Capítulo XIV

Narrado por: Leah

Local: Colégio

Sexta-feira depois da aula! A melhor sensação de todas é saber que o seu final de semana esta prestes a começar assim que você pisar para fora do colégio e que promete ser o melhor de todos! Não que eu tenha muitos planos ele, mas eu sempre fico feliz com a sexta.

Esperei Bella sair da aula e fomos juntas guardar nossos materiais. Os corredores como sempre estavam cheios e muito movimentados. Eu conversava com um e com outro, mas Bella ao meu lado estava quieta, acho que nem respirando ela estava.

- O que vamos fazer nesse final de semana? – Perguntei animada abrindo meu armário.

- Não sei Lee. – Bella respondeu sem muito animo.

- Qual é Isabella! Final de semana temos que aproveitar!

- Eu sei Lee, mas não sei. – Ela tentou explicar e eu rodei os olhos. Faz dois dias que Bella esta assim aérea de tudo e não quer me contar o que aconteceu.

- Olha só ou você me conta o que rolou para eu poder te ajudar a tirar essa cara de tédio do rosto ou você para de andar comigo, porque desanimo pega! – Falei bufando sem muita paciência.

- Eu às vezes me pergunto por que sou sua amiga sabia? Precisa me tratar assim? – Ela perguntou fazendo a melhor cara de ofendida.

- Não, mas falando dessa forma é a única maneira de você reagir. – Briguei. – Que foi Bellita? Você me deixa preocupada.

- Não se preocupe Lee, eu estou apenas...

- Bella! – Gritou uma voz fina quase da ponta do corredor, não consegui saber quem era até olhar para baixo.

- Ah não, era só o que me faltava. – Resmunguei batendo minha mão na testa.

- Oi Alice! – Bella a cumprimentou com um sorriso. – Como você esta?

- Muito bem e você? – Alice respondeu animada. – Você deve ser a Leah não é mesmo? – Ela se virou para mim sorrindo. – Muito prazer! Se você é amiga da Bella é minha amiga também.

- Prazer. – Falei mal humorada, mas nem isso fez o sorriso dela sumir.

- E então meninas, o que vão fazer no final de semana? – Continuou, entusiasmada.

- Boa pergunta é o que eu estava querendo saber, mas sua amiga aqui não esta nada animada. – Respondi apontando para Bella e Alice fez uma careta de desgosto.

- Como assim Bella? É final de semana temos que aproveitar!

- Vamos ver se ela, você escuta. – Resmunguei afetada, Bella me olhou brava e Alice não entendeu.

- Eu estou aqui para convidá-las para uma festa! – Alice informou eufórica.

- Festa? – Eu e Bella indagamos ao mesmo tempo, mas com entonações completamente diferentes.

- Sim! Vai ser a inauguração de uma boate no centro da cidade, chamada Tao. – Ela respondeu sorrindo e eu me animei com a idéia. – Todos nós vamos.

- Calma ai, todos nós? – Indaguei, com uma sobrancelha erguida. Quem são todos nós?

- Os meninos do futebol, minha irmã e suas amigas, eu e o...

- Não obrigada. – Eu e Bella falamos juntas mais uma vez e nos olhamos sorrindo.

- Por favor! – Pediu Alice com uma cara de dó e um bico que eu me odeie por cair nessa. – Vocês não precisam ficar eles, nem eu vou, na verdade eu quero companhia.

- Bom se é assim... – Eu voltei atrás e Bella me olhou de cara feia.

- Oba! Brigada! – Ela pulava de felicidade atraindo todos os olhares. – Vou colocar o nome de vocês e tem mais uma menina não é? Como é o nome dela?

- Jane. – Respondi e ela repetiu para não esquecer.

- Certo... Estou tão animada! Eu ligo para você depois Bella para combinarmos certinho. – Ela disse as coisas tão rápido que eu me esforcei para entender. – Ah! E meu irmão vai também. – Piscou com uma cara travessa e saiu saltitando.

 Assim que Alice foi embora eu pude respirar tranqüila. Meu Deus será que ela não desliga nunca? Consegue ser pior que eu! E olha que isso não é fácil. Olhei para Bella que me encarava com um olhar mortal e eu apenas sorri de canto.

- Te mato agora ou espero todo mundo sair para não levantar suspeitas? – Bella perguntou entre os dentes e eu dei risada.

- Espera todo mundo sair para não levantar suspeitas. – Respondi divertida e ela bufou.

