Não tão Opostos escrita por Raah Black


Capítulo 6
Capítulo 6




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Capítulo VI

 

Narrado por: Bella

Local: Fundo de casa

 

Acordei assustada sem ter um pingo de noção de tempo e espaço, para mim eu estava atrasada para a aula e eu odeio essa sensação. Olhei para o despertador na minha cabeceira e os ponteiros marcavam 03:30 da tarde, olhei para a cama Jane dormia abraçada no meu travesseiro e Lee ao lado dela.

 

- Bem bonitinhas dormindo na cama enquanto eu estou dura por dormir no chão. - Reclamei cutucando as duas.

 

- Hã? O que foi? – Jane perguntou com a voz sonolenta esfregando o rosto. – Que horas são?

 

- Três e meia. – Respondi e ela deu um salto da cama, e a Leah sem se mexeu com tamanho movimento.

 

- Temos que ensaiar. – Ela disse se levantando apressada. – Dormimos de mais.

 

- Sim, ainda bem que as minhas costas doeram o bastante para me fazer acordar. – Disse fazendo uma careta.

 

- Desculpe por isso, dá próxima vez eu deixo você dormir na cama. – Jane falou com tom de brincadeira e eu sorri. – Vamos agora acordar a Leah.

 

- Vamos tentar acordar a Leah, você quer dizer. – Falei sarcástica e ela concordou. Acordar a Lee é a pior coisa do mundo, primeiro porque o mundo pode estar desabando que ela não acorda e segundo porque quando finalmente conseguimos o seu humor é péssimo. – Pode ir, eu acordei ela semana passada.

 

Jane me lançou um olhar bravo depois suspirou. Sentou na cama novamente e tocou no braço dela com sutileza a chamando, mas como é obvio nada aconteceu. Ela tentou com um pouco mais de força quase sacudindo a Leah e nada, na terceira tentativa sem sucesso eu perdi a paciência.

 

- Assim não dá. Vamos Leah acorda! – Chamei a chacoalhando.

 

- Me deixa dormir, que saco. – Ela brigou cobrindo a cabeça com o travesseiro e eu bufei.

 

- Você esta na minha cama querida, agora acorda que nós temos que ensaiar. Vai Leah eu estou sem paciência. – Falei puxando o travesseiro da sua cabeça.

 

Ela se sentou na cama resmungando com um bico que quase chegava na porta do quarto. Ficou nos encarando com aquele olhar mortal que só ela sabe dar quando é acordada, depois de alguns segundos ela levantou da cama indo direção a porta.

 

- Vamos logo para o ensaio.

 

- Mau humoradinha. – Provoquei a abraçando e ela se desvencilhou me xingando.

 

No fundo de casa tem uma casinha, como se fosse um deposito onde meu pai guarda algumas ferramentas, os objetos de jardinagem da minha mãe e suas coisas que pescar. Há uns seis meses eu consegui com muita lábia convencer o meu pai a me deixar usar o espaço para ensaiar com a banda, desde então nos reunimos aqui para tocar.

 

O espaço é um pouco apertado, mas até que os nossos instrumentos couberam, porém só dá para entrar nós três, no máximo mais uma pessoa, mas que isso acho que a casa cai. Mesmo assim o local ficou ajeitado depois que nós fizemos uma faxina de três dias e arrumamos todas as coisas. 

     

- 1, 2, 3, 4! – Leah falou enquanto batia as baquetas uma na outra.

 

Iniciei com o solo de guitarra, depois comecei a cantar a música, logo em seguida pude ouvir as batidas da bateria da Leah a o som do baixo da Jane.

 

There's not much going on today.

I'm really bored, it's getting late.

What happened to my Saturday?

Monday's coming, the day I hate.

                                                                                                                                              

Nesse momento junto comigo a Jane começou a fazer cantar fazendo uma voz de fundo, depois voltei a cantar o refrão da música sozinha e o ritmo da música voltou a ficar animado.

