Capítulo X - Bônus

Narrado por: Kim

Local: Frente da casa dos Black

O Jared me arrastou para fora da festa como se eu fosse um saco de batata. Não preciso nem perguntar o motivo, pois a cara fechada e os braços cruzados sobre o peito já denunciam tudo.

- Reclama Jared, estou toda ouvidos. – Falei sem paciência para o que esta por vir.

- Que história foi aquela de você falar na frente de todo mundo que estava perguntando sobre o Seth? – Ele indagou respirando fundo e eu rodei os olhos.

- Simples, comentei com as meninas que não havia visto ele na festa, só. – Respondi sem paciência.

- Mas tinha que comentar isso na frente de todo mundo Kim? Eu fiquei com cara de idiota pô! – Ele reclamou passando a mão nos cabelos curtos, ai se ele soubesse o quanto eu gosto desse gesto.

- Jared amor, foi apenas um comentário para a gente se enturmar. – Eu falei como se explicasse para uma criança de três anos.

- Mesmo assim Kim eu não gostei! Seu namorado na festa e você perguntando de outro? – Jared suspirou pesadamente e eu segurei o riso. – Vai rir é?

- Amor, você não precisa ter ciúmes do Seth. – Disse rindo levemente enquanto passo meus braços ao redor do pescoço dele, mas suas mãos não me entrelaçaram. – E outra eu sou muito mais você! Eu tenho certeza que o Seth não beija bem como você, nem me pega daquele jeito, nem me faz feliz do jeito que você me faz.

- Sei... – Ele fez uma cara de quem não acreditou, mas segurou minha cintura. – Prova então.

Eu cai na gargalhada com aquela situação e ele me puxou para mais perto. Apoiei minhas mãos em seu peito e beijei levemente seu queixo subindo para os lábios. As mãos dele apertaram fortemente minha cintura de uma forma possessiva e ele aprofundou o beijo.

Não tem como descrever os beijos do Jared é algo único! E foi exatamente por isso que eu me apaixonei por ele, simplesmente gamei no beijo e na pegada que ele tem. A Nessie estava ficando com o Jacob e numa dessas saídas em grupo nós acabamos ficando e desde então estamos juntos, isso porque eu não queria ficar com ele no dia daquela festa.

Ele se separou de mim lentamente, prendendo meus lábios entre seus dentes me fazendo arrepiar e suspirar ao mesmo tempo. Ainda de olhos fechados eu sorri e ele passou a mão carinhosamente em meu rosto.

- Se você sempre tiver esse poder de parar o tempo quando me beijar, eu nunca mais te largo. – Comentei e ele riu.

- Eu amo você, meu Kimdim! – Jared disse de uma maneira tão doce que eu o abracei afundando meu rosto na curva do pescoço dele respirando o melhor perfume de todos. Eu amo quando ele me chama de Kimdim, por mais bobo que o apelido possa parecer.

- Já disse que amo esse apelido? – Falei sorrindo olhando nos olhos dele. – Já disse que amo você?

- Hoje ainda não. – Ele respondeu sorrindo. – Então pode me falar.

- Te amo, te amo, te amo! – Eu gritei dando risada e a cada declaração eu distribuía beijos pelo rosto dele.

Narrado por: Quil

Local: Pista de Dança

- Embry! – O chamei, mas ele não respondeu.

Fui até ele que conversava animadamente com uma das lideres de torcida. A amiga dela que o tempo todo esteve ao meu lado suspirou emburrada. O plano do Embry é que cada um pegue uma, mas não vai rolar, a garota é gatinha, mas eu estou preocupado com outra coisa.

- Embry! – O puxei para o canto deixando a ruiva sem reação e ele me olhou bravo.

- Pô cara, quer acabar com a minha noite? – Ele reclamou fazendo um gesto para a garota.

- Você viu a Clarie? –Perguntei olhando para o local e ele rodou os olhos.

- Cara fica de boa da Clarie, ela não esta nem ai para você hoje. – Embry respondeu sem paciência e eu fechei a cara, mas é exatamente por isso que eu estou procurando por ela.

- Idiota. – Reclamei.

Sai do meio da multidão caminhando direção ao Seth e a Amanda que estavam sentados em uma espreguiçadeira conversando animadamente.

- Hey casal. – Cumprimentei parando em frente aos dois que me olharam.

- Fala Quil, qual o problema cara? – Seth perguntou apoiando o rosto no ombro da Amanda.

- Vocês viram a Clarie? Eles por um momento trocaram um olhar significativo, mas logo em seguida desviaram. Eu fiquei olhando para os dois esperando minha resposta e então a Amanda começou.

- Ela passou com o Tom, acho que foram lá para fora, acho que foram embora. – Ela respondeu meio incerta.

- Ela o quê!? – Indaguei alto, ainda bem que o som abafou meu tom de voz.

- Calma brother. – Seth pediu e eu bufei. A calma esta em último lugar no momento.

- Relaxa Seth só vou atrás dela.

