A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 21
Madara




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/83807/chapter/21

Mais rápido do que ela esperava, os lábios de Sasuke selaram os dela com um beijo terno e confortável. Extremamente suave. De repente, um calor, já conhecido por Sakura, subiu por sua espinha, fazendo-a fechar os olhos imediatamente e absorver aquele momento tênue entre sonho e realidade.

Ambos congelaram no tempo, este já não importava. Era como se nada mais existisse, só lábios encostando-se, a fim de revelar sentimentos complexos, guardados tão profundamente.

Aos poucos, o beijo foi se aprofundando, Sakura deixara os lábios de Sasuke encaixar-se perfeitamente com os seus, sobrando apenas a lingua como obstáculo, que ambos usaram como artífico para deliciar-se do momento.

A rosada, em profundo deslumbramento, conseguiu manter-se em pé e pousar as mãos no peito contraído de Sasuke, que ainda tinha os braços firmados na cintura dela.

Conforme o beijo se intensificava, Sakura lentamente deslizava as mãos por Sasuke, passando de seu pescoço até seus cabelos. Lá manteve, acariciando levemente os fios sedosos e rebeldes do jovem Uchiha.

Este, extremamente maravilhado, aproveitava as carícias verdadeiramente amorosas que não possuia a tempos e, diferentemente de antes, desafiava o tempo para que não passasse.

Nenhum dos dois conseguiria colocar em palavras o que estavam sentindo, era uma mistura de descobrimento com perfeição. Como se tudo naquele momento fizesse sentido e eles não precisassem de nada mais, apenas um do outro.

E, incrivelmente, era tudo isso que aquele beijo significava para Sakura e Sasuke.

Novamente, mais rápido do que ela esperava, Sasuke se afastou e abaixou a cabeça, deixando Sakura sedenta.

Silêncio. O único ruído eminente era a respiração ofegante de ambos, que estavam completamente submersos em suas próprias maravilhas, tentando imaginar se aquilo que havia acontecido fora mesmo realidade. E se foi, era para significar tanto?


Após muitos minutos, Sakura finalmente recuperou a consciência e percebeu, agora pensando realisticamente, o que acontecera.

– Eu… Me desculpe! – ela pediu desesperada. Não queria acreditar no que havia acontecido.

A escuridão ainda a impedia de vê-lo, mas sabia exatamente a expressão em seu rosto. “Perfeitamente indiferente.”, pensou cabisbaixa.

- A culpa foi minha. – Sasuke informou em um sussurro.

– Não.. Eu… Não devia ter feito isso, perdão. – Sakura continou balançando a cabeça inconformada. Como ela havia aproveitado tanto, gostado
tanto?

Sasuke nada disse, a confusão em sua mente era maior do que poderia aguentar no momento. Apenas continuou descendo, tentando não ouvir seus pensamentos.

Sakura demorou para perceber que ele havia se movido, mas logo o seguiu, ainda em estado de choque e completo fascínio. Assim que sentiu a presença dele, procurou por sua mão e a agarrou, fazendo-o virar.

- Me desculpa. – ela pediu novamente, agora fitando-o. O pequeno feche luz que surgia de uma porta semi-aberta mostrava a expressão confusa de Sasuke e a face corada e arrependida de Sakura.

Ele nada disse de novo. Simplesmente não entendia como alguma coisa, qualquer coisa
, fosse culpa dela. Era tão claro, tão óbvio, que fora ele quem havia a beijado e não o contrário. Por que ela estava se desculpando afinal?

Como sempre, por não entendê-la, Sakura o irritava. Mas naquele momento, de um modo fascinante, completamente delirante.

Sasuke abriu a porta, soltando a mão dela e revelou um porão, que, como todo o resto da casa, estava completamente arrumado e limpo. Se perguntava como alguém como Kakashi conseguia manter tudo em ordem.

- Vamos. – disse pra Sakura quando a viu parada na porta aberta.

– Sasuke… Eu não… – ela murmurou fitando o chão.

Em qualquer outra situação, Sasuke perderia a calma e começaria a berrar que ela estava errada e que não fora culpa dela. Mas a imagem vulnerável de Sakura, tão arrependida, totalmente frágil e doce, o fez apenas sentir insatisfação por deixá-la naquele estado. 

– Olha para mim. – ele ordenou.

A rosada ergueu a cabeça lentamente e fitou os olhos hipnotizantes que mudavam de sentido a cada vez que os via.

– A culpa foi minha. – Sasuke repetiu claramente mirando no fundo dos olhos esmeralda.

Ela desviou o olhar, por medo de não conseguir resistir, e deu um sorriso, acreditando nas palavras ouvidas.

O Uchiha abriu outra porta em uma das paredes e abriu passagem para que Sakura entrasse primeiro.

Receosa, andou e viu um corredor escuro e longo. Hesitou. Ele não iria primeiro dessa vez?