 

Sit on the bed alone,

staring at the phone.

 

He wasn't what I wanted, what I thought, no.

He wouldn't even open up the door.

He never made me feel like I was special.

He isn't really what I'm looking for.

 

Hey Hey Hey Hey Hey Hey

 

Jane cantou o “hey, hey” da música e eu comecei a cantar a segunda parte da letra com ela me acompanhando em algumas partes e então na parte do “hey, hey” ela voltou a cantar sozinha. Eu pulava o tempo inteiro com a guitarra e Jane andava de um lado para o outro até voltar para base do microfone e cantar sua parte.

 

This is when I start to bite my nails.

And clean my room when all else fails.

I think it's time for me to bail.

This point of view is getting stale.

 

Sit on the bed alone,

staring at the phone.

 

He wasn't what I wanted, what I thought, no.

He wouldn't even open up the door.

He never made me feel like I was special.

He isn't really what I'm looking for.

 

Nessa parte da música eu e a Jane voltamos a cantar juntas, só que eu fiz a segunda voz, apenas cantando o “na, na, na” enquanto ela cantava as frases. A voz de Jane é exótica, mais forte e rouca, diferente da minha.

 

hey hey hey hey hey hey hey hey

 

Na na na na na, we've all got choices.

Na na na na, we've all got voices.

Na na na na na, stand up make some noise.

Na na na na, stand up make some noise.

 

A música voltou a ficar mais lenta, apenas com o som do baixo da Jane depois o ritmo das batidas foi aumentando até que todas voltamos a tocar de forma animada e eu continuei cantar.

 

Sit on the bed alone, staring at the phone.

 

He wasn't what I wanted, what I thought, no.

He wouldn't even open up the door.

He never made me feel like I was special.

He isn't really what I'm looking for.

 

He wasn't what I wanted, what I thought, no.

He wouldn't even open up the door.

He never made me feel like I was special.

Like I was special, cause I was special.

 

- Na na na na. – Finalizei a música.

 

- Eu adoro essa música. – Jane comentou s virava para nós duas.

 

- Lógico você canta. – Leah comentou mal humorada e eu rodei os olhos.

 

- Não é só por isso senhorita mau humor, eu gosto da letra e da batida. – Jane se deu ao trabalho de responder explicando.

 

- Acho que podemos pensar em cantá-la na escola. – Comentei.

 

- É podemos pensar nisso. – Jane falou animada, ela gostava muito de cantar. – Qual vai ser a próxima música?

 

- Pode ser a do Kings Of Leon Use Somebody, precisamos melhorá-la. – Leah respondeu e nos três concordamos.

 

- Então vamos continuar que só temos até as cinco horas.

 

Apesar dos meus pais nos deixarem ensaiar aqui em casa, às cinco horas, no máximo cinco e meia eu tenho que parar com o “barulho” porque segundo eles, os vizinhos chegam do trabalho e querem descansar e não ouvir três adolescentes tocando e gritando esse tipo de música barulhenta.

 

Narrado por: Nessie

Local: Quarto

 

Meu mau humor esta no último grau! Desde que voltei da escola a única coisa que eu escuto é: Seth Clearwater! A Alice não parou de tagarelar um minuto sobre ele dentro do carro e o Edward, sim o Edward, por incrível que pareça concordou com tudo que ela falava e ainda disse “ele parece um garoto legal, muito mais que o Jacob”.

 

Argh! Qual é o problema deles? E como se o caminho até em casa não fosse o bastante tive que escutar sobre ele boa parte do almoço, já que minha irmã estava contando as últimas novidades da escola para meus pais. E lógico que minha mãe com todo o seu amor falou “tenho que conhecer esse menino”.

 

- O que esse garoto tem de especial?  – Perguntei para mim mesma enterrando minha cabeça no travesseiro.

 

Passou uns minutos e eu ouvi batidas na porta, ótimo, a última coisa que eu queria nesse momento é conversar com alguém. Suspirei e mandei a pessoa entrar.