E sem me despedir eu fui andando em passos largos até a entrada da festa. Encontrei a Kim e o Jared se agarrando encostados na parede. Passei por eles rapidamente, mas depois voltei atrás de repente eles tinham visto ela.

- Viram a Clarie? – Perguntei impaciente interrompendo o momento.

- Quil? – Jared perguntou ofegante. Não o Papai Noel.

- Viram a Clarie? – Perguntei mais uma vez e a Kim me olhou com as sobrancelhas estreitas.

- Não, acho que ela não passou por aqui. – Ela respondeu. – Por quê?

- Seth e Amanda disseram que a viu saindo da festa com o tal Tom. – Respondi contrariado e a Kim deu um sorriso de lado.

- Nós estávamos ocupados. – Jared frisou. – Não a vimos.

E mais uma vez eu sai sem me despedir comecei a andar pela rua olhando carro por carro até encontrá-la. Aquele engomadinho de uma figa não iria ficar com a minha garota.

Narrado por: Seth

Local: Festa

- Tenho a impressão que não é só atrás da Clarie que ele foi. – Amanda comentou virando o rosto para mim.

- Somos dois então. – Eu suspirei preocupado. – Mas acho que o Quil não fará nada de errado.

- Homens são todos machistas e com um sentimento de posse muito grande, ainda mais quando se trata da “garota deles” – Amanda explicou num tom como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Sabe-tudo. – Brinquei e ela emburrou.

- Não sou sabe-tudo apenas tenho opinião sobre os assuntos. – Ela disse no mesmo tom e eu dei risada. – Não tem graça.

- Lógico que tem. – Disse segurando o riso e a puxando para mais perto. – E outra você fica uma graça com esse bico.

- Ha ha ha. – Ela disse irônica e fechou a cara, mas não durou nem cinco segundos, logo ela deu risada.

Encostei na espreguiçadeira e puxei Amanda para junto de mim, deixando as costas dela encostar no meio peito. Repousei minhas mãos sobre a barriga dela que colocou as mãos sobre as minhas. Começamos a conversar sobre quando éramos crianças, ela me contou algumas histórias e eu disse o quão terrível eu era.

- Mentira que você jogou um balão de água do terceiro andar no telhado uma casa e ele quebrou? – Ela indagou boquiaberta.

- É sério, juro. – Afirmei dando risada ao me lembrar da cena. – A dona foi no prédio reclamar, o síndico colocou um anuncio no prédio, minha mãe ficou horrorizada e eu bem quieto.

- Seth, o terrível! – Ela brincou ainda incrédula. Entrelacei nossos dedos brincando com nossas mãos, ficando em silêncio por um tempo. Até que Amanda iniciou uma nova conversa, sobre os nossos tons de pele.

- Eu queria ser mais morena. – Ela me confessou. - Por quê? – Perguntei interessado, eu gosto do tom de pele dela.

- Ser branquinha assim não é muito legal, apesar de que quando eu vou à praia consigo um bronzeado camarão invejável. – Ela brincou e eu gargalhei. – Mas agora sério, eu acho bonito pessoas morenas é exótico, sem contar que elas parecem mais saudáveis.

- Eu gosto do meu tom de pele, você tem que ver quando eu vou à praia consigo um bronzeado dourado invejável. – Me achei e ela se virou para mim fingindo indignação.

- Como você se acha, é bem típico de jogadores de futebol. – Ela falou brincando.

- Você diz isso porque você ainda não me viu bronzeado. – Eu falei próximo ao ouvido dela. – Ia se apaixonar na hora.

- Estou pagando para ver. – Ela falou num tom baixo se virando para mim e nos ficamos frente a frente. Nossos lábios ficando a milímetros de distância.

- Pode começar então. – Sorri de lado e ela ergueu a sobrancelha sem entender. – A me pagar.

- Convencido! – Ela disse mordendo meus lábios e eu segurei a sua nuca sentindo o gosto de pêssego.

Narrado por: Clarie

Local: Carro

Eu dei juro que eu dei uma chance, um tempo para o Quil mostrar que é homem de verdade e vir falar comigo sobre assuntos sérios, ou seja, eu e ele. Mas não! Ele não foi homem e não foi falar comigo e como minha paciência hoje esta menor que meu vestido, eu resolvi dar essa chance ao Tom.

Ele é um ótimo garoto, muito simpático, educado, gentil e atencioso. Perguntou diversas vezes se eu queria beber alguma coisa, se queria sentar ou dançar. Sem contar que ele é muito bonito, muito mesmo! Cabelos loiros naquele cumprimento que dá para puxar, os olhos azuis, a pele branca, mas levemente bronzeada, sem contar o físico de atleta.

Lá pelas tantas ele me convidou para dar uma volta aqui fora, confesso que fiquei um pouco indecisa, mas só foi ver o Quil na pista de dança com uma menina que pronto, aceitei na hora. Passei pela Kim e pelo Jared que estavam se agarrando na frente da casa do Jake, pensei por um minuto em avisá-los, mas mudei de idéia.

