Ghost Curse escrita por CanasOminous


Capítulo 7
Capítulo 7 - O Cerco da Torre das Sombras.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo reformado.



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Capítulo 7 – O cerco da Torre das Sombras


Ash e os outros preparavam-se para partir em direção da gigantesca Torre das Sombras. Uma densa neblina cobria o horizonte, a fortaleza quase desaparecia em meio ao céu plúmbeo daquelas planícies. Apesar da torre ser imensa, desde que Ash e os outros chegaram à Spiritum eles nem sequer haviam dado conta da enorme contrução, uma vez que ela era ocultada pela sombra das montanhas e por uma densa camada ominosa que a cercava.

Seria uma longa caminhada até a torre, mas eles não desanimavam e continuavam seu caminho com confiança. O sol já escondia-se atrás das montanhas, dando lugar à escuridão perpétua da noite em Spiritum. A lua não surgia naquela terra amaldiçoada, o grupo segurava tochas para continuar a viagem, parando somente algumas vezes para um rápido lanche e descanso.

O que está fazendo, Tenente? — perguntou o curioso Shuppet.

— Estou fazendo um origami de um Tsuru. — sorriu Dawn, entregando o pequeno pássaro de papel para Shuppet.

O Pokémon segurou o objeto de papel com os olhos a cintilar. Ele nunca recebera algo de ningué, estava fadado a batalhar até onde sua antiga memória lhe trazia lembranças. Um simples papel era o suficiente para deixá-lo comovido.

A Tenente me deu um presente... V-Você nunca tinha feito isso. De uns dias pra cá, todos vocês têm sido legais conosco... É a primeira vez em muito tempo que eu sinto que sou alguém importante. — disse o pequeno fantasma.

Dawn retriubuiu com um doce sorriso, e segurando o pequeno Shuppet, se pôs a observar as chamas da fogueira que iluminavam o acampamento dos jovens.

Quando vocês vencerem o Giratina a maldição do nosso reino será desfeita, mas o que vai acontecer com a gente...? — perguntou Shuppet, olhando para as fracas chamas, atônito, mergulhado em pensamentos — Nosso destino é simplesmente desaparecer como todo o resto?

— Todos morrem um dia... Saiba que seu destino é traçado pelos seus próprios pensamentos, e não por alguma força que venha de fora. — respondeu Dawn, observando a escuridão sem conseguir encarar o pequeno fantasma, mas algo parecia estranho na moça.

Shuppet olhou para trás e teve a impressão de conseguir ver a Tenente Froslass ao seu lado. A dama de gelo tinha uma feição entristecida e parecia tentar evitar o choro.

E-Eu também sou um fantasma, e acho que durante toda a minha vida eu nunca tive um motivo para viver, mas agora eu encontrei, e são os amigos que nos dão forças para viver cada dia... — disse Froslass.

Shuppet observou uma lágrima escorrer lentamente do rosto de Dawn, mas quem falava aquelas palavras agora era Froslass. Dawn tinha amigos que sempre poderia contar, e isso era algo que ninguém naquele amaldiçoado reino já possuíra.

T-Tenente... Não chore. Desculpa, eu não queria ter feito aquela pergunta. — sussurrou o pequeno fantasma.

Não é culpa sua... Acho que essa garota humana mudou um pouco de minha personalidade... Eu acho até estranho estar agindo dessa maneira... Vamos esquecer esse assunto e preparar-nos para lutar contra Giratina. — respondeu Froslass, enxugando as finas lágrimas.


Enquanto isso, os outros integrantes do grupo Ash, pareciam fazer uma brincadeira de adivinhações, uma atividade mutio comum entre criaturas anaitgas que buscavam um pouco de diversão em meio às tormentas do dia a dia. Ash nunca fora bom em adivinhas, mas ele sentia como se seu anel lhe desse a inteligência do General para resolver qualquer coisa.

— Quanto mais cresce, menos se vê? — repetiu Ash.

— Quanto mais cresce, menos se vê... A escuridão. — respondeu Brock, dando uam rápida respsota à pergunta do garoto.

Em minha época eu ouvia esta charada como uma adivinha diferente. Talvez ela tenha tido suas palavras modificadas pelo tempo, mas me fascina em saber que ela nunca perdeu sua essência. — disse o Coronel, parecendo pronunciar uma canção com sua voz austera:


"Não se pode ver, não se pode sentir,

Não se pode cheirar, não se pode ouvir.

