A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/82655/chapter/4

Capítulo 4

Depois da primeira vez

Duas semanas se passaram. E foram as semanas mais felizes para Hermione, nunca imaginou que amar e ser recíproco fosse tão maravilhoso. Sempre tão metódica e organizada como era, a morena já tinha todo seu futuro planejado em sua mente. Acadêmico, profissional e, agora, amoroso. Ela sabia que era ele o escolhido, era ele quem amava, e com ele quem fantasiava seu futuro. O que Hermione ainda não sabia é que nem sempre as coisas saem como planejamos.

— Eu desisto do meu irmão! – Gina exclamou exasperada, tirando Hermione de suas divagações. – Você acredita que ele ainda não convidou a Luna para ir a Hogsmeade? E o pior! Ele beijou a Lilá! – Nisso a ruiva fez uma careta.

— O que?! – Como assim beijou a Lilá? Ele não era apaixonado pela Luna? – Eu vou ter uma conversa séria com o Ronald! – A morena não gostava de se intrometer na vida amorosa dos amigos, mas todos sabiam que Rony e Luna tinham “algo”. Entretanto, o ruivo era tímido demais para se aproximar, e Luna vivia em um mundo particular em que raramente deixava alguém adentrar. Ela suspirou com tristeza, queria que os amigos fossem felizes como ela estava sendo com o seu Harry.

— Ele disse que Lilá o agarrou. Mas sabemos que quando um não quer, dois não têm. – Ela falou com a voz repleta de raiva. Gina, apesar de ser a mais nova dos irmãos, sempre deu conselhos amorosos para Rony e os gêmeos, pena que Rony era tapado demais para escutá-la, e os gêmeos... bem, os gêmeos eram os gêmeos. De toda forma, ela sempre estava certa, e sempre procurava ajuda-los. A única pessoa que não conseguia ajudar era a si mesma. A verdade é que a ruiva nutria algo por um certo sonserino, mas esse segredo ela carregaria para o túmulo.

— Você está certa! Ele não precisava ter retribuído. Fora que Lilá é muito desagradável, pegajosa e cruel. Não é à toa que seja a melhor amiga de Parvati. – Ao que disse avistou o quinteto das mais populares de Hogwarts, usando as saias um palmo acima do permitido, tão típico. Hermione não escondeu o desgosto ao notar o grupo caminhar em sua direção.

— Se corrermos dá tempo. – Gina sussurrou para a amiga, Hermione teria saído do local de bom grado, mas já era tarde demais. E Parvati, cercada das amigas, postou-se em frente à morena.

— Hermione! Posso falar com você? – Parvati tinha os olhos escuros como ônix, os cabelos bem cuidados alcançavam sua cintura, o corpo curvilíneo e a pele morena beijada pelo sol davam um ar belo à jovem. Sua irmã gêmea não fugia do padrão, era tão bela quanto, contudo não tinha a postura e a sensualidade da outra. Mas do que adiantava beleza, se a alma era podre?

— Claro. – Disse, sustentando o olhar da outra. Não era todo dia que a ex do seu namorado a procurava, mas seria madura. Seja madura, era seu mantra do momento.

— Eu quero desejar o melhor para você e o Harry. – Então a outra esboçou um sorriso gentil. O que deixou Hermione atordoada, o que estava acontecendo ali? – Sei que demorei para desejar minhas felicitações ao novo casal de Hogwarts, mas saiba que é de coração. Harry é um amigo, e sei que você o faz feliz.

— O-obrigada... – Balbuciou depois do que pareceu ser anos, então Parvati despediu-se e continuou seu caminho com as amigas a rodeando. – Você viu aquilo? – Voltou a pergunta para Gina, ainda desacreditada.

— O que eu vi foi uma falsa! – Gina comentou com aspereza. – Por favor, é óbvio que ela está tentando ser gentil para se passar de boa moça. – A ruiva só não comentou que tinha certezas que Parvati planejava algo, mas o quê? De toda forma, não iria atormentar a amiga apaixonada com suas desconfianças.

