A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

N/A1: As personagens de Thereza e Pâmela pertencem às respectivas Thereza e Pâmela. Quando postei essa fanfic em 2009/2010, acho que fiz um concurso ou algo assim para ter personagens de leitoras na minha fanfic. Logo as características físicas, os gostos e parte da personalidade das personagens, pertencem as garotas, cujo contato, infelizmente, eu perdi ao longo dos anos.

N/A2: Esse é um capítulo de transição e para apresentar as novas personagens. Espero que gostem, lovelies. ♥



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Capítulo 8

Fênix

Os passos ecoavam pelos corredores vazio de Hogwarts. Ela não sabia o porquê estava andando, já passava da meia-noite. O motivo de estar ali parecia algo distante.

Todavia, continuou a andar, seus pés a guiariam para onde queriam chegar.

Hermione?

Virou para trás, mas não havia ninguém ali. Franziu as sobrancelhas, e assim que virou para frente um grito ecoou de sua garganta.

— O que está fazendo aqui?

Harry Potter a olhava com os olhos opacos, sem vida.

— Por que, Hermione? – Perguntou antes de continuar o seu caminho.

Ela quis perguntar o motivo, o que tinha feito? Mas seus passos tinham vida própria.

Não estava mais sozinha. No chão, os alunos amontoavam-se próximos as paredes.

— Por que, Hermione? – A voz de Parvati ecoou. A garota se aproximava com o seu grupo de amigas.

O que diabos era aquilo? Pareciam tão sem vida.

Então correu. Correu o mais rápido que seus pés permitiram. Tinha lágrimas nos olhos, não sabia o motivo. Parou abruptamente ao colidir com o corpo com um loiro conhecido.

— Draco? O que está acontece-.

— Por quê? – Ele a interrompeu, os olhos cinzas estavam sem vida. Não, aquilo não poderia ser real...

— Querida, acorde!

E não era.

— Não, o que está acontecendo... – Hermione murmurou, antes de abrir os olhos. Suspirou aliviada assim que constatou ser apenas um sonho ruim. Sonhos não faziam sentido, mas aquele foi estranhamente perturbador.  

— Você pegou no sono, querida. Está tudo bem?  – Sua mãe perguntou com preocupação. Hermione somente assentiu, em sinal de concordância.

— Foi só um sonho ruim...

Assim esperava.

— Pai, quem vem nos buscar? – Hermione perguntou assim que desembarcaram, já estavam com as malas em mãos, e o pai vasculhava o aeroporto com os olhos, procurando por alguém.

— Eu não sei, Mark disse que alguém estaria com uma placa branca escrita Grangers.

— Quem é o parente distante que vamos conhecer? – Perguntou com curiosidade, nem isso os pais lhe disseram, ela não sabia de nada.

— Você ainda não sabe? – Jane perguntou com descrença. – É o irmão do seu pai... – Completou, mas não teve tempo de terminar a fala.

— Papai tem um irmão e vocês nunca me disseram? – Hermione interrompeu, perplexa com a situação. Ela pensou que seria algum primo de terceiro grau, não um irmão! Cadê o diálogo que toda família tem? Nem ao menos sabia que tinha um tio.

— Querida, não é para tanto. Só nunca te falei que tenho um irmão, nada demais. Aliás, nós nunca tivemos muito contado, ele é meu meio-irmão por parte de pai e se mudou para os Estados Unidos há vinte anos. Não é nada de importante. – John falou com tranquilidade.

— Como não é importante? É meu tio, SEU irmão, eu tinha o direito de saber. – A tranquilidade do pai somente a deixou mais irritada. – Daqui a pouco vão me dizer que tenho um irmão que está em algum internato na Suíça, ou pior, vão me dizer que fui trocada na maternidade. – O que não seria tão estranho. Até que fazia sentido...

— Não, Hermione. Você não tem um irmão e não foi trocada na maternidade. – Jane disse, revirando os olhos em seguida. – Agora pare de tanto drama, parece o seu pai quando descobriu que joguei fora suas histórias de quadrinhos do Batman.

