- Já passou pela sua mente que seus pais podem ter se transformado nisso também?

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Seth

Lena olhou espantada para Sam. Com certeza isso não seria nada bom, não sei o que íamos fazer com essa situação, quero dizer, como lobos.

- Você acha que isso é possível? - Lena perguntou ao Sam.

- Não sei. - ele estava serio, preocupado. - Espero que não.

Sei que Sam não ia gostar se sua família se transformasse nisso. Ele não ficaria bem.

- Eu ia querer. - ela admitiu depois de um breve silêncio. - Ia querer, se essa for a única maneira te-los de volta. - ela explicou. Sam juntou as sobrancelhas.

- Não serão eles, Lena. Não mais. - ele falou. Dava para sentir o desconforto de Sam ao dizer isso a ela.

- Não me importo. - Lena falou.

- Você não sabe o que diz. - Sam estava tentando não se irritar. Mas não a Lena.

- Claro que eu sei. - ela falou alto, cruzando os braços em volta do travesseiro. - Não lembro de ter ligado quando descobri sobre vocês, por que ligaria com eles?

- Não nos compare com aqueles parasitas! - faltou pouco para Sam gritar. Encostei na perna de Lena, para ela se acalmar. Não queria ver eles discutirem.

- Eu entendo que você não goste de alguns, mas nem todos são maus. Muitos não tiveram escolhas, como vocês. - ela falou.

Lena não entendia o que era ser um lobo. Eles são nossos inimigos naturais, as vezes, atacar chega a ser mais forte do que a gente, não controlamos, e nem queremos. A única duvida nesse momento, é se essa força levaria Sam atacar sua própria família, mesmo não sendo totalmente eles.

Lena

Os dias estavam passando rápido demais. Quero dizer, não tão rápido. Eu ainda continuava trancada em casa, sem ir ao colégio, por causa desse machucado estúpido. A grande ideia que tive em ir ver Juan logo depois que saí do hospital, fez com que meu machucado inflamasse, ficou horrível. E para piorar, Sam decidiu colocar os rapazes para me vigiarem. Escapei da discussão mais seria naquela noite, mas a troco de quê? Agora sou vigiada 24h por dia. Isso estava me aborrecendo. Preferia mil vezes uma bronca do que isso. Sam confiscou até meu celular para eu não falar com Juan, claro, depois uma breve sermão sobre o quanto Juan é perigoso. Me magoei ao ver que Seth não ficou ao meu lado, era difícil deles entenderem que o Juan era legal e que nunca me faria mal? Pelo menos era divertido, algumas vezes, sair de casa com um deles por perto. Os rapazes eram engraçados. Leah era a que mais ficava comigo, depois de Seth, claro. Eu tentava subornar, constantemente, Embry e Quil para que eles me deixassem sair sozinha, mas nada deles caírem na minha. Não gostava muito de sair com Paul ou Jared, não que eles não fossem legais, eles eram, e muito. Mas também eram os que mais levavam a serio isso de babá, não podia fazer muita coisa com eles por perto. Quem eu gostava mesmo de sair era com Jake e Matt. Matt e eu íamos para a praia e ficávamos compondo algumas músicas, era fácil compor com ele, Matt era muito bom nisso. E Tinha o Jake, ele ficava comigo, normalmente, na parte da manhã quando Sam não podia. Ele me levava para sua oficina, era legal, principalmente quando Quil e Embry se juntavam a nós. Difícil saber quem era o mais criança dos três. Aprendi várias coisas sobre motos com Jake, e de quebra consegui pilotar a moto dele, foi ótimo. Pensando bem, essa semana não foi tão sofrida assim, principalmente quando Seth estava comigo, era perfeito. Mas eu queria ter minha liberdade, todos eles tinham, por que eu não?

- Sam, isso não é justo, me libera deles. - essa já era a terceira vez, esse dia, que eu o importunava com isso. - Por favor. - eu estava andando atrás dele pela casa.

- O que você quer fazer que eles não podem está por perto?

- Ir no banheiro. Quil quase entrou no banheiro comigo uma vez. - inventei. Ele levantou uma de suas sobrancelhas.

- Vou falar com ele não fazer mais isso. - Sam disse prendendo o riso. - Não creio que você consiga passar pelo basculhante do banheiro. - ele disse me dando as costas.

- Isso é um desafio? - coloquei as mão na cintura. Ele parou de andar e virou lentamente, para me olhar.

- Não vou te tirar de lá se ficar presa. - ele avisou antes de voltar a se virar.

- Ah, Sam, por favor. - voltei a pedir. Eu sabia que estava sendo chata, mas estava fazendo de propósito. Ele não estava me tratando como criança? Então comecei a agir como uma.

- Lena, você está me aborrecendo. - el avisou, ainda andando até a sala.

- E vou continuar te aborrecendo até você mudar de ideia.

- Onde está Emily? - ele perguntou. Ela sempre o salvava de mim.

- Saiu, somos só nós dois. - avisei.

- Droga. - ele resmungou.