— Ah, talvez ela esteja mudando. As pessoas mudam. – Hermione tinha a qualidade de tentar ver o melhor das pessoas, e naquele momento não foi diferente. Gina nem se deu ao trabalho de responder, iria acabar discutindo com a amiga, que defendia arduamente a mudança nas pessoas. Para a ruiva, raramente alguém mudava para melhor.

(...)

— Você viu que a Parvati desejou felicitações pelo seu namoro para a Hermione? – Rony comentou, enquanto trocava a camisa encharcada pelo suor após o treino de quadribol.

— Hermione comentou comigo... – Ele franziu as sobrancelhas. Parvati o abordara naquele mesmo dia para desejar também a ele felicidades no namoro, era a primeira vez que ela o procurou depois do término.

Flashback on

— Harry! Posso falar com você? – Era uma das poucas vezes que ela estava sozinha, o que o fez estranhar o fato.

— Claro, Parvati. – Parou de andar, voltou os olhos aos negros da ex-namorada, e quando ela sorriu ternamente Harry temeu que ela fosse tentar algo. E temeu ainda mais que fosse retribuir.

— Eu sei que errei, Harry. Fui uma idiota por deixa-lo partir, mas o que está feito, está feito. Não podemos mudar o passado, por mais que eu quisesse. – Então ela abaixou o olhar, desfazendo o sorriso de seu belo rosto. – O que eu quero dizer é que, acima de tudo, você é meu amigo. É aquele que me levou ao baile, aquele com quem troquei cartas por meses. – Harry sorriu com as lembranças, era verdade, acima de tudo foram amigos, não foram? – Espero que você seja feliz. De verdade. Espero que ela te faça feliz, como eu não fui capaz de fazer. – Então ela se aproximou do moreno e o envolveu em um abraço.

Harry estava incrédulo com as palavras da ex-namorada, a viu tão fútil nos últimos dias que jamais imaginou tal atitude. Mas então ele se lembrou de todas aquelas cartas, de todas as palavras ditas e dos momentos juntos. Retribuiu ao abraço, com um sorriso nos lábios, satisfeito por manter a amizade.

— Obrigada, Parvati. Lamento não termos dado certo, espero que você também seja feliz. – Voltou o olhar ao dela, aproximou os lábios da testa de Parvati, depositando um beijo casto. – Podemos ser amigos.

— Podemos sim, Harry. Obrigada. – Ela sorriu, enquanto o moreno se afastava. Despediram-se, e quando Hermione relatou o ocorrido, mal acreditou. Parvati estava mesmo mudando. Para melhor.

Flashback off

— Parece que as pessoas mudam, não é? – Comentou Rony, dando de ombros. – Ei, Harry! E a surpresa para a Hermione? Já preparou tudo? – Mudou de assunto, fazendo Harry acordar para o mundo real.

— Sim, Rony! Ela vai gostar, tenho certeza! – Disse com um sorriso, voltando seus pensamentos agora para a atual namorada.

(...)

Hermione estava eufórica, era a primeira vez que preparavam algo para ela. Harry não disse o que era, mas estavam fazendo um mês juntos, e tinha certeza que o moreno recordou. Era sábado, dia de ir à Hogsmeade, mas Harry disse que eles tinham outro plano.

Ela não constatou. Após o banho, enrolada na toalha, procurava algo para vestir. Mas suas roupas eram tão sem graça. Espalhou diversas peças de roupas pela cama, mas nada lhe agradou.

— Preciso de roupas novas, urgentemente. – Murmurou desanimada. Mas então lembrou-se que Harry gostava dela do jeito que ela era, então sorriu para si mesma. Optando por um suéter e uma calça jeans. Com a ajuda de magia arrumou suas roupas e saiu do quarto.

Porém, assim que saiu deparou-se com Malfoy. Para a alegria da morena, os quartos eram um em frente ao outro. Ela não voltou o olhar ao dele desde o insulto, e ele tampouco a procurou com um pedido de desculpas.