 

- Oi meu amor. – A voz amorosa da minha mãe invadiu meu quarto. – Melhorou a dor de cabeça?

 

- Não mãe, ainda continua. – Falei sentando na cama e abracei um urso de pelúcia que havia ganhado do Jake no nosso aniversário de três meses de namoro.

 

- Quer um remédio? – Ela perguntou preocupada e eu neguei.

 

Ficamos uns minutos em silêncio, minha mãe corria os olhos pelo meu quarto olhando atentamente o há lá dentro, como se não conhecesse e eu suspirei voltando a ficar deitada sem largar o urso.

 

- Porque eu acho que há mais alguma coisa do que uma simples dor de cabeça. – Ela se sentou ao meu lado.

 

- Porque provavelmente você esta certa. – Afirmei.

 

- Quer me contar? – Perguntou passando a mão pelos meus cabelos e eu deitei em seu colo, acho que estou carente de mãe.

 

- Não suporto aquele menino, o Seth. – Reclamei brava, mas em um tom baixo.

 

- Porque não? Sua irmã falou tão bem dele, até o Edward gostou do rapaz.

 

- Eu sei, todo mundo gosta dele. – Respondi um pouco contrariada. – Meus irmãos, meus amigos, meu namorado, minha mãe.

 

- Pode ter certeza que eu gosto mais você do que dele, assim como seus irmãos, seu namorado e seus amigos. – Ela falou doce beijando minha testa.

 

- Eu tenho medo das pessoas pararem de gostar de mim mãe. – Falei sincera, isso é a mais pura verdade e dela eu não preciso esconder. – Estava tudo tão bem até esse menino aparecer e roubar todo mundo de mim, isso porque ele chegou hoje na turma.

 

- As pessoas não param de gostar das outras de uma hora para outra, ainda mais se forem amigos de verdade. – Ela disse compreensiva e eu sorri levemente. – Não precisa se sentir ameaçada.

 

- Eu sei disso, mas mesmo assim...

 

Isso não é mentira, me senti ameaçada pelo Seth, ele conquistou todo mundo de uma maneira tão natural e em menos de três aulas. De repente todas as pessoas que eu gosto só falavam “Seth isso, Seth aquilo” e me deixaram completamente de lado, como se eu não fosse mais importante para eles.

 

- Mas é só isso que te preocupa com relação a esse menino? – Ela indagou. Mães têm o dom de perceberem as coisas sem serem ditas.

 

- Eu não sei. – Falei manhosa enquanto enterrava meu rosto nas suas pernas.

 

- Ele é bonito? – Minha mãe perguntou e eu gelei. Isso é pergunta que se faça.

 

- Eu me recuso responder isso. – Briguei. Como se eu já não estivesse confusa o bastante ainda tenho que admitir que ele é bonito? Não mesmo.

 

- Pelo jeito ele é. – Ela riu e eu gemi frustrada. – Só porque você acha esse rapaz bonito não quer dizer que esteja apaixonada por ele, se é isso que te preocupa.

 

Ponto para minha mãe novamente. É incrível como ela sabe das coisas só pela minha expressão. Com ela eu não preciso ter segredos, nem medo de falar o que eu sinto ou penso, sei que ela vai me apoiar de qualquer forma, eu simplesmente posso ser eu mesma com a minha mãe.

 

- Eu me senti estranha quando o vi mãe, cheguei até a corar quando ele sorriu para mim. – Me senti a pessoa mais boba do planeta depois disso. – Para completar, ele ainda entrou na aula de artes, elogiou o meu quadro e eu me abri com ele, tipo eu conversei com ele como se fossemos amigos! É tudo tão estranho.

 

- Consegue me explicar porque é estranho? – Ela indagou.

 

- Não sou uma das suas pacientes mãe. – Comentei. Minha mãe é psicóloga e uma das melhores da cidade, ela tem o dom para isso.

