A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 20
Histórias




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Sasuke apertou a mão de Sakura tentando passar segurança e a levou para fora do quarto. Lá, a fitou bem fundo em seus olhos e ambos respiraram fundo, tentando prever o que viria a seguir.

Ainda de mãos dadas, desceram as escadas e econtraram Karin impaciente no sofá, batendo o pé repetidamente.

– Até que enfim. Você nunca demorou tanto assim comigo Sasuke-kun. – ela disse com um olhar malicioso que fez Sasuke bufar. Sakura deu um sorrisinho nervoso e soltou a mão dele, percebendo as faíscas do olhar da ruiva.

- Pronto Karin, faça o que quiser com ela. – ele disse se afastando e permitindo que a ruiva se aproximasse com desdém.

Sakura soltou um pigarro de desespero, qual era o plano dele afinal? Aquilo não parecia que ia ajudar.

Karin, apesar de sua desconfiança, se aproximou e posicionou-se para um ataque, agora sem revólver. A rosada, já em pânico, olhou para Sasuke, que estava completamente indiferente a situação. Por que ele não estava fazendo nada?

- Finalmente você terá o que merece. – a ruiva ralhou com uma expressão de profundo sadismo.

Sakura fechou os olhos e respirou fundo. A idéia de sair correndo ou lutar passeava vagamente por sua mente, mas então seus olhos encontravam os de Sasuke e ela pesarosamente confiava neles.

O Uchiha olhava pro relógio a cada segundo, parecia que o tempo estava lhe pregando peças, andando mais devagar a cada olhada. O ponteiro menor deliciavas-se dos pequenos traços no canto do relógio, fazendo valer cada milímetro que andava.

Karin, que gostava de brincar com suas vítimas antes de matá-las, contornava Sakura analisando-a, passava de leve a faca que tinha em mãos no pescoço arrepiado da rosada. Esta, tremendo, olhava para baixo e apertava ainda mais os olhos, receosa.

Finalmente, o ponteiro chegou onde Sasuke tanto ansiava e ele não conseguiu conter um suspiro aliviado. Imediamente, olhou para a porta de entrada, que abriria a qualquer segundo.

E assim aconteceu, a porta abriu e revelou um Kakashi bufante e entediado. Assim que entrou, observou a cena na sua frente e no mesmo instante, avançou para cima de Karin, perdendo totalmente a calma.

- Ka… Ka-kashi? – ela gaguejou incrédula. Seus olhos estavam arregalados e o suor já havia começado a surgir.

- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? – ele berrou descontrolado.

Kakashi não era o tipo de pessoa que perdia a paciência e o controle e Sakura notou isso quando o conheceu. Por isso, assustou-se e encolheu-se atrás de Sasuke, onde estranhamente se sentia segura.

- Vamos. – Sasuke falou para a rosada atrás dele, a pegando pela mão e subindo as escadas as pressas.

Ela, sem entender nada, apenas o seguiu. Fingiu ignorar o surto do mascarado e torceu para que tudo desse certo para variar.

- Pegue suas coisas. – ele pediu vigiando o corredor enquanto ela entrava no quarto.

Sakura arrumou o resto de seus pertences rapidamente e pegou a mochila que havia preparado para a sua fuga anteriormente. Prontamente, foi ao encontro do moreno e esperou novas instruções. Mesmo assustada, estava pronta para sair dali o mais rápido possível.

Sasuke pegou a mão dela novamente ignorando o arrepio que causou. A levou para o fim do corredor e entrou em um dos quartos de hóspedes e moveu um quadro de lugar minuciosamente, cuidando para não errar nenhum centímetro.

Quando o quadro ficou perfeitamente ao contrário, o carpete a frente da cama moveu-se sozinho e revelou um lance de escadas no chão.

Sakura arregalou os olhos surpresa e, hesitante, seguiu o Uchiha para baixo.

- Onde vamos? – perguntou quando notou que a escada não acabaria tão cedo.

- Para o porão, lá tem uma saída.

– Hm… E depois? 

Sasuke não respondeu imediatamente, continou descendo e pensando no que diria para acalmá-la.

De novo, Sakura tinha milhões de perguntas em mente, mas, mesmo sabendo que não iria saber a reposta nem de metade delas, precisava saber aonde estava indo. Parou de andar e esperou a resposta.

O moreno, notando a atitude da outra, bufou e respondeu tentando medir as palavras:

- Depois vamos… Estar a salvo.

Sakura suspirou profundamente. Ele estava brincando?

- Onde vamos Sasuke?

Ele, sem pensar em nada melhor, resolveu contar a verdade, mesmo sabendo que iria se arrepender depois.

- Sente-se.

A rosada sentou-se no degrau e cruzou as pernas, convicta de que iria obter todas as respostas que precisava. Sasuke se ajoelhou diante dela e fitou seus olhos, mesmo no escuro, era capaz de ver o brilho que exalava.

- Isso aconteceu faz dez anos atrás, quando meu irmão Itachi tinha dezessete anos e eu doze. – ele começou. – Eu ainda não trabalhava para o meu pai, que na época era o dono da Akatsuki, mas o meu irmão, estava prestes a pegar a posição dele, assim que completasse dezoito anos.

“Um dia depois do aniversário dele, quando seria a sua iniciação, ficamos sabendo que nosso pai havia sido assassinado por um empresário desconhecido.

De qualquer modo, Itachi não quis tomar o controle da organização por medo de alguma coisa acontecer a mim ou a ele mais tarde, como nosso pai. Então, meu tio, Uchiha Madara, tomou posse.

