam... meias. - Harry deixou isso para nós.

  Hermione me passou as meias e eu desembrulhei um frasco de vidro.

  Olhei intrigada para o líquido dourado. Arregalei os olhos quando me lembrei.

  _ Essa é...

  _ A Felix Felicis - completou Hermione. - Sorte líquida.

  Senti algo me consumindo por dentro.

  _ Mas Harry... era Harry quem devia ter tomado, não nós! E se ele tiver problemas? Onde é que ele estava com a cabeça quando resolveu ir para sei lá que lugar onde ele pode morrer mesmo estando com o professor Dumbledore sem proteção nenhuma?

  O desespero tomava conta de mim. Minha voz já não era nada além de um sussurro de pânico.

  Como ele pôde fazer isso comigo?

  Rony encarava o chão. Hermione devolvia meu olhar com pena. 

  _ Tentamos convencê-lo. Mas você conhece Harry tão bem quanto nós - lembrou ela, fazendo uma careta. - Ele ficou irredutível e não houve jeito de fazer com que ele mudasse de ideia. 

  A piedade estampada nos olhos dela me irritava muito. Ótimo, se Harry queria mesmo morrer, ele que fizesse o que devia fazer. Mas eu não podia ficar ali me torturando com aquilo. Precisava tomar uma atitude.

  Respirei fundo, tentando afastar o pânico. Eu tinha que fazer aquilo. Ninguém mais poderia.

  _ Tomem logo a poção. Vamos dividi-la para nós três. Se vai mesmo haver uma luta, temos que estar preparados.   

  Eles assentiram. Hermione tirou a tampa do frasco e bebeu, depois o passou a Rony, que me entregou o restante da Sorte que tínhamos. Na melhor das hipóteses, o efeito duraria três horas. Seria suficiente para a batalha.

  Rony saiu da sala imediatamente e rumou-se ao dormitório, onde estava escondido o Mapa. Hermione correu escada acima em busca das moedas e eu subi lentamente para o dormitório, cheia de expectativa. Agora, mais do que nunca, os presentinhos de Fred e Jorge viriam a calhar.

                              **********************************************

  Em dez minutos a operação estava pronta. Rony afirmava categoricamente que não encontrava Malfoy em lugar nenhum, o que obviamente levava à Sala Precisa. Me ofereci para ir junto, e Hermione também, mas Rony a impediu. Disse que era perigoso demais.

  _ Ah, é? _ ela exclamou, indignada. – E por que Gina pode ir e eu não?

  _ Porque há muito tempo o meu controle sobre a Gina desapareceu. E nem adianta vir com essa – interpelou ele, quando Hermione ia reclamar. – Você não vai e pronto. Alguém tem que vigiar a sala do Snape. – lembrou ele.

  Foi a pior desculpa que eu já tinha ouvido, mas não havia tempo para discussão.

  _ Hermione, dê razão ao Rony pelo menos uma vez. Você vai liderar o grupo que vigiará Snape. Quem já respondeu às mensagens?

  Sua expressão passou de irritação para desânimo.

  _ Só Luna e Neville.

  Assenti. Não podia me deixar abater.

  _ É suficiente - falei, implorando silenciosamente para que fosse verdade. - Leve Luna com você, ela vai adorar ajudar. Eu e Rony ficaremos com Neville.

  Ela confirmou com a cabeça, um tanto abatida, e saiu pelo buraco do retrato.

  Virei para encarar Rony. Não disse uma palavra.

  _ Que foi? – perguntou.

  Sacudi a cabeça duas vezes.

  _ Qual é a sua, hein, Rony? Que ideia foi essa de tirar a Mione da jogada?

  Ele fechou a cara.

  _ Só não queria que ela tivesse problemas se algo acontecer.

  Revirei os olhos de descrença.

  _ Pra cima de mim, Ronald? Hermione é perfeitamente capaz de se defender sozinha. Até hoje, ela só teve dificuldade com o Patrono.