 

- Eu sei que não, só quero te ajudar a entender o que esta sentindo como toda mãe faria. – Ela me explicou e eu me dei por vencida.

 

- Tudo bem psicóloga Esme. – Falei rindo e ela me acompanhou. – Acho que não estou acostumada a ser bem tratada. – Suspirei e minha mãe me olhou sem entender. - Não que os amigos do Jake me tratem mal, mas é uma coisa superficial para cumprir com a etiqueta, entende?

 

- Sim, você esta dizendo que os meninos são amigos do Jacob e apenas seus colegas. – Ela explicou.

 

- Exatamente. – Afirmei, é exatamente essa minha relação com os meninos. – Nossa mãe, você é realmente boa com esse negócio de psicologia.

 

- Nada que uns bons anos de pratica. – Ela sorriu e eu também. – Eu só não entendo aonde o Seth entra nessa história.

 

O Seth! Eu tinha me esquecido dele, eu finalmente tinha me esquecido dele.

 

- Com ele foi completamente diferente, o Seth foi sociável desde o inicio e nós chegamos até a conversar sobre pintura e meus quadros. – Falei. – Os meninos da escola normalmente não falam comigo porque eu sou namorada do Jake e também porque eu não dou abertura para eles.

 

- Parece que com o Seth isso não aconteceu e por causa de ambas às partes. – Ela comentou com um sorriso.

 

Eu tenho que concordar, mesmo que isso seja difícil. O Seth não se importou de eu ser a namorada do Jake, ele não me viu como algo inalcançável, ele simplesmente foi simpático comigo, mas o pior é que eu dei brecha para ele, com todo o jeito alegre e cheio de sorrisos e risos ele conseguiu um espaço.

 

- É com ele isso não aconteceu. – Repeti a frase num tom baixo. – Argh! É tudo tão complicado. – Bufei sem paciência.

 

- Não é nada complicado meu amor. – Ela sorriu passando a mão pelo meu rosto. – Nós que complicamos, só é preciso entender o que se passa ai dentro de você. – Ela colocou a mão no meu coração. – Posso te dar só mais um conselho?

 

- Lógico mãe, você pode tudo. – Falei me sentando novamente.

 

 - Acho que você devia dar uma oportunidade para esse menino ser seu amigo. – Ela disse e eu torci o nariz numa careta. – Deixe as pessoas te conhecerem de verdade querida, não tenha medo disso, você é uma ótima garota.

 

Mais um ponto para ela! Minha mãe e seu poder de psicóloga de entrar na minha mente e conseguir ler tudo que eu guardo. Ela sorriu beijando meu rosto e saiu do quarto me deixando com os meus pensamentos sobre toda essa conversa.

 

- Pelo menos tudo isso me serviu para entender que eu não sinto nada pelo Seth só estou surpresa por ele me tratar de uma forma diferente da qual estou acostumada. – Afirmei categoricamente para mim mesma.

 

Narrado por: Seth

Local: Casa do Embry

 

Cheguei à casa de Embry meia hora depois que havia ligado para Jacob, ele havia me dito que os garotos estavam lá para assistir ao jogo de basquete e me convidou para me juntar a eles. Assim que toquei a campainha Embry abriu a porta animado.

 

- Seth! Que bom que você veio. – Ele falou assim que me viu e eu sorri. – Entra e fica a vontade.

 

- Obrigado. – Agradeci um pouco tímido, não que eu fosse, mas é a primeira vez que eu vou a casa dele.

 

- Os meninos estão na sala, vamos lá que o jogo já deve estar começando.

 

O segui até a sala de televisão onde os rapazes estavam e assim que apareci na porta eles me cumprimentaram animados. Eu me sinto bem por pertencer ao grupo deles agora, não porque é o grupo mais popular do colégio, mas sim porque eu identifiquei com os rapazes nós somos parecidos, temos coisas em comum.

