Capitulo Vinte e Dois

                                Isso Só Acontece Comigo

          O silencio predominava. Parecia que todos haviam olhado para a Medusa e virado estátua. Até que o ‘silencio constrangedor’ foi quebrado por uma voz feminina que vinha da entrada do salão de pedra.

          - O.K! Dá para pegarem logo a pedra da “Deusa” Afrodite, para darmos logo o fora daqui?

          Todos nos viramos ao mesmo tempo, e vimos três garotas e um garoto da nossa idade, vestidos com roupas pretas e com os olhos de um dourado que parecia liquido, que bloqueavam nossa passagem de volta. Quando os viu, Annabeth arfou, atraindo a atenção deles.

          - Ah! – falou uma garota loira – Chatabeth.

          - Ou deve ser Nerdbeth? – completou outra, morena de cabelos negros e encaracolados.

          - Eu sabia que voces não eram normais. – falou Annabeth, os olhos lacrimejando. Algo me dizia que eles tinham alguma coisa a ver com aquele problema de escola da Annabeth.

          - Sem ressentimentos, Annie. – falou o garoto, que era moreno e tinha cabelos castanhos.

          - Já chega! Precisamos ir embora logo. Então, vamos pegar logo!

          Essa voz eu reconheci assim que ouvi. Era Kerina. Mas... Como? A Heide e os outros tudo bem, mas... Ela? Nunca imaginei que ela poderia nos trair.

          - Kerina? – ouvi a voz de Nico um pouco afastada.

          - Não, fofo. Essa daí já era. Triste, Di Ângelo? Meu nome é Katára. E pode ir se acostumando a fazer suas travessuras no Mundo Inferior sozinho. Ou você pode ir pro Tártaro, fazer companhia para a sua namoradinha.

          - Tártaro? – sussurrou Nico, assustado.

          - Sim é onde a alma de todos os que tomamos o corpo está. – falou uma voz, que também era muito conhecida.

          Olhei para o lado e vi Thalia andando em direção a Kerina e Heide...  Quero dizer, Katára e Thánatos.

          - Thalia? – perguntaram Annabeth, Phoebe e Brina em uníssono.

          – Mas que droga! Voces só sabem dizer “Heide? Kerina? Thalia?”! Não, eu não sou a Thalia! Meu nome é Falina! Ou, se preferirem, Maldade. – ela disse, o olhar mais maligno que o que Thalia normalmente usava.

          - Vamos acabar logo com isso? – ouvi outra voz realmente conhecida.

          Olhei pra trás e vi Alan parado ao lado dos que bloqueavam a passagem.

          - E, por favor, não pergunte “Alan?”, ou juro que mato quem o fizer. – ele falou, com uma voz suave que me fez arrepiar.

          - Então... Vejamos; quem aqui tem a alma mais pura? – ponderou Heide/Thánatos olhando pro rosto de cada um de nós. – Karen? Hum... Não, essa só pensa em sua beleza. Vaidade é uma fraqueza que pode acabar te matando, garota.

          - Nico? – continuou Kerina/Katára – Quem sabe ante de Bianca morrer.

          - Acho que ninguém aqui tem uma alma pura... – falou Thalia/Falina, fazendo tsc, tsc, tsc.

          - Own... Parece que alguém aqui tem... – disse Heide/Thánatos olhando para mim. Senti meu coração gelar e vi que meu colar estava totalmente visível por baixo da camiseta que eu usava, de tanto que brilhava. – Venha, Jackson.

          Ela foi até mim e agarrou os meus cabelos com força, me arrastando. Tentei pegar Anaklumos, mas quando coloquei a mão no bolso, ela disse.

          - Nem pense nisso, Jackson, ou sua namorada morre.

          Senti meu coração gelar novamente, mas dessa vez não era por causa do colar que Selene me deu. Olhei pelo canto do olho e vi Kerina/Katára com uma adaga de bronze na garganta de Annabeth.

          Ao ver aquilo, fui de bom grado até o recipiente de pedra, Heide/Thánatos ainda segurando fortemente meus cabelos. Ela me focou a olhar para baixo, e vi que a bacia de pedra estava cheia de água, e nela pude ver meu reflexo. Eu estava horrível! Argh! Observei o resto da bacia e captei outro rosto. Onde deveria estar a face de Heide estava a de uma linda garota de cabelos pretos com fios loiros brilhantes, pele bronzeada e olhos de um dourado que parecia liquido iguais ao de... Cronos.

          - Cronos... – falei, lutando pra não para não gaguejar.

         - Cronos? Ah! Sim... Nosso querido pai. – disse a garota postada atrás de mim, que apostava ser a verdadeira Thánatos – Por falar nele, estamos furiosos por terem mandado ele de volta para o Tártaro. Criaturinhas malcriadas!

          Ela disse e apertou minha bochecha, como se eu fosse um bebê.

          - Todos voces são filhos de Cronos? – perguntou Annabeth.

          - Sim. Todos nós filhos de Cronos com uma mortal. Acho que foi por isso que aquele cretino do Zeus jogou nossas almas no Tártaro... Para mostrar o quanto ele era poderoso. Agora me explica; o que fizemos de mal para o mundo de voces, hein? Esses deuses babacas nos mataram á toa! – ouvi a voz chorosa de Kerina – E ainda mataram nossa mãe. Ela era uma mulher tão doce, amigável. Ensinou para nós as coisas boas da vida. Pena que não nos preparou para as ruins. Então os deuses vão á nossa casa no meio da noite, matam nossa mãe e roubam nossas almas... E AS JOGAM DIRETO NO TÁRTARO! E nós tínhamos culpa de quem era nosso pai?

          Naquele momento senti até pena. Sinceramente, os Deuses realmente erraram. E muito. De repente ouvi barulho de metais raspando, e me senti sendo virado bruscamente.

          Digamos que o jogo virou. Todos estavam prendendo alguém: Annabeth prendia Thalia, Nico prendia Kerina, Travis prendia Alan e Clarisse, Connor e as Caçadoras o resto deles.

          - Parece que o jogo se virou... – falou Clarisse com um sorriso maléfico.

          Heide/ Thánatos soltou uma risada estrondosa e diabólica de dar medo e disse:

          - Se eu fosse você não teria tanta certeza...