E assim os anos foram se passando, e Argo continuava muito bem, obrigada, claro, de novo na rua, mas sem os mimos daquela mulher chata. Ele continuava mau humorado, pois olhando para trás, o seu passado, não havia nada realmente bom que havia acontecido na vida dele, bom, só o aparecimento de Madame Nora. Alguns podem dizer de que o fato de Dumbledore ter salvado ele seja outro acontecimento feliz na vida dele, mas eu discordo, pois isso foi só algo que aconteceu em um momento terrível da vida dele, e fez com que não ficasse pior ainda. Não se pode dizer que foi algo bom.

Dumbledore havia salvado ele, claro, e ele era muito grato por isso, e também respeitava-o, mas, por sua vivência de infelizes momentos, não sentia nada, nem por ele, nem por qualquer outro, que podia ser maior que aquilo.

E os anos foram se passando, sempre a mesma coisa, tudo igual. Mas ultimamente, Argo estava cada vez mais pra baixo, tudo bem, Você-Sabe-Quem havia sido parado, e isso era algo super bom, mas, diferente da última vez que fugiu, ele não tinha mais aquela disposição de criança, e todos os acontecimentos recentes o deixavam pra baixo.

Um certo dia, Argo ia caminhando com Madame Nora, quando avistou de longe um homem parado. Deu a impressão de que ele estava olhando para Argo, e ele ficou meio constrangido por isso.

Argo foi em frente, na direção do homem. Na medida em que Argo se aproximava, ele conseguia ver que o homem tinha cabelo e barba bem grande e branca. E que estava usando uma túnica.

Não demorou muito, e ele reconheceu Dumbledore. Ele continuava parado, na mesma posição de quando Argo havia o visto de longe.

- Dumbledore! O que está fazendo aqui? - perguntou Argo.

- Eu é que pergunto isso, menino! O que você está fazendo aqui? - disse Dumbledore. - Não deveria estar na casa de sua irmã?

- Ah, não, eu fui de lá por que... - Argo parou. - Espera um pouco, minha irmã?!

- Claro Argo, Susan Filch, sua irmã. Vai me dizer que não a reconheceu - falou Dumbledore.

- Não... minha irmã? Nossa - assustou-se Argo.

Dumbledore fez uma cara de "que tonto, ele não percebeu!", mas Argo fingiu não ter visto.

Estivera na casa da irmã naquele tempo todo, e nunca se desconfiou de nada. Uma simples coincidência ela ter o nome de sua irmã! Ele nem pensava muito na família mesmo. E nunca tinha perguntado o sobrenome dela... Estivera tão próximo de sua família, e não soube. Mas será que ela sabia?!

- Mas... você sabia, não é? - perguntou Argo para Dumbledore.

- Claro que eu sabia! Esperava que assim fizesse com que você voltasse para sua família - disse Dumbledore. - Mas parece que meu plano não deu muito certo, não é!

- É, não deu, e nunca vai dar! – falou Argo. – Eu não quero voltar para aquela família!

- Por que não, Argo? Eles sentem muito a sua falta – disse Dumbledore.

- Aah, mas eu não sinto a falta deles. E não vou voltar! – resmungou Argo.

- O que você está fazendo não é legal, mas tudo bem – disse Dumbledore. – Você não pode ficar na rua.

- Nem vem com mais uma menina chata, que no fim é minha irmã – disse Argo.

- Não, não. Vi que isso não vai dar certo, e que no final você vai fugir novamente – comentou Dumbledore.

- É, vou mesmo – disse Argo.

- Então, eu estava pensando em algo melhor.

- O que? – interessou-se Argo.

- Bom, agora que eu sou o diretor, você pode ir para Hogwarts.

Argo ficou sem palavras. Ir para Hogwarts! Depois de muitos anos, seu sonho podia ser realizado. Mas como, ele não era um bruxo, não tinha como entrar. Argo ficou paralisado e não sabia o que dizer, tudo o que conseguiu foi:

- Sério?

- Aham, você entra em Hogwarts, sei que não é um bruxo, mas você pode trabalhar lá – disse Dumbledore. – E pode levar Madame Nora junto.

- Mas trabalhar em que? – perguntou Argo.

- Não sei. Pode ser o zelador. Ficar por lá e monitorar os corredores e tudo mais. E eu lhe darei um quarto, e comida – explicou Dumbledore.

- Muito obrigado, Dumbledore, obrigado mesmo! – agradeceu Argo.

Ele estava muito grato por tudo o que Dumbledore fizera para ele. E sim, seu sonho iria se tornar realidade. Claro que ele não estava indo para lá para estudar magia e se tornar um grande bruxo. Mas o fato de ele poder entrar naquela escola enorme, já bastava para ele.

- O que estamos fazendo parados aqui? Vamos! – disse Argo, ele estava muito empolgado.

Dumbledore colocou a mão no ombro de Argo e aquela sensação estranha começou de novo. Mas Argo estava muito empolgado para se sentir mal por isso, então nem ligou. Iria para Hogwarts, finalmente.