 

Sentei no sofá ao lado do Quil, enquanto o Jacob estava no chão, o Jared em uma cadeira e o Embry em uma poltrona. Só então reparei que todos estavam com a camiseta dos Lakers e me segurei para não dar risada, eles estão iguais as lideres de torcida do colégio, só que em uma versão bem menos feminina e sexy.

 

Não demorou muito e o jogo começou e como todo jogo assistido por garotos teve muitos palavrões, críticas e comentários de quem joga bem, quem não esta jogando nada e afins já que todos se acham técnicos e entendidos do assunto. No final das contas foram quarenta minutos de xingamentos e sufoco, mas os Lakers venceram por sete pontos de diferença.

 

Depois do jogo começamos a conversar sobre mim. Os meninos perguntaram tudo sobre a minha vida eles realmente se interessaram, perguntavam várias coisas e até me zuavam, comentei sobre o tae kwon do que no momento é o assunto principal já que eles não conseguem acreditar que eu sou faixa preta desde os 14 anos e o Jared até brincou que irá me chamar quando tiver metido em alguma encrenca.

 

- Mas apesar de tudo, ser professor tem seus problemas. – Comentei me lembrando da Megan.

 

- Como assim? – Quil indagou.

 

- Tenho uma aluna que é apaixonada por mim. – Respondi fazendo careta.

 

- E você esta reclamando? Tem que agradecer cara! – Jared falou com tom de indignação.

 

- Eu agradeceria se ela não tivesse 13 anos. – Falei suspirando. – Qualquer dia desses ela me agarra se eu distrair.

 

- Ai é foda. – Jacob falou compreendendo a situação. – Mas se ela for bonita... – Ele completou e nós rimos.

 

Assim como eles, eu também questionei várias coisas sobre cada um, queria conhecê-los melhor já que agora somos um grupo só. E é engraçado pensar no quando a nossa identificação foi grande, parece que todos falamos a mesma língua e passamos pelos mesmos problemas.

 

Os meninos têm características muito parecidas como a animação, mas cada um é completamente diferente do outro. Embry é o mais reservado e quieto de todos, já o Jared é o palhaço da turma, aquele que perde o amigo, mas não perde a piada, o Quil é o mais responsável e sério e o Jacob faz a linha galinha e conquistador. No final das contas todos são parecidos e acabam se completando, por mais estranho que isso possa ter ficado.

 

Narrado por: Alice

Local: Sala de estar

 

Depois do jantar nossa família se reúne na sala isso já é um hábito dos Cullen, desde que me entendo por gente nós fazemos isso. E como de costume meus pais estão assistindo ao jornal, Nessie esta desenhando alguma coisa que com certeza vai virar um quadro mais tarde e o Edward esta tocando piano.

 

E eu estou quieta sentada na poltrona pensando mais uma vez em Jasper. Desde que saí da enfermaria não consigo parar de pensar nele e em o quanto as aparências enganam. Eu tinha uma visão diferente do Jasper e ele se mostrou o oposto em tudo que eu imaginava.

 

A família da Rose se mudou para a cidade há uns três anos e quando nós nos conhecemos Jasper não morava mais com os pais, segundo a Rose ele e o pai sempre brigavam por pensarem de forma diferente, então ele decidiu morar sozinho e isso gerou um problema no restante da família. No final das contas os pais deles se separam e Rose não aceita isso, culpando o irmão por todo o problema.

 

Eu o conheci quando ele veio conversar com a Rose na saída do colégio. Eu logicamente estranhei o fato daquele garoto todo largado vir conversar com uma Barbie igual a Rose. Eles ficaram conversando por muito tempo e quando ela voltou me contou que ele era o irmão dela, lógico que eu fiquei bege.