- Que foi? Não foi você que queria que eu e a gnomo nos déssemos bem?

- Festa Leah, eu não estou para festa... – Bella resmungou começando a andar.

- Claro que não, esta mais para funeral. – Eu comentei a seguindo. – Mas vai ser legal Bellita, nós vamos nos divertir sem se preocupar com o Jacob.

Assim que falei o nome dele, Bella parou de andar me encarando incrédula. Bingo! Eu sabia que o motivo dela estar assim tinha nome e sobrenome: Jacob Black.

- Sou sua melhor amiga, têm coisas que você não precisa dizer, eu simplesmente sei. – Comentei parando na frente dela sorrindo, mas logo voltei a andar sem dar tempo dela retrucar ou mentir.

Narrado por: Seth

Local: Academia

Dar aulas de Tae Kwon Do cansa! Ainda mais quando se tem alunos hiperativos iguais aos meus. Depois que todos saíram inclusive a Megan que demorou bem mais tempo para ir embora, eu tirei a parte de cima do meu dobok deitando largadamente sobre o dojô.

- Não levanto mais. – Falei comigo mesmo, respirando fundo.

Fechei os olhos tentando relaxar o máximo possível. Comecei alongando meus pés, depois subi para minhas pernas, dobrando e esticando os joelhos, mexi meus pulsos, meus braços e pescoço, sentindo a tensão diminuir um pouco.

- Preciso mesmo é de uma massagem. – Falei me esticando.

- Eu posso te ajudar se quiser.

Uma voz feminina invadiu meus ouvidos me fazendo sentar rapidamente. Assim que meus olhos encontraram a porta vi Amanda, que me olhava tentando não rir do susto que havia me dado. Ela vestia um short jeans, uma blusa branca solta e nos pés rasteirinha, simples e linda.

- Te assustei? – Ela perguntou entre risos caminhando até onde eu estou sentado.

- Que isso. – Respondi irônico negando com a cabeça.

- Posso pisar com sapatos? – Perguntou parando em frente ao dojô.

- Não, vai ter que tirar. – Respondi e ela me obedeceu colocando os sapatos no canto.    

Amanda aproveitou que já estava sentada no chão e veio até mim engatinhando. Foi uma cena sexy, apesar de ela estar sorrindo feito criança. Assim que parou na minha frente ficou de joelhos se inclinando sobre mim roçando levemente nossos lábios.

- Surpresa! – Ela sussurrou.

- Linda surpresa. – Eu disse sorrindo e vi suas bochechas corarem levemente. – Como soube que eu estou aqui?

- Sua mãe me disse já que você não me atendeu. – Respondeu simplesmente. – Cansado?

- Morto caberia melhor. – Brinquei a puxando para mais perto.

- Vou te reviver então. – Ela falou entre meus lábios.

Amanda ficou inclinada em minha direção selando nossos lábios. Segurei as mãos dela no chão aprofundando ainda mais nosso beijo e ela sorriu contra meus lábios. O gosto doce de baunilha invadiu minha boca e eu me deliciei, percorrendo toda sua boca lentamente.

Aos poucos fui afrouxando minhas mãos e ela se apoiou em meu peito levantando um pouco o tronco e eu a acompanhei ficando de joelho também. Minhas mãos subiram para sua cintura apertando levemente e as mãos dela rodearam meu pescoço me fazendo arrepiar com as caricias.

- Vivo? – Ela perguntou com a respiração ofegante batendo suavemente em meu rosto.

- Ainda não cem por cento. – Respondei puxando para mais perto, fazendo nossos corpos se justarem.

- Ótimo! – Amanda comemorou se afastando e ficando em pé. – Então me ensine a lutar.

- Como é que é? – Indaguei sem entender me levantando também.

- Vamos Seth! Me ensina. – Ela pediu mais uma vez me dando um chute fraco na lateral da coxa.

- Desde quando você quer ser lutadora? – Perguntei divertido vendo-a pular em posição de luta.

- Desde o dia em que comecei a sair com você e venho recebendo algumas ameaças. – Ela respondeu num tom de brincadeira. – Eu preciso saber me defender.

- Certo, então eu vou te ensinar um golpe de defesa, mesmo sabendo que é proibido usar a luta em briga.

- Oba! – Festejou ela ainda sem parar de lutar. – O que eu tenho que fazer?

