A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 16
Insatisfação




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Sakura sentou-se derrotada e olhou para Sasuke, que a ignorava sutilmente. Percebendo o clima, ela deu um sorriso falso e perguntou para descontrair:

- Ele trabalha no que?

Sasuke rolou os olhos para ela, entendiado.  Sakura sentiu as suas bochechas esquentarem e percebeu que corava violentamente.

- Eu não sei. – ele murmurou desconfortável.

Sakura suspirou pesarosamente e começou a perder a paciência, por que era tão difícil falar com ele? Por que ele não conseguia ser o homem simpático que foi no dia em que se conheceram? Por que ele não era capaz de agradecer o abraço dela? Eram perguntas que a consumiam e a frustava, fazendo-a desejar sair de perto dele o mais rápido possível.

- Olha, se você quer me fazer perguntas, vá em frente, eu não pretendo ficar aqui por muito tempo. Quer dizer, eu posso voltar e chamar a polícia, não vou fugir para sempre e…

- Não fale besteiras. – ele a interrompeu bufante. – Você vai ficar aqui até eu descobrir o que o Itachi quer. 

Ainda indiferente, voltou-se ao seu prato e continuou a comer.

- Não fale como se eu fosse fazer o que você quer para sempre! Eu entendi o motivo de eu vir pra cá depois daquela louca tentar me matar, mas daqui a alguns dias, a situação vai ser diferente! – Sakura exclamou, já impaciente com as atitudes do Uchiha.

Ele a fitou sério e bufou.

- Você é irritante…

Sakura levantou-se furiosa e o encarou com um olhar fulminante. Inspirou profundamente, pronta para soltar todos os desaforos que conhecia, mas, pensando melhor, engoliou-os e apenas deixou escapar um gritinho abafado.

– Como eu posso te ajudar a descobrir o que o Itachi quer? – ela perguntou entre os dentes, agora vermelha de raiva. Quanto mais rápido ele descobrisse a verdade, mais rápido ela sairia dali, se livrando de sua presença desagradável.

Sasuke a olhou sem entender. Como ela ainda queria o ajudar depois daquilo?

- De você, eu só preciso de respostas.  – ele falou a encarando curioso.

– Ótimo, vou subir e quando eu voltar, nós conversaremos. - decidiu convicta.

Depois, subiu as escadas furiosa e bateu a porta do banheiro fazendo um barulho que ecoou pela casa.

Sasuke ficou perplexo no andar de baixo. Ele não a entendia e isso o irritava profundamente, era a mulher mais complicada que já conhecera.

Muitas coisas, que ele nem imaginava que existiam, passavam por sua mente, que o enganava cada vez mais. Frustado, decidiu ir buscar informações na internet, para começar logo sua investigação e não ter que ficar muito mais tempo com Sakura, que estava o deixando totalmente maluco.


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Sakura deixava a água cair delicadamente por todo o seu corpo, tentando se livrar de todos os conflitos que a incomodava. Ela era incapaz de tirar Sasuke de sua cabeça, queria o ajudar como ajudava seus pacientes. Ele era como um desafio a ser vencido e parecia que o prêmio valeria a pena.

Suspirou e girou a torneira, cessando a água. Colocou suas roupas e foi até ao seu quarto. Determinada, pegou o seu celular, não importava o que Sasuke diria, precisava informar as pessoas de sua existência.

- Alô? – antendeu Ino prontamente.

– Oi Inô. – ela a cumprimentou com a voz mais gentil que conseguiu. Já sabendo o que viria a seguir, afastou o aparelho dos ouvidos, fechando os olhos.

- SAKURA! Algum dia você me mata. Não, estou falando sério, você vai me matar! Eu simplesmente não sei o que raios está acontecendo com você, desde quando a senhorita viaja e não me liga para te ajudar a fazer as malas? – Ino gritava do outro lado da linha, realmente irritada com as atitudes recentes da amiga.

- Ino, respira. Deixe-me explicar.. – a rosada começou, hesitante.

- Estou ouvindo. – a loira ralhou impaciente.

Sakura suspirou, não sabia por onde começar, ela queria, mais do que nunca, dizer toda a verdade para a amiga, desabafar com tudo que estava a conturbando, mas mesmo assim, entendia que contando a verdade, estaria a colocando em perigo, então não arriscou.

- A minha mãe não te avisou? Eu estou presa em um hospital fora da cidade, de plantão. Foi tudo muito rápido… E acho que vou ficar algum tempo aqui.
 
– Sim, ela avisou… - Ino falou. – Mesmo assim, você podia atender a porcaria do seu celular de vez em quando, eu tenho coisas para te dizer. – explicou, agora em um tom sério. 

– Me desculpe… - Sakura pediu sinceramente. – Tenho um tempo agora, pode falar.

A rosada sentou-se na cama, se aconchegando com um travesseiro. E esperou os problemas da loira cairem sob ela.

- Bom… Por onde eu começo? – Ino disse refletindo. – Ah! O Sasuke saiu da casa do Naruto, acho que ele não aguentou o jeito dele, né? – ela completou rindo.

Sakura deu uma risada nervosa, era horrível se fazer de desentendida.

- Apareceu alguma coisa relacionada nas revistas? – ela perguntou interessada. Queria saber se Itachi já havia agido para achar o irmão.