E agora aqui estou eu dentro do carro dele, com os vidros fechados e embaçados. Os bancos do carro estão abaixados e nós estamos deitados, eu quase em cima dele para falar a verdade. Pode parecer loucura eu me agarrar com um guri dentro do carro, mas eu deixo para me arrepender amanhã se eu me arrepender.

- Acho o que você estava procurando? – Perguntei. Ele me trouxe até o carro com a conversa mole que havia esquecido o celular.

- Achei esta comigo agora. – Ele disse me olhando e eu fiquei sem graça.

- Acha que me engana com esse papinho não é? – Perguntei rindo e ele riu também.

- Não estou enganando é sério, faz tempo que eu quero ficar com você só que você nunca me deu uma oportunidade. – Ele respondeu sério e por um minuto eu quase acreditei.

- Certo, vou fingir que eu acredito. – Disse saindo de cima dele e deitando no outro banco fitando o teto.

- Nossa, porque é tão difícil de acreditar? – Ele pareceu ofendido e eu me sentei ajeitando minha roupa. -

 Sei lá. – Dei os ombros, eu realmente não sei o motivo é apenas um sexto sentido.

Ele imitou meu gesto, sentou no banco ficando de frente para mim, pegou minhas mãos e me fitou intensamente. Aquele olhar me deixou constrangida, parece que o guri vai me pedir em casamento a qualquer momento.

- Clarie você é uma menina muito interessante e eu gostaria muito de... – Ele foi interrompido por batidas frenéticas do vidro.

Olhei assustada para o vidro pensando que poderia ser algum ladrão ou algo assim, mas não quando foquei melhor para o individuo do lado de fora percebi que é o Quil. O Quil!? Mas que beleza.

Tom destravou o carro para poder abrir a porta e assim que o fez, foi puxado bruscamente para o lado de fora e eu soltei um grito assustada. Quando consegui sair do carro, vi Quil prendendo o Tom contra o carro.

- Se ousar se meter com a garota dos outros de novo seu engomadinho de uma figa eu não vou ter dó de você! – Ele bradou apertando ainda mais o Tom.

- Quil! Para com isso! – Pedi tentando separar os dois, em vão lógico.

- Ela veio porque quis seu otário, não obriguei ninguém. – Tom falou emburrando o Quil que olhou furiosamente para ele. - Você me chamou do quê? – Quil perguntou sem paciência o empurrando de volta.

- Otário, mas tenho mais uma lista de nomes, quer escutar? – Tom provocou e o que aconteceu depois foi muito rápido, quando eu me dei conta os dois estavam brigando de socos e chutes no meio da rua.

- Parem! – Eu gritei, mas eles não se largaram. – Parem pelo amor de Deus!

Não vou dizer que é covardia, mas é quase um garoto do tamanho do Quil bater em um do tamanho do Tom. Quando Quil deu um soco acertando em cheio a boca do Tom eu me desesperei e puxei com toda a força que eu não tenho o Quil te perto do Tom.

- Quil por mim para de brigar! – Pedi olhando em seus olhos e ele ficou mais calmo.

- Idiota eu acabo com você! – Tom falou bravo cuspindo sangue no chão.

- Ora seu! – Quil foi para cima dele outra vez, mas antes que ele pudesse encostar no Tom eu me coloquei no meio.

- Tom para de provocar não vê que o Quil quase te fez perder os dentes! – Eu briguei olhando para ele e pude ouvir uma risada abafada. – Você também fica quieto! Qual é o seu problema? – Indaguei olhando brava para o Quil.

Nós três por alguns segundos ficamos em um silêncio desconfortável. Os dois garotos pareciam pensar em tudo que havia ocorrido e eu também tentava digerir toda aquela situação. Respirei fundo olhando para os dois.

- Tom é melhor você ir embora. – Pedi suspirando e ele me olhou frustrado. – Amanhã prometo que a gente se fala, vou querer saber como você esta. Aproveita e coloca um gelo nessa boca.

- Vou esperar você me ligar e se não estiver bem, vou querer uma enfermeira. – Ele piscou e eu sorri involuntariamente. - Vou te dar um médico do pronto socorro, isso sim! – Quil o ameaçou e eu olhei para ele brava.

- Cala a boca Quil. – Mandei sem paciência, fui até o carro do Tom e dei um beijo no rosto dele. – Se cuida.

Assim que o carro do Tom partiu, eu me virei brava para o Quil que me olhava como se houvesse feito a coisa mais certa no universo, me deixando ainda mais brava e indignada. Suspirei pesadamente e comecei a andar em direção a casa do Jake.

- Nós não vamos conversar? – Ele pediu e eu parei de andar me voltando para ele.

- Não Quil, não quero saber de você hoje. – Respondi firme, mas com um tom de voz baixo olhando nos olhos dele que ao ouvir aquilo desviaram dos meus e sem esperar qualquer resposta eu continuei a andar.

Continua...