A Missão Final escrita por Gaia


Capítulo 15
Alívio




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Sakura piscou os olhos ao perceber a luz que entrava pela fresta da janela não coberta pela cortina. Sentou-se bocejando e se espreguiçou, esticando todas as partes ainda dormentes. Girou o olhar para o relógio e um sorriso amplo surgiu em sua face, era maravilhosa a sensação de não ter que acordar cedo em um dia de trabalho.

Alegre, arrumou a cama com um prazer incomum e saiu do quarto vestida nas primeiras roupas que encontrou na mala. Olhou em volta e estranhou o corredor, que estava completamente vazio e silencioso, apesar das múltiplas portas que possuía. Deu de ombros e decidiu descer as escadas, esperando encontrar o dono da casa para perguntar-lhe onde ficava o banheiro.

- Bom dia. – Kakashi cumprimentou da sala quando a viu no pé das escadas. – Acordou cedo. – ele completou olhando para o seu relógio de pulso.

- Bom dia! – ela respondeu gentil. Seu medo por Kakashi foi totalmente deixado para trás naquele momento, certamente seria mais fácil falar com ele do que com Sasuke. – Isso é tarde para mim, trabalho bem mais cedo todos os dias. – Sakura completou sorrindo.

- Entendo. – Kakashi falou sorrindo por trás da máscara. - Ontem nós não fomos devidamente apresentados, eu sou Hatake Kakashi.

O mascarado se levantou, aproximou-se e ergueu a mão, que prontamente foi apertada por Sakura.

- Haruno Sakura, prazer. Você poderia me dizer onde fica o banheiro? – ela perguntou sem graça.

- Ah sim, claro. Deixe-me apresentar a casa. Aqui é a sala como já deve ter percebido. – ele começou contornando o cômodo, sugerindo que Sakura o seguisse.

Kakashi andou pela casa toda, apresentando todos os aposentos para Sakura, que se impressionava ao ver cada um deles. No andar de baixo, a casa parecia um tanto humilde, com a sala, um banheiro no corredor, a escada e a cozinha mais adiante, tudo impecavelmente organizado e limpo.

Toda essa perspectiva mudava no andar de cima. Lá, se encontravam por volta de nove comôdos, cada um com sua utilidade. Os cinco da parede esquerda eram, em ordem, o quarto que Sasuke estava, o de Sakura e mais três quartos de hóspedes. Do lado direito, estava o quarto de Kakashi, um escritório e um aposento que Sakura não teve a chance de ver.

- Vou pedir, por favor, para que não entre nesse quarto. – ele disse parando na frente da porta.

Sakura não perguntou o motivo, apenas acenou com a cabeça e o olhou gentilmente.

- Pode deixar. – ela sorriu.

- É isso, ali no fim está o outro banheiro. – ele suspirou apontando a porta que se encontrava na parede de fundo. - Sinta-se em casa.- completou ao ver o sorriso apreensivo da rosada.

- Muito obrigada senhor. – Sakura agradeceu cordialmente, andando em direção ao banheiro.

Parou ao ouvir as risadas de Kakashi em suas costas. Por um instante, ficou com medo, achando que ele iria matá-la ou coisa pior, mas logo percebeu que era uma risada de puro entreterimento. Virou-se um tanto irritada e perguntou:

- Qual é a graça?

- É que não me chamavam de senhor faz um bom tempo. Pode me chamar de Kakashi. – ele pediu divertindo-se.

Sakura suspirou e relaxou os ombros. Kakashi era completamente diferente do que imaginava em sua adolescência, ela não conseguia acreditar que um homem como aquele poderia ser o serial killer que enchia as manchetes dos jornais.

- Certo… Kakashi. Posso te perguntar uma coisa?

O mascarado acenou com a cabeça.

– É… - de repente, lhe veio a cabeça de que aquela era uma pergunta muito íntima para apenas pouco tempo de convivência. – Para que tantos quartos de hóspedes? – ela questionou, desistindo da real pergunta.

– Eu recebo muitos hóspedes. – ele limitou-se a responder.

– Claro! – ela exclamou entendendo a fuga dele. – Se me der licença…

Sakura se virou e logo mais, trancou-se no banheiro. Arrumou-se basicamente, como fazia toda a manhã e rapidamente saiu, preocupada em não incomodar ninguém.

Andou pelo corredor e não conseguiu evitar pousar os olhos na porta de Sasuke, perguntando-se como seria encará-lo depois do incidente na noite anterior. Suspirou e desceu as escadas, receosa.

- Está servida? – Kakashi perguntou da cozinha.

Ela se moveu até lá e se deparou com a mesa totalmente cheia de comidas matinais de diversos gostos. Maravilhada, olhou para Kakashi e ergueu as sombrancelhas.