- Finja que vai me dar um soco. – Pedi parando em frente a ela. – É só fingir não precisa me acertar. – Afirmei novamente e ela riu.

Amanda então fingiu me dar um soco e eu segurei sua mão puxando-a de encontro ao seu próprio peito torcendo levemente seu pulso e parando atrás dela, segurando seu outro braço.

- Ow! – Ela exclamou tentando se mexer.

- Primeiro você segura os braços do oponente e torce sua mão o impedindo de te atacar. – Expliquei falando bem próximo ao seu ouvido, percebi ela arrepiar. – Mas ele ainda tem as pernas, então você faz assim.

Dei uma rasteira nela, fazendo-a deitar no chão. Apoiei uma perna em cima da dela e segurei seus dois braços com apenas uma mão e para finalizar fingi um soco em seu rosto batendo no dojô.

- Dessa forma a pessoa não pode revidar já que as pernas e braços vão estar imobilizados. – Terminei a explicação soltando-a e sentando ao lado dela.

- Ow! – Ela exclamou novamente com os olhos arregalados. – Pensei que você fosse realmente me acertar.

- Lógico que não. – Ri vendo-a se sentar novamente.

- Minha vez! – Ela disse animada se levantando novamente. – Vai finge que vai me dar um soco.

Achei graça da animação dela para aprender o golpe e fiz o que ela pediu. Amanda então segurou minha mão torcendo-a e trazendo-a junto ao meu corpo, conforme eu falava. Depois foi para trás de mim segurando meu outro braço. Ri da situação, ela é muito pequena e facilmente eu me desvencilhava do golpe.

- E agora o que eu faço? – Sua voz saiu como um sussurro perto do meu ouvido e foi a minha vez de arrepiar.

- Só me dar uma rasteira. – Falei simplesmente.

- Pede um porco azul que é mais fácil. – Ela disse sarcástica tentando me derrubar, mas eu não deixei. – Ah Seth você esta se segurando para não cair. – Ela reclamou manhosa e eu não resisti.

- Você acha mesmo que o seu oponente vai deixar você fazer isso?

- Não, mas você não é meu oponente e sim meu professor. – Ela reclamou outra vez tentando me derrubar e eu cai no chão.

Ela segurou minhas pernas com uma perna só e me encarou de forma travessa e eu ergui uma sobrancelha sem entender o que ela estava planejando fazer.

- Vou mudar um pouco.

Amanda então sentou na minha cintura segurando minhas mãos com suas mãos em cima da minha cabeça ficando com o rosto próximo do meu. Seus cabelos loiros roçavam no meu rosto fazendo cócegas e eu sorri torto com sua atitude.

- O que achou do meu golpe? – Ela perguntou mordendo meu queixo.

- Muito mais interessante que o meu. – Respondi perdendo seus lábios entre meus dentes sugando levemente. – Pena que você é fraquinha.

Rapidamente eu soltei minhas mãos, girando meu corpo e a prendendo entre o dojô e eu. Amanda gargalhou com a situação entrelaçando suas pernas em meu quadril me puxando pra mais perto. Não pude evitar um suspiro com a nossa proximidade e ela fechou os olhos mordendo levemente os lábios.

Apoiei meus braços em cada lado de sua cabeça e me abaixei capturando seus lábios num beijo faminto. Amanda passou as mãos pelas minhas costas me puxando fazendo com que eu deitasse em cima dela. Minhas mãos foram parar em seus cabelos louros prendendo-os em meus dedos.

Me elevei um pouco traçando uma trilha de beijos do queixo até perto da orelha dela, depois desci para seu pescoço mordendo levemente ouvindo-a arfar. Amanda arranhou minhas costas de cima para baixo pousando sua mão no cós da minha calça brincando com o elástico me fazendo suspirar.

Nosso olhar se cruzou e ela sorriu mordendo os lábios e apertando ainda mais suas pernas em minha cintura e arrancando-me um gemido baixo.   

- Seth eu... Meu Deus! – Uma voz infantil soou me fazendo saltar de cima da Amanda e ficar em pé.

- Megan! – Eu exclamei passando a mão por meus cabelos tentando acalmar minha respiração. Amanda nesse momento já estava sentada de costas para nós.

- Eu esqueci minha carteira no vestiário. – Ela comentou com a voz baixa e com os olhos vermelhos, como quem fosse chorar a qualquer minuto.

- Fiquei a vontade pode pegar. – Falei apontando para o vestiário soltando o ar rapidamente. Era só que me faltava. Amanda riu levemente e eu olhei para ela quase em pânico.

