Capítulo IV

 

Narrado por: Alice

Local: Fundos do colégio

 

Caminhei incerta pelo corredor que dá acesso a parte dos fundos do colégio. Eu sei, eu não deveria estar matando aula, mas como eu poderia ficar na aula sendo que ele e os amigos estão andando de skate no pátio? É impossível!

 

Passei pela porta e logo senti o vento refrescante batendo em meu rosto, respirei fundo andando até as escadas que dá para o pátio e lá esta ele fazendo manobras no mínimo perigosas com um skate velho. Sentei no degrau e fiquei observando tudo que ele fazia.

 

Estava tão atenda ao que ele fazia que até consegui ver a cueca azul que ele esta usando e eu achei um charme! Confesso que o estilo largado nunca me agradou, sempre preferi os garotos bem vestidos e com roupas do tamanho certo, mas ele é a exceção a regra, aquela a camiseta vermelha larga, o jeans folgado baixo e o boné preto virado para trás faz as borboletas do meu estomago voarem sem parar.

 

- É Alice parece que você esta apaixonada pelo irmão da sua amiga. – Falei para mim mesma, eles estavam um pouco longe para escutar e o barulho das rodinhas no piso também esta ajudando.

 

Um dos garotos do grupo deles veio em minha direção rapidamente e saltou com o skate deixando a prancha passar pelo corrimão e juro que por um segundo pensei que ele fosse me atropelar e pelo visto minha cara denunciou isso.

 

- Foi mal ai pelo susto. – O garoto disse. – Não ia te machucar.

 

- Que isso. – Falei simpática.

 

Logo o rapaz voltou para o meio do pátio junto com os outros, eles haviam transformado o pátio em uma quase pista de skate. Não que eu saiba como seja uma pista de skate, mas mesmo assim. Havia alguns obstáculos feitos de caixas de madeira e eles também usam o meio fio e o corrimão.

 

O grupo era de cinco pessoas, sendo que uma delas eu acho que uma garota. Eles continuaram andando e fazendo suas manobras como se não estivessem matando aula, e eu até achei graça da situação, já que estou em cólicas por matar aula, saí da sala inventando a desculpa que não estava bem e eles fazem isso como se fosse a coisa mais natural do mundo.

 

Passou uns minutos e três deles vieram para o meu lado, descendo o corrimão da escada, tudo estava indo as mil maravilhas até o skate da garota bater com tudo na minha cabeça, não me perguntei como isso aconteceu porque eu não tenho um pingo de noção. Em um minuto ela estava se preparando para descer e no outro ela caiu e o skate veio em minha direção.

 

- Maria! – Eu pude escutar cinco vozes diferentes exclamarem.

 

- Ai, não se preocupem eu estou bem. – A garota falou. Pelo menos alguém esta bem no meio desse acidente, pena que não sou eu.

 

- E você, como esta? – Uma das vozes masculina perguntou para mim. Mas no momento eu estou tonta demais para ver quem é.

 

- Oi? – Falei meio fora do ar. – Acho que estou vendo estrelinhas.

Escutei uma risada baixa, muito próxima de mim já que o hálito morno bateu contra o meu rosto.

 

- Ver estrelas de manhã não é um sinal de estar bem. – Ele comentou depois uma mão em meu rosto, tirando a franja da minha testa. – Vou te levar para a enfermaria, ai podemos cuidar desse corte.

 

- Como? – Perguntei assustada levando a mão na testa. – Ai!

 

- Relaxa já vamos cuidar disso. – Ele disse com uma voz suave me fazendo ficar em pé e só agora que eu reparei que ele é realmente ELE! Jasper Hale!

 

Narrado por: Jacob

Local: Aula de biologia

 

Que babaquice... Aula de sexualidade, como se todo mundo não soubesse disso. Tudo bem que tem os nerds que com certeza não devem saber nada na prática, mas sabem na teoria, afinal eles são nerds.

 

E que história é essa de novo parceiro? Minha parceira é ótima, literalmente! Bonita, inteligente e um pouco bobinha. Eu jogo a minha lábia nela, ela cai e o resultado disso são as minhas notas de biologia lá em cima. Simples e fácil.

 

Então eu logicamente não gostei nada dessa mudança, ainda mais se eu cair com alguma garota burra! Bem que podia ser a Weber, ela não é de se jogar fora e é a melhor aluna da sala. As garotas começaram a falar os nomes dos garotos que haviam tirado e a cada nome podia se ouvir suspiros ou resmungos.