Está sob as colinas e além das estrelas,

Cavidades vazias – ele vai enchê-las.

De tudo vem antes e vem em seguida,

Do riso é a morte, é o fim da vida."


O escuro, era a resposta. Brock soltou uma risada ao ver a feição de espanto de Ash. Ambos sentiam como se a sombra de General Dusclops e do Coronel Drifblim estivessem presentes, e com isso, eles tinham disposição a continuar o jogo.

— Obrigado pela ajuda, Coronel. — riu Brock.

Eu tenho uma sugestão, meu caro. Por quê "separado" se escreve tudo junto e "tudo junto" se escreve separado? — disse o Coronel.

— E isso tem resposta?? — gritou Ash.

Mas é óbvio. Fugiste das aulas de Português, meu caro? Esta charada é muito antiga, e era frequentemente taxada como aquelas perguntas sem respostas. Engano deles! É porque “Separado” é um adjetivo e “Tudo Junto” é um pronome indefinido associado a um adjetivo! — explicou o Coronel.

Oh! O Coronel é tão inteligente!! — elogiou Drifloon.

General, o que é um “Adgente Ivo”? — perguntou Duskull.

— Não me pergunte, eu dormi nessa aula.

Ash pensou por um momento, porém, mais que de repente, a pergunta perfeita surgiu em sua mente, assim como um sopro por aprte do General.

Tenho uma boa adivinha, mas ouça atentamente. — comentou General Dusclops aos ouvidos de Ash. O garoto lançou um olhar intimidador para seu companheiro e fez a pergunta, mas para sua surpresa a inteligência do Coronel era surpreendente.


"Tem raízes misteriosas.

É mais alta que as frondosa.

Sobe, sobe e também desce,

mas não cresce nem decresce."


A Montanha. — disse o Coronel como uma resposta correta.

De fato, ele era muito inteligente, Sua esperteza era o marco de sua raça, e embora o General fosse muito poderoso, ninguém poderia vencer o Coronel na esperteza. Brock tinha consigo o dom de compartilhar o Pokémon balão, e com isso, eles tinham uma equipe realmente surpreendente. O jogo de adivinhações logo terminou, pois não havia como competir contra os criadores das adivinhas.


A Torre das Sombras era a construção mais alta de Spiritum, mas as espessas nuvens e as constantes neblinas muitas vezes escondiam sua grandeza. Ela podia ser vista de todo o reino, lançando uma sombra ameaçadora sobre aquela terra sinistra e amaldiçoada.

Quando os jovens se aproximaram eles se depararam com um grande portão caindo aos pedaços, era possível perceber que algo estava escrito naquelas paredes, mas já não era mais legível. Quando a guerra terminou, os vitoriosos Shuppets tentaram escalar a torre para destruir aquele que lançara a maldição sobre eles. Eles queriam vingança, haviam arquivado a vitória, mas ao mesmo tempo foram derrotados, tendo como punição a eternidade. Ninguém nunca foi capaz de chegar ao grandioso Giratina, todos sucumbiam antes mesmo de encontrá-lo. Estes poucos soldados que conseguiam fugir conheciam segredos imagináveis sobre aquela construção. Outros ainda tentaram escalá-la, assim como os exércitos do Rei Dusknoir, mas todos sempre falhavam.


Os jovens passaram pelo portão e entraram na temível Torre das Sombras. Seu interior era uma verdadeira fortaleza impenetrável, logo na entrada existia um enorme abismo abaixo do primeiro nível, revelando que existem muitos outros sub-níveis, mas a escuridão do buraco era interminável, e cair lá certamente significaria a morte. Toda a construção era feita de rochas mais antigas do que o tempo podia contar, muitos símbolos também cobriam as edificações, erguendo-se junto à torre até os céus.

Para escalar a grande construção seria preciso muita determinação. As escadas e pontes locomoviam-se através de botões, o que dificultava ainda mais a travessia, porém, isso revelava que era impossível subir ao topo sem a ajuda de companheiros habilidosos.

Ash tinha dificuldade para continuar seu caminho, mas quando tropeçava era auxiliado por Brock e pelo Coronel. Dawn subiu as edificações, e era capaz de assionar cada passagem com a destreza da Tenente Froslass. Um ajudava o outro, e amizade entre eles era a maior prova.