Assim que Megan voltou nem ao menos se despediu saiu correndo para fora da academia. Me joguei no dojô perto de Amanda que agora gargalhava e eu procurando a graça de tudo.

- Melhora essa cara! – Ela pediu beijando várias vezes meu rosto.

- Se ela contar para alguém eu perco meu emprego. – Lamentei e Amanda acariciou meu rosto.

- Você não vai perder o seu emprego, vai ser a palavra dela contra a sua. – Amanda falou sorrindo tentando me acalmar. – Não se preocupe.

- Vou tentar. – Forcei um sorriso e ela me olhou brava.

- Melhora essa carinha, eu gosto do seu sorriso sincero. – Ela pediu fazendo bico. – E tenho uma boa noticia, podemos continuar o que começamos lá em casa. – Ela piscou o olho e eu sorri malicioso.

Narrado por: Jacob

Local: Casa da Nessie

Olhei no relógio mais uma vez, cinco e meia. Daqui cinco minutos eu toco a campainha, pensei. Fazia quinze minutos que eu estou parada na porta da casa dos Cullens tomando coragem para entrar e conversar com a Nessie e colocar um ponto final em nossa relação.

- Vamos Jake, você é um homem ou um rato? – Perguntei olhando para a imensa casa.

Respirei fundo como se fosse inalar toda a coragem do mundo a abri a porta do carro. Certo é agora ou nunca! Sai do carro caminhando até a porta da frente, toquei a campainha esperando alguém atender. Não demorou muito e a porta foi aberta.

- Jacob querido. – Esme me recepcionou amorosa. – Nessie vai ficar feliz com a surpresa.

- Posso entrar? – Perguntei educadamente e ela me deu passagem. Algo me diz que ela não vai ficar é feliz com a minha visita.

- Ela esta no quarto, sabe o caminho não é? – Ela sorriu e eu assenti.

Subi as escadas que davam para os quartos e caminhei pelo corredor, o da Nessie é o último à esquerda. Assim que percebi sua porta fechada respitei fundo mais uma vez antes de girar a maçaneta.

- Posso entrar? – Pedi colocando a cabeça para dentro do quarto.

Nessie estava sentada no bando olhando para o espelho na penteadeira arrumando os cabelos. Assim que me ouviu minha voz e me viu ela abriu um enorme sorriso me fazendo me sentir pior.

- Amor! – Ela comemorou correndo até a porta igual criança. – Entra!

Nessie me puxou pelo braço, fechando a porta novamente. Seus braços rodearam meu pescoço, seus pés de ergueram um pouco e ela me beijou. Me afastei delicadamente segurando-a pelos ombros.

- O que foi Jake? – Ela indagou confusa me olhando sem entender.

- Nós precisamos conversar. – Falei rapidamente olhando para o chão me sentindo péssimo.

- Aconteceu alguma coisa? – Ela voltou a indagar levantando meu rosto. – Você está bem?

Droga! Ela precisa ser tão atenciosa dessa maneira? Se continuar assim é bem provável que eu desista de terminar com ela. Quem olha a Nessie pensa que ela completamente mimada e fútil, eu confesso que ela aja dessa maneira algumas vezes, mas ninguém a conhece de verdade, apesar de todas as suas birras e malcriações, ela sabe ser compreensiva, carinhosa e divertida.

- Aconteceu. – Respondi olhando fixamente para ela que se assustou.

- Então me fala Jake, eu posso ajudar em alguma coisa? – Ela pareceu realmente preocupada. E eu quis pular do segundo andar de cabeça.

- Nessie eu... – Tentei começar mais uma vez, mas as palavras morreram na minha garganta.

Inferno! Porque tinha que ser tão complicado assim terminar um relacionamento? Eu poderia ser cruel com a Nessie, chegar, terminar o namoro, virar as costas e ir embora, mas não eu estou preocupado com ela e com o que possa acontecer depois disso, por isso estou procurando as palavras certas e menos dolorosas.

- Jake eu estou ficando realmente preocupada com você. – Ela alertou me fazendo sentar na cama agachando na minha frente. – Quer um copo de água?

- Eu não quero nada, só preciso te dizer uma coisa. – Eu comentei frustrado afundando minha cabeça entre minhas mãos.

- Pode falar, eu estou te ouvindo. – Ela sentou no chão me encarando.