- Não, mas eu fiquei sabendo que o outro irmão Uchiha está furioso. Tenho certeza que o clima esquentou naquela mansão, mas nada foi publicado pela mídia, infelizmente. – ela informou divertida.

- Infelizmente. – Sakura mentiu, rindo junto. Aquilo tudo era tão irônico. – O que mais eu devo saber?

Ino hesitou entristecida.

- Naruto.

– O que tem ele?! – a rosada perguntou desesperada. Sabia que o fato de Uchiha Sasuke ter passado naquela casa iria ocasionar alguma coisa ruim.

- É… Você lembra da sua brilhante idéia de dar o telefone da Hinata para ele? – a loira perguntou em tom de deboche. – Pois é. Eles sairam ontem a noite. Sakura, sua idiota, você não sabe o que você fez.

Sakura suspirou aliviada e colocou a mão no coração, tentando conter os batimentos acelerados.

– Ah Ino, foi só um encontro. Não tem como eles ficarem juntos, é simplesmente impossível. – ela afirmou assim que recuperou a voz.

- Eu também achava isso! Mas ele simplesmente adorou ela! Sakura, percebeu o que você fez?! – Ino exclamou desesperada.

– O que foi que eu fiz? – Sakura perguntou rindo.

– Sentenciou a Hinata a uma eternidade de sofrimento! – a outra disse, fazendo Sakura começar a gargalhar.

- Como você é má, porquinha! O Naruto é uma ótima pessoa, e eu tenho certeza que, se eles ficarem mesmo juntos, ele vai fazer a Hinata muito feliz. – ela disse tentando acreditar nas palavras ditas.

 – O problema não é esse. Concordo que o Naruto seria capaz de fazê-la feliz. O problema é se ela não gostou dele do jeito que ele gostou. Se acontecer isso, você sabe que ele não vai desistir até conquistá-la. É isso que me preocupa!  - Ino explicou, entre as risadas.

Sakura riu mais um pouco e agradeceu por estar tendo aquele momento de diversão, apesar de tudo.

- Isso é verdade. Terei que pedir desculpas a Hinata depois…

- Com certeza! – a loira falou divertindo-se. – Vou desligar testuda, assim que souber quando vai voltar, me avise!

- Pode deixar. – Sakura prometeu honestamente. – Beijos.

Ela jogou o celular na bolsa, e o com o humor renovado, desceu para encarar o homem frio e misterioso que era Sasuke. O encontrou, agora vestido propriamente, sentado no sofá com um laptop em seu colo.

- Estou pronta para o interrogatório. – ela informou séria. Havia cansado de tentar ser simpática com ele.

Os olhos dos dois se encontraram e, após o conhecido momento de transe, ela sentou-se na poltrona de frente para ele e esperou pacientemente. Ele voltou o olhar para a tela do laptop, tentando ignorar o delicioso perfume que lhe subia a cabeça. Seus dedos trêmulos, continuaram a digitar rapidamente.

Sakura pirrageou impaciente e revirou os olhos. “Ele é tão infantil.”, ela pensou irritada. Ele ergueu o olhar e notou que ela ainda não havia desparecido. Bufou e tirou o computador de seu colo, se entregando totalmente a presença angustiante da rosada.

- Você já conheceu algum Uchiha pessoalmente antes de mim? – ele murmurou a primeira pergunta que lhe veio a cabeça.

– Não. – ela respondeu seca, tentando tratá-lo como ele a tratava.

- Já se envolveu com alguma empresa suspeita? – ele continuou ignorando o tom de Sakura, que ele percebeu estar realmente brava.

- Não.

Sasuke a fitou desconfiado. Como poderia acreditar nas palavras de alguém que era vítima da Akatsuki? Pelo que ele sabia, sua empresa nunca havia matado ninguém sem motivos, por mais banais que sejam.

– Já se envolveu com algum assassino? – ele perguntou sem saber mais o que dizer.

– Claro que não! Eu nem conhecia nenhum assassino antes de você. – ela respondeu inconformada. Como ele perguntava aquilo tão normalmente?

Sasuke rencostou no sofá, impaciente. Aquilo não estava o ajudando em nada.

- Os assassinos costumam ser sutis. – ele murmurou mais para si próprio do que para ela, que não tardou em responder, espantada:

- Se eu tivesse me envolvido com um assassino e soubesse de sua profissão, eu não estaria aqui, certo?

- Você sabe que eu sou um assassino e ainda está aqui. – ele ressaltou indiferente.

Por alguma razão, aquelas palavras não a assustaram, o que seria o efeito esperado.

- Você é um assassino e eu estou presa na casa de um serial killer. – Sakura argumentou achando graça. – É. Eu acho que perceberia se tivesse me envolvido com um.

Ela deu um sorrisinho involuntário e o fitou, ele não estava com nenhum indício de achar graça daquilo. Perfeitamente indiferente.

- Acabaram as perguntas? – ela perguntou desanimada.
 
Sasuke estava prestes a afirmar positivamente quando uma pergunta perfeitamente oportuna lhe veio á cabeça.


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Notas finais do capítulo

Aeae, postei mais um capítulo, estou orgulhosa de mim, pensei que não terminaria esse tão rápido AHEIOUEH

Enfim, eu prometi que faria as coisas mais rápidas e a partir desse capítulo aqui é quando começa, hehe.

Espero que tenham gostado, reviews? *--*

Beeijos :*