Ghost Curse escrita por CanasOminous


Capítulo 5
Capítulo 5 - Segredos nas Profundezas do Poço.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo reformado



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Capítulo 5 – Segredos nas profundezas do poço.

Já amanhecia, e pouco a pouco a escuridão do local regressava, embora eternamente coberto pelo véu negro de trevas que dominava aquela região por incontáveis anos. A grande lua dava lugar ao sol que escondia-se timidamente por trás das espessas nuvens cinzentas, era um calor gélido, mas que ao mesmo tempo parecia trazer notícias de bons momentos. Era por volta das seis da manhã, e os aventureiros, guiados pela elegante Tenente Froslass, aproximavam-se do grande labirinto do Poço da Escuridão.

Então, General, diga-me como é o mundo além dessas tenebrosas colinas, fazem séculos que não vejo nada novo. — disse Froslass, acompanhando os lentos passos de Ash.

— Bom, está tudo normal, sabe? Eu pretendia seguir para a Liga de Sinnoh, mas acabei parando aqui para treinar meus pokémons e agora estou nessa aventura! As coisas não evoluíram muito. — riu Ash.

— Hih, Hih, Hih... Isso é fantástico! É bom saber que os guerreiros ainda perambulam pelas terras brandindo espadas e escudos. — afirmou ela, maravilhada em saber que nada tinha mudado em centenas de anos.

Duskull e Shuppet pareciam interessar-se na conversa, os dois pequenos fantasmas pulavam feito Aipoms enquanto procuravam curiosidades á respeito do mundo fora de seu reino. Faziam séculos que eles não tinham um tempo para descontrair-se, focados apenas nas guerras e intermináveis disputas entre nações.

General Dusclops, quer dizer que vocês ainda caçam sua própria comida?? — perguntou o curioso Duskull.

Mas é óbvio que não, seu imbecil! Está na cara que os outros caçam a comida para ele, afinal ele é uma superiosidade! — disse Shuppet, empurrando Duskull que retribuia o golpe.

— Caçar comida? Hah, Hah, Hah! Lógico que não, a gente compra comida no Super Mercado, na feira, em qualquer lugar. — respondeu Ash.

S-Super Mercado? É um lugar onde você pode caçar sem ser incomodado? — perguntaram os pequenos fantasmas maravilhados — Ahh, aposto que é uma Super Arena formada por mercados feudais em que os comerciantes lutam contra os outros para roubar a comida e ter mais lucro.

— Hum, não... Eu nem lembro o que era "feudais", mas acho que os carinhas mandam comida pro Super Mercado e você só compra. Entendeu?

Então as pessoas continuam caçando?

Sim... Quero dizer, NÃO! Ninguém mais caça, vocês não conseguem entender isso? Tipo, quem caça são os caçadores, mas não para comer. Nossa função é comprar a comida, é a era do Capitalismo.

— O que significa "cumprar"?

— Você tá de brincadeira? Vocês estão me deixando louco!! — gritou Ash.

Tá bom, tá bo. Acabou a brincadeira soldados, procurem qualquer outra coisa para fazer ou vão se matar, indepedente. Não vêm que eu e o General estamos tratando de assuntos sérios de nossa batalha? — disse Froslass, empurrando Shuppet e Duskull para fora.

Olha o que você fez, seu animal! Agora vou ficar sem saber o que significa “cumprar”! — disse Shuppet zangado.

EU?? Tudo estava perfeito antes que você chegasse!! E tem mais, por que você continua me seguindo? Eu sou o soldado mais importante desse batalho, sai de perto de mim!! — respondeu Duskull.

Parem com isso! Seus soldados desajeitados! Vocês deveriam manter seus postos e não ficarem causando confusão e discórdia. Mantenha a honra e a superioridade dos Drifloons, afinal, somos mais civilizados. — disse o soldado Drifloon.

Ahhh! Vem com essa não rapaz!! Então você pensa que manda na gente agora?? — perguntou Shuppet zangado, iniciando uma disputa com os dois pequenos fantasmas.