Fiquei em silêncio. Pensando em uma forma de dizer a ela, mas depois de tanto pensar percebi que de qualquer forma eu vou magoá-la, de qualquer forma ela vai chorar, de qualquer forma ela vai ter um ataque, de qualquer forma ela vai querer reverter à situação, ou seja, ela vai sofrer de qualquer forma.

Respirei fundo pela terceira vez inspirando toda a coragem que ainda me resta e olhei para ela, que me encara com um misto de preocupação e curiosidade.

- Eu quero terminar. – Falei finalmente sem tirar os olhos dela.

Nessie deixou o queixo cair alguns milímetros. Instantaneamente seus olhos de encheram de lágrimas e ela olhou para baixo fungando e passando a mão no rosto limpando as lágrimas ou não as deixando cair. Ela ergueu a cabeça novamente me encarando e seu rosto estava vermelho. E meu peito se apertou.

- Por quê? – Ela quis saber e sua voz não passou de um sussurro.

- Acho que a nossa relação ficou cômoda, acho que nós não nos amamos mais...

- Fale sua opinião Jacob, não coloque “nós” você não sabe como eu me sinto. – Ela me cortou rispidamente e eu me assustei com o seu comportamento.

- Eu não te amo mais como antes, nossa relação, para mim, se tornou cômoda. Eu estava com você só pelo fato de ter alguém e não por ser você, então antes que as coisas pudessem piorar eu tomei essa decisão e estou terminando nosso namoro. – Expliquei falando da maneira mais doce possível, procurando as palavras certas para não piorar a situação.

- Tudo bem. – Nessie falou passando a mão no rosto e eu arregalei os olhos, como assim “tudo bem”? E os gritos, a briga e o pedido para não terminar? – Se você tomou sua decisão e esta certo dela, eu aceito e não posso continuar um namoro sozinha. – Ela riu sem humor e eu me senti a pior pessoa do mundo.

- Nessie, você... – Comecei a pergunta hesitante, mas ela me cortou.

- Eu estou bem Jacob ou eu vou ficar bem não se preocupe mais comigo. – Ela levantou se afastando de mim.

- Olha só Nessie eu não quero que você sofra. – Falei sincero levantando da cama e caminhando até ela, que se afastou e eu respeitei. – O que nós tivemos foi ótimo e eu vou lembrar sempre disso e de você, mas...

- Tudo bem Jacob, eu já entendi, não precisa se explicar. – Ela me cortou novamente.

Percebi que ela estava lutando contra as lágrimas. Eu com certeza preferia que ela estivesse gritando, jogando as coisas em mim do que tendo essa reação tão fria.

- Eu quero continuar sendo seu...

- Não diga isso! – Ela exclamou se voltando para mim. – Não diga que quer ser meu amigo, a partir de hoje você não é mais nada meu.

Ela então caminhou até a porta do quatro abrindo-a e eu entendi o recado, assim que passei por ela tentei tocá-la novamente, mas Nessie hesitou de novo. Eu abaixei a cabeça e segui pelo corredor ouvindo a porta bater com força.

Desci as escadas e encontrei a Alice na sala assistindo televisão junto com Edward, que ao me ver bufou atraindo a atenção da irmã que me notou jogando o controle em cima do Edward e vindo sorridente em minha direção.

- Cu! – Alice exclamou alegre me abraçando. Chega ser engraçado o meu tamanho perto do dela.

- Oi Alice. – Cumprimentei sem muito entusiasmo.

- Hoje tem inauguração da Tao, não esquece! – Ela disse num tom mandão e eu sorri levemente.

- Acho que não vai rolar tampinha.

- Como não? Todo mundo vai! Meus irmãos, seus amigos, minhas amigas. – Ele falava todos eles com muita animação.

- Vou pensar Ali, prometo. – Eu sorri forçadamente. – Qualquer coisa nos falamos.

Eu me despedi dela com um beijo na bochecha e saí de lá o mais rápido possível. Assim que entrei no carro apoiei minha cabeça do volante experimentando dois sentimentos completamente opostos: o alivio e a culpa. Alivio por ter posto um ponto final nessa história e ter feito o que eu realmente desejava e culpa por deixá-la naquele estado.

- Pense em você e coloque suas vontades em primeiro lugar, Jake. – Falei levantando minha cabeça e ligando o carro.

