A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Capitulo 6

Amigos?

Enquanto subia as escadas, ela não olhou para ninguém, ouviu seu nome tantas vezes que perdeu a conta. Alguns a chamavam, os quais ela ignorava, enquanto outros apenas cochichavam entre si, olhando-a descaradamente. Bando de hipócritas, cuidando da vida dos outros, metendo-se onde não eram chamados. Para Hermione não passavam de hipócritas de merda, eram tão tradicionais em diversos assuntos, julgando com fervor a homossexualidade, como fizeram quando Neville começou a namorar um corvinal; mas ao ver um homem traindo a namorada aplaudiam.

Trancou-se em seu quarto, sua cama nunca pareceu tão convidativa. Fechou os olhos e quando estava quase adormecendo, batidas na porta a despertaram.

Irritada, levantou-se e abriu a porta, mas logo se arrependeu.

Mas que alegria! O infeliz veio mais cedo do que imaginei.  

(...)

Elisa encontrou Verônica embaixo de uma árvore nos jardins de Hogwarts.

— Oi! – Ela disse com sua voz esganiçada, escandalosamente, assustando a de cabelos rosas que estava concentrada em um livro.

— Que susto! – Verônica disse, repreendendo a amiga com o olhar.

— Desculpa. – Ela sentou-se ao seu lado. – A Parv ainda está muito irritada com você.

— E eu com isso? – Perguntou sem paciência, ela estava muito melhor sozinha do que ao lado de companhias desagradáveis.

— Veroniquinha, por favor. Você poderia pedir desculpas para ela e voltar ao nosso grupo. Não somos um quinteto sem você e sim um trio. – Ela disse com um amplo sorriso na face, realmente pensou que convenceria a outra.

— Eu poderia, mas não vou. – Estava resoluta daquela decisão. – Além disso, vocês não são um trio, são um quarteto. Trio é de três. – Obrigou-se a explicar, antigamente achava que Elisa fazia-se de burra, depois teve certeza que não, ela realmente não era das mais inteligentes.

— Por quê? – Perguntou com desânimo.

— Porque eu não gosto dela, porque eu a acho uma irritante fútil, porque ela pisa nos outros e porque ela é uma vadia inescrupulosa.

— Ela é legal conosco. – Elisa suspirou, dando de ombros. – Ou quase isso. – Completou, lembrando-se de coisas desagradáveis que Parvati já a fez passar. – Mas você viu a Parv e o Harry?

— Vi, ela consegue tudo que quer! – Verônica revirou os olhos, lembrando-se da cena patética que presenciou a poucas horas atrás.

— Mas ele disse que tem que pensar. Então, tecnicamente, ele ainda não voltou com ela.

— Como você é inocente, Elisa. Ele não está com ela, ainda. Depois de hoje a Granger não vai mais querer saber do Potter e, certamente, ele sente algo pela Parvati, então é questão de tempo até retornarem definitivamente.

— Como você sabe? – Elisa perguntou embasbacada, achando impressionante a resposta lógica de Verônica.

— É meio óbvio.

— É, mas mudando de assunto... Veh, você não vai mesmo pedir desculpas para Parv? – Insistiu, esperançosa.

— Se você perguntar mais uma vez, eu juro que te lanço um Avada Kedavra! – Pôs um fim naquele assunto, recebendo um olhar de medo de Elisa que opta por ficar quieta.

(...)

— Oi, Mione. – Harry a cumprimentou, estava receoso com o rumo da conversa. Mas precisava se explicar, pedir desculpas e tentar reatar a amizade.

Ele passou horas pensando sobre o que fazer. Não sabia o que sentia por Hermione. E era injusto iludi-la com um sentimento que acreditava não ser recíproco. Além disso, Parvati ainda mexia com os seus sentimentos, muito mais do que imaginava, o beijo com ela o abalou. Então decidiu. Não ficaria com nenhuma das duas. Não queria machucá-las. Ele mal notou que uma delas já saiu machucada.

Hermione pensou em tortura-lo até a morte, fazer um escândalo, bater nele. Mas tudo era pouco demais para a dor que sentia.

— Ah, é você. – Ela optou pela frieza. Escondeu toda a dor, todo seu rancor, e vestiu sua máscara, contudo os olhos transbordavam raiva e ressentimento.

— Posso conversar com você? – Perguntou desconcertado. Ao que ela abriu espaço, ele adentrou no quarto da morena.