 

- Jacob Black. – Alguém falou meu nome com certo tédio e eu não gostei desse tom, olhei para trás e pude ver a garota entregando o papel para o professor e... Eu não acredito que vou ter que ser parceiro da esquisitona do refeitório e desde quando ela faz biologia comigo?

 

Ela pegou a mochila colando nos ombros e veio em minha direção com passos lentos e com uma cara que parecia que estava enjoada. Tudo bem, quem ela pensa que é para me olhar assim? 99% das meninas daquela sala gostariam de estar no lugar dela e é assim que ela reage?

 

Ouvi o barulho da cadeira indo para trás e depois a mochila surrada indo para o chão. Ela se sentou na cadeira e se apoiou na mesa dando um longo suspiro e sem sequer olhar para a minha cara.

 

Certeza que ela é lésbica e pega aquela outra amiga, tão esquisita quanto ela. Isso deve explicar o fato do cabelo ser curto e todo picotado, as roupas alternativas e também o fato não ficar eufórica por ser minha parceira. Mas até que ela é bonitinha se me convidasse eu não negaria um Ménage à trois com ela e a outra.

 

Depois de uns minutos a sala estava toda mudada e o professor voltou para frente explicando o que vamos fazer. Basicamente teremos que conhecer nosso novo parceiro, perguntas simples, curiosidades e nada de invenção porque ele vai ler e conferir.

 

A garota tirou da mochila um caderno e o estojo, abriu pegou uma caneta e escreveu e começou a escrever algumas coisas que eu não consegui ler, que diabos a garota estranha tanto escrevia?  

 

- Então... – Ela começou sem animo se voltando para mim. – O que você faz?

 

- O que tanto você escreve? – Perguntei tentando olhar, mas ela puxou o caderno. – Ei eu tenho o direito de saber, afinal é de mim que esta escrevendo.

 

- Além de futebol o que mais você faz? – Ela perguntou novamente com um ar mandão ignorando completamente minha pergunta.

 

- Além de ser esquisita o que mais você faz? – Perguntei debochado. Não gostei do jeito dela não gostei dela e olha que não faz dez minutos que ela esta ao meu lado. 

 

- Hum. – Ela murmurou e voltou a escrever no caderno. Tudo bem de duas uma: ou ela esta de brincadeira comigo ou quer testar minha paciência.

 

- Me deixa ler o que você escreveu. – Falei sem paciência e tentei puxar o caderno das mãos dela, mas ela foi mais rápida.

 

- Pelo jeito não sabe fazer mais nada. – Ela comentou dando uma risadinha irritante.

 

Calma Jacob ela é só uma menininha emo, esquisitona e revoltada sem causa que esta querendo testar a sua paciência. Não caia no joguinho dela, vire o jogo a seu favor.

 

- Eu conserto e restauro carros. – Respondi e por um minuto como se estivesse checando a verdade e voltou a escrever no caderno. Antes que ela pudesse fazer outra pergunta, comecei a falar novamente. – Mas e você Bella, o que faz?

 

A garota pareceu surpresa ao ouvir seu nome saindo da minha boca e um sorriso de formou no canto dos meus lábios. É lógico que eu sabia o nome dela, Seth havia falado na hora do intervalo.

 

- Como sabe meu nome? – Ela perguntou ainda surpresa. Ai esta sua chance de perturbá-la Jacob, aproveita.

 

- Eu sei muito sobre você. – Respondi de forma misteriosa e as sobrancelhas dela se juntaram fazendo uma cara de desentendimento. – Consigo te desvendar só te olhando.

 

- Claro, claro. – Ela respondeu irônica, mas meio incerta. – O que sabe sobre mim então? – Seus braços se cruzaram sobre o peito e ela fez uma cara debochada.

 

- Vamos começar pelo básico, você tem uma banda de rock. – Falei sorrindo e ela rodou os olhos.

 

- Como você disse isso é o básico, todo mundo deve pensar que eu tenho uma banda de rock. – Ela retrucou.

 

- Você toca guitarra e canta. – Continuei e ela continuava a me olhava de forma desafiadora. Parece que aquilo ainda não era o bastante.

 

- Patético. – Ela zombou e eu fiquei nervoso, quem ela pensa que é? – Agora só faltar falar que eu gosto de rock.

 

- Lógico que você gosta de rock. – Falei tentando manter meu tom de voz menos alterado. – E provavelmente faz parte desse “bando” porque não foi aceita em nenhum outro.