- Ah, por favor, Sam. Estou implorando. Para com isso. - supliquei. Ele espirou fundo antes de se virar para me olhar.

- Tá bem, Lena. Vou tirar os rapazes da sua cola. - ele disse vencido. Eu já ia vibrar quando fui interrompida pela continuação dele. - Mas não todos. Matt e Seth ainda vão ficar com você.

- Ah Sam. - reclamei. Mas não estava tão chateada. Ia ser fácil despista Matt, era só chamar a Tara que ele começava a babar. E Seth... isso não era castigo nenhum. Passar o dia todo com Seth, era ótimo.

- O que tem eu aí? - Seth apareceu na porta.

- Seth! - exclamei feliz. Estava com saudades.

- Ainda bem. Tira essa garota daqui. - Sam pediu. Seth juntou as sobrancelhas e me olhou.

- Continua tentando convencer Sam a te liberar da gente? - ele perguntou se aproximando.

- Sempre, e consegui. - falei sorrindo. Seth olhou para Sam. - Não começa, Seth. Foi um sacrifício convence-lo.

- Não se preocupe, não liberei de todos, você e Matt ainda vão ficar no pé dela. - Sam disse divertido. Seth sorriu.

- Muito engraçado. - ironizei, cruzando os braços. - Estou feita com vocês dois.

Na manhã seguinte...

- Lena! - Dulce veio me abraçar assim que me viu.

- Que bom que voltou para o colégio. Já estávamos pensando que Seth estava te trancando em casa, como prisioneira. - Todd brincou quando Dulce me soltou. Estávamos todos na frente do colégio, eu havia acabado de chegar.

- Posso dizer que Seth pensou nessa possibilidade. - Matt disse sorrindo. Tara estava ao seu lado.

- Você conseguiu fazer os trabalhos? - Dulce perguntou. Ela havia ido me ajudar com os trabalhos. Fiquei essa semana sem ir ao colégio, mas entregava todos os trabalhos que me mandavam.

- Sim, trouxe os últimos. - respondi.

- Preparada para virar o centro das atenções? - Todd perguntou animadamente. Quê?

- Eu disse que já estão sabendo do acidente. - Tara me lembrou.

- É melhor a gente entrar. - Seth falou. Ele ainda não gostava de lembrar disso.

O dia foi completamente louco. Aconteceu exatamente o que Todd disse. Virei o centro das atenções. Até os professores queriam saber o que havia acontecido. Mais o que mais me espantou foi o cinismo da Kylla ao quase me abraçar e dizer que esteve preocupada pensando que eu havia morrido. Deu vontade de vomitar. Dulce disse que ouviu ela dizer, para as amigas, que estava rezando para isso acontecer, o que eu não duvidava. O bom é que a maioria estava realmente preocupada, até mesmo a megera da professora de matemática veio falar comigo, claro, do jeito dela, mas veio. Matt disse para eu aprovei o momento e pedir para ela aumentar minha nota. Eu apenas ri, não estava tão mal assim para ela fazer isso por mim. O dia acabou rápido e normalmente chato, como sempre.

- Tem certeza que tá tudo bem? - Seth perguntou.

- Sim, Seth. Vou para casa sozinha, não se preocupe.

- Eu avisei ao Sam, mas não sei se ele lembra.

- Eu sei ir sozinha, não sou nenhum bebê. Pode deixar, vou chegar bem. - disse. Serio, isso estava me irritando.

- Não fica assim. - ele me abraçou. - Isso já vai acabar. - ele falou.

- Como assim? - me soltei dele. Seth deu de ombros.

- Só posso dizer que conseguimos fazer com que nossa preocupação fosse embora. - ele falou com um leve sorriso.

- Continuo não entendendo.

- Não se preocupe, única coisa que precisa saber é que você vai ser livre logo logo. - ele falou antes de me dar um leve beijo. - Promete que vai direto para casa?

- Prometo. - respondi. Ele sorriu.

- A gente se vê mais tarde?

- Sim. - sorri.

Seth me colocou na moto e esperou eu ir. Tentei não pensar no que ele disse. Não compreendi o que ele queria dizer. Mas deixei para lá, o importante era que essa palhaçada ia acabar. Cheguei em casa e logo entrei, estava com fome.

- Boa tarde, Lena. Como foi a aula? - Emy me cumprimentou. Ela estava sentada a mesa, catando algumas sementes.

- Foi boa, sou a nova atração do colégio. - respondi colocando minha bolça na mesa. Ela riu.

- Imaginei que seria, não temos muita novidades por aqui. Tem certeza que seu acidente foi o acontecimento de La Push. - ela comentou sorrindo.

- Estou com fome, tem alguma coisa para comer? - coloquei a mão na altura do estomago ao senti-lo fazer barulho.

- Não comeu no colégio?

- Comi, mas estou com fome. - respondi indo até a cozinha, mas antes pude ver sua cara de espanto. Não era muito comum eu sentir fome, sempre foi assim. Peguei dos bolinhos, um copo com leite e voltei para sala.