— O que você quer, Potter? – Perguntou com tédio. Ele estranhou a frieza da morena, mas nada disse a respeito.

— Quero pedir que me perdoe pela cena que presenciou mais cedo. – Ele suspirou antes de começar, estava cada vez mais nervoso, não sabia por onde começar. - A verdade é que não sei o que sinto por você. Bem, não é isso que eu queria dizer, é que o nosso relacionamento está confuso, quer dizer, o que está rolando entre a gente. Não, na verdade, o que eu quero dizer é que bem... – As palavras saiam desconexas.

— Você quer terminar comigo para voltar com a sua adorável Parvati Patil. – Ela o interrompeu, não aguentava tamanha enrolação. Ela põe a mão na boca, fingindo bocejar enquanto esperava por uma resposta. – Estou certa? - Ele estava paralisado, e aquilo começou a irritá-la profundamente. – ESTOU CERTA, POTTER? – Aumentou o tom de voz, acordando-o de seu transe.

— SIM... NÃO! – Ele disse praticamente em um grito.

— Sim ou não?

— Sim e não. – Tentou se explicar, sabia que quanto mais falava, mais piorava a sua situação. – Sim, eu quero terminar com você. Não, eu não estou terminando com você para ficar com a Parvati. – Disse com sinceridade, buscando o olhar dela.

— Então quer dizer que o beijo com a Parvati foi apenas um presente de despedida? Que não pretende ficar com ela? Faz-me rir, Potter. – Disse com ironia, estava cada vez mais difícil conter a raiva.

Desde quando ela é irônica? Pensou Harry.

— Foi a Parvati quem iniciou o beijo, e eu não voltei com ela. Porém, não vou negar, o beijo mexeu comigo... sei que ainda sinto algo por ela. Eu estou muito confuso, Hermione. Peço perdão por ter retribuído ao beijo da Parvati, você não merecia aquilo. Quero terminar com você antes que alguém saia ferido. – Ele disse com calma, pensando em cada uma das palavras antes de proferi-las; esboçou um leve sorriso para Hermione, ela o perdoaria e voltariam a ser amigos, ele tinha certeza disso.

Hermione sempre perdoava, Hermione sempre compreendia, Hermione sempre arrumava as merdas dos amigos. Mas Hermione já não era mais a mesma.

— Alguém saia ferido? – Perguntou incrédula. - Alguém JÁ saiu ferido e esse alguém fui EU! – Que se dane sua máscara de frieza, estava com raiva, e gritou aquelas palavras. Como ele poderia ser tão insensível?

— Desculpe... não era a minha intenção. – A voz saiu em um sussurro, não era isso que imaginava.

— Claro que não era a sua intenção, você é um herói e heróis não machucam as pessoas, só as salvam. – Disse ironicamente, fixando o olhar ao dele, queria avançar nele, queria arrancar seu coração e apertá-lo, só assim ele saberia como era a dor que ela estava sentindo.

— Hermione... – Ele começou depois de minutos em um silêncio desconfortante. - Eu acho que confundi amor com amizade. Você sempre foi a minha melhor amiga, esteve ao meu lado quando enfrentei Voldemort, me consolou quando perdi entes queridos, enfim. Eu te amo, muito..., mas como amiga. E, sinceramente, acho que você também está confundindo essa amizade que sempre tivemos com amor. – Ele deu um passo em sua direção, mas logo parou. – Eu preciso da sua amizade, Hermione. Podemos voltar ao que éramos antes? – O tom esperançoso estava presente em sua última fala.

Voltar a sermos amigos? Mas que idiota! É exatamente por eu ter ficado tanto tempo ao seu lado, desde que entrei em Hogwarts, é que eu te amo IMBECIL! Ela pensou, mas não falou. Ele não merecia ouvir tais palavras.

Naquele momento, Hermione teve vontade de chorar novamente, mas não o fez, prometeu a si mesma nunca mais chorar por ele, e assim ela faria.

Ela se aproximou dele, ainda em silêncio, e passou a fita-lo. Harry ficou nervoso com tal atitude, sentia-se intimidado mediante o olhar raivoso dela. Queria tanto a sua amiga de volta. Então, com os sentimentos a flor da pele, ele gritou por uma resposta:

— QUE MERDA, HERMIONE! O QUE ROLOU ENTRE A GENTE NÃO FOI NADA SÉRIO...

Ele não teve tempo de terminar a frase, pois Hermione bateu com toda a sua força no lado direito da face do moreno. As marcas dos dedos ardiam na pele clara.