— Não vai à Hogsmeade? – Depois do que pareceu séculos naquele silêncio perturbador, o loiro perguntou ao notar as vestes dela.

Ela abriu os lábios para falar algo, mas preferiu manter-se em silêncio. Não iria mais retruca-lo, nem dirigir a palavra a ele, além do necessário. E responder aquela pergunta, terminantemente, não era necessário. Sendo assim, ela somente virou o rosto, e continuou a andar.

Deixando um Draco boquiaberto para trás. Como ela ousava deixa-lo falando sozinho? Então, em mais uma de suas atitudes impensadas ele segurou o braço dela, impedindo-a de continuar a andar.

— Vai realmente ficar sem falar comigo? – Perguntou trazendo o corpo da morena para si, estavam tão próximos, poucos centímetros os separavam, podiam sentir o calor um do outro. Seus olhos fitaram o dela, então sentiu a fragrância dela... os cabelos cheiravam a morangos, morango sempre foi sua fruta preferida. Perguntou-se se os lábios rosados dela também teriam gosto de morangos. Tão próximos. Tão convidativos. Então lembrou-se de quem era e de modo abrupto se afastou, fazendo-a cambalear para trás.

— Qual é a merda do seu problema, Malfoy?! – Hermione praticamente gritou, com uma raiva latente.

E sem esperar por uma resposta, afastou-se o mais depressa possível. Que merda foi aquela, afinal? Ele a puxou junto ao seu corpo, e por que ele tinha um cheiro tão bom? E por que ela sentiu vontade que ele a beijasse? Ela odiava ele. E agora, certamente, odiava-o mais do nunca. Como ele ousava isso?

Era verdade que o loiro era bonito. Terrivelmente bonito. Os olhos azuis acinzentados combinavam com o céu em dia de tempestade, o corpo bem definido do quadribol, o sorriso sempre irônico e terrivelmente sexy. Não era atoa que fazia tanto sucesso entre as mulheres. Mas não com ela. Sinceramente? Ele teve uma quedinha por ele no primeiro ano, mas isso foi antes de conhece-lo realmente.

Então lembrou-se de Harry, e se sentiu tão culpada. Além disso, Harry era muito mais bonito, pelo menos em sua visão. Ele tinha os olhos de um verde esmeralda tão intensos, enquanto os de Malfoy remetiam-na ao inverno, os de Harry eram quentes como o verão. Além disso, Harry e Rony foram agraciados com o tempo e com os treinos de quadribol, eles desenvolveram bem seus músculos. Muitas garotas suspiravam por eles, o que a fazia sentir-se enciumada do seu Harry, mas fazia parte, afinal além da beleza ele era o garoto de ouro. Por vezes, Hermione se perguntava como ele estava com ela, achava-se tão sem graça.

— Hermione! Você demorou. – Foi surpreendida por um abraço, ao qual retribuiu com carinho. Ele selou os lábios em um beijo gentil. – Para você, suas preferidas. Feliz um mês. – Disse entregando um buquê de rosas vermelhas. O gesto romântico fez Hermione suspirar apaixonada, certo que tulipas eram as suas flores preferidas, mas rosas também serviam.

— Obrigada, Harry. Você lembrou. – Então o beijou outra vez, estava tudo tão perfeito.

— Vem, vamos. – Ele segurou em sua mão e a guiou pelos corredores do castelo.

— Para onde estamos indo? – Perguntou com curiosidade, até que pararam no meio de um corredor vazio, o que a fez franzir as sobrancelhas.

— Primeiro as damas. – Ele disse enquanto abria uma porta, foi quando Hermione se deu conta de que estavam entrando na sala precisa. Como não imaginou isso antes?

Com um sorriso nos lábios, adentrou a sala imaginada por Harry. Não pôde deixar de ficar maravilhada, era um campo repleto das mais belas flores, uma árvore com aparência antiga e repleta de galhos e folhas dava um ar magistral à paisagem. A luz do luar banhava a paisagem, a lua cheia estava especialmente bela na negritude do céu. Era tão real. E próximo à arvore, um lençol de cetim vermelho com uma cesta anunciava onde seria o ninho dos amantes.

