A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Eu realmente queria postar antes, mas fiquei doente e não consegui.
Boa leitura! ♥ Peço que leiam as Notas Finais .



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Capítulo 25

O começo do fim

 

Sentiu sua visão turva, não soube ao certo o porquê, havia bebido tanto assim? Não se lembrava de ter ultrapassado dois copos de firewhisky... talvez tenha sido o último copo, poderia ter algo nele... 

Sentiu uma mão em seu braço.

— Você está bem? – Ela reconhecia aquela voz.

Através da máscara preta, os olhos verdes de Harry demonstravam preocupação.

— Não encosta em mim. – Desvencilhou o braço de Harry, não queria ser grossa, mas não estava bem. Sentia que algo estava muito errado. 

Deixou Harry sozinho e voltou a caminhar, aquilo não era uma "reuniãozinha" e sim uma festa, custou-se a ultrapassar aquele amontoado de alunos bêbados e sobre efeito de psicóticos.

Todos usavam máscaras. Por que as máscaras? Só tornava mais difícil encontrar algum conhecido...

Reconheceu os cabelos ruivos de Gina há poucos metros de onde estava, começou a caminhar em sua direção, mas quem parecia Blaise Zabini tomou seu campo de visão. Não demorou até os dois estarem aos beijos, Hermione não iria interrompê-los.

Precisava encontrar Draco, não estava se sentindo bem, e fazia tanto tempo que se separaram... onde ele estava?

— Ei, você viu o Malfoy? – Perguntou para um garoto sem a máscara, cujo nome não lembrava.

Ele apontou para uma das saídas, apesar dele estar visivelmente alterado, Hermione não viu muitas opções a não ser seguir o caminho apontado por ele.

Antes de alcançar a porta, porém, sentiu uma mão prender o seu pulso.

Ao virar-se para trás deparou-se com uma ruiva de olhos azuis, a máscara lilás cobria sua face.

— Ouvi dizer que Malfoy está na Torre de Astronomia...

A garota com a voz rouca disse rente ao seu ouvido, e antes que pudesse contestá-la, a mesma se perdeu em meio à multidão.

Hermione franziu as sobrancelhas, aquilo estava cada vez mais estranho. O sensato seria ir até o seu quarto e dormir, mas a curiosidade a tomou. Não mediu o perigo de suas ações, somente queria encontra-lo. E se algo tivesse acontecido com ele?

Os corredores estavam vazios, nem mesmo o Filch e a madame Nora estavam à espreita. Apesar de estranhar o silêncio, continuou; guiando-se pela luz emitida da sua varinha. O corredor do quinto andar era particularmente escuro, o barulho dos seus saltos era o único som audível. Tirou-os dos pés, e com eles em mãos, continuou a andar.

Um passo. Mais um passo. Subiu as escadas sem pressa.

Vez ou outra, olhava para os lados, constatando estar só.

Mais escadas, e um pouco mais.

A Torre de Astronomia estava iluminada, e quando chegou ao seu topo, deixou os sapatos caírem ao chão.

A visão que teve deixou-a em choque, todos os sentidos a abandonaram enquanto fitava com o horror a cena à sua frente.

Não. Aquilo não poderia estar acontecendo...

 

72 horas atrás

 

As cinco estavam deitadas sobre o gramado verde, era final da tarde e os pátios de Hogwarts estavam lotados.

— Draco foi um amor a defendendo... – Luna comentou em um suspiro, achando a história dos dois digna de um livro.

— Ele não fez mais do que a obrigação defendendo a namorada do pai escroto... – Gina rebateu ácida.

— Gina, o que você está fazendo aqui que ainda não foi se arrumar para o seu encontro com o Zabini? – Pamela a cortou, fazendo a ruiva soltar alguns palavrões antes de virar o corpo de costas e se afundar no gramado.

— Quanto drama, ruiva. Vai ser divertido. – Hermione acha graça da situação, dava para ver o desconforto da amiga perante aquela situação, mas assim como as demais, ela também já notou a visível química entre Gina e Blaise.

Pamela iria comentar algo antes de serem interrompidas por uma voz conhecida e terrivelmente irritante para o grupo de amigas.