 

A expressão dela mudou com essa segundo frase, sua boca abriu um pouco e seus olhos perderam o foco, como se tivesse voltado ao passado. Mesmo blefando parece que eu acertei. E agora para finalizar...

 

- Sem mencionar a sua desilusão amorosa com o seu namorado de longa data.

 

Touché! Eu devia estar com uma câmera fotográfica para registrar esse momento. A menina estava realmente com a boca aberta e com os olhos perdidos, provavelmente raciocinando em como eu sabia de tudo aquilo.

 

- Acertei alguma coisa? – Perguntei escondendo a vontade de rir.

 

- Não! – Bella respondeu rapidamente. – Na verdade só até a parte do gostar de rock, sinceramente você deveria treinar mais essa idiotice de “desvendar”.

 

Ela puxou a cadeira mais para frente e bufou um pouco irritada, começando a escrever no caderno, mas em outra folha. Reparei em uma marca em seu pulso esquerdo, uma cicatriz, como se fosse um corte.

 

- Como conseguiu isso? – Perguntei tocando na marca e ela rapidamente puxou o braço, abaixando a manga da camisa xadrez.

 

- Não interessa. – Ela disse e logo voltou a me ignorar.

 

- Não devia tentar se matar. – Comentei e ela me encarou com os olhos estreitos.

 

- Não fale o que você não sabe! – Ela rebateu nervosa e sua voz tinha aumentado um pouco. Fiquei instigado em descobrir como ela havia conseguido aquela cicatriz.

 

- Fala baixo, quer que todos escutem? – Falei olhando para a dupla da mesa ao lado. – Não quer me contar sobre isso? – Ela me olhou e depois deu risada.

 

- Tem coisas que você não precisa saber e essa é uma delas. – Bella disse enquanto arrumava os cabelos com a mão. Pelo jeito havia ficado nervosa.

 

- O que mais você faz além de tocar em uma banda? – Perguntei e nem sei o porquê perguntei, acho que gostei de vê-la nervosa e irritada.

 

- Gosto de dormir. – Ela respondeu sem vontade. – Pronto chega de perguntas.

 

- Só mais uma. – Pedi e ela me olhou sem paciência.

 

- Fala logo.

 

- Gosta de dormir nua? – Perguntei malicioso e sua boca abriu e fechou umas duas vezes como se tivesse processando as palavras.

 

- O quê? – A voz dela aumentou e algumas pessoas olharam para nós. – Essa é uma das coisas que você não precisa saber e nunca vai saber!

 

- Uma pena. – Falei dando risada e ela ficou perplexa.

 

- Idiota. – Ela disse bufando, depois puxou a cadeira para frente encarando o relógio que marcava dez minutos para o fim da aula.

 

Narrado por: Nessie

Local: Final da aula de artes

 

Como se não fosse o suficiente ter ele no meu ciclo de amigos a partir de hoje por causa da seleção de futebol eu ainda tenho que aturá-lo na aula de artes! Qual vai ser a próxima? Literatura?

 

Quando a professora falou meu nome eu quis morrer! Eu estava praticamente escondida atrás da tela e ela ainda chama o meu nome? Porque não falou para a Amanda, ela com certeza estaria muito a fim de mostrar para ele o que fazer com um pincel, arg!

 

E o pior de tudo é que eu não sei estou com tanta raiva! Não tem motivo nenhum, eu nem conheço o guri, mas ele alguma coisa que me... Incomoda! Provavelmente é o fato de ele ser irmão daquela maloqueira esquisitona!

 

E por falar nisso, quem é a outra esquisita que estava com a esquisitona? E o que ela tem com o Seth, quer dizer eles parecem ser muito amigos ou até mais que isso, mas o que isso tem haver com você Nessie? Acho que vou explodir de raiva indefinida!

 

- Daqui a pouco você fura a tela. – Ele falou e eu dei um salto.

 

- Eu sei o que eu estou fazendo. – Respondi ríspida e quando olhei para o quadro engoli seco, teria que fazer de novo.

 

- Tudo bem então. – Seth deu os ombros e voltou para o seu quadro.

 

Senti um desconforto por causa do silêncio que ficou entre a gente, eu queria conversar com ele, mas por quê? Olhei para o que ele estava pintando e quase dei risada, aquilo era uma espécie de desenho abstrato?

 

- Desculpa, mas é alguma pintura abstrata? – Perguntei maldosa e ele deu risada.

 

- Só porque eu não tenho o dom da pintura como você, não precisa me zuar. – Ele comentou e foi simpático.