— Harry... é lindo! – Sentia seus olhos marejados devido a emoção, e notou que Harry suspirou aliviado mediante a aprovação da morena.

— Fico feliz que tenha gostado, Mione! – Segurando a mão dela, a guiou por uma trilha entre as flores até o lençol vermelho. Sentaram-se um em frente ao outro, Harry retirou de um balde com gelo um champanhe, e da cesta algumas frutas.

— Como sei que uvas são as suas frutas preferidas... – Ele disse, pegando uma uva e a pondo nos lábios de Hermione, que aceitou de bom grado.

— Você me conhece tão bem... – Ela disse enquanto mordia a fruta. Na verdade, morango era a sua fruta preferida, mas não iria estragar o momento. Então seu amor serviu duas taças de vidro com o champanhe. Sempre imaginou uma cena assim, tão romântica, e estava tudo tão perfeito, muito melhor do que em sua imaginação.

— Vamos brindar. – Ele disse enquanto a entregava sua taça. – Um brinde a nós dois.

— E que muitos meses venham... – Ela completou, enquanto brindavam com as taças. O champanhe não desceu facilmente pela sua garganta, não era suave. Mas forçou-se a se acostumar, não estragaria aquele momento perfeito.

Conversaram sobre amenidades, falaram sobre plantas, sobre as estações do ano, sobre as fases da lua, trocaram piadas. E as gargalhadas dos dois deram mais vida ao local. Então Harry começou a fazer cócegas nela, e quando deram por si, ela estava deitada com o corpo do moreno sobre o seu.

— Você é maravilhosa, Hermione. – Ele disse fitando-a, estavam tão próximos que podia contar facilmente suas sardas. – Obrigada por ter sempre estado ao meu lado... – Ao que disse, ele pôs uma mecha do cabelo dela para trás da orelha.

— Eu amo você, Harry. – As palavras saíram com tanta facilidade, esboçou um leve sorriso para ele, temendo pela resposta. Não era a primeira vez que falavam “eu te amo” um ao outro, mas sempre foi no sentido amigável, fraternal. Mas não naquela vez.

Porém, Harry nada disse. Ao invés de responde-la, ele sorriu, um sorriso encantador, antes de tomar os lábios dela. Hermione ficou insegura com o silêncio mediante a sua fala, mas deixou-se levar pelo momento. Estar com Harry parecia tão certo, nada mais importava. Os lábios dele deslizaram pelo pescoço da morena, que entreabriu os lábios em um suspiro prazeroso. Quando ela voltou a fita-lo viu as pupilas dilatadas, entregando o prazer que o consumia. Ela sabia que não estava diferente.

Ele voltou a beijá-la, com mais volúpia daquela vez. Prensou o quadril ao dela, foi quando ela pôde sentir o volume entre as pernas dele, fazendo-a deixar escapar um gemido em meio ao beijo. Hermione estava tão entregue que toda sua razão foi deixada para trás, era movida pelas emoções, pelo desejo, pelo amor. Ele tocava todo o seu corpo, e ela retribuía aos gestos.

Não soube ao certo quando o seu suéter foi parar próximo à arvore, nem quando retirou a camisa dele. Tampouco quando as calças se uniram em um amontoado próximo às flores. Os corpos, agora desnudos, eram explorados pelos lábios e mãos do outro. Então aquilo era estar no paraíso?

— Você tem certeza? – A voz dele se fez presente, denotando sua preocupação. O zelo a fez apaixonar-se ainda mais.

— Sim... – Sussurrou em resposta, mordiscando o queixo dele, antes de deixar os lábios deslizarem pelo seu pescoço, beijando, mordendo, deixando marcas que logo sairiam.

Ela descobriu com o seu único amor os prazeres que por tanto tempo reprimia. Sempre fora tão contida e tímida, mas com ele sentia-se à vontade o bastante para aquele contato carnal. Era seu primeiro namorado, seu primeiro amor, e na sua visão seria o único. Então, por qual razão se reprimir?