— Olá, garotas. – O sorriso dócil de Parvati Patil, acompanhada de Elisa e Lilá, quase fez Hermione revirar os olhos.

— O que você quer, Patil? – A voz autoritária de Thereza preencheu o lugar, a morena não estava em seus melhores dias e a última coisa que precisava era ver Parvati Patil tentar passar por cima da sua amiga.

Nessa hora, Elisa estendeu uma bandeira branca, em um claro sinal de paz. Hermione mordiscou o próprio lábio, esforçando-se para reprimir o riso com aquela atitude infantil.

— Viemos em paz. – Disse uma Elisa sorridente.

— Vim em paz, Hermione. – Parvati fixou o olhar em Hermione, para ela pouco importavam as demais. – Está na hora de deixarmos o passado para trás. Vou fazer uma pequena reunião daqui há três dias, somente com os mais populares, e vocês conquistaram esse posto, então estão convidadas.  

Parvati estendeu um convite dourado para Hermione, que a contragosto o aceitou. Enquanto Lilá distribuía os convites às demais.

— Esperamos vocês lá. – Patil despediu-se com um aceno de mão, antes de dar-lhe às costas.

Todas estavam perplexas demais para falarem algo, somente observaram o trio se distanciar e entregar os convites para outras pessoas.

— O que ela quer? –  Luna foi quem quebrou o silêncio.

— Deixar o passado para trás com toda certeza não é. – Pamela respondeu ácida.

— Talvez ela só queira recuperar a popularidade... depois da festa da Hermione ela não é mais tão amada. – Gina comentou o óbvio.

— Sim, isso também... mas tem algo a mais. – Thereza as interrompeu, sabia que tinha algo por trás.

— E nós vamos? – Luna quem fez a pergunta que todas queriam fazer, as quatro voltaram o olhar para Hermione, esperando por sua resposta.

Hermione sabia que Parvati almejava algo, o certo seria recusar o convite, não seria? Mas era isso que Parvati queria? Uma recusa para mostrar quão fraca ela era?

Não... não podia ser isso. Hermione sabia do segredo de Parvati, ela não ousaria fazer algo que ameaçasse esse segredo, ousaria? Não. Parvati não seria capaz; era orgulhosa, mas não burra.

Aquele convite foi uma provocação, tinha que ser. 

— Sim, nós vamos. - Hermione sentenciou, ainda imersiva em seus pensamentos.

— Ótimo, eu precisava de uma boa festa mesmo. – Pamela foi a primeira a se manifestar, jogando-se contra o gramado outra vez.

— E é uma festa com máscaras... – Thereza completou enquanto lia o convite, soltando uma risada em seguida. – Isso vai ser interessante...

Alguns minutos depois, Parvati Patil havia ficado para trás, o quinteto voltou a concentrar-se em Gina Weasley e seu encontro em poucas horas.

(...)

Pansy Parkinson sempre gostou do silêncio, também sempre foi reservada e de poucos amigos. Por vezes, sabia que poderia passar-se por antipática, mas nunca foi sua pretensão. Somente era quieta e se resguardava, os amigos eram escolhidos a dedos e suas amizades semeadas pela lealdade, nunca se importou com popularidade e toda aquela baboseira adolescente. Assim como nunca se deixou ser pisada por ninguém, sua língua sempre foi afiada e pronta para se defender. Mas apesar disso, no geral, era quieta.

Mas tudo isso se desmoronava quando o assunto era o tal do Potter. Quando ele ficou tão irritante? E quando começou a se deixar abalar? Pansy Parkinson nunca se abalava. Nunca.

Era degradante para ela ter levado a sua primeira (e, espera-se que a única) detenção por causa de um garoto irritante. E ainda mais degradante limpar troféus em uma sala empoeirada ao lado dele.

Escutou troféus caindo ao chão e fechou os olhos por alguns instantes, tentando juntar os resquícios de paz que sobrou em seu interior. Desde o momento em que começaram, o silêncio que tanto apreciava era interrompido a cada minuto. Potter fazia barulhos demais, isso quando não estava resmungando. 

— Dá para manter o silêncio um minuto, Potter? – Vociferou, apertando o troféu em suas mãos e o limpando com tanta força que não soube como não o quebrou.