— Parece que finalmente chegamos à Torre das Sombras! — disse Brock.

— Isso quer dizer que logo poderemos retirar a maldição dos fantasmas de Spiritum... — suspirou Dawn, um pouco chateada.

— Ei Dawn, por que você ficou triste? Era pra você estar feliz que iríamos salvar os fantasmas. — explicou Ash.

— Não é nada... Vamos subir esta torre logo, se não nunca chegaremos ao topo!


A subida foi longa e difícil, várias horas de aflição e medo cobriram os jovens, muitas vezes era preciso usar seus pokémons pra cruzar caminhos agora perdidos pelo tempo, mas com muita dificuldade eles subiram até o topo para encontrar-se com a criatura que causara todo aquele alvoroço.

O último andar da torre, o templo de Giratina. Do alto da construção era possível ver toda a terra de Spiritum cercada pelas intermináveis montanhas, porém, não podia-se ver nada além destas planícies. O abismo parecia milhões de vezes maior naquela altura, causando um pouco de enjôo em quem olhasse por muito tempo.

O Templo de Giratina lembrava um rosto ilusionário, duas janelas eram cobertas por chamas, que lembravam olhos, e o portão seria a boca. Era uma construção sinistra, que causava um pouco de receio em qualquer guerreiro.

— Não há nenhuma ponte para atravessarmos o abismo, e o templo encontra-se do outro lado! — concluiu Brock — Poderíamos até utilizar o Steelix de novo, mas nem mesmo ele é longo o suficiente para chegarmos ao outro lado...

Ash sentou-se sobre uma estátua destruída para pensar, ele coçava a cabeça pensando em algum modo de levá-los para o outro lado, talvez com ajuda de Noctowl, mas era realmente muito longe, e o pokémon não aguentaria levar todos, mesmo que aos poucos. Ele começou a remexer sua bolsa à procura de qualquer coisa que pudesse ajudá-lo. De repente, quase que perdida entre roupas sujas e objetos inúteis, lá estava a pequena Odd Keystone, o presente do grande Rei Dusknoir.

— Ei, achei aquela budega estranha que o tiozinho Dusknoir nos deu! Olha só, é aquela pedrinha com desenhos bizarros... — comentou Ash.

— Você sabe como usá-la? E se algo der errado? — comentou Brock.

— Não vai dar. Deve ser tipo um daqueles Game Boy antigão, é só apertar esse botão, daí ele deve fazer um poder mágico...


Enquanto Ash chacoalhava a misteriosa Odd Keystone, uma misteriosa sombra surgiu de dentro da pedra. O céu clareava um pouco, era por volta de cinco da manhã, de dentro da pequena pedra surgia um espírito maligno, uma criatura amaldiçoada por quinhentos anos de crimes. Tinha um olhar bizarro, não era possível saber se o fantasma sorria ou estava sério, se estava feliz, ou triste. Não era possível saber se era um aliado, ou um inimigo.



Ao coração ferido fazem bem a treva e a solidão... Esta foi minha sina, e para isso, paguei com minha vida... — disse a criatura — O que os trazem para uma torre tão obscura?

Ah! É o guerreiro das trevas, Spiritomb! Ele foi um dos soldados mais violentos e poderosos do reino. Quando a única pessoa que ele amava morreu, sua ira foi tanta que ele destruiria qualquer um, e por isso ele foi aprisionado na Odd Keystone! — comentou Duskull.

— Seria eu, Spiritomb? O fantasma da solidão? — dizia a criatura com um sorriso em seu rosto.

— Então ele vai nos ajudar a derrotar o Giratina? — perguntou Ash.

— Derrotar o deus Pokémon das sombras? Não, não, é loucura, nem mesmo dez mil soldados seriam capazes de invadir essa fortaleza. Aquele templo é todo movido por labirintos e segredos jamais desvendados, e nele, habitam criaturas mais sinistras do que se o tempo pode contar. — suspirou Spiritomb, com sua sinistra voz — Entrar lá é loucura, mas de fato, é a loucura que faz as ocasiões.

— Então pra que você presta? — resmungou Ash, sendo um tanto quanto mal educado.

— Não fale assim, Ash! Será que o senhor Spiritomb não saberia pelo menos como chegar ao templo? — perguntou Dawn.

