No capítulo anterior…

            Bella terminou a música em grande estilo, de tantas pessoas que ela poderia olhar, seu olhar a enganou e se direcionou exatamente para onde Edward estava. Ela ficou em silêncio enquanto as pessoas batiam palmas, até mesmo ele, o homem abriu um sorriso magnífico e a moça ficou pensando como um homem tão bonito podia ser tão solitário.

            “Obrigado”, Bella agradeceu e assim encerrou o show.

~* ~

            Após Bella ter encerrado o show correu para seu camarim junto com seus colegas da banda. Estava preocupada com a possibilidade de Edward ver sua filha, e aí sim a coisa iria ficar feia.

            “Vem Carol”, Bella a puxou pelo braço, e correram para o camarim.

            Caroline a seguiu, mas antes de entrarem no camarim um jornalista os parou para pedir uma pequena entrevista.

            “Por favor, só uma pequena entrevista”, disse o homem, Bella fez sinal que não, foi quando Jacob apareceu no corredor tentando desviá-las do jornalista.

            “Por favor”, o homem insistiu, “Quem é este, Isabella? É seu namorado? E essa é sua filha?”

            O homem insistiu tanto que foi impossível entrar no camarim, e quando conseguiram a porta fora aberta com um estrondo.

            “EDWARD?”, Bella e Jake pronunciaram juntos.

            “PAI?”, Caroline perguntou assustada. Edward bufava igual a um touro pronto a atacar a presa, no caso a presa era Bella.

            “Quem te trouxe aqui, Caroline?”, ele perguntou encarando a filha. Ela engoliu em seco e apontou para Jake.

            “O Jacob”

            Edward desviou o olhar para o amigo, “Como assim você a trouxe?”

            Jacob respirou fundo, “Olha, é que...”

            “Edward, foi culpa minha. Ela queria tanto vir que fiquei com dó...”, Bella o interrompeu, “Já estávamos levando-a embora”

            O homem respirou fundo.

            “Irmão, eu tentei dizer a ela...”

            “Silêncio Alice, por favor”, Edward repreendeu a irmã. Caroline ficou observando a maneira que Rosalie encarava Bella e uma idéia surgiu em sua mente e agora era a melhor hora pra colocar em prática.

            “Pai, a Rose pode me levar embora”, Caroline disse, deixando todos surpresos, até mesmo Isabella.

            “Eu?”, Rose perguntou confusa.

            “Sim, você”, Carol sorriu, “Só que antes preciso falar algo com a tia Alice”

            Alice mesmo não entendendo nada seguiu a menina até o lado de fora. Edward e Bella continuavam discutindo, ele não queria a menina perto dela e ela achando que ele era muito infantil.

            “Olha, não quero a Caroline perto de você”, Edward disse furioso, “Você não é uma boa companhia para ela”

            “Calma cara”, Jacob tentou acalmar o amigo que o fuzilou com o olhar, Edward pensou qual era a dele, defendendo a mocinha agora?

            Alice entrou depois da conversa com Caroline.

            “Edward, Rosalie vai levar Caroline embora”, ela disse e o irmão assentiu, “Eu, Emmett e Jasper estamos indo para outro lugar ai... que a Bella sabe onde é”, ela deu uma piscada para a amiga, “Jake, vem com a gente, precisamos deixar os dois conversando um pouco”

            Jacob ficou um pouco desconfiado, mas deixou pra lá.

            “Bella, vou com eles então, te espero lá”, Jake sorriu, Bella retribuiu o sorriso que a mesma admirava embasbacada.

            “Até daqui a pouco”.

            Bella e Edward eram tão inocentes que mal se deram conta do plano diabólico que Caroline criara. Após chamar sua tia para conversar, revelou que queria deixar os dois a sós para se entenderem, afinal gostava de Bella e gostaria que seu pai voltasse a viver, e nada seria melhor do que uma namorada tão divertida e que ela já considerava como sua melhor amiga, e até quem sabe, uma mãe. Alice também gostara da idéia, precisava ver seu irmão e sua melhor amiga felizes, por isso concordara em firmar uma aliança, o plano intitulado “vamos juntar Edward e Bella”.

            “Já se acalmou?”, Bella perguntou enquanto sentava-se no sofá.

            “Espero que não se repita”, Edward disse. “Caroline é tudo o que tenho de mais precioso”.