- Tem uma surpresa para você no quarto. - Emy avisou assim que voltei para sala.

- O que é?

- Vai lá vê. - ela sorriu ao dizer. Peguei minha bolça, os bolinhos com leite e fui até lá. Entrei no quarto e logo vi a surpresa.

- Meu celular! - exclamei. Havia um bilhete nele.

Lena

Sei que não entende, mas credite,

gosto disso tanto ou menos que você.

Mas se essa for a única maneira de te manter bem,

é assim que vai ser. Espero que não esteja muito chateada comigo.

Agradeça a Emily, foi ela que te ajudou com a fuga do seu celular.

Mas lembre-se. Não faço por mal, só te pretejo do que não entende.

Sam Uley

Era difícil ficar muito tempo chateada com ele, eu sabia que Sam não fazia por mal, apenas não entendia o que eu tentava mostrar. Peguei meu celular e liguei-o. Tinham várias mensagens, a maioria era de ligações perdidas. Ele devia ter deligado o celular quando tomou de mim. A ultima mensagem que tinha no celular, era do Juan.

HELENA

PRECISAMOS NOS FALAR,

VOU EMBORA DE FORKS,

MAS QUERIA ME DESPEDIR.

SE PUDER, VENHA ME VER.

JUAN BIEHN

Embora de Forks, como assim? Ele não pode ir assim? Para onde ele vai? Não, eu preciso falar com ele. Voltei para sala. O difícil seria convencer Emily de que eu precisava sair.

- Emily, muito obrigada pela ajuda. - deixei minhas coisas no canto e a abracei. - Você é ótima. - falei. Ela retribuiu o abraço sorrindo.

- Não foi nada, Sam já estava indo longe demais com isso.

- Concordo. E sabe com que ele também está indo longe demais? Em me manter presa em La Push. Não é horrível? - essa foi minha melhor atuação. Emily levantou uma de suas sobrancelhas.

- Não vou te ajudar nisso, Lena. - ela logo avisou. Emily era mais esperta que eu pensava. Droga!

- Ah, por favor, Emily. Até os presos tem suas horas de sol. Me deixe dar uma volta, é rápido. - implorei. Ela continuou me olhando. - Por favor.

- Não estou dizendo que vou te ajudar. - ela começou. - Mas para onde você quer ir?

- Até Forks. Queria tomar um sorvete. - menti.

- Aqui também tem sorveteria. - ela me lembrou. Esqueci.

- É, mas a de Forks é a melhor. Tem uns sabores diferentes. - eu estava ficando nervosa. Sempre me embolava quando ficava assim. Emily estava me examinando.

- Promete que vai ser rápido? - ela perguntou depois de um breve silêncio entre nós.

- Claro! - não estava acreditando que estava mentindo para Emy. Ela suspirou.

- Tá bem, Lena. Pode ir. Mas não demore.

- AAhh!! - gritei ao abraça-la. - Obrigada, Emy. Você é demais.

- Sei, sei. Agora vá, antes que Sam volte da Ester.

- Tá. Valeu, Emy. - corri até a porta.

- Não demore! - ouvi ela falar antes de eu fechar a porta.

Subi na moto e saí rápido de lá, antes que Sam ou os outros rapazes aparecessem. Eu me senti um pouco mal por mentir para ela, Emy sempre estava me ajudando. Mas não ia acontecer nada de mais, logo estaria de volta. Diminuí, um pouco, a velocidade quando cheguei em Forks, ainda estava traumatizada pela última vez. Não queria encontrar com Charlie novamente. Senti minha moto um pouco estranha, como se fosse parar. Olhei para o painel.

- Oh, não. - exclamei. A gasolina estava acabando. - Isso só pode ser mentira. - já havia saído de Forks. - O que vou fazer? - foi só eu abrir minha boca que minha moto parou. - Ah, que bom, bela aventureira você é, hein! - ironizei. - O que vou fazer agora? - reclamei. Senti um pingo d'água cair no meu nariz. Não, alguém lá em cima está brincando comigo. Não demorou nem cinco minutos para eu digerir meu primeiro problema, e caiu uma chuva forte. Esse tempo dessa cidadezinha ainda ia me enlouquecer, as noites estavam mais frias que congelador, e os dias estavam mudando de frio para chuvoso, mais rápido que o humor da Leah. Droga! O que vou fazer? Olhei para frente e vi ao longe a casa com grandes janelas. Vou ter que ir até lá. A casa tinha um lugar que eu podia me proteger. Corri até lá, não estava muito longe, mas a chuva estava forte, quase não deu para ver. Mesmo assim, continuei. Subi para a entrada da casa e fiquei encostada na porta. Para piorar, o vento ficou mais forte. Me encolhi no chão, abraçando minhas pernas. Que ótimo! Quando Sam descobrir nunca mais vai me deixar sair de casa, isso se eu tiver sorte. Ouvi um barulho na porta, mas não tive tempo de levantar. A porta se abriu me fazendo cair para trás.

- Oi, posso ajuda-la?

Continua...

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