E assim o tempo ia passando. Argo estava cada vez mais cansado de ficar na rua, mas só de pensar em sua família ele sentia tanto ódio que preferia ficar ali mesmo.

 E a cada dia que passava, ele percebia que aquela história daquele tal de Você-Sabe-Quem estava ficando pior. Por todo lugar que passava ele via o terror dele entre as pessoas. Todas ficavam em casa ou então correndo medrosos pela rua.

 Mas também, não faziam por nada. Argo sempre via lugares destruídos por ele e pessoas mortas pelos lados. Aquilo era terrível, alguém tinha que parar aquele idiota. Toda esta destruição era por apenas um bruxo muito poderoso que resolveu usar esse poder para o mal, porque não tem nada melhor pra fazer.

 Com o passar do tempo, Argo foi descobrindo algumas coisas sobre esse bruxo. Descobriu que o seu nome era Voldemort, mas as pessoas o chamavam de Você-Sabe-Quem porque tinham medo de azar. Argo achou isso uma bobagem, mas não teve coragem de chamá-lo de Voldemort.

 Um dia, Argo estava passando por uma ruazinha e viu uma casa toda destruida, sem rastro de vida, só um homem, aparentando uns cinquenta e poucos anos, ele usava calça jeans rasgada e um moletom preto, com um capuz e estava de cabeça baixa, o que dava um ar misterioso. Era o tipo de pessoa que Argo não falaria, mas a curiosidade matou a consciência.

 - Hãã... O que aconteceu aqui, senhor? - disse ele com a voz baixinha, com um pouco de medo.

 O homem levantou a cabeça e olhou para Argo com cara de nojo, e Argo retribuiu o olhar. Ele tinha a sobrancelha junta numa só, o que o deixava mais assustador ainda, e tinha várias rugas no rosto. Eles ficaram se encarando por um tempo até que o homem quebrou o silêncio:

 - O que você acha menino? Você-Sabe-Quem passou por aqui. E está a solta. Tome cuidado - dizendo isso, o homem colocou o capuz do moletom e saiu andando.

 Argo ficou paralisado. Você-Sabe-Quem estava por aí. Podia pegar ele a qualquer hora. Ele poderia ter ficado na casa de seus pais. Lá ele teria toda proteção do mundo... mas não! Porque ficar com aqueles idiotas? Que o expulsaram só porque ele era um aborto. Não podia deixar que o luxo e o conforto de sua casa o vencesse. Isso deixava ele muito indignado e angustiado.

 Ele resolveu dar uma olhada nos estragos que Você-Sabe-Quem havia feito. Olhou a analisou tudo. Não sabia por que exatamente estava fazendo aquilo, provavelmente porque não tinha mais nada interessate para fazer. De repente ouviu um barulho. Ficou estátua.

 O barulho se repetia. Ele tremeu de medo. Foi seguindo o barulho e percebeu que era um miado de um gato, como um choro. Procurou e procurou até que encontrou, embaixo de um monte de restos queimados da casa: uma gata, ou um gato, lindo, ou linda 8D... Era todo listrado, meio alaranjado, com os olhos vermelhos. Não sei se o tipo de gato que você, leitor, acharia bonito ou fofinho, mas com certeza para Argo era. Talvez porque logo que o gato viu Argo, pulou para seu colo. Argo fez carinho nele (com aquele jeito de Argo.. ijiajsiajsaisj')... Sem saber seu sexo, olhou seus... ah, você sabe... suas partes íntimas (ashuahsa') e descobriu que era uma fêmea. Depois de muito pensar, resolveu ficar com ela, e a chamou de Madame Nora.

 Alguns dias depois de ter encontrado Madame Nora, Argo percebeu que sua vida estava melhor com uma companheira ao seu lado. Madame Nora era a sua única amiga, aquela que não o deixava pra trás...

#chora:'(