Sasuke apertou um interruptor e as luzes acenderam, não revelando nada de surpreendente. Era simplesmente um corredor longo com lâmpadas laterais.

Sakura perguntou-se onde aquilo iria levá-la, mas anteriormente havia prometido confiar em Sasuke, então andou lentamente corredor a dentro. De novo, aquilo não parecia ter fim, e a tensão entre os dois era presente no ar, o deixando quase insuportavelmente pesado.

Deu passos mais largos, precisava sair dali antes que começasse a sentir o cheiro do Uchiha, que causaria arrepios importunos. Antes que começasse a notar a presença, a segurança e a ternura dele. Porque sabia, que se acontecesse, não conseguiria resistir, não quando visse aqueles olhos novamente. Ela se conhecia bem demais para saber que estava sedenta por mais dos lábios de Uchiha Sasuke.

Suspirou condenando-se e apertou o passo novamente. Quanto mais andava, mais o corredor parecia alongar-se. O suor frio começou a descer, ela não podia olhar para trás, não podia vê-lo com sua expressão indiferente como se nada estivesse acontecido, como se nada estivesse acontecendo.

Finalmente, o corredor acabou e deu espaço a um lance de escadas, que Sakura subiu sem hesitar. No fim, empurrou um alçapão e se encontrou em um belo jardim, que depois percebeu ser do vizinho de Kakashi.

Em completo silêncio, ambos andaram até o carro de Sasuke e entraram, sem se olhar.

- Você tem certeza que quer ir? – ele perguntou já sabendo a resposta. Simplesmente precisava ouvi-la.

A rosada apenas acenou a cabeça corando. Ele realmente estava tentando quebrar o silêncio? Ele, que gostava tanto de ficar calado?

Respirou fundo e abriu a boca para falar alguma coisa, mas nada saiu. Em uma outra tentativa, pensou no que iria falar, mas não foi necessário.

- Você entende os perigos? – Sasuke perguntou interrompendo a tentativa de Sakura de levantar algum assunto.

- Sim. – se forçou a responder com palavras. – Eu só não entendo… Por que eu tenho que ir junto?

Sasuke hesitou. Se falasse, ela desistiria da ideia, optaria pela razão e não pela emoção, ele tinha quase certeza disso. A fitou e encontrou-a com uma expressão familiar no rosto, que, infelizmente, ele já conhecia. Não tinha como contestar. Ela perguntaria até saber a reposta.

- Isso é só uma teoria. – ele advertiu receoso. – Fiquei me perguntando o motivo de Madara querê-la morta e só me veio a cabeça uma coisa: você ameaça seu poder como dono da Akatsuki.

- Como eu faria isso? – Sakura perguntou indignada.

Ele bufou, odiava quando era interrompido.

- Eu pensei nisso também, e cheguei a outra conclusão. Para ser dono da nossa  organização, o sujeito tem que estar em perfeito estado físico e psicológico. Então lembrei que Madara ultimamente tosse, tem falta de ar, tontura e outros sintomas típicos de quem tem insuficiência cardíaca.

“Obviamente, ele não quer que ninguém descubra para que não perca o seu cargo na Akatsuki. Por isso, quer acabar com todas as provas que podem comprometê-lo, ou seja, matar você, a pessoa que o diagnosticou.”

Ela o olhou com o cenho franzido, aquilo não fazia muito sentido. Decepcionou-se com o motivo encontrado pelo Uchiha, aquilo era realmente possível? Alguém queria matá-la por isso
?

- Mas eu nunca diagnostiquei um Uchiha. – ela falou tentando quebrar a teoria improvável de Sasuke.

– Ele usou outro nome. – ele afirmou convicto. - Por isso pedi a lista com os nomes, para ver se lá tinha o nome falso de Madara,Tobi.

- Isso é… Você tem certeza que é isso Sasuke? – Sakura perguntou, ainda incrédula.

Nunca conseguiria entender aquelas mentes assassinas.

- Quase, por isso quero que você vá junto. Para provar que ele é doente e tirá-lo do poder. – Sasuke disse quase entusiasmado.

Depois de terminar sua explicação, olhou-a de lado e esperou fielmente que ela surtasse e dissesse que não iria mais contribuir para aquilo.

Sakura respirou fundo, quase se arrependeu por ter prometido a si mesma que confiaria em Sasuke, mas, novamente, quando fitou seus olhos ônix, desistiu quando viu um pequeno brilho de esperança.

- Tá. - ela respondeu sorrindo. – Mas, sem querer acabar com as suas crenças, você não acha que assim que pisarmos na organização, eles vão nos matar?

Sasuke deu um meio sorriso. Ela sempre o surpreendia e aquilo o deixava mais feliz do que devia.

- Não se preocupe. – disse, e voltou a olhar completamente para a estrada, esperando que tudo desse certo, não aguentaria vê-la sendo machucada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oooie, mais um capítulo para vocês

Como sempre, espero que tenham gostado,

Beeijos :*