— Seu CRETINO! Para VOCÊ não foi nada sério. Mas para mim foi! Que merda, Potter! Eu te entreguei a minha virgindade. – Ela acusou, como pôde ter sido tão burra? Como pôde acreditar que Harry e ela teriam um final feliz? Como não passou em sua mente o quão canalha ele poderia ser? – Saia do meu quarto! – Ela abriu a porta, cada vez mais irritada e nervosa.

— Não foi isso que eu quis dizer. Eu sou péssimo com as palavras, sempre fui. - Ele falou aturdido e surpreso com a reação de Hermione. – Eu só quero a sua amizade de volta...

— Nós não voltaremos a sermos amigos, Potter. – Ele proferiu com frieza, de queixo erguido. – Agora saia do meu quarto!

Harry se deu por vencido e saiu do quarto de Hermione, com as marcas dos dedos da mão da morena em sua face. Ele sabia que mereceu aquele tapa.

Assim que ele se foi, ela fechou a porta bruscamente. Sua mão destra doía, de modo que conjurou gelo para aplacar a dor causada pelo tapa.

Foi mais difícil do que imaginou, pôr aquela máscara de frieza a fez se sentir uma estranha em seu próprio corpo. E, talvez, estivesse mesmo se tornando outra pessoa. Uma Hermione disposta a enfrentar o mundo e não mais se esconder em seus livros e chorar nos banheiros femininos de Hogwarts. A dor muda as pessoas, nem sempre para pior.

(...)

— Você já está sabendo da novidade? – Blaise Zabine perguntou enquanto sentava-se ao lado do melhor amigo.

— Que novidade? – Draco pergunta com desinteresse, pouco se importava com as fofocas de Hogwarts, ele tinha mais o que fazer.

— Adivinha... – O moreno tentou fazer mistério, claramente divertido com a situação.

— Fala logo, Zabine. O que aconteceu que eu não sei? – Aquele suspense fajuto o estava deixando irritado.

— O Draco ainda não sabe? – Nisso Pansy surgiu, sentando-se junto aos amigos. – Não acredito! Todos já sabem! – Ela também parecia divertida com o assunto. Draco franziu as sobrancelhas, passando a se interessar realmente pelo assunto, afinal o que aconteceu para os sonserinos estarem se divertindo?

— O Potter e Parvati voltaram! – Finalmente Blaise disse.

— Certo, e cadê a grande novidade? – Perguntou com ironia. Sério que todo esse suspense e risadinhas por algo que todos já sabiam?

— Pensa um pouco, Draco. – Pansy interveio, enquanto Blaise somente revirou os olhos com a falta de percepção do amigo.

— Espera! O Potter não estava com a Granger? – Era uma pergunta retórica, Draco já sabia a resposta. Como ele pôde fazer isso com Hermione? Toda aquela banca de herói, de bom menino...

— Sim, ela foi traída, estão intitulando-a da mais nova corna de Hogwarts... – Blaise disse antes de soltar uma sonora gargalhada. Pansy riu junto ao amigo, mas de maneira contida.

Todavia, Draco não viu graça alguma. Pelo contrário, um sentimento de decepção o apoderou. Por Merlin, por que ele estava triste pela sabe-tudo irritante? Ele até mesmo fez o favor de avisá-la para tomar cuidado, e em troca recebeu risadas. Ele deveria estar feliz por isso. Mas a única coisa que queria era abraça-la e esmurrar a cara do idiota do Potter. Draco nunca gostou dele, de qualquer maneira.

— Eu não vejo graça alguma nisso – Ele disse seriamente, fazendo os dois pararem de rir imediatamente.

— Está de brincadeira? Você detesta os dois! – Blaise disse estranhando o comportamento de Draco.

— Não. O que o Potter fez foi muito errado, até mesmo para mim.

— Tem certeza que é só isso, Draco? – A voz de Pansy chamou sua atenção, ele voltou o olhar ao dela e somente assentiu. Por vezes, Draco pensava que a amiga o conhecia melhor do que ninguém.

Pansy fez o favor de mudar de assunto, conversaram sobre o trabalho de transfiguração avançada. Blaise não tocou mais no assunto “Hermione”, tampouco fez piadinhas sobre ela.

Um aluno do primeiro ano aproximou-se de Draco, assim que o loiro se levantava para ir à biblioteca.

— A professora McGonagall quer te ver. – O menino era loiro, tinha o rosto angelical, lembrava a ele mesmo quando estava no primeiro ano.