— Quer que eu pare de respirar também, Parkinson? – O cretino ainda tem a audácia de ser irônico.

— Seria ótimo. – Retrucou, deixando o troféu de lado e pegando outro.

— Por que você me odeia?

Pansy arqueou uma das sobrancelhas perante a pergunta, voltando o olhar para o quatro-olhos, e por que ele estava se aproximando tanto?

— Eu não o odeio, só não gosto de você.

Sempre foi espontânea, desse modo as palavras saíram com naturalidade. Mas para a sua surpresa, notou que ele ficou afetado com sua sinceridade.

— Acho que você mente. – Após alguns segundos, ele a retruca com um meio sorriso nos lábios.

Pansy sabia que ele somente quis disfarçar o modo como demonstrou-se estar afetado, e ela não entendeu o motivo daquilo ter o abalado.

— Olha, Potter. – A sonserina deixou o pano de lado, caminhou um passo em direção a ele, mas estagnou rapidamente. – Eu não gosto de você, você não gosta de mim. A ordem natural das coisas, sempre foi assim. Só não sei o motivo de você estar se empenhando em me irritar nos últimos dias... o que deu em você?

Harry deu um passo em sua direção, e de repente estavam próximos, próximos demais para o bem de Pansy. Somente mais um passo e seus corpos se tocariam, mas o passo não foi dado. Contudo os olhares se cruzaram, verde no verde. O que ele queria dizer com aquele olhar? Ela não perguntou, mas notou o franzir em sua testa, estava confuso. E curiosamente, ela também estava ficando confusa. O que era tudo aquilo?

— Por que acha que eu não gosto de você? – Perguntou cautelosamente, antes de afastar e voltar para os seus afazeres.

Ele não respondeu a sua pergunta final, mas sua fala foi tão sincera que a deixou sem palavras. Pela primeira vez na vida, Pansy ficou sem palavras. Pensou que aquilo fosse óbvio. Bem... talvez a vida não fosse tão óbvia, resta saber se isso é bom ou ruim. E, naquela vez, Pansy não gostou do silêncio que se estabeleceu até o término da detenção.

(...)

Ginevra Weasley realmente tentou conter o riso, crispou os lábios, e só Merlin sabe a careta que fez..., mas seu esforço foi em vão, não aguentou e permitiu-se a rir. Riu tanto que sentiu sua barriga doer.

— Eu sabia que ia fazer você rir! – Blaise estava reluzente enquanto comemorava.

Estavam nos jardins de Hogwarts, mas em uma área afastada da principal. Neville conjurou um piquenique romântico para os dois, mas Blaise chegou antes, e astuciosamente retirou todos os balões em forma de coração e decorações românticas. Deixando o visual simples, somente uma toalha grande e xadrez, com uma cesta de aperitivos.

Gina se atrasou, talvez tenha sido propositalmente. E os minutos de atraso, deixaram Blaise ainda mais apreensivo, ele nunca havia preparado nada para uma mulher antes. Blaise não era conhecido por ser um homem romântico, seus relacionamentos eram curtos e secos. Porém, havia algo na ruiva que o fazia desejar tentar algo diferente.

O encontro começou tenso. Muito tenso. O silêncio os esmagava sem dó. Iniciaram com uma taça de hidromel, um pedaço de torta de maçã, perguntas casuais e respostas monossilábicas por parte da ruiva. Blaise então a desafiou a rir. Gina, com sua melhor face de desdém, aceitou prontamente o desafio.

Se eu fazer você rir, você me deve um beijo. – Ele ousou, claro que ousaria.

E se você perder? – Perguntou arqueando as sobrancelhas ruivas.

Você está livre de mim pelo resto do ano letivo.

Feito.

Ela aceitou porque pensou que jamais riria das asneiras de Blaise Zabini. Mas se arrependeu assim que ele começou com aquelas piadas bem elaboradas, não pensou que o senso de humor do moreno fosse tão compatível com o seu. E somente por isso, foi realmente difícil manter-se séria. Mas quando ele começou a falar do zelador Filch e imitá-lo, todo seu autocontrole foi por água abaixo. 

— Você jogou baixo...  – Falou entre os risos, tentando se conter. – O que foi? – Indagou ao notar o olhar intenso do sonserino sobre si.