  Ele virou a cara e não disse mais nada.

          *********************************************************

  Encontramos Luna e Neville no saguão. Ele parecia nervoso, mas Luna tinha a mesma expressão aérea de sempre. Eu a admirava por isso.

  _ Então – disse Neville, nos encarando. – Onde está o resto da AD?

  _ Em suas casas – suspirou Hermione, meio amargurada. – Somos só nós, por nossa conta.

  _ Tudo bem – disse Luna. – O que vamos fazer?

  _ Bom – respondeu Rony, apreensivo. – A líder aqui é Gina.

  _ Não – neguei veementemente. – Não foi a mim que Harry confiou essa missão. Essa responsabilidade é sua, Rony, e sua, Mione. – completei, virando-me para ela.

  Os dois abriram a boca para protestar, mas eu os impedi.

  _ Ficar aqui discutindo é perda de tempo. Vamos logo.

  Rony olhou para mim em pânico, mas logo recobrou a compostura.

  _ Então, é isso. Luna, você vai com Hermione montar guarda na sala de Snape. Neville, você vem conosco para a Sala Precisa.

  Eles concordaram com a cabeça. Luna e Hermione correram para as masmorras enquanto nós seguimos para o sétimo andar. Tentamos de todas as maneiras entrar na Sala, mas, ao que parecia, havia alguém lá.

  _ É o Malfoy – afirmei convicta. – Ele e seu plano secreto.

  _ Pode não ser ele, Gina – discordou Rony, firme.

  _ Pode não ser, mas pode ser, Rony – eu retruquei, impaciente. – Pare de se comportar feito a Hermione e olhe no Mapa do Maroto.

  Ele amarrou a cara, mas fez o que eu pedi.

  _ Nada – concluiu ele após vinte minutos. Afinal, Hogwarts era enorme. - O Malfoy não está em lugar nenhum do castelo.

  _ Ah, está, sim – falei com ferocidade. – Está bem na nossa frente.

  Encarei a parede com raiva. Agora eu sabia como Harry se sentia inútil ao ficar ali esperando sem poder fazer nada. Hermione tinha razão; nem mesmo a Felix Felicis podia contra a magia da Sala.

   Estávamos ali havia mais de uma hora quando finalmente ouvi um ruído. Rony, Neville e eu nos levantamos imediatamente e ficamos imóveis, as varinhas na mão, esperando.

  E então Malfoy abriu a porta da Sala.

              *****************************************************

  Ele parecia estar nos esperando. Tinha a Mão da Glória na mão direita e alguma coisa escura na esquerda. Assim que encarou Rony, Neville e eu, Malfoy sorriu maliciosamente e lançou a coisa no ar.

  Rony xingou alto quando as luzes se apagaram.

  _ Lumus! – ouvi a voz de Neville gritar.

  Nada aconteceu. Apontei minha varinha para o alto.

  _ Incêndio!

  Nada também. Praguejei.

  _ Mas o que está acontecendo? – perguntou Neville, atordoado.

  _ Pó Escurecedor Instantâneo do Peru – respondeu Rony, sombrio. – De Fred e Jorge. Como foi que eu não percebi?

  _ Eu devia ter estuporado aquele idiota quando ele pôs a cabeça para fora da Sala – resmunguei entre dentes.

  _ Parem, vocês dois – pediu Neville. – Os Comensais não devem estar muito longe; ainda podemos ir atrás deles.

  _ Tem razão, Neville – disse Rony, conformado. – Vamos logo caçar Comensais. Onde é que vocês estão?

  Como nenhum de nós sabia, seguimos um ao outro pela voz. Rony nos disse para andar com a mão na parede até que a escuridão se dissipasse. Tentamos Lumus novamente para poder usar o Mapa como guia, mas nada dava certo.

  Rony virou um corredor à direita e de repente tudo estava claro. Soltei a mão de Neville e corri para o Mapa do Maroto. Os nomes não deixavam dúvida: Walden Macnair, Amico e Aleto Carrow, Bellatrix Lestrange. Neville trincou os dentes.