            “Não precisa me dizer isso, eu sei”

O homem colocou as mãos no bolso e encarava o chão.

“Você pode me dar carona até o barzinho?”, Bella pediu sem jeito, ele assentiu e ambos saíram do camarim.

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            Edward dirigia em silêncio, não quisera ouvir as instruções de Isabella para chegar até o tal bar e resolvera pegar um atalho para se livrar mais rápido da mulher.

            “Cara, já passamos aqui três vezes”, Bella reclamou, Edward não dera muita atenção.

            “Eu estou falando contigo! Dá pra me ouvir?”, ela estalou os dedos tentando conseguir a atenção do homem que a ignorava.

            Ao analisar a região em que estava sentiu um arrepio nos pêlos do braço. Era uma estrada velha, com apenas o farol do carro como iluminação.

            “Droga”, praguejou Edward ao ver que o combustível do carro acabara, e como iria comunicar isso a garota? Certamente ela cometeria um assassinato naquele carro.

            “O que foi?”, Bella já estava assustada.

            “A gasolina acabou”, Edward disse de uma só vez. Sentiu um nó na garganta.

            “O QUE?”

            “Isso mesmo que você ouviu...”

            Bella respirou fundo e gritou um palavrão bem alto, o homem a olhou e começou a rir. Bella não sabia se dizia algo a ele ou se era melhor matá-lo.

            “Edward! Por Deus! Aonde estamos? No fim do mundo?”

            Ele respirou fundo e se ajeitou no banco do motorista, “No fim do mundo eu não sei, mas bem que eu poderia te matar e esconder seu corpo”

            Bella sentiu um arrepio passando pelo braço e olhou para os lados. Tudo escuro, sem o menor sinal de vida.

            “Eu não quero morrer agora...”, ela disse baixinho. Ele fingiu a ignorar e levou a mão até os ajustadores do banco.

            “O que está fazendo?”, Bella perguntou.

            “Não está vendo que eu vou dormir? Amanhã resolvo isso”, o homem disse despreocupado, estava ignorando-a para não brigarem mais.

            “Olha aqui”, Bella o pegou pela gravata e o puxou com força, “Me tira dessa droga de lugar agora! Ou então...”

            “Ou então o que? Vai me matar e esconder meu corpo?”

            “Não é má idéia”, Bella resmungou.

            Edward puxou a gravata da mão da moça e abriu a porta do carro, saindo por ela. Foi até o porta-malas ver se havia reserva de gasolina, o que acabou por não encontrar. Dizer que não estava apavorado era mentira, estavam em algum lugar que nem ele mesmo sabia. Era tudo escuro a não ser por uma casinha, que mais parecia uma casa abandonada e cheia de monstros.

            Bella saiu do carro furiosa, batendo a porta com toda a força. Tentou imaginar que Edward estava de brincadeira.

            “Hey, não bate a porta do meu carro!”, o homem reclamou, ela deu de ombros.

            “Cala essa boca, Cullen!”, ela apontou o dedo para o homem, “O que faremos agora?”

            “Tem aquela casinha ali, vamos ver se tem alguém para ajudar”, Edward disse encarando a moça que observava a casa como se houvessem monstros lá dentro.

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            “Se você pensa que vai se casar com meu pai você está enganada!”, Caroline gritou para Rosalie e saiu correndo pelas escadas.

            “Você que pensa garotinha”, Rose a seguiu furiosa, desde que saíram do Bimbo’s a garota não parava de falar que iria atormentar sua vida, isso porque seu pai a achava uma santa.

            “Sai de perto de mim”, Carol gritou novamente, Rose fechou a porta atrás de si e encarou a garota, “Se você acha que vai fazer seu pai ficar com aquela magrela da Isabella, você está enganada”, a mulher desafiou a garota.

            “Eu vou falar pro meu pai quem é você!”

            Rosalie riu.

            “Você é quem não me conhece”, a mulher caminhou até o tripé que segurava um quadro que a menina havia terminado no dia anterior. “Eu sou uma boa pessoa”, ela disse cínica. Rose retirou um canivete que tinha na bolsa e com a ponta rasgou todo o desenho que a menina havia dado tanto de si.

            Caroline sem pensar começou a chorar sem parar, como aquela mulher era tão má? E o pior... as pessoas achavam que ela era uma boa pessoa.