Enquanto isso, Ash e Froslass continuavam o caminho, deixando as pequenas criaturas discutirem loucamente como crianças.

— Eles são engraçados. — riu Ash.

Froslass nada respondeu e apenas continuou observando os belos olhos de Ash como se estivesse enfeitiçada, chegando cada vez mais próxima, viajando em seus sentimentos.

— Ow, você está bem? Parece com sono, tá quase caindo em cima de mim. — perguntou Ash, sem perceber aquele olhar sedutor de Froslass.

Ah! M-Me desculpe!! Hum... Heh, Heh! Olha só, já chegamos no poço! Heh, Heh! Com licença... Como fui desajeitada, acho que perdi meu poder de sedução com o passar dos anos... — respondeu Froslass, saindo de perto de Ash envergonhada.

— Presumo que tenhamos chegado ao Poço da Escuridão. — afirmou Brock.

Eu poderia ter levado-os, Tenente! Eu conheço bem esses caminhos, mas ainda acho que eles querem aplicar um golpe em nós para nos derrotar! — disse Shuppet.

Acho que esse cara não devia vir conosco! Manda ele embora, General! Manda!! — respondeu Duskull, continuando a brigar histericamente com Shuppet.

Froslass já estava farta das brigas infantis dos doidos, dando um grito e cessando a discussão no mesmo instante.

Quietos!! Não quero ouvir a voz de vocês!! — gritou Froslass — Bom, podemos entrar?

C-Claro! Vamos lá pessoal. Acho que já estamos perto do final de tudo isso! O Castelo Ancestral se aproxima. — afirmou Ash.


Todos desceram pela íngreme escada de ferro daquele poço. Ele agora jazia vazio, pois a água havia secado há muito tempo e agora servia como uma misteriosa base dos Shuppets, cujo segredos eram mantidos apenas para a raça e facções aliadas.

O local era extremamente profundo e cheirava mal, eles sentiam-se esmagados pelas paredes e o ar era muito abafado. Tudo fora feito para rápidas passagens, pesadas portas enferrujadas erguiam-se na escuridão daquele local, e pareciam servir estrategicamente para derrotar qualquer invasor. Eram muitas, e com certeza a ajuda de Froslass naquele labirinto era necessária. Brock e Ash carregavam tochas para iluminar o caminho, a Tenente fantasma atravessava as paredes, esquecendo-se que nem todos ali presentes eram fantasmas, sendo frequentemente reprimida pelos jovens.

— Esqueceu-se que somos humanos? — perguntou Dawn.

Ops! Eu havia me esquecido desta humana irritante. Por mim ela poderia ser deixada para trás. — disse Froslass, continuando com o ciúmes que sentia de Dawn.

— Mas também somos humanos Froslass, não podemos atravessar a porta como os fantasmas fazem. — respondeu Ash na tentativa de proteger a amiga.

Froslass surpreendeu-se no mesmo instante, parecendo sentir-se magoada ao ver que seu amado general dava mais atenção à humana do que para si mesma.

Ah! Perdoe-me General, eu não quis ofendê-lo. Vamos ter que pegar o caminho mais longo então, pois são muitas portas, então estejam preparados.

Froslass continuou a guiá-los pelo labirinto inacabável. Quanto mais próximos da saída eles chegavam, mais desafios surgiam, e coisas ainda mais bizarras. As portas agora eram defendidas por Shuppets que a guardavam dia e noite, eles a defendiam há incontáveis invernos, eternamente incunbidos de defender sua fortaleza. Eles pediam senhas para passar, não importava quem fosse, para certificar-se de que sometne abririam para companheiros, negando a invasão de espiões.

Lady Froslass! É uma honra tê-la de volta. — disse um soldado Shuppet que defendia a porta.

Abra a porta, soldado! — ordenou ela de forma austera, recebendo um olhar receoso do pequeno Shuppet.

Mas, eu preciso que você me diga a senha... Não posso permitir que ninguém passe, conforme cada lei designada por nossa noção.

Abra a porta, soldado! Isto foi uma ordem! — ordenou ela mais uma vez.