 

- Eu... – Eu simplesmente não sabia o que dizer. Droga! Garoto idiota! Ele riu da minha confusão e voltou a pintar. – Eu apenas tenho facilidade.

 

- Eu diria que você tem um dom. – Seth disse e lá esta o sorriso em seus lábios de novo. – Já pintou outros quadros?

 

- Sim, sempre me interessei por pintura, eu acho relaxante me distrai. – Respondi sincera e me assustei com isso, desde quando eu converso esse tipo de coisa com alguém que eu não conheço.

 

- Gostaria de ver seus quadros. – Ele falou sorrindo para mim e eu fiquei sem graça, mas não podia demonstrar isso.

 

- Quem sabe um dia, num futuro muito distante. – Falei um pouco seca e ele deu uma risadinha.

 

- Eu posso esperar. – Ele sussurrou perto do meu ouvido, meu coração deu um salto e começou a bater muito descompassado e pela segundo vez no dia eu fiquei vermelha.

 

Olhei para o relógio em cima do quadro e faltava apenas 10 minutos para terminar a aula e se eu pudesse adiantava os ponteiros para sair o mais rápido possível daquela sala.

 

Guardei as tinhas e limpei os pinceis, percebi que Seth me olhava de canto de olho, mas fingi não notar isso. Quando o sinal finalmente tocou, eu praticamente fugi da sala deixando todo mundo para trás sem entender o que se passava, mas para ser sincera eu também não entendia.

 

Fui parar na porta da sala da Clarie, depois de uns minutos ela apareceu alguns livros no braço, a puxei por uma das mãos e corri para o banheiro, fazendo a entrar no mesmo box que eu.

 

- Acho que estou enlouquecendo! – Comentei sem ar fazendo-a sentar no vaso sanitário. – Ou estou realmente muito doente!

 

- Calma Nessie, respira fundo e me conta o que aconteceu. – Ela pediu de forma doce, mas sem esconder a preocupação.

 

Respirei fundo encostando minha cabeça na porta, depois olhei para baixo e vi Clarie com os olhos transbordando de curiosidade, sussurrando comecei a contar o que havia se passado na aula.

 

Narrado por: Jasper

Local: Enfermaria

 

- Não precisa se preocupar. – Ela falou pela quinta vez tentando se levantar.

 

- Já disse para você ficar quieta e me deixar cuidar desse corte. – Falei puxando-a novamente para se sentar na cadeira.

 

Eu me pergunto como uma enfermaria pode não ter uma enfermeira, isso é ilógico e absurdo, é a mesma coisa um restaurante não ter um cozinheiro. Mas mesmo assim a porta estava aberta e nós entramos.

 

Abri um armário com porta de vidro e tirei de lá um pouco de algodão, band-aid, o anti-séptico e uma pomada, coloquei tudo em cima da mesa e me abaixei ficando na altura da garota.

 

- Então qual o seu nome? – Perguntei enquanto levantava novamente a franja dela que fez uma cara de dor.

 

- Alice. – Ela respondeu de forma suave, apesar da careta.

 

- Certo Alice, serei seu enfermeiro agora. – Falei rindo e ela me acompanhou. – A propósito me chamo Jasper.

 

- Muito prazer. – Ela falou educadamente, acho que estou conversando com alguma dama, justo eu, um vagabundo.

 

- Você anda muito bem de skate e ai! Isso arde! – Ela reclamou fazendo um bico e confesso me encantei.

 

- Desculpe, não sabia que ia arder. – Falei assoprando um pouco o local para ver se assim passava a ardência.

 

- Não tem problema. – Ela disse num fio de voz e pude ver suas bochechas levemente vermelhas.    

 

Me afastei um pouco para olhar melhor a garota em minha frente. E ela acabou de entrar na minha lista de “mulheres lindas” só não conseguiu ganhar da Angelina Jolie, mas desbancou fácil toda a beleza quase latina da Eva Mendes. Os cabelos pretos e curtos deram um ótimo contraste com a pele branca levemente corada e os lábios rosados sem falar dos olhos verdes serenos, mas com um brilho diferente.

 

- Pare de babar Jasper isso já ficou ridículo. – Pensei desviando o olhar pegando a pomada e passei no corte. – Já andou de skate alguma vez?

 

Ela me olhou de forma estranha e depois deu risada, o som da risada dela me deixou estranhamente feliz e eu inconscientemente sorri. Êpa Jasper vamos devagar com isso... Qual é a sua de ficar feliz, cheio de sorrisos e achar a garota uma boneca? Isso já passou do ridículo e esta rumando para o gay! Maria não pode mais fazer greve!