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            Bella e Edward conseguiram achar abrigo, apesar da casinha parecer mal assombrada, pelo menos podiam passar a noite e ao amanhecer procurariam ajuda.

            “Que droga”, Bella reclamava sem parar, isso estava deixando Edward mais nervoso que o costume.

            “Você só sabe reclamar, cala essa boca”

            Bella revirou os olhos.

            “Foi você quem nos meteu nessa, idiota”

            Edward engoliu em seco o palavrão que queria proferir à garota. Nessas horas era melhor fingir que a mesma não existia, ou melhor, era um pesadelo e logo iria acordar e ver que sua vida era a mesma de antes.

            Já era muito tarde, se passavam das três da manhã, Bella se sentia extremamente cansada e Edward também.

            “Vou dormir nesse sofá”, o homem apontou o sofá do outro lado da sala.

            “Eu vou procurar uma cama lá em cima”, Bella disse, Edward nem respondeu e deu um jeito de deitar no sofá um pouco empoeirado.

            A moça subiu as escadas e deu de encontro com um corredor totalmente escuro. Um arrepio percorreu sua espinha e mesmo assim continuou a passos largos.

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            “Gente, a Bella e o Edward sumiram hein”, Alice disse em tom preocupado, já estavam na mansão e nem sinal do carro de Edward.

            “Verdade, devem estar por aí bagunçando”, Emmett disse rindo.

            “Ou fazendo outra coisa”, Jasper disse, depois todos riram.

            “Edward não faria isso”, Jacob disse visivelmente nervoso, “Ele odeia Isabella”

            Alice gargalhou alto.

            “Do ódio nascem grandes amores”

            Jasper assoviou. “Grande filósofa”

            Eles riram. Jacob se despediu dos amigos e seguiu para sua casa, ainda preocupado com o paradeiro de Isabella. Emmett fora para seu quarto, havia bebido tanto que nem sabia exatamente onde era seu quarto. Alice e Jasper ficaram a sós, ambos haviam bebido quantidades excessivas de Álcool, então tudo o que diziam praticamente não era válido.

            “Não estou a fim de dormir”, comentou Jasper.

            “É, nem eu”, Alice sorriu, “Porque não aproveitamos o resto da noite?”

            Jasper sentiu a ponta da malícia.

            “Não sei, Alice”

            Ela se decepcionou, achou que pelo menos depois de ter bebido tanto não se negaria aos desejos carnais.

            “Qual é? Você não me deseja?”, Alice resolveu abrir o verbo.

            Jasper assustou-se com a pergunta. Não é que ele não a desejasse, ele a desejava sim, mas era arriscado, era sentimento envolvido. Ele sabia que a mulher por mais forte que fosse não encarava o sexo como somente sexo, encarava como uma teoria de amor.

            “Não é isso...”

            “Que não, Jazz, há tempos eu quero você, e porque você me nega isso?”

            Alice dizia aquelas palavras com uma dor em seu peito, o queria tanto, nem que fosse apenas por uma noite.

            “Alice...”, Jasper quase choramingou, quando a moça resolveu partir para cima. Se era pra perder algo que fosse, mas tinha certeza que não perderia, seria a melhor experiência de sua vida.

            Relutante, Jasper não conseguiu por muito tempo e logo a abraçou, seus lábios dançavam juntamente com os dela. Sentia algo dentro de si queimando, ele a queria afinal, mas o medo falava mais alto. Alice o puxou para seu quarto, empurrando a porta com o pé, ali ninguém poderia os ouvir. Desesperada, passava as mãos pelo peitoral do jovem por baixo de sua roupa.

            “Oh, Alice...”, resmungou Jasper ao sentir que a moça estava deixando-o fora do normal.

            “Jazz, eu quero... agora”, Alice disse roucamente em seu ouvido. Neste momento o homem esqueceu-se quem era, e deixou-se entregar aquela moça que tanto o queria.

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            Mesmo Bella tendo achado um local para dormir, algo em sua mente a preocupava tanto e não conseguira pregar os olhos um só segundo.

            “Que droga!”, resmungou e levantou da cama desconhecida, ela achou que deveria ser o medo de saber quem dormiria naquela cama estranha.

            A moça levantou e resolveu descer para tomar um ar, Edward deveria estar dormindo, então ela poderia ter algum momento sozinha para refrescar sua mente e suas idéias.