T-Tenente, se um soldado deixar seu objetivo de lado é como se ele estivesse desonrando o reino... Ele não vai sair, a senhora não se lembra da senha? Não pode ser muito difícil. — explicou o companheiro Shuppet, que acompanhava o grupo.

Insolente.... Faça a pergunta então.

— Um ônibus espacial realiza suas viagens ao redor de nosso planeta a uma altura de cerca de 600km da superfície. Por que os astronautas flutuam no interior da nave?

O grupo arregalou seus olhos e pareceu não entender nenhuma palavra do que aquele fantasma dizia. Até mesmo Froslass parecia não entender a pergunta, e estava evidente que ele não saberia a resposta.

Por Arceus!! FÍSICA!! — gritou Ash.

Maldição, será que ainda tenho guardado aquele papel com as respostas? — disse Froslass, com uma voz decepcionada — Hum, acredito que teremos que voltar.

— Esperem um pouco! — disse Brock, pensativo.

Por um momento parecia que o Coronel Difblim estava mais uma vez presente na sala. O Pokémon balão não demorou a decifrar a questão, e logo, pôde-se ouvir a resposta:

Um corpo é dito em queda livre quando está sob ação exclusiva da força gravitacional. Todo corpo em órbita, circular ou elíptica, está em uma queda livre e, por isso, os corpos ficam flutuando no interior do ônibus espacial. Dizemos que o peso aparente é nulo...

Ash e seus companheiros se viraram na tentativa de procurar de onde aquela voz surgia, mas apenas Brock se encontrava atrás de vocês. Eles podiam sentir a presença de Coronel Drifblim no local, embora ele ainda não estivesse visível aos olhos dos humanos.

— Desde quando você ficou assim inteligente em física? — perguntou Ash surpreso.

— Hum? — riu Brock, parecendo não entender a questão.

O fantasma que guardava a porta pareceu fazer movimetnos leves, e logo, a ferrugem do local levantava-se lentamente como se dez soldados erguessem suas portas de metal.

A resposta está corretíssima. Continuem seu caminho, pois outras perguntas ainda os aguardam. — explicou o Shuppet que guardava a porta.

O caminho continuou estreitando-se pelas longas perguntas intermináveis, grande parte era respondida por Coronel Drifblim, que por tratar-se de um dos guerreiros mais sábios, já tinha controle dos desafios que encontrariam no Poço da Escrudião. Uma ou outra questão era respondida pelo astuto Drifloon, enquanto outras eram lembradas por Froslass e por seu fiel ajudante, Shuppet.

— Essas portas não acabam mais? Eu preciso sentir a brisa no meu rosto. — resmungou Dawn.

Pare de reclamar, menina insolente! Eu lhes apresento os segredos do labirinto de minha nação e é assim que me agradece? — indagou Froslass furiosa.

— Ahh. maso final já está chegando? — perguntou Ash.

Oh! Mas é claro que sim, meu amado... Quer dizer, General. A última sala está próxima, nela acho que nos encontraremos com um superior meu, e ele poderá nos ajudar a seguir nosso caminho. — disse Froslass, abraçando Ash.

O garoto agora jazia de pé em frente à maior porta de todas. Ela era coberta por marcas já esquecidas pelo tempo, e como de costume, havia um soldado amaldiçoado para defendê-la.

Esta é a última porta. — afirmou o Shuppet que acompanhava o grupo.

Será que a pergunta é muito difícil? — continuou Drifloon.

Pergunta número 12! — disse o Pokémon que guardava a porta — Qual a profundidade que a luz de um Lanturn pode ser visto da superfície?

Mais de três milhas, cerca de 4,828032 quilômetros. — afirmou a voz de Coronel Drifblim que mais uma vez ecoava pela sala — Dez contra dois. Parece que eu acertei mais perguntas, meu caro soldado. A vitória é minha, Drifloon.

Não tenho a capacidade de vencer o Coronel na inteligência, senhor! Foi uma vitória merecida. — riu o pokémon, fazendo sinal de continência.