— Acho que você se enganou, Jane, meu amor. Você jogou fora as minhas histórias de quadrinhos do homem-aranha. – O mais velho disse docilmente, mas ao ver o nervosismo da mulher desesperou-se. – NÃO ACREDITO! Você também jogou os meus quadrinhos do Batman fora? Por isso não os encontrava, como pôde? – Perguntou acusadoramente, com a voz chorosa, olhando para a mulher com mágoa.

— Oh, John! Por favor, são histórias para crianças. E não joguei fora, eu doei para crianças. – A mulher tentou se explicar.

—Mas eu sou uma criança... uma criança grande, de quarenta e nove anos. – Completou mediante o olhar reprovador da mulher. No final, ela sempre ganhava.

Hermione revirou os olhos para os dois, e começou a procurar pela placa. Finalmente ela encontrou, e toda a sua atenção e completa admiração vai para quem está a segurando. Ele tinha cabelos castanhos claros, quase loiros, olhos azuis, e a blusa branca acentuava os músculos definidos.

— Mãe, pai! Encontrei! – Ela interveio na discussão dos pais.

— Encontrou o quê? – Perguntaram em uníssono.

— A perfei... Placa. – Sim, ela encontrou a perfeição. E que perfeição! O que é Harry Potter perto daquele garoto? Só não é mais bonito que o Draco. Draco? Que merda de pensamento foi esse, Hermione Granger?

Eles vão em direção ao garoto, que ao perceber a chegada da família esboçou um sorriso. E que sorriso, senhores.

— Vocês devem ser os Granger? – A voz melodiosa ecoou na mente de Hermione.

— Sim, nós somos! Eu sou John, minha esposa Jane e a nossa filha Hermione.

— Olá. – Hermione estendeu a mão para cumprimenta-lo.

— Prazer em conhece-los. Eu sou o Dean. – Ele se apresentou, cumprimentando Hermione e em seguida seus pais. – Sou o filho de Vanessa e Mark. – Completou, para a tristeza de Hermione. Primo? Sério?

Caminharam junto ao garoto até a saída do aeroporto.

— Meus pais não puderam vir, então eu estou aqui para representá-los. – Disse Dean, ele parecia ser tão educado. – O motorista está nos esperando.

Tinha tantos carros, Hermione perguntou-se qual seria o deles. Definitivamente, o último que passou em sua mente era a limusine preta, e foi para ela que o primo os conduziu. Pelo visto, eram ricos.

Dean sentou-se ao seu lado, ele sorriu para ela, que somente retribuiu ao sorriso. Hermione não era muito boa em iniciar conversas. Mas ela percebeu que ele era muito mais bonito de perto, por Merlin, tinha que ter um primo tão bonito assim?

— Você estuda em um colégio interno, não é? – Dean perguntou, o silêncio estava desconfortável.

— É. – Disse com timidez. Desde quando era tão tímida? Ela se recriminou mentalmente.   

— É legal lá? – Perguntou com curiosidade.

— Não! Quer dizer, é legal quando você não é motivo de piadas na escola e não se apaixonou por um idiota que não te merece... – Ela e sua boca grande. Para de falar, Hermione. – Acho que falei demais, esquece, por favor. – Pediu, mordiscando o próprio lábio inferior, fazia isso quando ficava nervosa ou fazia algo que não devia.

— Não se preocupe, seu segredo está a salvo comigo. – Ele piscou para ela, deixando escapar uma risada em seguida. – Na verdade, você me lembra a minha irmã. Vocês vão se dar bem.

Tinha uma prima também? Oh, pelo visto a família Granger era muito maior do que imaginou.

Continuaram a conversar até chegar na mansão dos tios. Seu primo era agradável, e a conversa fluiu com naturalidade. Ele até mesmo abriu a porta para que ela saísse.

— Oi, meu irmão! Quanto tempo! – Mark tinha os cabelos castanhos com alguns fios grisalhos, aparentava estar na meia idade, os olhos eram verdes e expressivos.

— Eu sou a Vanessa, esposa de Mark. – A mulher aparentava muito mais nova do que realmente era, os olhos azuis como os de Dean e os cabelos curtos loiros. Uma bela mulher, sem dúvidas.