Narrado por: Bella

Local: Quarto

E por fim eu não matei a Leah, ela esta junto comigo e com a Jane no meu quarto. Apesar de ela ser sempre tão animada, um pouco inconseqüente e até meio maluca, ela é bastante observadora com quem se preocupa e ter mencionado o Jacob como causa do meu desanimo me pegou realmente de surpresa.

Depois disso não tocamos mais no assunto, ela sabe que eu não quero conversar, mas só de saber que e por causa dele já me deixa muito aliviada. Esperamos a Jane sair da aula e viemos para minha casa, almoçar, fazer as tarefas e ensaiar, já que eu estava em falta com elas e não falta muito tempo para o show de talentos do colégio que nós pretendemos participar.

Leah mexia em alguma coisa na internet enquanto a Jane terminava os exercícios de matemática e eu arrumava meu armário que já passou da situação de catástrofe.

- Não acredito! – Exclamei fazendo as duas pularem de susto. – Achei que tinha perdido essa blusa há três meses!

- Vou mostrar seu armário para minha mãe toda vez que ela implicar com o meu. – Leah comentou analisando toda a bagunça.

- Não duvido que saia um monstro daí de dentro. – Jane levantou a cabeça apoiando a lapiseira no rosto. – Toma cuidado.

- Rá rá muito engraçadas. – Disse mal humorada rodando os olhos. – Já que vamos sair hoje tenho que ter pelo menos alguma coisa para vestir que não esteja suja.

- Boa sorte. – As duas desejaram ao mesmo tempo voltando aos seus afazeres.

- Minhas amigas bem que poderiam me ajudar, assim eu termino mais rápido e a gente não se atrasa.

- Bella são sete horas. – Leah avisou rodando na cadeira. – Temos no mínimo umas quatro horas para nos arrumarmos.

- Mas não esqueçam que nós somos três garotas, ou seja, o triplo de tempo para tomar banho, escolher uma roupa, se maquiar, sem contar terminar isso e fazer a janta.

- Como você é chata. – Leah reclamou se levantando e indo me ajudar. – E você não vai ajudar?

- Exercícios de matemática. – Jane respondeu mostrando as folhas. – Mas eu coordeno vocês.

Eu e a Leah nos entreolhamos depois voltamos para Jane, indignadas.

- Um... – Eu comecei a contagem.

- Dois... – Leah continuou.

- Dois e meio...

- Esta bem, eu ajudo! – Ela largou as folhas indo até nós. 

A situação da bagunça no meu armário estava realmente critica e eu estava começando a acreditar na Jane e ficar com medo de saísse um monstro das roupas sujas e amassadas. Mas o que eu posso fazer se as coisas se acumulam? Não tenho tempo para arrumar meu armário, o estudo toma todo o tempo que eu tenho. Se não fosse minha mãe me proibir de sair se meu armário não estivesse limpo, a bagunça ia ficar por alguns dias.

Leah ligou o som colocando uma música animada para tocar, a voz da Rihanna invadiu meu quarto cantando S&M e a Lee começou a dançar sensualmente passando a mão pelas pernas e seios, fazendo caras e bocas. Eu e a Jane caímos na gargalhada.

- Não precisa dessa sedução toda Leah, nós não vamos te pegar. – Eu comentei entre risos.

- É nós não somos o Embry, deixa fazer a dança do acasalamento quando ele estiver por perto. – Jane falou e eu ri ainda mais.

- Muito engraçadas, eu estou fazendo o favor de ensinar a vocês duas como se dança e vocês me zombam dessa maneira? – Ela se fez de ofendida. – Não danço mais também.

- Isso mesmo, para de dançar e vem ajudar a gente. – Jane mandou jogando uma blusa em cima dela.

- Mandona. – Leah deu a língua pegando a blusa. – Ei, essa blusa é minha!

- Sério? – Indaguei meio incrédula. Realmente eu preciso arrumar meu armário. – Pega de volta então, nem lembro quando eu pedi emprestada.

A arrumação do armário continuou por mais alguns longos minutos, o CD da Rihanna já havia tocado inteiro e nós ainda não tínhamos terminado. Quando o relógio marcou 20:30 eu fechei a porta do armário me escorando no mesmo. A faxina tinha sido geral, minha mãe não vai poder reclamar do meu armário nos próximos dez anos.    

- Estou morta! – Leah avisou se jogando na cama.

- Duas! – Jane a acompanhou.

- Que isso meninas nem foi tão ruim assim. – Eu tentei amenizar, mas quando olhei para o chão e vi um saco de roupas sujas e outro para doação eu desisti. – Somos três então. 