 

Depois disso Rose me contou toda a história da família, eu passei a entender o lado dela e o quanto foi difícil para ela a separação dos pais e o problema com o irmão. Conversei com a minha mãe sobre isso e levei uma bronca por falar tão mal do garoto, então ela disse uma frase que mudou tudo “é preciso ver todos os lados da história” e a partir desse dia eu procurei entender o lado do Jasper diante de toda aquela situação, entender tudo que ele havia passado e o que o levou a tomar certas atitudes e isso me fez ter certa simpatia por ele e eu passei a gostar dele, não da forma como que gosto hoje, até porque eu nem sei quando isso começou.

 

Mas tocar no assunto Jasper com a Rose era pedir para perder a amiga. Então aos poucos quando ela tocava no assunto família eu ia explicando tudo que eu achava sempre falando a frase da minha mãe e depois de um tempo ela passou a ver o lado do irmão e entendeu a situação.

 

Eu tinha uma visão errada dele, primeiro pelo que a Rose me contava e depois pela forma que ele se vestia e agia para mim ele era um skatista maloqueiro, agressivo, sem um pingo de cultura e educação que estava na vida a passeio sem se importar com os outros. Mas depois de hoje tudo isso mudou, ele continua sendo um skatista, mas não é maloqueiro, muito menos agressivo e nem sem educação, ele é atencioso e gentil. Droga! Eu estou completamente confusa e apaixonada!

 

Suspirei pesadamente atraindo a atenção de todos, até o Edward parou de tocar piano e meu pai abaixou o volume da televisão.

 

- Aconteceu alguma coisa Alice? – Meu pai perguntou preocupado se voltando para mim.

 

- Não foi nada pai, só estou pensando. – Respondi simplesmente.

 

- Nada? – Edward indagou arqueando as sobrancelhas. – Alice não há um cristo que te faça ficar quieta, nem se a sua vida dependesse disso.

 

- O Edward tem razão filha, você é sempre tão comunicativa, tem certeza que esta tudo bem? – Dessa vez foi minha mãe que perguntou.

 

- Tenho mãe, eu só estou pensando no, haam...

 

- No irmão problema da Rose. – Nessie completou sem parar de desenhar e minha mãe soltou uma exclamação. Como ela sabe disso?

 

- Fica quieta Reneesme. – Falei entre os dentes. – Porque não vai ligar para o Jacob ao invés de se meter na minha vida!

 

Todos da sala estranharam a minha reação, eu nunca sou grossa ou sem educação com as pessoas. Edward me encarou e meus pais se entreolharam. Eu não sei porque fui tão grossa com ela, mas o assunto Jasper me deixa fora de si.

 

- Grossa! – Nessie falou parando de desenhar. – Ele é um problema mesmo, até acabou com a família.

 

- Estou aprendendo a ser grossa com você! – Rebati me levantando. Não que eu fosse bater nela, mas precisava me acomodar. – E não fala o que você não sabe! Afinal pelo que eu sei o Jacob também não vive as mil maravilhas com a família dele!

 

- Pelo menos ele não é um drogado perdido na vida! – Ela falou ácida, defendendo o namorado.

 

- Pelo menos meu namorado não me trai! – Eu gritei com toda a raiva que eu senti quando ela falou daquela forma do Jasper. E os olhos da Nessie se encheram de lágrimas no mesmo instante.

 

- Chega! – Meu pai mandou com a voz firme fazendo nós duas pularmos de susto.

 

Ficamos nos encarando como se fossemos cavaleiros prontos para duelar, mas isso não iria acontecer, eu nunca bateria na minha irmã mesmo se ela me tirasse muito do sério, como agora.

 

- Me desculpa. – Pedi mesmo a contra gosto. – Não foi isso que eu quis dizer.

 

- Mas você já disse. – Ela falou fungando enquanto limpava as lágrimas. Nessie e sua tendência ao drama.

 

- Eu sei, mas você me tirou do sério dizendo tudo aquilo. – Expliquei, por mais que eu ainda estivesse com raiva, não vou brigar de novo.

 

- Você não tem nada para dizer Reneesme? – Meu pai indagou ainda com o tom de voz firme.