— Você fica linda quando ri. – Suas palavras foram tão espontâneas que a surpreendeu. Gina sentiu suas bochechas esquentarem.

— Você devia rir mais vezes... – Ele continuou, levando uma mecha do cabelo ruivo para trás das orelhas, esboçando seu meio sorriso encantador.

Encantador... e cafajeste! Gina logo colocou isso em mente, mal notou que havia baixado suas defesas momentaneamente.

— Sem cantadas baratas, Zabini. – Retrucou assim que recupera a consciência.

— Fique quieta um momento, ruiva. Você perdeu e eu quero pegar minha recompensa...

As palavras saíram repletas de malícia, a grifinória as pegou no ar, e por isso ficou estática enquanto ele se aproximava. Ela realmente perdeu, e trato é trato, por isso fechou os olhos, esperando...

Sentiu os lábios do sonserino em sua bochecha, antes de afastar. Ela abriu os olhos confusa, um beijo no rosto? Sério? E pelas barbas de Merlin, por que ficou tão decepcionada?

— Só vou beijar você novamente quando quiser. – Respondeu o olhar indagador da ruiva, enquanto enchia os copos com hidromel novamente.

— E quem disse que vou querer? – Não, Ginevra Weasley não cairia nas teias do maior pegador da Sonserina.

Ah, querida... você vai. Foi o que Blaise pensou, mas não verbalizou.

— Por que não retira sua armadura, Gina? Vamos conversar, somente isso... – Ele mediu bem as palavras ao proferi-las, não queria outra resposta mordaz.

A ruiva bebeu um gole do seu hidromel, dando de ombros perante a indagação do rapaz. Realmente, que mal faria uma conversa amigável? Não precisava ficar tensa, sabia disso.

— Qual o seu jogador de quadribol preferido, Zabini? – E para a surpresa de Blaise, ela realmente parecia disposta a conversar.

(...)

Thereza estava louca. Completamente ensandecida. Somente a mais terrível das loucuras a faria formular uma pergunta daquelas. E se arrependeu no mesmo instante, ainda mais ao vê-lo completamente branco e sem palavras.

— Esquece o que eu falei... – Tentou se redimir imediatamente, enquanto se levantava da cama, ainda enrolada nos lençóis.

— É uma loucura isso, seria um absurdo, insano... – Brendon Murray estava espantado demais para ser brando com suas palavras. – Eu sou um professor, não posso ir a uma festa de alunos que por sinal é contra as regras, e se for visto com você? Perderia meu emprego...

Ele verbalizando tornava seu convite ainda mais ridículo. Ela fechou os olhos por alguns instantes, sentia-se estúpida. Rapidamente, levantou-se e vestiu suas roupas.

— Thereza, não precisa sair assim... – Ao perceber que usou as palavras erradas, ele tentou se redimir imediatamente.

— Já nos arriscamos demais por hoje. – Respondeu friamente. Sabia ter sido uma pergunta ridícula, mas ele poderia ter escolhido melhor suas palavras.

— Thereza, por favor...

— Sabe o que é contra as regras, Sr. Murray? – Seu orgulho falou mais alto, e com a dignidade que se forçara a resguardar, voltou a encará-lo. – Um professor fazendo sexo com uma aluna. Acho melhor terminarmos por aqui.

E sem dar a chance dele responder, saiu do quarto. O quarto onde Brendon foi alojado era em um corredor contrário ao dos demais, o que a permitia visita-lo em horários específicos.

Thereza sempre foi ousada, mas aquilo estava passando dos limites, não estava sendo saudável. E seu pedido idiota foi somente pelo fato de desejar um encontro com o seu suposto namorado, mesmo que fosse em uma festa e com máscaras.

Não permitiu que lágrimas traiçoeiras escapassem de seus olhos, Thereza Rouge não chorava por um coração partido, e não seria naquele momento que isso aconteceria. Constatou que romances proibidos eram mais bonitos nos livros.

(...)

Seus dias foram cansativos, apesar de toda a mudança em sua vida, nunca deixou os estudos para trás. Por isso se empenhou tanto em deixar boa parte dos seus trabalhos adiantados, os NIEM’s estavam cada vez mais próximos. Boa parte dos seus trabalhos fez com Draco, o loiro mostrou-se um aluno tão empenhado quanto ela.