            Edward também não conseguira pregar os olhos, devia ser o medo do dono da casa chegar e os matar, ou os jogar na rua.

            Levantou e como estava frio, acendeu a lareira e sentou-se frente á ela. O fogo certamente o esquentara rápido, ficar sozinho era bom, podia pensar em sua vida.

            “Sem sono?”, Bella perguntou após ver o homem sentado em frente à lareira. Edward assustou-se e respirou fundo.

            “Pelo jeito você também”

            Bella cruzou os braços e caminhou até onde o homem estava. Ele a observou pelo canto dos olhos e pegou um pedaço de galho que estava perto da lareira.

            A moça sentou-se perto dele e ficou o observando, algo estava entalado em sua garganta e essa era a melhor hora para perguntar.

            “Porque você me odeia?”

            Edward ouviu a pergunta com um cisto de desconfiança. Isabella queria puxar conversa agora?

            “Hein?”, ela insistiu após ficarem em silêncio.

            Ele riu, e ela continuou sem entender o porquê.

            “Olha, Isabella...”

            “Bella, por favor”, ela o corrigiu.

            “Eu pra falar a verdade, nem sei por que te odeio”, Edward foi sincero ao dizer isso, “Desde aquele dia que você bateu no meu carro, eu não fui com a tua cara e não sei o porquê”

            Bella riu.

            “Será que é porque eu estava bêbada e não quis parar o carro?”

            “Não, não é isso.”, ele suspirou, “Você é diferente das garotas que eu já conheci e bem, isso me afeta profundamente”

            Bella fez uma careta confusa. “Como assim?”

            O homem se viu obrigado a justificar o que dissera.

            “Você é tão estranha. É insensível e... é chata”, Edward riu, “Certamente é mais uma mimada pelos pais”

            Sentiu uma pontada no peito, como ele ousava dizer sobre algo que nem conhecia?

            “Você não sabe nada sobre a minha vida”, ela disse friamente, o homem encarou-a.

            “Você também não sabe nada sobre a minha vida”

            Bella respirou fundo, agora era a hora de jogar a real com esse cara.

            “Claro que sei, sei que você é um ser idiota, cheio de soberba, que não quer compreender as pessoas que estão ao seu redor, e o pior, faz até sua filha sofrer”

            Edward se surpreendera com o que ela dissera.

            “O que tem Caroline haver com isso?”

            “Ela sente falta de uma mãe”, Bella desabafou. A confissão que Caroline havia feito a ela algumas semanas atrás a deixara muito preocupada.

            “Caroline tem uma mãe”, Edward sentiu a dor em seu peito, talvez se desabafasse com Isabella o deixaria melhor.

            “Claro, uma mãe que faleceu...”

            Edward soltou uma gargalhada irônica, Bella parou sua fala e ficou o observando.

            “Viu como eu disse que você não sabe de nada?”

            Edward suspirou.

            “Jane foi embora... com outro”

            Bella arregalou os olhos. “Quem é Jane?”

            “Mãe de Caroline, minha ex-mulher”

            Bella abriu a boca em formato de “O”, como assim Jane, mulher de Edward, poderia ter o deixado e ido embora com outro?

            “Como assim?”

            Edward suspirou e encarou Bella. “Essa conversa morre aqui, entendeu?”

            Ela assentiu com a cabeça.

            “Conheci Jane quando éramos crianças... meu pai fundou a empresa juntamente com Aro e seus irmãos” ele suspirou e olhou para o fogo, “Jane era muito linda... loira, olhos claros, eu me apaixonei por ela desde a primeira vista” “Nós crescemos e bem, você sabe, adolescência, testosterona... eu acabei engravidando-a”

            Bella riu. “Quantos anos ela tinha?”

            “Ela tinha quatorze anos, era uma criança”

            “E depois?”

            “Bom, quando meus pais descobriram foi o fim pra mim... meu pai me obrigou a começar a trabalhar, mesmo eu tendo quinze anos. Ele dizia que eu teria que aprender a trabalhar e estudar, conciliar isso e a obrigação de ser pai e um homem casado”

            “Que horror”

            “Por um tempo meu pai seguiu me ajudando na empresa, mas ele ficou com tanta raiva de mim que resolveu retomar seus estudos de medicina em Londres, há muitos anos eu não os vejo.” “Depois que Jane engravidou ela mudou radicalmente comigo, parecia que me odiava e dizia coisas horríveis, que iria abortar, ela só não fez isso porque eu não deixei”

            “Ela teve Caroline... e quando ia ter alta do hospital me deixou apenas um bilhete dizendo que iria embora para outro País, com outro homem, afinal ela era muito nova pra compromissos, casamento.”