Com ele no comando, a Akatsuki mudou drásticamente. Passamos a ter muito mais missões sem saber o motivo ao certo, e várias proibições desnecessárias. Foi por causa de várias dessas regras novas que vários profissionais, que antes eram completamente leais à Akatsuki, sairam.”

Sakura apenas acenava com a cabeça, tentando absorver tudo o que ouvia. Ainda não entendia onde ele queria chegar, mas só de saber que Sasuke estava compartilhando algo, já a deixava feliz.

Sasuke bufou e olhou para baixo. Cansado da posição que estava, sentou-se no degrau a baixo do de Sakura e encostou a cabeça na parede. E ainda com a cabeça baixa, continou:

- Um deles foi Kakashi, como já te contei ateriormente, Madara fez questão de matá-lo junto com sua família para que ninguém soubesse da existência da organização. E… O assassino que os matou… Foi Karin. Ela tinha apenas treze anos, como eu, e já trabalhava para a Akatsuki. Eu ainda estava aprendendo com Itachi, que não me deixava sair em missões. Mas ela, já era experiente e matar era o que mais gostava de fazer.

“Obviamente ela não tinha tanta habilidade para matar alguém como Kakashi, mas conseguiu assassinar sua mulher e seu filho. Desde então, Hatake todos os dias vai atrás de informações sobre ela… Ele quer vingança.

Felizmente, ele volta para casa todos os dias no mesmo horário, por isso eu quis que estivéssemos na casa com Karin assim que ele chegasse.”

A rosada agora segurava as lágrimas que estavam prestes a descer. Era tudo muito horrível para alguém que vivera a vida inteira cuidando de pessoas. A sua perspectiva do que era viver lhe parecia tão clara em sua mente, quando que na mente de algumas pessoas, era tão torcida. Aquilo tudo simplesmente não entrava na cabeça dela, por mais que tentasse entender o ponto de vista de Karin, Kakashi e Sasuke, como fazia com outras pessoas, não conseguia.

- Posso perguntar uma coisa Sasuke? – ela pediu interrompendo-o. Ele ainda não tinha chegado ao ponto que queria e ela sabia disso, mas precisava tirar aquilo a limpo antes que a corroesse ainda mais.

Ele acenou com a cabeça, ainda baixa. A pior parte estava por vir, era melhor que ela o interrompesse mesmo.

- Por que a Akatsuki mata as pessoas? – Sakura perguntou perplexa.

- Antes de Madara, a organização matava criminosos, aqueles que não podiam ser presos, como grandes político que lavam dinheiro ou pessoas públicas que a polícia cobre.

A rosada não sorriu, mas aliviou-se, eles tinham algum motivo afinal, não era assassinos por nada. Não que aquilo estivesse certo, mas de certo modo, se é para matar alguém, aquele era quase um bom motivo.

- Depois dele, nós quase nunca ficamos sabendo dos motivos, mas é quase sempre para benefício próprio de Madara. – Sasuke concluiu engolindo um seco.

- Isso é terrível! – Sakura exclamou sincera. – Por que você não foge? 

Sasuke suspirou e ela entendeu o quão pessoal era aquela pergunta e arrependeu-se de tê-la feito. Para a sua surpresa, o Uchiha respondeu rapidamente:

- Por causa de meu pai.

Ela se satisfez com aquelas palavras, mesmo sem saber exatamente o que elas significavam.

- Ah. Eu… Sinto muito. – Sakura disse gentilmente. Ela entendeu que ele queria sair da Akatsuki, ela já sabia que ele não era cruel faz tempo e aquilo só comprovou sua teoria.

Depois de alguns momentos em silêncios, gastos em pensamentos impróprios e furtivos, Sasuke continuou:

- Quando Itachi me disse que queriam te matar porque você ajudou a colaborar com a morte de meu pai, eu estranhei e comecei a investigar o real motivo. E agora eu acho que sei, por isso eu irei até a Akatsuki. E para meu plano dar certo, você terá que ir comigo.

Assim que terminou de falar, sentiu Sakura tremer e suspirar.

- Tá. – ela disse para a surpresa de Sasuke.

- Quê? – ele perguntou incrédulo. Ela não ia tentar fugir? Nem tentar bater nele e chorar histérica?

- Está bem, eu vou com você. – Sakura repetiu sorrindo. Queria ajudá-lo, já havia se envolvido demais, e desde o começo, o sentimento de tentar salvá-lo era maior do que de ir para casa e só naquele momento que ela realmente percebeu.

Sasuke não contestou. Apesar de sua surpresa e inconformação, mostrou-se indiferente, como sempre. Levantou-se e ergueu a mão para ajudá-la a levantar.

Sakura, apoiou-se na mão dele e, sem conseguir ver o chão, pisou em falso, caindo nos braços do Uchiha, que prontamente a pegou.

Ambos não conseguiram ver a distância que os separavam, mas sentiam o calor e a proximidade de seus rostos. Sakura, corada, tentou se soltar e colocar-se em pé, mas o braços firmes de Sasuke a impediram de se mover.

Ele não entendia o sentimento que movia Sakura a ajudá-lo apesar de tudo. E ela apenas queria salvá-lo da escuridão que havia dentro dele, queria desvendá-lo.


Aquilo bastava. Não precisavam de palavras bonitas, a eletricidade do olhar fixo dos dois comprovava o sentimento de ambos. A linha reta que se fazia entre os olhos ônix de Sasuke os esmeralda de Sakura era quase visível e pálpavel.

A distância ia diminuindo conforme o moreno aproximava-se cautelosamente do rosto da rosada, que não ousava se mexer.


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Notas finais do capítulo

Oooi amores *---*

Miiil desculpas pela demora *apanha, mas eu compenso no próximo capítulo, vocês vão ver.

Espero que tenham gostado