Cumprimentaram-se com abraços. Afinal era a primeira vez que Hermione conhecia os tios, pelo menos a primeira vez em que recordaria, já que as lembranças de quando tinha dois anos não eram vivas em sua mente.

Seus pais e seus tios começam a conversar, Dean pede licença e a deixa sozinha. Ela se entretém vendo fotos em um canto da luxuosa sala. As fotos trouxas acompanhavam o crescimento de duas crianças, sorriu com aquilo.

— Olá! Eu sou a Pâmela. – Ao escutar a voz da possível prima, virou o rosto para trás, notou que ela estava acompanhada de outra garota. Pâmela tinha os cabelos negros e lisos, olhos verdes escuros e pele clara, era parecida com o pai, mas muito mais bonita.

Sua prima cumprimentou a todos, antes de apresentar a amiga.

— Essa é a minha amiga, Thereza. - Thereza era tão bela quanto a sua prima, com seus longos cabelos cacheados, olhos negros e lábios proeminentes chamava atenção. A pele mulata era bem cuidada e parecia brilhar.

As duas eram bonitas, o que fez Hermione ficar um tanto tímida. Esperava, profundamente, que elas não fossem esnobes e a ignorassem. Já bastava Hogwarts.

— Hermione. – Vanessa tirou a morena de seus pensamentos, virando-se para ela. – Como você tem a mesma idade de Pâmela e Thereza, ficará no quarto com as meninas. Pode ser?

— Claro.

— Vem com a gente. – Disse Pâmela docilmente, segurando em seu braço e a guiando até o seu quarto. O quarto era lindo, espaçoso, com uma cama de casal grande e pufes lilases e vermelhos, era bonito e confortável.

— Venha Mi, posso te chamar de Mi? – Pâmela perguntou enquanto a guiava até a sua cama. Thereza sentou-se ao lado da morena.

— Pode sim. – Desde que não seja Mimizinha, qualquer apelido valia.

— Que tal nos apresentarmos direito, hm? – Disse enquanto trocava um sorriso cumplice com Thereza, Hermione franziu as sobrancelhas, mas nada disse. - O meu nome é Pâmela Montgomery Granger, mas me chame somente de Pam.

— E o meu é Thereza Morgana Rouge. Não me dê apelidos, eu não gosto de nenhum. – Disse prontamente.

— O meu vocês já sabem, acho Mi um bom apelido. É um prazer conhece-las. – Disse com simpatia.  

— Que tal mostrarmos a cidade para a Mi? – Thereza perguntou, já idealizando o itinerário que fariam.

— Eu adoraria. – As meninas mostravam-se tão simpáticas. Adorou a perspectiva de se distrair no mundo trouxa. Sem magia, sem preocupação... sem magia? Por Merlin, onde estava a sua varinha? – Vocês sabem onde está a minha mala?

— Alfred deve ter deixado no corredor.

Mediante a resposta da prima, ela apressadamente abriu a porta, o suspiro de alívio foi instantâneo ao ver a sua mala. Todavia, a mala parecia mais pesada do que se lembrava, e com alguns passos desajeitados, a mesma caiu sobre o chão, abrindo-se. Todas as suas coisas estavam espalhadas.

— Oh Merlin! – Exclamou enquanto punha-se de joelhos para recolher suas roupas.

— Mer o quê? – Thereza perguntou com curiosidade.

— Mer... – O que falaria agora? Exclamar por Merlin não era usual no mundo trouxa. – Merlindodeus — Retificou-se rapidamente, mal notando o quão ridículo aquilo deveria parecer.

— Não, você falou Merlin. – Thereza insistiu. – É um bruxo, não é?

— E o que é isso? – Hermione voltou sua atenção para a prima e sua respiração parou por alguns segundos. – Um pedaço de pau?

Como diria que era sua varinha mágica? Surpresa, priminha. Você tem uma bruxa na família.