 - A gente bem que podia tirar um cochilo não é? – Jane se acomodou pegando minha almofada.

- Se eu fechar os olhos eu não acordo mais. – Fui até minha cama deitando com elas.

- Então nem pense em piscar que hoje nós temos uma inauguração para ir! – Leah saltou da cama e eu a Jane nos acomodamos mais.

- Eu voto em ficar em casa. – Jane murmurou de olhos fechados.

- Eu voto em te bater. – Leah resmungou.

- Agressiva. – Rebateu Jane.

- Confessa que você gostou da Alice. – Eu falei sorrindo olhando para Leah que torceu o nariz.

- Não gosto do pigmeu, mas a sua “amizade” com ela até teve seu lado positivo. – Leah explicou mal humorada.

- Claro, você gostou da idéia porque provavelmente o Embry vai estar lá. – Alfinetei esperando sua reação.

- Quem é Embry? – Ela fingiu fazendo uma cara de desentendida. – Estou fugindo do menino para ele não pensar que a coisa comigo é séria.

- Sempre. – Eu afirmei e ela deu os ombros.

Leah é assim, fica com um, pega o outro, dorme com outros, mas nunca se envolve emocionalmente e parece não se importar com isso. Enquanto eu desejo um relacionamento sério. Não que Jacob Black esteja envolvido nessa vontade.

Ela voltou a deitar na cama ficando no meio. Fechei os olhos querendo descansar um pouco e fazendo de tudo para não dormir, diferente da Jane que eu acho que já esta nos braços de Morfeu. Após alguns minutos, eu ouvi um ronco alto.

- Foi o meu estômago. – Informou Jane virando de barriga para cima. – Eu estou com fome.

- Duas. – Leah murmurou com o rosto afundado no travesseiro que eu quase não consegui entender.

- Três. – Admiti com a mão na barriga.

A barriga da Jane roncou outra vez e nós rimos olhando uma para cara da outra, falando ao mesmo tempo.

- Pizza!

Narrado por: Nessie

Local: Quarto

Eu quis me manter forte, mas assim que Jacob cruzou a porta do quarto, meu corpo desmoronou no chão, eu abracei minhas pernas me balançando lentamente igual uma mãe faz com o seu bebê para ver se a dor passava, mas não passou e eu chorei em silêncio.

Eu quero terminar. Eu quero terminar. Eu quero terminar...

Essas palavras não saiam da minha mente e quanto mais eu pensava nelas, mais lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu queria gritar, queria quebrar as coisas, eu queria fugir, eu queria morrer. Sentia as forças do meu corpo indo embora à medida que as lagrimas iam caindo.

Ouvi a porta do meu quarto sendo aberta e me encolhi mais, não quero que ninguém me veja assim.

- Nessie? – A voz da minha mãe me chamou. – O Jacob acabou de sair daqui, você falou para ele sobre a festa de hoje?

Festa de hoje? Eu tinha me esquecido completamente da inauguração da Tao, eu ia comentar com ele sobre isso, mas depois da nossa conversa, achei que não havia mais necessidade. Não estou com animo para festa, não estou com animo para nada, no momento.

- Cadê você? – Ela insistiu enquanto andava de um lado para o outro do quarto me procurando. – Ah, já sei!

Alice caminhou até minha cama deitando em cima dela, depois abaixou a cabeça levantando a colcha e olhando debaixo da cama me encontrando.

- Meu Deus! Nessie! – Ela exclamou apavorada indo para o chão. – O que aconteceu com você?

Minha irmã deitou no chão colocando a cabeça para dentro da colcha enquanto seu corpo ficava para fora. Senti suas mãos sobre meu rosto, secando minhas lagrimas e arrumando meus cabelos. O olhar dela é de pura preocupação.

- Nós terminamos. – Eu disse em meio dos soluços. – Ele quis terminar comigo Ali.

- Eu sinto muito pimentinha. – Alice disse docemente, ainda secando minhas lágrimas. – Mas o que aconteceu?

- Eu não sei. – Disse num sussurro dando espaço para ela entrar debaixo da cama. – Ele falou que não me amava mais e que estava comigo por comodidade.

Desabei no choro novamente e Alice me abraçou desajeitadamente, fazendo carinho em minha cabeça.

- De repente ele volta atrás Nessie, de repente ele só esta confuso. – Ela tentou me animar com as palavras de apoio, mas não surtiram efeito.