 

- Me desculpa Alice, mas você sabe o quanto eu não gosto que falem do Jacob. – Ela me explicou e eu assenti, mas não concordei.

 

- Então não comece falando das outras pessoas Reneesme, porque quem fala o que quer ouve o que não quer. – Disse com uma voz um pouco fria e ela abaixou a cabeça. Minha irmã só entende pelo princípio da dor. – Agora eu vou subir, quero ficar sozinha.

 

E sem me despedir ou ouvir qualquer bronca dos meus pais, eu subi as escadas e fui para o meu quatro.

 

Narrado por: Leah

Local: Quarto do Seth

 

- E então pivete, como foi o dia? – Perguntei entrando no quarto do meu irmão, sem ao menos pedir permissão.

 

- Leah, ninguém nunca te ensinou a bater antes de entrar? – Ele me repreendeu enquanto colocava o short de pijama.

 

- Ih pivete já conheço tudo isso e nem é tudo isso assim. – Falei brincando.

 

- Ninguém nunca reclamou maninha. – Ele disse malicioso e eu rodei os olhos.

 

- Poupe-me da sua vida sexual. – Reclamei enquanto me jogava em sua cama. – E então, como foi seu dia?

 

- Porque esta tão interessada? – Ele questionou fazendo uma careta.

 

- Curiosidade, se divertiu com seus novos “amigos”? – Perguntei um pouco cínica, mas na verdade eu estou com ciúmes dele.

 

- Ah bom, agora sim esta explicado o interesse. Eles são legais Leah, sinceramente. – Seth respondeu sentando na cama. – Chega pra lá que eu quero deitar também.

 

Me afastei um pouco e ele se deitou ao meu lado, nós ficamos de barriga para cima fitando o teto em silêncio. Por um momento eu voltei ao passado, quando nós tínhamos 12 e 13 anos e ficávamos daquele jeito no quarto dele.

 

- Ficar assim me fez voltar no tempo. – Ele disse num tom nostálgico e eu me limitei a murmurar um “Uhum”.

 

Eu não sou uma pessoa que demonstra afeto e muito menos que fala que precisa de carinho, mas com o Seth eu consigo mostrar esse meu lado algumas vezes. Na época que meu pai faleceu, há quatro anos, toda a noite antes de ir para o meu quarto, eu vinha no quatro do Seth e nós ficávamos desse jeito, conversando sobre o nosso pai, chorando algumas vezes e tentando entender tudo que havia acontecido.

 

Meu irmão é meu porto seguro, acho que foi graças a ele que eu consegui segurar a barra de tudo que nós estávamos passando e não desistir da vida. O Seth sempre me ajudou e esteve ao meu lado em todos os momentos, mesmo eu tendo esse gênio do cão, como ele mesmo diz. Isso deve ser coisa de irmão.

 

- Eu sempre vinha para o seu quatro naquela época. – Falei enquanto ficava de lado olhando para ele.

 

- Sim e eu tinha que te levar para o quarto porque você dormia aqui. – Ele riu e eu sorri. – Acho que foi a época que nós estávamos mais próximos.

 

- Aham. – Eu concordei me abraçando nele. – Por mais que não pareça eu sinto falta disso. De ficar conversando com você sobre o passado ou falando qualquer bobeira.

 

- Eu também. – Ele afirmou passando a mão pelo meu cabelo. – Porque será que a gente se afastou?

 

- Porque eu tenho um gênio do cão. – Respondi e ele riu.

 

- Além disso. – Ele comentou ainda dando risada e eu o apertei.

 

- Acho que porque você se tornou um atleta popular e eu uma rockeira excluída. – Falei verdadeira e é exatamente por isso. Mas nós acabamos levando para dentro de casa o preconceito que há no colégio.

 

- Pode ser, mas mesmo assim você continua sendo a minha irmã mala e mais velha.