— É para defesa pessoal. Nunca se sabe quando você pode ser assaltada. – Ela se aproximou da prima e pegou sua varinha. Mediante o olhar interrogativo das garotas, ela suspirou pesadamente. – É sério! – Exclamou, encenando como bateria em um possível ladrão. – Faz assim e assim. Prontinho, mas claro, isso se ele não estiver armado...

As outras duas começaram a rir, o que fez Hermione soltar um muxoxo e encolher os ombros. Estava fazendo papel de ridícula.

Porém, foi uma surpresa agradável quando Pâmela retirou da gaveta do seu criado-mudo dois “pedaços de madeiras” semelhantes ao dela.

— Nós também temos um batedor de ladrões. – Disse Thereza pegando a sua varinha.

— E é muito eficiente. – Pâmela completou.

— Não. Acredito. Nisso. – A morena disse pausadamente, completamente abismada com a descoberta. Pelo visto ela não era a única bruxa na família Granger.

— O que foi essa do meulindodeus? Sério? – Indagou Pâmela em meio ao seu ataque de risos.

Hermione se afundaria em vergonha, se não estivesse tão surpresa com a descoberta. Como era possível duas bruxas em uma família trouxa? Sabia que certamente algum antepassado tinha sido bruxo, mas ainda assim, era um caso curioso o das duas.

— Hermione, querida. Confesso que já sabíamos que você é uma bruxa. – Disse Thereza, aproximando-se da morena que as olhava com desconfiança. Como sabiam? E por que não falaram antes?

— Você é famosa, sabe disso, não é? A amiga de Harry Potter, tem fotos de vocês pelos jornais bruxos de todo o mundo. – Pâmela continuou, tomando cuidado com a escolha das palavras, não queria assustar a prima. – Quando descobri que éramos primas, insisti para papai contatar meu tio. Estava ansiosa para te conhecer.

As palavras pareceram tão sinceras, Hermione não teve motivos para duvidar. Além disso, sabia que Harry era famoso no mundo bruxo, e consequentemente, fotos do trio de ouro devem ter circulado pelo mundo bruxo.

— Confesso que estou surpresa, e acho isso maravilhoso! – Esboçou um sorriso para as garotas, antes de vê-se envolvida em um abraço.

— Vamos te levar para os melhores lugares bruxos e trouxas dos Estados Unidos. – Thereza disse com o tom de voz repleto de malícia.

A partir de então, parecia que se conheciam desde pequenas. O elo criado pelas meninas foi quase imediato, talvez o fato de compartilharem de algo tão poderoso quanto a magia em um ambiente de trouxas tenha ajudado na união.

Compartilharam detalhes de suas vidas pessoais, do quão proveitoso é ser uma bruxa, das escolas. Passaram horas conhecendo-se, e o tópico sobre Voldemort e as mortes que o acompanhou, deixou o ambiente pesado por algumas horas. Todavia, elas fizeram-na se sentir bem, com assuntos mais leves e divertidos, contando constrangimentos passados pelas garotas na Ilvermony.

O assunto sobre suas vidas amorosas não tardou a chegar. Hermione, mediante a insistência das garotas, confessou sua desilusão amorosa recente com ninguém menos que Harry Potter.

— COMO O IDIOTA DIZ QUE NÃO ERA NADA SÉRIO? – O grito de Thereza pegou Hermione desprevenida, não imaginava aquela reação.

— Ainda teve coragem de pedir para serem apenas amigos?! – Pâmela estava perplexa com a idiotice do garoto. – O que você vai fazer com ele? – Completou em seguida.

— E o que eu posso fazer? – Hermione deu de ombros, não iria negar que desejava que ele sofresse, mas não sabia o que fazer. Ela nunca foi dada a vinganças, e temia que acabaria se machucando ainda mais caso tentasse algo.

— Querida, não é óbvio? – Sua prima sentou-se na sua frente, cruzando as pernas sobre a cama. – Você tem que se vingar. – Completou mediante o olhar indagador da outra.

— E como farei isso? – O interesse em sua voz era notável, embora isso contradissesse seus ideais. A verdade é que Hermione estava em uma terrível guerra interna, até onde sua moral permitiria sua vingança ir?