            A amargura era bem expressa na voz de Edward, não conseguia perdoar a mulher, e por isso não se envolvera com mais ninguém.

            Bella não sabia o que dizer, a vida dele era tão... amargurada.

            “Porque os Italianos moram com você então?”

            Edward fez uma expressão infeliz.

            “Questões econômicas... eu não posso simplesmente os chutar porta a fora da minha casa, aquela casa não só tem meu nome, como tem o nome do meu pai e o deles”. Edward suspirou, “Por mim eles estariam fora da minha vida a muito tempo”

            “Mas porque Caroline não sabe da verdade?”

            “Seria machucá-la demais, ela já tem sérios problemas na escola, problemas de aceitação por parte das pessoas... enfim, prefiro que ela pense que sua mãe está morta”

            “Isso é cruel”

            Edward a olhou abismado, estaria Bella do lado de Jane?

            “Cruel foi o que ela fizera comigo e com Caroline, ela não tinha esse direito”

            “Desculpe, cara”

            Até então Bella começou a compreender a vida do homem que estava a sua frente, mesmo ela não gostando de seu jeito de ser, sua companhia estava sendo importante e estava gostando de descobrir mais sobre quem era o grande Edward Cullen.

            “Porque não se casou novamente?”, sua pergunta saiu rápida.

            “Não sei na verdade... depois que Carol nasceu e Jane foi embora, eu tive que realmente aprender tudo o que meu pai queria e assim assumir minha posição de pai, um pai solteiro. Enfim, nove anos se passaram e aqui estou eu... um grande empresário, pai de uma garota inteligente, e amargurado”, sua voz estava embargada, Bella percebeu que o homem estava prestes a chorar, e foi por um ato impensado que se deixou levar e abraçou forte aquele ser que estava a sua frente desabafando sua vida.

            Edward se surpreendeu com a atitude da moça, mas não recusou o abraço, retribuiu-a, sentindo que era algo diferente ali, alguém que talvez o entendera.

            “Eu não sou uma má pessoa, apenas tenho tudo partido dentro de mim”

            Uma lágrimas desceu dos olhos daquele homem, e Bella mais surpreendida ainda com aquilo, Edward realmente era um bom homem, ainda não entendia o porquê se odiaram tanto, mas achava que aquilo poderia mudar.

            “Você é um bom homem”, Bella sorriu, “Vai encontrar um novo amor, em breve, eu sei disso”

            Edward riu, “Acho meio impossível, qual garota iria me agüentar sendo um novo velho?”

            “Novo velho?”, Bella perguntou confusa.

            “Sim, um jovem... jovem porque eu tenho apenas vinte e quatro anos mas velho porque parece que eu tenho uns setenta”

            Bella riu. “Você não é velho, cara... acho que vou levar você pra bagunça”

            Edward riu, mas logo ficou sério, Bella pensou ter falado algo errado.

            “O que foi?”

            “Acho que preciso te pedir desculpas, pelo jeito que te tratei, te afastar de Caroline...”

            “Esquece isso”, Bella sorriu singelamente e o homem ficou hipnotizado por aquele sorriso, nunca havia visto aquela expressão na mulher, “Todos pensam que sou uma qualquer”

            “Não disse isso... apenas não gosto de ver vocês fumando e bebendo o tempo todo, isso não é bom pra ninguém”

            “Eu sei”, Bella concordou.

            “Bom... poderíamos ser amigos, então”, Edward disse sem acreditar que dissera isso mesmo.

            Bella soltou uma gargalhada. “Sem brigas pelo menos?”

            Edward assentiu com a cabeça e ambos riram.

            “Então... amigos”, ela estendeu a mão para ele e ele a apertou.

            O homem vira algo de diferente em Isabella, não a conhecia de fato... mas percebia que por trás daquela “fortaleza” que ela demonstrara havia uma menina sofrida, que tentava reprimir suas dores através da vida que levava.

            Amizade... será que daria certo?