Beijos, mordidas, toques. Descobriram-se em meio aos gemidos e palavras ininteligíveis. Ela sentiu dor, ele a beijou, então a dor não mais importou. Dançaram em sincronia, até ele alcançar o êxtase. Ela não viu estrelas, mas sentia tanto amor que isso não importou realmente.

Corpos suados, ela deitou a cabeça sobre o peito ainda desnudo. Os corações batiam forte, as respirações ofegantes. Quantos minutos se passaram naquela posição? O tempo parecia algo distante.

— Desculpe se te machuquei... – A voz de Harry estava rouca. Ela sorriu mediante o pedido de desculpas, era verdade que doía, mas sabia que a primeira vez não era agradável para a maioria das mulheres. A atmosfera que Harry criou, bem como a certeza de que o amava, a fez deleitar-se com a experiência.

— Não se preocupe com isso, foi maravilhoso. – Assegurou, então o beijou ternamente. – Eu te amo, Harry. – Buscou o olhar dele, mas naquela vez não descobriu o que os verdes escondiam, a luz do luar já não clareava tanto como outrora.

— Você é realmente especial, Hermione. Eu te adoro. – Sentiu os lábios do moreno em sua testa, antes de abraça-la. Não era a resposta que Hermione queria, mas não frustraia aquele momento com sua costumeira insegurança.

Não tardou a estarem vestidos, tinham que voltar para os quartos, horas já haviam se passado. Certamente nessa altura já deram falta dos dois.

(...)

Hermione voltou para o quarto com um sorriso bobo nos lábios. Naquela noite dormiu pensando em um certo moreno deolhos verdes. No dia seguinte, tomou café com Harry, e passou a tarde com Gina e Luna.

— Mi, nos conte o motivo desse sorriso no seu rosto. – Insistiu Gina pela milésima vez. Hermione, contudo, insistia em manter segredo.

— Você e o Harry não foram à Hogsmeade ontem. O que ficaram fazendo? – Luna perguntou com curiosidade. Era bom ver a amiga feliz, queria um dia ter isso com Rony... pena que o ruivo nunca olharia para ela.

— Ele fez uma surpresa para mim, comemoramos nosso primeiro mês. – Disse, mal percebendo que corava violentamente enquanto lembrava-se do dia anterior.

— MIONE! POR QUE VOCÊ ESTÁ CORANDO? – Gritou Gina, a amiga estava se entregando com sua timidez.

— Nós-fizemos-amor. – Disse rapidamente e sem pausa, antes de esconder o rosto atrás de uma das suas almofadas.

— Ah, eu sabia! – Gina cantarolou, batendo as mãos animadamente.

— E como foi, Mi? Foi romântico? – Luna perguntou suspirando, já imaginando o casamento entre os dois amigos, e os filhinhos dos dois... nisso lembrou-se de algo crucial. – Ei, vocês se preveniram, não é? – Perguntou preocupada, embora adorasse ter afilhadinhos, um filho agora atrasaria os planos de Hermione.

— Sim, amiga! Usamos um feitiço para prevenir gravidez e doenças. – Hermione disse de prontidão, antes de entregar-se ao namorado usou o feitiço, era eficaz e rápido.

As amigas suspiraram aliviadas com o fato da amiga ter se prevenido.

— Mas vamos lá, Mi, conte tudo... - Insistiu Gina. – Quer dizer, nem tudo, sabe? Não precisa detalhar... – Retificou-se rapidamente, pensando que tudo englobaria muita coisa.

Aquilo fez Hemione rir, antes de compartilhar com as amigas tudo de relevante sobre a noite anterior.

— Ah, sua vida parece aquele filme que vimos nas férias. Amo esses clichês que os melhores amigos se descobrem apaixonados depois de anos de amizade, casam-se e vivem felizes para sempre, com dois filhos e um cachorro. – Luna comentou, suspirando enquanto deitava-se sobre a cama da amiga.