— Como foi o trabalho com o Potter? – Draco indagou repleto de curiosidade em meio à uma das transcrições de Aritmancia.

Hermione não conteve o meio sorriso, sabia que Draco tentava esconder os seus ciúmes quando o assunto era Harry Potter. O que era completamente ridículo, seus sentimentos por Harry ruíram com a maneira como foi tratada por ele.

— Foi produtivo. A parte escrita já foi entregue, e combinamos como o feitiço será realizado na prática. – Respondeu casualmente.

Realmente foi o que aconteceu. Trataram somente de assuntos referentes ao trabalho, Harry parecia exausto, e Hermione julgou ser por causa de Parvati Patil. Havia escutado rumores sobre mais uma das brigas exaustivas do casal.

— E só isso?

A tentativa de Draco demonstrar desinteresse foi completamente fracassada. Hermione não segurou a risada naquela vez, deixando o pergaminho de lado e voltando a fita-lo.

— Se eu não o conhecesse tão bem, diria que está com ciúmes... – Provocou-o.

— Não, claro que não... – Negou prontamente, mas mediante o olhar incrédulo de Hermione, confessou: – Talvez um pouco. Confio plenamente em você, morena. Mas não no Potter.  

— Sabe que não precisa disso, não sabe? – Ele somente confirma positivamente com a cabeça.

— Adoro você com ciúmes. – Hermione confessou com um sorriso maroto.

E era aquele sorriso que fazia Draco se derreter.

— Você está tentando me provocar, Srta. Granger? – Arqueou uma das sobrancelhas, observando-a se levantar da cadeira e caminhar em sua direção no outro lado da mesa.

Por Merlin, até mesmo seu andar era sensual. E quando Hermione envolveu-o entre suas pernas e sentou em seu colo, sabia que estava perdido.

A grifinória mordiscou o próprio lábio inferior, enquanto repousava suas mãos nos ombros dele.

— E se eu estiver? – Sussurrou próximo ao ouvido do sonserino, deslizando os seus lábios até o pescoço, depositando beijos suaves que o fizeram estremecer.

— Você me deixa louco... – Naquela altura já estava rouco, e deixando os trabalhos de lado, levantou-se enquanto a sustentava pela cintura. Caminhando em passos trôpegos até o seu quarto.

Naquela noite os NIEM’s ficaram de lado, assim como qualquer outra coisa. Porque Draco era a melhor parte do seu dia.

 

Dia da festa

 

Hermione nunca imaginou que o Salão Comunal da Grifinória fosse tão grande, só isso explicaria a quantidade de pessoas que se aglomeravam. Como previsto, a “pequena reunião” transformou-se em uma festa, com alunos selecionados de todas as casas.

A máscara vermelha de Hermione contrastava com o vestido preto escolhido para usar naquele dia, sabia estar bonita, Pamela e Thereza fizeram questão de produzi-la para aquela noite. As amigas não estavam atrás, todas bem produzidas e belas. Luna e Gina já as aguardavam quando chegaram; os garotos, contudo, ainda não haviam chegado.

— Por que os meninos estão demorando tanto? – Gina indagou visivelmente ansiosa enquanto brincava com o líquido em seu copo.

— Está ansiosa para ver um certo alguém? – Pamela perguntou certeira, fazendo as demais sorrirem imediatamente.

Hermione notou as bochechas da amiga se avermelharem, ainda que a máscara prateada escondesse parte do seu rosto.

— Para alguém que não está nem um pouco interessada pelo Zabini, você mal disfarça... – Thereza era sempre a mais direta.

— Ele não é tão mal assim... – Gina sabia que não poderia vencer das amigas, então se entregou. A verdade é que realmente havia gostado do encontro com Blaise, e depois eles conversaram mais algumas vezes, o garoto não era tão intragável assim.

— Neville está apostando em casamento, eu falei que só depois de se formarem, ele acha que você não aguenta antes... – Luna falava com tanta naturalidade que não restou às demais rirem, exceto Gina que estava cada mais vermelha.