— Pelo que você nos contou, Harry, Parvati e sua trupe, estão entre os mais populares, certo? – Quem tomou a frente foi Thereza, sentando ao lado das amigas. Assim que Hermione acenou em concordância, ela continuou: - Você vai desestruturar Hogwarts, querida. – O sorriso nos lábios vermelhos eram repletos de malícia. 

— Querida, você vai fazer Parvati cair do seu pedestal, vai deixa-la na lama, na estaca zero de onde nunca devia ter saído. Enquanto Harry implorará pelo seu perdão, ele vai estar tão apaixonado quanto um dia você esteve. – Após trocar um olhar cúmplice com Thereza, Pâmela continuou: - Entende o que estamos dizendo, Hermione?

— E vou fazer tudo isso com que mágica? – Para Hermione elas claramente tinham feitiços e porções que auxiliassem nesse processo.

— Isso é o melhor, minha querida amiga inglesa. – Pâmela continuou. – Você não vai precisar de magia.

— Vamos começar com o clichê. Vamos mudar o seu visual, você é tão linda... – Thereza falou enquanto segurava o queixo de Hermione. – E, principalmente, vamos mudar a maneira como se sente. Você vai voltar para aquela escola tão confiante e dona de si que ninguém ousará humilhá-la novamente.

Hermione escutava tudo com atenção, e embora as palavras fossem bonitas, sentia uma vontade absurda de rir. E quando deu por si, a gargalhada da inglesa preenchia o quarto de sua prima americana.

— Hermione! – Pâmela a repreendeu. – É sério!

— Desculpa... – Ela limpou as lágrimas, mordendo o lábio inferior com o intuito de segurar outra risada. – É que é hilário... eu? Bonita? Vocês precisam de óculos! E como farei isso sem magia? Ninguém me dá valor, só tenho autoridade quando cumpro meu papel de monitora, o que é bem chato, já que tenho que fazer isso com o Malfoy, e...

— Malfoy? O filho de comensais? – Thereza perguntou com interesse.

— Enfim, depois falamos sobre esse tal de Malfoy. – Pâmela interrompeu. – Hermione! – Voltou a repreender a prima. – Você é linda, porra! E vou te mostrar isso... – O olhar irado foi amenizado com as últimas palavras, pegando seu celular imediatamente e o levando aos ouvidos.

— Jojo? – Thereza perguntou curiosa, soltando um gritinho animado com a afirmação.

— Quem é Jojo? – Hermione perguntou com curiosidade, observando a prima conversar entusiasmada pelo celular. Mas Thereza fez suspense.

— Pronto. Agora vem. – Pâmela desligou o telefone, segurando o pulso de Hermione a fez levantar da cama.

— Vamos para onde?

— Para o primeiro passo da sua transformação, Cinderela. – Thereza piscou para ela.

Cinderela? Sério? Ela sempre preferiu a Bela...

(...)

Hermione olhava atônica para o estabelecimento elegante, tudo ali cheirava a algumas centenas de dólares. Estavam em um salão de beleza trouxa, ela não entendeu o mistério, mas estava deixando-se ser usada de cobaia para as tramoias das novas amigas. Uma poltrona confortável estava chamando-a, mas quando iria se sentar, a voz da prima chamou sua atenção.

— JOJO! – Pâmela gritou enquanto caminhava em direção a um homem. Jojo tinha a aparência jovial, os cabelos eram tingidos de ruivos, assim como a barba. Os olhos verdes pareciam duas esmeraldas, acompanhava algumas tatuagens pelos braços, e era magnificamente estiloso.

— Que saudade, Pam. Você está tão linda! – A voz do homem chamou sua atenção. Certamente, ele e Neville se dariam bem, mas Jojo era bonito demais para o amigo, se bem que Neville tinha mudado muito nos últimos dias, e como tinha.

— Thereza, você está radiante. – Em seguida ele abraçou a outra, cumprimentando-se.

— Jojo, esta é a minha prima Hermione. Ela veio da Inglaterra e queremos que você a transforme, sei que você é o melhor para isso. – Pâmela apresentou os dois, Hermione somente esboçou um leve sorriso, colocando seus cabelos para trás.