 

- Olha bem para mim. – Ela falou me encarando e eu aproveitei para olhá-la e cima em baixo. – Eu não levo o menor jeito para andar de skate é pedir para me matar.

 

- Realmente, você não tem cara de quem curte esportes radicais. – Comentei e concordou. – Tem cara de quem dança.

 

- Acertou! Eu sou bailarina. – Ela disse animadamente quase dando um pulo da cadeira. Bom, isso explica o corpo pequeno. – Danço ballet desde os três anos.

 

- Nossa! – Eu realmente fiquei surpreso, ela tem quantos anos? – Ballet combina você, com esse seu jeito. – Ela sorriu e eu engasguei, opa isso pareceu uma cantada. – Quer dizer, você é pequena e tals.

 

- Ham... É verdade. – O sorriso dela diminuiu e ela pareceu decepcionada.

 

Nós ficamos em um silêncio desconfortante e olha que eu não me incomodo em ficar quieto. Alice agora olhava para baixo e eu finalizava o seu curativo.

 

- Pronto terminei. – Falei levantando e indo guardar as coisas no armário. – Quando você chegar em casa lava bem e troca o curativo.

 

- Pode deixar, vou pedir para o meu pai fazer isso. – Alice disse e eu a olhei sem entender. – Meu pai é médico. – Ela respondeu a minha dúvida.

 

- Ah claro, melhor ainda. – Falei sorrindo um pouco. – Vamos então?

 

Alice concordou levantando da cadeira e vindo em direção a porta, quando ela passou por mim parou a alguns centímetros me olhando com uma expressão doce.

 

- Muito obrigada Jasper. – Ela falou com um tom de voz calmo se aproximando devagar do meu rosto, senti a respiração dela se misturando com a minha e instantaneamente fechei os olhos sentindo os lábios dela tocarem minha bochecha em um gesto inocente.

 

Não sei por quanto tempo fiquei com os olhos fechados sentindo um estranho calor em meu rosto, mas quando os abri não encontrei mais ela no corredor. Aquela fadinha fez alguma coisa comigo.          

 

Narrado por: Edward

Local: Estacionamento do colégio

 

- Às vezes eu acho que deveria ser um irmão melhor. – Pensei enquanto via Nessie sair do colégio junto com as amigas. - Ser menos implicante e protetor.

 

Fechei minha cara involuntariamente quando vi Jacob alcançado as três. Ele então passou o braço ao redor do pescoço de Nessie que a principio assuntou com o toque, mas quando o viu sorriu abertamente se aconchegando mais nele.

 

O Jacob é o típico cara que esta pouco ligando para os sentimentos das garotas e se encaixa em todas as características que levam ao resultado: galinha de primeira, ou seja, completamente infiel. E eu realmente não me importaria com isso se ele não fosse o namorado da minha irmã.

 

- Pensei que fosse demorar. – Ela disse quando se aproximou de mim, junto com os outros.

 

- Saí mais cedo da aula. – Falei um pouco sério e olhei para Jacob que tinha o olhar perdido para uma garota do outro lado do estacionamento. – Tudo bem Jacob?

 

Ele pareceu acordar de um transe e me encarou com um sorriso debochado nos lábios.

 

- Tudo ótimo. – Respondeu com um tom de malícia.

 

- Não quer almoçar em casa amor? – Nessie perguntou com uma carinha de cachorro pidão que só ela tem.

 

- Não vai dar amor. – Ele disse falando bem perto do rosto dela. – Fiquei de almoçar com os rapazes, vamos discutir algumas técnicas de jogo, já que o novo time esta formado.

 

- Tudo bem então, dessa vez passa. – Ela fez um charminho e ele beijou o pescoço da minha irmã, fazendo-a rir.

 

- Viu a Alice? – Perguntei, não sou obrigado a ver ceninhas de amor da minha irmã caçula com o maior galinha da escola, não é?

 

- Não, mas daqui a pouco ela aparece. – Ela respondeu.

 

Não demorou muito eu avistei um rapaz corpulento de mãos dadas com uma loira e outra garota baixinha descendo as escadas. Emmett, Rosalie e Alice. Apesar de estar longe com certeza Alice estava tagarelando alguma coisa boa, pois gesticulava bastante e trazia um enorme sorriso no rosto.

 

- Oi! – Ela disse estranhamente animada saltitando.