Hermione estava envolvida com as amigas, por isso se surpreendeu ao sentir mãos firmes em sua cintura e o ar quente em seu pescoço.

— Por Salazar, você está linda, Hermione... – O namorado falou rente ao seu ouvido, fazendo-a se arrepiar com a pequena provocação.

Hermione o analisou assim que se virou para trás, estava vestido socialmente e com uma máscara verde. Seu olhar se demorou nos botões entreabertos da camisa branca, pensamentos impuros passou em sua mente, mas deixaria para mais tarde.

— Você também não está nada mal. – Piscou para ele, depositando um beijo em seus lábios.

Em seguida, voltaram a atenção para a roda de amigos. Blaise postou-se rapidamente ao lado de Gina, enquanto os demais envolviam-se em assuntos casuais. Pansy havia chegado com os amigos, Hermione imediatamente a cumprimentou, começou a gostar cada vez mais da presença da sonserina. – ela não era tão terrível como um dia imaginou. Rony se juntou ao grupo, assim como Nate e Neville.

Porém, a conversa foi interrompida com a chegada de Parvati Patil com Harry Potter, apesar das máscaras não era difícil reconhece-los. Parvati trajava um vestido vermelho com detalhes em amarelo, claramente em referência a casa que pertencia. Estava bonita, isso era um fato.

Como Thereza e Pamela sempre dizem: uma festa só começa quando a protagonista da festa diz para começar. A ideia parece ridícula, mas depois da sua festa constatou ser verdade.

E lá estava Parvati com um sorriso falso nos lábios, com Harry ao seu lado, e as amigas atrás de si.

— Fico feliz que todos vieram. Espero que aproveitem a festa! – Cumprimentou a todos com um aceno, mas seu olhar demorou-se em Hermione. – Como eu disse, Granger. Espero que esse seja o início de um novo começo, sem ressentimentos.

— Claro, Patil. Estou pronta para recomeçar. – Falou docilmente com um sorriso meigo. Sabia que as palavras da indiana eram falsas, e as retribuiu na mesma medida.

A garota deu as costas para cumprimentar os demais convidados, Harry hesitou em acompanha-la, parecia que queria dizer algo à Hermione, mas quando Parvati o chamou desistiu.

Draco também havia notado isso, considerando o retesar do seu corpo ao seu lado.

Além disso, também não passou despercebido para Hermione que Harry fitou a garota de cabelos curtos ao seu lado por tempo demais antes de finalmente voltar a ser o cachorrinho de Parvati Patil.

— É impressão minha ou ela o exibe como um troféu? – O comentário ácido de Pansy era verdadeiro.

Hermione sempre notou como Parvati exibia Harry como seu troféu particular, algo que nunca mudaria. 

— Acredite, não é só impressão. – Confirmou.

— Ei, pessoal. – Não demorou para reconhecer que a garota de cabelos rosados era Veronica.

— Veronica? – Hermione a recebeu em um abraço com surpresa. Não imaginou que ela seria convidada.

— Padma quem me convidou, aposto que quando Parvati me ver vai ter um mini ataque. – Hermione não precisou perguntar para Veronica falar o motivo de ter ido. – E confesso que esse foi o motivo de ter aceitado o convite. – Completou com malícia.

— Essa é a minha garota. – Aprovou o comportamento da garota e logo a introduziu no grupo de amigos.

Aos poucos a festa tornava-se mais agitada, foi quando Hermione se juntou aos amigos na bebida. 

Não soube ao certo quanto tempo se passou, todos já haviam se separado. Hermione dançava com o namorado, os ali presentes estavam cada vez mais embriagados e soltos.

Draco pegou mais um copo de firewhisky para eles, bebiam e dançavam. A festa realmente estava boa, não poderia negar. Ainda assim, havia algo que a incomodava, como se fosse um mau pressentimento. Decidiu ignorar seus instintos, ao menos momentaneamente.

Neville e Nate dançaram com eles um pouco, mas logo sumiram de vista.

— Vou pegar mais bebida, morena. Você quer? – Draco indagou próximo ao seu ouvido, e ao que ela negou, ele se afastou.

Mas ela não ficou sozinha por muito tempo. Veronica estava sem a máscara e com um sorriso vitorioso nos lábios quando se aproximou.