— Luna! Sou nova demais para ter filhos. E além disso, prefiro gatos. – Disse lembrando-se de Bichento, o pobrezinho havia falecido no ano anterior, ainda sentia a morte do seu amigo.

— Bichento foi um grande amigo... – Gina comentou, apertando a mão da amiga ao nota-la entristecida de repente.

— Sim, ele foi. – Ela esboçou um leve sorriso. Em seguida trocaram de assunto, voltando a falar sobre Harry e Hermione.

— Foi tão romântico, Mi. Tirando o fato de que ele errou suas flores e frutas preferidas. Mas homens são desligados mesmo. – Gina emendou rapidamente, lembrando-se dos irmãos, tantas vezes ela ajudou os gêmeos a impressionar as garotas, conseguindo a proeza de fazê-los trocar balas explosivas sabor vômito por um buquê de flores e sapos de chocolate.

— A intenção é o que conta. – Deu de ombros, detalhes não importavam realmente. Todavia, algo importava. – Eu falei que o amava. Duas vezes. – Confessou, recebendo olhares espantados e sorrisos das amigas.

— E ele? – Perguntaram em uníssono.

— Na primeira vez me beijou, na segunda disse me adorar... – Então todo o seu ânimo se esvaziou, e se ele não a amasse? E se só adorar não fosse o bastante para manter um relacionamento? E se não fosse reciproco como imaginara? E se?

— Amiga, tenho certeza que para Harry amar e adorar são sinônimos. Além disso, ele já falou que te amava várias vezes, no passado... – A ruiva a confortou, ambas estavam deitadas sobre a cama, com a morena no meio delas.

— Como amiga, Gina. – Ela suspirou. – Mas enfim, sei que Harry jamais me machucaria, ele me ama, e as atitudes valem muito mais do que palavras. – Tratou de animar-se, não ficaria se lamentando após a noite maravilhosa que teve. Embora o “e se” ainda martelasse em sua cabeça.

(...)

Mais tarde, naquele mesmo dia, Hermione foi surpreendida por um bilhete encantado. Pegou-o no ar, e logo reconheceu a caligrafia do namorado.

Mione,

Hoje tem treino, você quer ir me ver treinar? Inicia às 19 horas.

Estarei aguardando por você.

H.P

Ela esboçou um sorriso, adoraria vê-lo treinar, embora não gostasse de quadribol. Contudo, tinha uma reunião com os monitores nesse horário. Logo escreveu um bilhete à Harry, informando que não poderia. Não levou dois minutos para receber outro bilhete encantado.

Então vai depois do treino, encontre-me no vestuário.
 Podemos fazer algumas coisinhas...
Com carinho, Harry.

Ela não pôde deixar de rir com o comentário dele.

Vou pensar no seu caso.
Da sua, Hermione.

Com um sorriso no rosto, Hermione foi para a reunião de monitores. Estranhou o fato de não ver Draco na reunião, por outro lado achou melhor que não o visse. O último “encontro” dos dois ainda parecia confuso demais para a morena.

Após o término da reunião, deixou montada a programação de rondas, e foi ao encontro de Harry, provavelmente já deveriam ter terminado.

Entretanto, quando chegou ao vestuário, não encontrou ninguém. Escutou vozes se aproximando, e logo deu-se conta de que estava no vestuário masculino. Se a vissem ali, certamente iriam pensar besteira. Então, em uma atitude infantil e impensada, escondeu-se em um dos armários.  Riu de si mesma, reprimindo-se em pensamento. Veja até onde você chegou, Hermione. Ficar se escondendo dentro do armário, por causa de um homem. Tudo bem que ele é O homem, mas mesmo assim, deprimente...

— Se continuarmos assim até o campeonato. Ganharemos de lavada. – Escutou a voz de Harry, vibrando com os demais.

— Isso mesmo. Somos bons demais! Os sonserinos não terão chances. – A voz ofegante de Rony soou convencida. Os meninos começaram a falar ao mesmo tempo, até que finalmente alguns começam a ir embora.