Vamos continuar, estamos próximos da saída.

A luz reluzia por pequenos feixes nas paredes daquela sala, depois de severas horas debaixo da terra, a luz do sol novamente podia ser vista, mesmo que de forma fraca. Já era quase meio dia e todos estavam muito cansados, os corredores escuros do poço terminavam, e davam lugar a uma vasta sala com uma única saída: Uma porta prateada com um velho cadeado enferrujado, mas que mesmo assim ainda ficaria intacto por quantos séculos fosse necessária.

— Já consigo sentir o cheiro de ar puro novamente! — disse Dawn, esticando os braços.

Tu somente reclamas, humana? Mas que tipo de heróis são vocês que nem mesmo agüentam ficar algumas horas em um poço escuro? — reclamou Froslass, em seguida percebendo que Ash abaixara a cabeça tristemente por ouvi-la falando mal de seus amigos — N-Não... Não foi isso que eu quis dizer..— disse ela com uma voz baixa, tentando concertar seu erro.

— Por quê você tenta ser alguém que você não é? Isso me irrita! — gritou Dawn, saindo de perto de Froslass, furiosa.

Froslass dirigiu seu olhar para o chão, percebendo seu erro em tentar mudar por alguém, ela nunca pediria desculpas, seu orgulho não permitia tal ato em vida. Enquanto ela refletia sobre seu erro, uma misteriosa criatura lançou um poderoso golpe sobre a Tenente, que caiu próxima a uma parede, muito machucada.

Eu estive te vigiando desde o começo, Tenente Froslass, tenho acompanhado seus passos que guiaram nosso inimigo. Isto é imperdoável e a punição para a traição é a morte. — disse a criatura.

M-Major Banette! O que o Senhor está fazendo atacando a Tenente? — perguntou Shuppet.

Traiu sua raça como qualquer outro, soldado imprestável. Eu os banirei de nosso reino para todo sempre, para nunca mais retornarem.


Aquela era uma criatura amaldiçoada, tinha olhos vermelhos cobertos de malícia e de vingança. Muitos fantasmas ainda pensavam que a grande guerra continuava, até mesmo alguns dos mais poderosos ainda guerreiros ainda imaginavam que estavam em guerra, e com certeza não mudarão de ideia. Ficar anos preso sobre um labirinto interminável envenenou sua mente, e agora, o inimigo se levantava novamente.

O Major Banette flutuava naquela vasta sala, os feixes de luz o faziam desaparecer por um instante, mas sua boca macabra continuava a fitá-los como se fosse engoli-los. Ele parecia sujo, seus panos jaziam rasgados e cobertos de terra e poeira pelo fato dele ter ficado por muito tempo naquele poço. Agora aquele poderoso líder das tropas inimigas estava pronto para lutar.

Traidores como vocês devem ser mortos. — disse o fantasma, preparando um místico ataque conhecido como Shadow Ball. Quando Major Banette lançou seu golpe, Froslass pulou na frente de seu soldado recebendo o imenso dano que provavelmente causaria a morte do pequeno Shuppet.

— Froslass! — gritou Ash vendo a amiga cair no chão. — Agora você já passou dos limites, atacando alguém do seu próprio time?

Ora, ora, mas se não é o temível General Dusclops? É muito bom reencontrá-lo mais uma vez em batalha. Agora podemos acertar nossas contas. Eu poderei finalmente derrotá-lo. — disse a criatura com um sorriso macabro.

— Só se for no seus sonhos! Eu escolho você, Muk!

Ash lançou seu amigável pokémon, aquele Muk capturado na usina elétrica em Kanto há muito tempo. O poço cheirava mal, mas o pokémon era ainda pior, Ash não sentia seu cheiro, pois ele era como um grande amigo para ele. Fazia muito tempo que Muk não saia em uma batalha, Ash deixava-o com Professor Oak. A criatura rastejava pela escuridão daquele poço sentindo-se em casa, era como se ele estivesse em seu próprio habitat.

— Vou ajudá-lo Ash, Steelix vai! — ordenou Brock.