 

- E você o meu irmãozinho pivete. – Disse carinhosa. – Eu fiquei com ciúmes dos seus novos amigos. – Confessei um pouco envergonhada, por mais que não pareça eu tenho vergonha de algumas coisas.

 

- Não tem que ficar com ciúmes Lee. – Ele disse doce, mas achando um pouco de graça. – Eu sempre estar ao seu lado, independente dos meus amigos ou de qualquer coisa.

 

- Promete? – Perguntei insegura, no momento eu não estou me importando de parecer uma criança. Meu irmão é a pessoa mais importante para mim em todo mundo, deve ser aquela coisa de irmão.

 

- Lógico sua chata. – Ele riu pegando meu dedinho com o dedinho dele. – Prometido!

 

- Ótimo, porque eu não gosto nenhum pouco daquela Cullen mimada. – Reclamei. Acho que a Leah de sempre havia voltado.

 

- Não me fala dela, por favor. – Ele suplicou e eu não entendi, mas não vou perguntar, pelo menos não hoje.

 

- Ahh, hoje você teve aula não é? – Perguntei me lembrando. – E a sua aluna?

 

- Outra que você não deve falar. – Ele reclamou.

 

- Por quê? O que ela aprontou dessa vez?

 

-A guria quer ficar comigo Lee e ela não tem nem 13 anos! – Sua voz era de puro desespero e eu ri descontroladamente. – Não ri, o assunto é sério, a ouvi conversando com as amigas hoje, que foram na aula não sei fazer o quê, e disse que quer ficar comigo e que é para as amigas “aguardarem”.

 

- Mas meu irmão é muito gato, faz todas as pré-adolescentes terem sonhos eróticos! – Falei apertando a barriga dele que se contorceu de cócegas.

 

- Não tem graça. – Ele emburrou. – Não sei o que fazer, tenho medo de falar qualquer coisa e a menina distorcer a história contando para os pais que eu que dou em cima dela.

 

- Não duvido de isso acontecer. – Concordei. – Do jeito que essas meninas de hoje são.

 

Nós continuamos conversando sobre a aula de Tae Kwon Do, depois eu falei da minha ida ao mercado e ter encontrado o professor de matemática, Seth apenas dava risada e me repreendia algumas vezes enquanto eu falava do professor, comentei também sobre meu ensaio com a banda e que estamos pensando em tocar no concurso do colégio.

 

Nós ficamos conversando um bom tempo, até que o sono falou mais alto e assim como há quatro anos eu dormi no quatro do Seth e ele teve que me levar para o meu quarto. Realmente, isso é coisa de irmão.

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Oie gatinhas (:

Demorei né? Mas faculdade é uma coisa que que suga alugmas vezes! Ainda mais quando se esta no penúltimo ano #MyGod mas eu sobrevivo! Só que mesmo assim eu quero pedir desculpas por isso ok?

O que acharam do capítulo? Eu particularmente não gostei 100% acho que deixei a desejar na parte da Bella e do Seth, mas vocês me perdoam? Diz que sim vai *-* mas adorei as outras narrações, sinceramente!

Confesso que quis amenizar as coisas para a Nessie porque ninguém gosta dela haha. E ow Jasper o garoto problema? E a Lee também tem seus momentos de menininha indefesa! Tenho a personalidade de cada personagem na minha cabeça louca iuahisuahsiuaiuhs xD

Quero agradecer a todos os comentários lindos e fofos que eu recebo! Juro que me sinto a melhor autora do universo com eles, obrigada por aumentarem a minha auto-estima hahahah. Obrigada por comentarem, vocês fazem uma autora feliz a cada comentário que eu leio, juro :D

~ Momento bobeira, que na verdade hoje vai ser chamado de momento Merchan xD

— Estou escrevendo uma nova história, chamada Sete Dias com Você, dá uma passada? Por mim vale a pena ;)

Então é isso, espero que gostem e comentem e quem lê e não comenta, comenta também aiuhsiauhsiuha eu vou a-m-a-r!

Beeijo :*