 

- Eu sei que final de aula é sempre bom Alice, mas isso é exagero. – Jacob comentou segurando o riso. – Como é o nome dele?

 

Alice por um momento ficou sem graça e levemente vermelha e tenho certeza que o estacionamento inteiro ouviu a estrondosa risada do Emmett. Então realmente tinha um ele na história.

 

- Como? – Ela se fez de desentendida, mas logo respondeu. – Estou animada porque tenho um monte de idéias para a decoração da festa Jake.

 

- Ah claro! Lógico que é isso. – Ele falou zuando e ela mostrou a língua.

 

Alice se dá bem com o Jacob e isso me deixa com um pouco de ciúmes, mas na verdade ela não é muito padrão, já que eu não conheço ninguém que a Alice não goste e que não goste dela. A baixinha é encantadora.

 

- Ihh, olha quem esta saindo. – Comentou Kim, apontando com a cabeça para um grupo de três garotas, digamos, alternativas.

 

- Afê! Eu ainda dou um jeito naquela esquisita! – Nessie falou com raiva encarando as meninas que perceberam e uma delas mandou um beijo para Nessie caindo na gargalhada depois. – E vai ser agora!

 

- Calma amor. – Jacob falou segurando-a pela cintura. – Não vale à pena.

 

- Alguém pode me colocar a par da situação? Alice? – Indaguei sem entender.

 

- Nada de mais Edward, só que a Nessie teve uma pequena discussão com aquela menina do refeitório hoje. – Alice me explicou e Nessie bufou irritada.

 

- Ela é uma esquisitona idiota! – Bradou.

 

- E lá esta o irmão dela. – Clarie comentou.

 

- Ei Seth! Vem aqui! – Jacob chamou um garoto que estava conversando com uma menina loira, muito bonita, por sinal.

 

Percebi que Nessie fez uma careta apertando a mão de Clarie que olhou para como se estivesse entendido o recado. O rapaz se despediu da garota com um beijo no rosto e veio sorrindo até nós e cumprimentando todos da roda. Ele tem uma semelhança muito grande com Jacob, mas em um primeiro momento parece ser bem mais simpático e agradável do que ele.

 

- Mal entrou no time e já esta se enturmando com as garotas. – Emmett comentou dando risada e o garoto ficou um pouco sem graça.

 

- Ela faz uma aula comigo, só isso. – Seth explicou.

 

- Claro nós entendemos. – Jacob falou um pouco irônico e os rapazes riram. Era sempre assim o reizinho falava e os bobos riam. - Nós vamos para casa do Embry, não quer ir?

 

- Não vai dar cara, eu tenho aula hoje. – O menino se desculpou.

 

- Você faz aula do quê? – Alice se intrometeu curiosa. – A propósito esse é meu irmão Edward, ele não estava no refeitório hoje. – Ela me apresentou para ele que fez um aceno com a cabeça e eu fiz o mesmo.

 

- Eu não faço aula, eu dou aula. – Ele disse sorrindo.

 

- Sério? Você dá aula do quê? – Embry perguntou surpreso.

 

- Dou aula de Tae Kwon Do. – Seth respondeu e todos ficaram surpresos. Nossa o garoto não tinha nem 18 anos e já era faixa preta?

 

- Você não é muito novo para dar aulas? – Rose indagou, provavelmente pensou na mesma coisa que eu.

 

- Isso depende. – Ele falou caçando a cabeça. – Porque assim a partir do momento que você é faixa preta isso significa que você já sabe tudo sobre as técnicas e fundamentos da luta, então pode dar aula.

 

- Então quer dizer que você é faixa preta desde pequeno, por isso é um professor tão novo. – Concluiu Quil e ele concordou.

 

- Huum, quero ter aulas com você. – Alice comentou de forma maliciosa, mas sem esconder o tom de brincadeira e o garoto deu risada. Nessa hora Nessie apertou mais uma vez a mão de Clarie ficando emburrada.

 

- Seria um prazer te ensinar Alice. – Ele falou brincando também e minha irmãzinha bufou discretamente.

 

- Vamos então? – Nessie falou olhando para mim e puxando a manga da minha camisa. – Me liga mais tarde amor.

 

- Pode deixar. – Jacob concordou dando um selinho rápido nela. Devia ser proibido irmãs beijarem.

 

- Vixi vamos antes que a Miss encrenca se estresse. – Alice comentou fazendo careta. – Tchau pessoal e eu vou te ligar Seth para marcar a minha aula. – Ela piscou e o rapaz gargalhou.

 

Continua...