A escolha de Brock era sábia, o lugar era muito grande e eles lutavam embaixo da terra. Steelix teria vantagem em batalha, mas ele devia sempre tomar cuidado para não fazer o poço desabar sobre suas cabeças. O pokémon era imenso, e sua pele era tão dura quanto um diamante, ele era o velho parceiro de Brock, no passado um poderoso Onix que dera muito trabalho para Ash derrotá-lo e conquistar sua primeira insígnia. O corpo da cobra metálica era mais duro que qualquer rocha e seus olhos podiam enxergar na escuridão daquele poço. Era um pokémon colossal de tempos antigos, uma criatura titânica que para sempre seria leal ao seu treinador.

Vejam só, se não é Coronel Drifblim, o vingador? Poderei acabar com os dois de uma vez! — disse Banette, parando por um momento e observando Ash — Admito, você diminuiu um pouco, General... Mas isso não importa, derrotarei seus soldados facilmente e depois acabo com vocês. Shadow Ball!


Major Banette não esperou nem um pouco e rapidamente lançou seu poderoso ataque para cima de Muk, que aguentou o impacto com firmeza pelo fato de ser muito bem treinado na defesa especial e com fortes níveis e energia.

— Minha vez, seu fantasma ignorante. Muk, utilize o Payback!

O ataque Payback era do tipo Dark e quando o usuário levava um golpe antes, o ataque dobrava sua força, e no momento, Banette estava extremamente em desvantagem.

Mas o que é isso? Me parece que você também ficou inteligente apesar de ter diminuido! Vão precisar de mais para me derrotar. — riu Major Banette — Eu tenho um ataque que mesmo que eu seja derrotado, vocês dois irão comigo!

Destiny Bond. — afirmou Brock como se prevesse o movimento. O Coronel Drifblim lhe dava a perspicácia da sabedoria, e com isso, os dois lutavam como um único corpo — Seu maior erro é contar sua estratégia para o inimigo, e esta será sua maior sina. Steelix, utilize o Taunt!

— Oh! Taunt é uma habilidade há muito esquecida em nosso reino, ela fazia com que os inimigos fossem obrigados a atacar e não pudessem utilizar golpes que não causam danos. — afirmou o soldado Drifloon.

— Então está na hora de acabar com isso! — disse Dawn, surgindo novamente e carregando uma de suas pokébolas — Mamoswine, vá e utilize o Ancientpower!


Nenhum dos três estavam para brincadeira, todos lançaram pokémons extremamente fortes de seu time. O Mamute de gelo preparou seu ataque ancestral e lançou grande pedras na direção de Banette que levou um imenso dano.

Nem mesmo o Major Banette seria capaz de receber tamanho golpe, ele hesitou e caiu para trás, desaparecendo em meio a grande sala, deixando apenas uma pequena chave caída no chão, que provavelmente abriria a última porta para saírem do poço.

Amaldiçoada guerra que nunca chegou ao fim! Centenas de anos incubido de proteger esse maldito poço! Morrer sem deixar um cadáver... Esta é a maneira de nós, da raça Shuppet...

Sua voz subiu no céu e desapareceu por entre os feixes de luz nas paredes, sendo levada pelo vento e nunca mais ouvida em nenhuma Era do mundo.

— Brock, usar o Taunt foi uma tática muito boa. — afirmou Dawn.

— Ele iria utilizar o ataque Destiny Bond, muito raro entre esses pokémons, mas pode ser aprendido da forma Egg Breed. Os soldados do reino eram criados especificamente para a guerra, e por isso, logo que nasciam aprendiam os golpes mais poderosos dos fantasmas. — explicou ele.

— O bracelete do Coronel Drifblim realmente deixou você inteligente. — riu Dawn.

— Pessoal, agora não é hora para conversar, a Froslass corre perigo! — gritou Ash, segurando Froslass em seus braços. — Tenente... Você está bem?

A dama de gelo parecia delirar, sua voz quase não saía, e ela já não tinha mais forças para se mover. Froslass direcionou seu olhar para Ash e deu um leve sorriso.