  _ Greyback... – murmurou Rony. – Ele também se juntou a eles – ele sacudiu a cabeça, desanimado.

  _ Vai ser uma noite de horrores – concordou Neville.

  _ Talvez ainda dê tempo de pegá-los – tentei encorajar. – Vamos, Rony, você é o líder.

  _ Grande porcaria – resmungou ele, abatido. – Mesmo que a gente consiga, nunca vamos poder derrotá-los numa batalha.

  _ Temos que ir atrás deles – disse Neville. Havia uma determinação febril em seu rosto. – Não podemos desistir agora, Rony.

  _ Vamos logo – eu disse, puxando-o pelo braço. – Anda, Rony! – exclamei ao ver que ele não se mexia.

  Começamos a correr. Não tinha idéia de quanto tempo tinha se passado desde que tínhamos tomado a poção da sorte, e tudo o que eu podia fazer era esperar que o efeito não passasse antes que tudo se resolvesse.

  Viramos um corredor e eu trombei violentamente em Tonks. Estava tão preocupada com a duração da Felix Felicis não via para onde ia.

  _ Desculpe, Tonks – disse, ajudando-a a levantar. – Não queria te derrubar.

  _ Tudo bem. E aí, Rony, Neville?

  Eles acenaram.

  _ Escuta, Tonks, a Ordem da Fênix está aqui? Porque os Comensais...

 Eu me interrompi. Tinha ouvido passos.

  _ Mas quem...

  Lupin irrompeu pelo corredor com a varinha em punho.

  _ Ninfadora! Atacaram você?  

  Vi Tonks fazer uma careta. Ela detestava ser chamada de Ninfadora.

  _ Não, Remo. São Neville, Gina e Rony.

  Ele pareceu surpreso em nos ver.

  _ O que vocês estão fazendo fora de suas camas a essa hora?

  _ Professor Lupin, escute – pediu Neville, nervoso. – Há Comensais da Morte no castelo.

  _ Comensais? Como? – perguntou Lupin. Ele estava entre incrédulo e apavorado.

  _ Não sabemos, eles entraram pela Sala Precisa – eu disse. 

  Lupin olhou atordoado para Tonks.

  _ Então Dumbledore...

  _ É, Remo, tinha razão. Mas não temos tempo! Eles estão fugindo!

  Lupin sacudiu a cabeça.

  _ Muito bem. Ninfadora, encontre...

  _ Não me chame de Ninfadora.

  _ Tudo bem, Tonks – ele revirou os olhos. – Encontre Minerva e Filio e traga-os para... Onde estão os Comensais da Morte? – Lupin perguntou, virando-se para nós três.

  Rony abriu o Mapa.

  _ Ala Norte – disse ele. – A caminho da Torre de Astronomia.

  _ Tonks, leve-os para lá – disse ele, eficiente. – Eu, Neville, Rony e Gina iremos na frente. 

  Tonks assentiu.

  _ Expecto patronum!

  Um quadrúpede prateado saiu da varinha dela. Mesmo a pouca distancia, não pude identificar o animal.

  _ Eles virão em minutos – disse ela, séria. – Vamos logo.

  Saímos em disparada, cortando caminho pelos corredores que Rony nos indicava. Depois de mais de vinte minutos, ao dobrar um canto, Lupin sacou a varinha e fez um gesto rápido. Ouviu-se um baque e um Comensal caiu inconsciente.

  _ Preparem-se – avisou ele. – Eles estão vindo.

  Ficamos em silêncio. Tudo o que ouvíamos era o som de cinco pessoas respirando. De repente, um grito cortou o ar.

  _ Pegaram Gibbon!

  Empunhamos as varinhas quando o barulho de gente correndo tornou-se mais alto. Os Comensais da Morte irromperam dos corredores, as varinhas apontadas para nós.

  A batalha começara.

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!