— Ei, garoto. O que ela quer? – Como era parecido consigo, Draco foi gentil com o menino.  

— Tenho cara de quem sabe tudo? Leia o bilhete! Se eu soubesse não teria me ferrado na prova de feitiços. E, claro, teria ficado com a Melany...ou será Marlene?... Não interessa, tenho mais o que fazer. – A visão angelical foi por água abaixo, o garoto falou com um ar superior e com uma arrogância desconhecida para os alunos do primeiro ano.

Por Merlin, ele parecia tão inocente... o garoto foi mais irônico que eu! Se eu não fosse tão novo, diria que era um filho perdido. Pensou, deixando tais pensamentos de lado enquanto lia o bilhete de Minerva.

(...)

Após aliviar a dor em sua mão, Hermione suspirou aliviada e voltou a tentar dormir. Pensou que se fechasse os olhos e os abrisse tudo não teria passado de um pesadelo... apenas uma vã tentativa de se acalmar.

Quando estava quase dormindo, batidas insistentes na porta a despertaram. Hermione estava pensando seriamente em fazer uma visita permanente para dentro de um poço, mudaria seu nome para Samara e viveria infeliz para sempre.

— Já vai! – Disse impacientemente, enquanto abria a porta.

Porém ao ver as amigas, um sorriso sincero se formou em seu rosto.

— OI! – Gina e Luna falaram em uníssono, entrando no quarto da amiga e abraçando-a em seguida.

— Meninas! – Retribuiu ao abraço apertado, era reconfortante estar em braços amigos após tanta humilhação.

— Você está bem? – Gina demonstrou preocupação, acariciando as madeixas da amiga.

— Trouxemos chocolates. – Luna disse, estendendo uma caixa de sapos de chocolate para a amiga.

— Nos conte tudo!

— Não esconda nada!

— Pode chorar e ameaçar matar ele...

— Um Avada Kedavra não tortura o suficiente, tente um Crucius antes.

— Eu disse ameaçar, não matar.

— CHEGA! – Hermione estava tonta com tantas palavras, a última coisa que queria era relembrar tudo que aconteceu, ao mesmo tempo que precisava desabafar. - Eu não vou mais chorar, não vou matá-lo e chocolate engorda - Apontou acusadoramente para os chocolates.

— Mione, estamos aqui. Pode desabafar – Gina disse docilmente.

Hermione esboçou um sorriso triste para as amigas, e deitou-se com elas em sua cama. Contando tudo que aconteceu, desde a conversa de Dino e Simas até o tapa bem dado no ex-namorado.

— Ah, Hermione. Um tapa foi pouco! – Disse Luna com tristeza. - Ele merecia vários tapas depois de ter te traído, te usado, te amassado, te...

— Chega Luna, chega... – Gina interveio, Luna não era muito boa para consolar alguém, sua sinceridade às vezes não era bem-vinda.

— Tudo bem. – Hermione disse, soltando uma leve risada.

As três passaram horas conversando amenidades, maldizendo todos os homens da face da terra, e fazendo piadas sem graça. Além de comer todos os chocolates.

Luna e Gina insistiram para Hermione descer para o jantar, ela aceitou com relutância. Enquanto caminhavam, Gina jurou três garotas de morte se continuassem a murmurar sobre Hermione, o que a fez sorrir.

Mas apesar do apoio das amigas, sentiu um mal-estar quando parou em frente à porta do salão principal.

— Meninas! Eu preciso realmente ir ao banheiro. Encontro vocês depois! – Despediu-se das duas.

— Quer que eu vá com você? – Perguntou a loira, olhando-a com preocupação.

— Não, podem ir sem mim! – Insistiu.

Gina e Luna entreolharam-se e deixaram Hermione ter seu tempo. A morena andava apressada. A verdade era que não estava pronta para ver Potter novamente e todos aqueles cochichos eram insuportáveis. Queria gritar para todos. Gritar e sumir.

Assim que entrou no banheiro feminino, encostou-se na pia e respirou profundamente. Enquanto lavava o rosto, aos poucos recuperava a calma. Não iria surtar. 

Hermione?— Oh não, aquela voz não, aquilo não era real, não podia ser...


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Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Alguém concorda que aquele tapinha foi pouco? hahah
Nossa Mi está começando na sua mudança, mas as coisas vão começar a esquentar depois que ela volta de viagem. Até o próximo capítulo, lovelies. ♥