Veja só... — disse ela numa voz fraca — O grande General Dusclops ao meu lado? Eu gostaria de poder aproveitar este momento, mas acho que minha hora chegou...

Não diga isso, Tenente! Você me salvou, e eu quero salvá-la... — disse o pequeno Shuppet numa voz chorosa.

Eu daria minha vida por qualquer um de meus amigos, e neste tempo, pude perceber aqueles que realmetne ficariam do meu lado. Foi uma honra ter tido você sobre meu comando, mas o destino me chama... Mas que estranho, me sinto diferente falando assim, eu sempre fui autoritária e rigorosa... Me sinto bem agora... — suspirou a Tenente — Onde está aquela menina irritante?

— Até mesmo morrendo você não deixa de ser ignorante? — perguntou Dawn enfurecida, já acostumada com os apelidos carinhosos de Froslass.

Parece que você terá que me aguentar por muito mais tempo... Quero que você guarde esse colar. Assim como o anel do General e o bracelete do Coronel Drifblim, você terá meus poderes e meu apoio a qualquer hora. Você aceita tal tarefa? — perguntou Froslass, numa voz cansada.

Dawn deu uma risada e pegou nas frias mãos do Pokémon.

— Então você vai ter que me aguentar por muito tempo também, sua metida. — riu Dawn confiante.

Froslass desviou seu olhar para Ash uma última vez, e tentou pronunciar algumas palavras com dificuldade.

— G–General, eu... Quero dizer... Ash... E-Eu... — ela hesitou por um longo tempo, mas pronunciou suas últimas palavras com frieza — Obrigada...


Seu espírito desapareceu, e subiu rumo ao céu, misturando-se com o vento. Sua missão estava cumprida, pois ela havia conseguido guiar os jovens até o fim do poço. Dawn permaneceu caída no chão, apenas segurando o colar que Froslass havia deixado sobre sua guarda. Agora, ela seria a Tenente Froslass, e a aventura deveria continuar.

— Você vai ter que me aguentar por muito tempo, Tenente. — pensou Dawn, olhando para um buraco na parede que dava visão para o céu, e pela primeira vez, ela teve a impressão de vê-lo claramente no amaldiçoado reino de Spiritum. Azul e belo — Não se preocupe, cuidarei do Ash, e ainda diremos juntas as palavras que permaneceram guardadas em nosso coração.


Ash possui o poder de General Dusclops, Brock possui a sabedoria de Coronel Drifblim, e Dawn, a agilidade e a destreza de Tenente Froslass. E ainda podem contar com a ajuda de seus fiéis soldados, Duskull, Shuppet e Drifloon. O longo Poço da Escuridão chegou ao fim. O misterioso Major Banette foi derrotado e os poderes de Froslass foram passados para Dawn, a aventura se aproxima do seu objetivo final, o temível Castelo Ancestral de Spiritum. Poderá tudo finalmente terminar perante aquelas fortes muralhas?


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Notas finais do capítulo

Você saberia responder as perguntas do Poço da Escuridão?
1. Qual o pokémon que pode chegar ao maior nível de Defense?
2. Qual o pokémon que pode chegar ao maior nível de Speed?
3. Existem boatos de que os Bellsprouts são um tipo de planta mítica. Que planta é essa?
4. Um Marill não pode afogar-se pois sua cauda é preenchida com ____.
5. Os fluidos que escoam das pernas de um Shuckle, misturam-se com Berries para formar deliciosos _____.
6. O que pode ser feito diluindo os gases de dentro do corpo de um Weezing?
7. Qual a função das orelhas de um Azumarill?
8. Qual a utilização da nadadeira na cabeça do Mudkip?
9. O que é dito afetar o crescimento dos espinhos de um Cloyster?
10. Porque os Voltorbs se assemelham à pokébolas?
Muitas das perguntas eu tirei de um jogo chamado "Pokémon Channel" não fui eu que inventei essas perguntas, eu apenas as traduzi. Nem eu ia saber responder algumas kkkkk