Ele olhava Hermione de cima para baixo, suas emoções eram indecifráveis.

— Não há nada que Jojo Miller não consiga fazer! – Ele disse para si mesmo, enquanto continuava a analisa-la. Certo, aquilo já estava começando a ficar estranho, Hermione quis fugir, mas conteve-se.

— O que você vai fazer nela? – Perguntou Thereza com curiosidade.

— Vou transformá-la na garota mais bonita que os ingleses já viram. – Com um meio sorriso, ele fez Hermione dar uma voltinha, o que a deixou ainda mais sem graça.

— Er... obrigada. – Ela balbuciou, mas logo foi interrompida pelo cabeleireiro.

 - MEL, BEL, KEL, LEL! – Dois homens e duas mulheres aparecem rapidamente ao chamado dele.

— Crianças, esta é Hermione Granger! Mel você fará as unhas delas, Kel e Lel vocês dois serão o meu reforço, e Bel você irá depilá-la.

— Depilar? Cera? Eu não vou depilar nada, dói! – Ela tentou em vão protestar, mas logo foi levada para uma sala que tinha certeza que seria seu terror.

(...)

Seis horas! Mal acreditava que passou seis horas ali, ficou conversando, recebeu massagens para aliviar a dor, soube das fofocas mais quentes da elite de Chicago.

Desistiu de protestar nos primeiros quinze minutos, sua vontade não era atendida. Mas quando Jojo insistiu em pintar os seus cabelos de loiro, ela lutou até o fim para ser sua vontade vencida. Os cabelos não seriam loiros!

Em nenhum momento ela era permitida se ver no espelho, queriam causar suspense, o que era uma grande idiotice na sua opinião. Mas em seu íntimo estava adorando seu dia de Cinderela.

Ao final do processo, Thereza e Pâmela apareceram, jurou que uma lágrima caiu dos olhos da prima. Elas seguravam sacolas com diversas roupas e sapatos. Ela protestou, afirmando que trouxera suas roupas, mas logo se entregou aos mimos da prima.

Ao terminar de se vestir, procurou sorrateiramente por um espelho no provador, mas fizeram o desfavor de retirá-lo. Aquilo, certamente, era um exagero.

Quando saiu do provador, suas amigas, Jojo e todos aquele que participaram do seu dia de transformação estavam ali.

— Crianças, apresento-os minha obra divina. – Disse Jojo com orgulho em sua voz, todos olhavam-na com admiração.

— Hermione, você está linda... – Thereza disse com um sorriso, estava claramente emocionada.

— Está quase mais bonita que eu. – Pâmela completou com diversão, piscando para a prima. 

Jojo segurou seu pulso e a levou para frente de um espelho.

Por Merlin...

Como?

Era ela mesmo?

A imagem no espelho refletia uma Hermione até então desconhecida. Os cabelos caiam em cascatas pelas suas costas, os cachos estavam mais abertos e escuros. A pele hidratada e a sobrancelha bem-feita fizeram maravilhas em sua face; enquanto a maquiagem acentuava os olhos castanhos e os lábios vermelho, nunca antes havia reparado que seus lábios formavam um coração.

Os sapatos de salto deixavam-na mais alta, o vestido vermelho curto marcava suas curvas acentuadas, o decote era discreto, contrapondo com a abertura em suas costas. Não era vulgar, mas mostrava aquilo que sempre procurou esconder. Constatou que vermelho realmente era a sua cor.

Era verdade. Estava linda.

— Pronta para abalar as estruturas de Hogwarts, Mi?

O comentário maldoso da prima a fez esboçar um meio sorriso. Nunca esteve tão pronta como naquele momento. Faria engolirem todos os risos de humilhação. Ninguém nunca mais a faria sofrer, nem que para isso tivesse que enterrar a antiga Hermione.

Lembrou-se da fênix com sua plumagem vermelha e dourada; riu baixinho com a comparação, mas pareceu tão certo, e das próprias cinzas renascia.  


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Críticas construtivas são muito bem-vindas! ♥
Daqui para frente as coisas começam a esquentar.



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