- Eu vi nos olhos dele a decisão Ali, ele não vai voltar atrás. – Comentei afundando minha cabeça no ombro dela.

- Eu sei que é difícil e eu sei também que a pior coisa para se escutar numa hora dessas é não ficar assim, mas tenta melhor Nessie já que ele não vai voltar atrás. – Ela suplicou preocupada.

- Realmente é a pior coisa de se escutar quando você esta sentindo que não vai conseguir melhorar. – Eu funguei dando uma risada sem humor.

- Chore o que você tiver que chorar, sofra o que tiver de sofrer, mas não cultive essa dor. – Ela pediu beijando minha cabeça e eu assenti. – Tem alguma coisa que eu possa fazer?

Pensei alguns segundos sobre a pergunta da Alice e uma idéia maluca se passou pela minha cabeça e quando percebi já tinha falado o que eu queria, deixando-a espantada, ela não indagou nada a respeito apenas fez o que eu pedi.

- Promete para mim que vai ficar bem e que qualquer coisa vai me gritar. – Ela mandou segurando a minha mão, nós não estávamos mais embaixo da cama.

- Prometo. – Eu sorri fracamente. – Não conta para ninguém esta bem? Nem para a mamãe.

- Prometo. – Ela sorriu beijando o meu rosto. – Qualquer coisa você sabe onde fica meu quarto não é? Eu só vou sair mais tarde.

- Olha, eu sei que a gente briga e na maioria das vezes não se entende, mas...

- Eu sei pimentinha. – Ela me cortou sorrindo docemente. – Eu te amo e você me ama.

- Sempre. – Eu sorri de verdade. – Obrigada.

Assim que minha irmã saiu do quarto, eu respirei fundo tentando não voltar a chorar, fazia cinco minutos que eu não derramava uma lágrima e gostaria de continuar assim. Senti meu corpo todo doer, parecia que eu havia levado uma surra, precisava de um banho relaxante.

Fui para o banheiro tentando pensar em outras coisas que não fossem o Jacob. Liguei a banheira e preparei meu banho, assim que entrei senti a água morna e a espuma cobrindo todo meu corpo, apoiei a cabeça fechando os olhos procurando relaxar o máximo possível.

Eu quero terminar.

- Qual é Nessie, você estava se saindo tão bem! – Falei sentindo meus olhos marejarem novamente. – Burra, idiota, tapada!

Porque você terminou comigo Jacob? O que eu fiz de errado? Ou o que eu não fiz? Nós nem em crise estávamos, pelo contrário nosso namoro estava tão calmo. Eu namorei você por amor e não por comodismo. Porque eu gostava de ficar com você, porque você fazia bem, porque nós tínhamos várias coisas em comum, porque a gente se divertia e não porque nossa relação caiu em uma rotina.

- Você foi injusto comigo, eu não merecia isso. – Reclamei entre as lágrimas.

Depois de alguns longos minutos eu voltei para o meu quarto enrolada na toalha, parei em frente ao espelho e só então notei o quanto meu rosto estava vermelho e inchado de tanto chorar. Segurei as lágrimas que tentavam cair novamente respirando fundo.

- Que ótima sexta-feira. – Pensei irônica enquanto colocava uma roupa qualquer, não iria sair mesmo.

Sentei na cama me abraçando ao urso que tinha ganhado do Jacob em um dos nossos aniversários de namoro, mas quando me dei conta joguei o bichinho no chão, com raiva. Olhei para a parede do meu quarto em que ficavam meus murais de fotos, várias com o Jacob, se não a maioria. Levantei apressadamente arrancando algumas delas e jogando no chão.

- Seu idiota! Seu destruidor de coração! – Falava enquanto pegava outras e rasgava. – Você não presta Jacob!

Sentei no chão derrotada, não sabia o que fazer nem se estava sentindo mais tristeza ou raiva. Apoiei a cabeça na minha escrivaninha pensando em tudo o que havia ocorrido. Você não podia ter feito isso comigo.

Olhei meu celular não chão perto da cama e engatinhei até ele. Disquei o número que Alice havia me dado, chamou uma, chamou duas, chamou três, chamou quatro e nada de me atender, na quinta chamada eu estava prestes a desligar o telefone quando ouvi a voz do outro lado da linha ofegante e eu fechei os olhos tomando coragem para falar enquanto a pessoa perguntava quem era.

- Seth?

Continua...