- Foi você que fez tudo isso? – ela perguntou.

- É tão difícil de acreditar? – ele respondeu franzindo o cenho.

– Na verdade… É. – Sakura disse sinceramente, agora rindo.

Kakashi deu um sorriso torto por trás da máscara e suspirou.

- Eu comprei. – admitiu derrotado.

Agora os dois riam alto enquanto Sakura se sentava na mesa, estranhamente se sentindo em casa. Ambos comiam e conversavam sobre assuntos variados, esperando Sasuke descer para começarem a falar sério.

- Você não se sente sozinho aqui nessa casa? – ela perguntou em certa ocasião.

- Como eu disse… Recebo muitos hóspedes. – Kakashi respondeu sorrindo. Aquele era um assunto delicado para ele e não queria prolongar. Felizmente, Sakura entendeu e mudou de assunto prontamente.

- O Sasuke costuma dormir até tarde assim? – ela falou apontando para cima.

- Tem vezes que ele fica o dia inteiro dentro do quarto. – Kakashi falou diminuindo o tom de voz.

Sakura o fitou, chocada.

- Qual é o problema dele? – ela sussurrou, querendo saber mesmo a resposta.

Kakashi riu e encostou na cadeira.

– Você não conversou muito com ele, certo? – ele perguntou achando graça.

- Claro que não! Ele não é muito… Conversável. – Sakura respondeu tentando achar uma palavra certa para a insociabilidade do Uchiha. Ela já havia percebido que o Sasuke real era o frio e indiferente que tentou matá-la e não o simpático e caloroso que a chamou para sair.

– De fato, ele não é muito sociável. – Kakashi concordou entre as risadas. – Você tem que entender que ele teve… Tem uma vida difícil.

Sakura suspirou triste, pelo pouco que ela sabia, já dava para perceber.

– Eu queria poder ajudar… - ela murmurou sincera. Mesmo sabendo quem era o Sasuke real, ela pensava que aquele personagem que ele criava também era parte dele.

- Você pode. – o outro falou surpreso, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Sakura arqueou as sombrancelhas sem entender. Aquilo parecia algo impossível demais para alguém como ela fazer.

- Escuta Sakura, o Sasuke nunca havia falhado em uma missão antes. E ele também nunca trouxe ninguém para cá apenas por proteção. Eu realmente acho que você tem alguma influência sobre ele, é só aprender como usá-la. – ele falou sorrindo, deixando Sakura sem reação.

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Sasuke acordou com a luz do sol queimando de leve o seu rosto pálido. Abriu os olhos pesados e levantou-se, lembrando do seu propósito ali. Estava usando apenas uma calça preta quando saiu cambaleando pelo corredor para ir até o banheiro.

Como Sakura, apenas se arrumou basicamente e logo desceu. Ao chegar na cozinha, pronto para pegar alguma coisa para comer, se surpreendeu com Sakura e Kakashi conversando na mesa.


- Bom dia! – Sakura o cumprimentou visivelmente corada. Sasuke percebeu que ela pousou seus olhos em seu abdômen, e com isso, corou ainda mais.

- Bom dia Sasuke… - Kakashi disse sem esperar nenhuma resposta.

O moreno apenas acenou com a cabeça e virou-se para pegar um pote de cereal.

– Junte-se a nós. – Sakura pediu, ainda vermelha.

 – Não, obrigado. – ele respondeu sem se virar. Ainda estava totalmente desconfortável com o ocorrido da última noite.
 
– Vamos Sasuke, eu preparei essa mesa para vocês, não me faça ficar nervoso. – Kakashi ralhou impaciente. A diferença entre o humor de Sakura e de Sasuke era visível no ambiente.

O Uchiha bufou e se sentou, começando a comer em silêncio. Parecia que com a presença dele, os outros dois não conseguiam voltar a conversar normalmente.

– Eu vou embora, fiquem a vontade. – Kakashi informou de repente.

Sakura arregalou os olhos e o encarou inconformada.

- Onde você vai? – ela perguntou aflita.

- Trabalhar. – ele respondeu sorrindo. – Volto à noite.

A rosada levantou-se descontente e o fitou com um olhar pidão, como se desejasse de todo o seu coração que ficasse. Kakashi apenas acenou com a cabeça e lançou um olhar indecifrável para Sasuke, que pigarreou. Depois, se foi, deixando os dois sozinhos naquela cozinha, que parecia ferver de tensão e sentimentos oprimidos.


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Notas finais do capítulo

Oiie, geente, desculpa pela demooora DDD:

Mas finalmente está ai, né?

Eu sei que estou enrolando na história (dando uma de Kishimoto no mangá), daqui a pouco começa a ficar tudo mais rápido/claro, ok? *---*

Beeijos :*