- Por que você ficou lá? – perguntou Itachi quando viu o irmão entrar pela porta.

- Você não tem alguma missão pra cumprir? – Sasuke murmurou impaciente.

– Por que você ficou lá? – insistiu o outro sorrindo com um olhar malicioso.

Sasuke bufou, sabia o que Itachi diria, mas não teve escolha, ele descobriria de uma forma ou de outra.

- Minha vítima trabalha lá… - ele falou olhando para baixo.

Itachi suspirou, seu irmão sempre o desobedecia, não sabia mais o que fazer. Era muito cansativo ter que cuidar de seu irmão quando tinha uma empresa para administrar.

- Sasuke, você sabe que… - ele começou em tom seco.

- Tenho que estar acompanhado com a equipe do lado de fora e com os equipamentos próprios. – o menor recitou lentamente. – Já sei. Foi você que disse que era urgente e eu tinha a oportunidade perfeita.

- Mesmo assim, você poderia colocar tudo a perder! – disse Itachi tentando manter a calma. – Você conseguiu pelo menos?

- Eu não pretendia matá-la hoje, só conhecê-la. – mentiu.

- Você e seus métodos… Olha, amanhã você se mantém ao plano e não venha com improvisos, estamos entendidos? E nada de suas revoltas com o fone, fique com ele no ouvido. – Itachi disse enfatizando as últimas palavras.

Sasuke revirou os olhos e subiu, seu irmão conseguia irritá-lo quando queria. Quando ele entenderia que não precisava desses apetrechos para matar uma simples mulher?

Entrou em seu quarto e pegou a ficha de Sakura de novo, no campo “profissão” leu “otorrinolaringologista.”, sabia que não havia se enganado. Ele nunca se enganava.

Bufou. Ainda estava enfurecido pelo fato de não ter conseguido sair com ela, ele poderia muito bem ter matado ela ali mesmo se não tivesse deixado as pessoas vê-lo entrar na sala.

O que havia de errado nele? Nunca havia bolado um plano tão ruim. Sempre conseguira fazer planos perfeitos em menos tempo que fizera aquele. Pensou na palestra e no que poderia tê-lo distraído, imediatamente, os olhos esmeralda de Sakura vieram em sua mente.

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No Hospital Konoha, Sakura finalmente conseguiu afastar Sasuke de sua mente ao examinar pacientes. Ainda não entendia porque ele se dera o trabalho de ir até lá e convidá-la para sair, mas se contentou em não saber.

Seu turno terminou mais rápido que ela esperava, arrumou suas coisas e partiu para sua casa, pensando que lá encontraria descanso. Estava enganada, ao chegar, encontrou uma homem loiro de costas

- Quem é você?! – ela perguntou assustada.

O homem virou-se e deu um sorriso, rapidamente, ao notar Sakura, foi lhe dar um abraço.

- Sakura! Quanto tempo! – ele falava entre os cabelos rosados.

- Naruto! – ela berrou quando ele finalmente a largou. – É mesmo! Como você está? – ela perguntou sorrindo. Já havia um tempo que seu melhor amigo havia ido viajar, a deixando apenas com Ino.

- Eu estou bem, claro! E você? – ele perguntou eufórico.

Sakura havia esquecido o jeito escandaloso de Naruto e deu outro sorriso.

– Também… Sente-se e me conte tudo da viagem! – ela falou, desistindo da ideia de ir descansar. Uzumaki Naruto estava de volta e ele certamente teria boas histórias para contar.

- Cara… Eu estou faminto, tem ramen ai?! – ele perguntou ainda de pé.

– Naruto! O que já te falei sobre boa educação? – ela falou sorrindo. Realmente havia sentido falta do jeito do amigo.

– Você já devia ter se acostumado. – o loiro resmungou.

- É verdade. – ela respondeu rindo. – Liga pro delivery, acabou.

Naruto se apressou e pegou o telefone, já sabia o número de cór. Ao acabar de falar se sentou relaxado e olhou para a Sakura.

- O que você está esperando?! Me conte sobre a viagem! Você é tão lerdo… - ela falou impaciente.

- Ah! Tá bem, tá bem! Foi incrível Sakura, você tinha que ver as comidas que tinha lá e… - ele começou entusiasmado.

Os dois amigos ficaram conversando durante longas horas e mataram a saudade que tinham um do outro, o dia estranho de Sakura se transformou em um muito divertido.

Quando finalmente Naruto foi para sua casa, Sakura se retirou para seu quarto e deitou. “O Naruto não muda.” , ela pensou com um sorriso no rosto. Apesar de tudo que ocorreu no dia, conseguiu dormir rápido e teve um sono calmo.

Acordou com um susto, devido ao despertador que tocou as nove da manhã. Apesar de ser domingo, ela tinha que acordar cedo para arrumar as últimas coisas para a festa da noite.

Levantou sonolenta e se arrumou lentamente, separou a roupa que usaria na festa e os acessórios.  “Falta alguma coisa.” Ela pensou.

- A máscara! – exclamou.

Aflita, tentou encaixar “Comprar máscara.” no seu esquema do que faria no dia. Seria um dia bem longo.


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Sasuke acordou com o barulho do som no andar de baixo. Furioso, bateu a porta do seu quarto que tinha esquecido aberta e voltou para a cama. Após algumas horas tentando voltar a dormir, desistiu e levantou.

Colocou as primeiras roupas que encontrou no seu ármario e desceu emburrado.

– Você pelo menos podia fingir um sorriso de vez em quando. – Itachi falou ao vê-lo. – Quando não estamos fingindo ser outras pessoas. – ele completou quando pensou na reposta pronta de Sasuke.

O Uchiha menor permaneceu calado enquanto tomava o seu café da manhã e quando acabou, subiu para o seu quarto.

– Que pessoa anti-social. – uma mulher de cabelos vermelhos falou para Itachi quando entrou na cozinha.

- Você sabe que não pode ficar nesse andar Karin. Aqui é nossa residência também, fique no andar da empresa. – Itachi respondeu cansado.

- Ei, relaxa Itachi. Vim falar com o Sasuke, mas pelo jeito ele está de mau-humor, como sempre. – Karin murmurou.

- Dê uma trégua para ele, está estressado porque anda fazendo muitas missões.

Karin riu.

- Pensei que essa fosse a única coisa que o deixava feliz. – ela disse entre as risadas. – Escuta, eu vou subir e falar com ele. Alguma hora terá que sair daquele quarto.

- Faça como quiser. – disse Itachi suspirando.

Karin subiu as escadas decidida e convicta de que faria Sasuke feliz de algum modo.

No quarto, Sasuke estava sentado em sua poltrona, repensando o seu plano, esse não tinha como falhar. Com certeza mataria Haruno Sakura aquela noite.

Uma batida na porta o afastou de seus pensamentos. Karin também tinha um plano para aquela noite.