Sozinho, impossível. Quem tem fé nunca está sozinho... Mas com a companhia certa, tudo é possível. — repetia o pokémon, olhando para o grande abismo e balbuciando estranhas frases.

— O que ele tem? — perguntou Ash, sem entender sequer uma palavra do que a criatura dizia.

Permita-me explicar um pouco sobre sua vida... Quando o grande Spiritomb tentou subir esta torre, a única pessoa que ele amava nesse mundo acabou sendo morta. Ele sempre se culpou pela morte dela, com isso ele acabou tornando-se um pouco perigoso até mesmo para seus aliados, sendo aprisionado na Odd Keystone. Assim, depois de tanto tempo sozinho naquele objeto, ele ficou um pouco louco... — explicou Drifloon.

O mais incompreensível do mundo é que ele seja compreensível. — continuou Spiritomb, dizendo estranhas frases filosóficas. Os joves já o observavam com certeza incerteza — É o templo que vocês desejam? Eu posso fazer com vocês entrem nele, mas nenhum ser vivo pode aproximar-se do verdadeiro objetivo. Existe um modo de reverter sua rotação permitindo que os mortos entrem nela, mas nenhuma criatura viva pode fazer sua passagem!

Spiritomb ficou em frente ao grande templo e criou misteriosamente, uma longa ponte que permitiria que os heróis a atravessassem. Era longa o bastante para levar centenas de anos para ser construídas, mas da mesma forma, parecia que jamais cederia.

Meu poder possui duração de duas horas. Este é o tempo que vocês possuem para desvendar o mistério, se vocês não forem capaz disso, ficarão para sempre aprisionados no templo das sombras. Hah, hah, hah! O que me faz rir não é a nossa loucura, é a nossa sabedoria! O tempo não para...

— Shuppet, Duskull, Drifloon! É aqui que nós nos separamos! Eu, o Brock e Dawn vamos entrar naquele templo e desvendar qualquer que seja o mistério! Podem apostar, a gente vai voltar! — disse Ash de um modo confiante.

Mas General, nós queremos ir com vocês! — resmungavam os fantasmas.

— Por favor, pedimos para que fiquem e tomem conta de tudo para quando voltarmos. Nossos Pokémons não podem entrar, mas vocês podem cuidar deles!

— Vamos correr, Ash! Temos que encontrar esse segredo logo! Nem mesmo sabemos por onde começar, então precisamos ser rápidos! — disse Brock.

Ash, Brock e Dawn correram e seguindo a grande ponte criada por Spiritomb, eles entraram no misterioso templo das sombras. Ash foi obrigado a deixar seu inseparável amigo Pikachu para trás, assim como suas pokébolas. Uma estranha barreira realmente não permitia que pokémons atravessassem.

Shuppet, Duskull e Drifloon nada mais podiam fazer, apenas sentar-se e esperar que os jovens desvendassem os segredos do templo, para que pudessem fazer com que pokémons entrassem e finalmente derrotar Giratina. Seria tudo aquilo um plano de Spiritomb? Seria ele confiável? Ash e os outros estariam fazendo o certo em confiar nele? Os jovens nem mesmo entenderam o que ele quis dizer com “desvendar o mistério”, mas eles sabiam que possuiam duas horas para descobrir um modo de entrar no local sagrado de Giratina

Veja pelo lado bom, com esquizofrenia você nunca está sozinho. Heh, heh, he... — ria Spiritomb, lançando um olhar ameaçador para os Pokémons ao seu lado.

Eu tenho medo dele, Shuppet... — disse Duskull.


Ash e os outros finalmente entraram no grande templo das sombras, mas eles precisam desvendar um modo que permita os pokémons entrarem na fortaleza, pois eles só possuem duas horas. Será que nossos heróis serão capazes de conseguir, ou ficarão aprisonados naquela prisão ominosa pelo resto de suas vidas?


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Notas finais do capítulo

(Apesar de serem fantasmas, eles ainda morrem em lutas, como Major Banette, a única diferençaé que eles são imortais na idade.) As charadas foram modificadas da versão antiga, pois tentei tirar a parte de comédia e trazer algo mais sério para o enredo. As adivinhas utilizadas no capítulo foram retiradas do livro "O Hobbit", de J.R.R. Tolkien.