— Já vou indo também. Harry, nos encontramos depois. – Rony despedia-se. Hermione entreabriu a fresta do armário, e observou somente seu Harry, Dino e Simas.

Eles passaram alguns bons minutos falando de quadribol, ela já estava irritada, queria sair dali o quanto antes.

— Harry, e a Granger? Foi uma troca boa? – Perguntou Dino, com malícia.

— Como assim? – Ela notou que Harry estancou, voltando o olhar à Dino, com desconfiança. Ela sabia o que Dino queria dizer, e Harry também.

— Você entendeu. Não acredito que você trocou a Parvati "super gostosa" pela Granger, bem, Granger. – Simas disse em tom de zombaria.

— Não entendo o que querem dizer. E se insistirem no assunto, vou quebrar a cara dos dois. – Disse ríspido, não estava gostando do caminho que aquela conversa estava tomando. A fala do moreno fez Hermione sorrir, ela mesma adoraria quebrar a cara dos dois.

— Ele está dizendo que você foi burro em trocar a Parvati pela Hermione. – Dino complementou, dando um passo para trás caso Harry tentasse cumprir a ameaça.

— Eu não troquei ninguém por ninguém.

— Calma, amigo! – Simas ergueu as mãos para o alto, em sinal de paz. - Mas, entre nós, quem beija melhor? Quem é mais gostosa? – Simas perguntou, com curiosidade, mas mediante a relutância do moreno em responde-lo, complementou: - Qual é! Sempre contamos tudo para você, você sabe tudo do meu relacionamento com a Padma.

— E sabe das minhas desventuras amorosas com as irmãs da lufa-lufa. – Simas disse, rindo em seguida. O que fez Hermione querer vomitar, será que todos eram tão escrotos assim? Torceu para que não fossem.

— A Parvati é mais gostosa, mas... – Que merda era aquela? Parvati era mais gostosa? Queria matar Harry Potter. O que Hermione não sabia era que Harry estava confuso, ele queria ser um garoto normal, e garotos normais faziam isso, não faziam? Eram idiotas quando estavam em companhia de outros garotos. Mas aquilo parecia tão errado, Hermione foi tão maravilhosa com ele.

— Então o que você está fazendo com ela? – Simas não deixou Harry completar, não deixou dizer que Hermione era mais especial.

— Vocês não entendem.

— Se a Parvati quiser reatar com você, você reataria? – Nessa vez, Dino era quem insistia nas perguntas desnecessárias.

— Não! Quer dizer, sim... não sei, talvez. – Harry sentia-se cada vez mais desconfortável com aquela conversa, na verdade seus sentimentos estavam turbulentos, não sabia mais o que sentia.

— Já entendi. Você está com a Hermione para fazer ciúmes na Parvati?! Isso é tão óbvio. – Dino deduziu, seguido de exclamações de concordância de Simas.

— Foda-se vocês. Vou nessa. – Harry disse, encerrando o assunto. Tinha muito o que pensar, longe deles. Até mesmo esqueceu-se de que havia combinado se encontrar com Hermione.

Então, quando a porta é fechada, Hermione saiu de dentro do armário. Desequilibrou-se e caiu ao chão, os joelhos doeram e os braços sofreram leves escoriações. Os olhos lacrimejavam, mas não eram da dor física. Constatou o que mais temia, Harry Potter estava brincando com ela, e isso a devastou.

 

Prévia do próximo capítulo

Capitulo 5 - Traição

— Por que se atrasou, Granger?

— Não é do seu interesse.

— Alguém precisa aliviar o seu estresse, Hermione.

*

— O que aconteceu?

— Meu avô

— Oh, Parv, eu lamento muito...

*

Ela sentia raiva, rancor... Dor. Dor era o sentimento predominante, invadia em todo seu corpo, doía a sensação de ter sido traída, de ter sido usada. Aquilo era tão humilhante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? Comentários e críticas construtivas são sempre bem-vindos. [] Espero vocês no capítulo 5 ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vingança de Hermione Granger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.