— Ela literalmente se engasgou na sua bebida quando me viu. – O divertimento em sua voz foi contagiante, Hermione não pôde deixar de rir. – Mas claro que ela não estragaria sua festa com um escândalo, então fingiu que não me viu...

— Tão previsível. – A morena deu de ombros.

Conversaram por alguns minutos, antes de uma garota com máscara azul se aproximar.

— Veronica, posso falar com você? – Reconheceu ser Padma Patil, ela parecia hesitante. – Olá, Granger. – A gêmea Patil a cumprimentou, Hermione acenou com um sorriso.

Veronica se despediu e acompanhou a antiga amiga. Padma parecia outra pessoa nos últimos dias, sempre que a via a cumprimentava e parecia envergonhada. Talvez finalmente havia percebido as maldades da irmã gêmea, e sentisse a culpa que Parvati jamais sentiria. De toda a forma, esperava que aquela reaproximação com Veronica fizesse a rosada bem.

Suspirou ao constatar que Draco estava demorando. Desistiu de espera-lo e foi atrás de algum conhecido, avistou Pamela com aquele garoto da Corvinal, para alguém avessa à compromissos sérios, ela estava cada vez mais envolvida com ele.

E não demorou até encontrar Thereza, conversava com um homem, mas não reconheceu quem era. Iria se aproximar, mas a amiga segurou na mão do sujeito e caminharam depressa em direção à saída.

Cansada de procurar por alguém, serviu-se de um copo de firewhisky disposto em uma das mesas; devia ser de alguém, mas estava irritada demais para se importar. Pelo amor de Merlin, onde estava Draco?

—--

Quando Draco estava servindo seu copo com álcool, sentiu uma presença ao seu lado. Surpreendeu-se ao notar ser Parvati, o que ela queria com ele? Estava pronta para ignorá-la quando sua voz irritante o chamou.

— Está gostando da festa? – Tão gentil que quase o fez revirar os olhos.

— Por que está falando comigo? – Bem, Draco não era gentil, e não esqueceu tudo que ela fez contra a sua garota.

— Oh... – Ele realmente não se importou pelo desconcerto dela. – Aproveite a festa. – Disse entregando os copos para ele.

Draco o aceitou a contragosto, mas assim que ela se afastou trocou de copo, não confiava naquela grifinória.

Enquanto fazia o caminho de volta, uma garota trombou nele, por pouco não se desequilibrou e derrubou o firewhisky.

Escutou pedidos de desculpas, mas deixou aquilo de lado.

— Draco. – Sentiu o braço de Blaise o envolver pelo seu pescoço, enquanto o abraçava com um sorriso no rosto. – Acho que estou apaixonado, cara...

O loiro não pôde deixar de sorrir da expressão boba do amigo.

— Agora que percebeu isso? – Perguntou ironicamente.

Conversou com Blaise por alguns instantes, e enquanto isso o acompanhava no firewhisky. Quando o amigo foi de encontro à Gina, ele pretendia fazer o mesmo com Hermione.

Mas assim que começou a caminhar, sentiu-se estranhamente tonto. Tudo ao seu redor parecia girar, a música estava muito mais alta, seus sentidos pareciam estar adormecidos. Fechou os olhos por alguns instantes, mas assim que voltou a abri-los, a sensação de dormência voltou.  

— Draco? – De quem era aquela voz? Quem o chamava?

Tentou reconhecer a dona da voz. Cabelos castanhos, máscara vermelha, vestido preto...

— Sou eu, Hermione. – As mãos femininas envolveram seu rosto, ele tentou balbuciar algo, mas nenhuma palavra saiu de seus lábios. – Você está bem?

— E-eu... não sei...

— Não se preocupe, vou ajuda-lo...

As palavras morreram no ar. Hermione segurou em sua mão, e o guiou para a saída. Estava tão confuso, mas era a sua Hermione, então o loiro somente se deixou guiar...

—--

A Torre de Astronomia estava iluminada, e quando chegou ao seu topo, deixou os sapatos caírem ao chão.

A visão que teve deixou-a em choque, todos os sentidos a abandonaram enquanto fitava com o horror a cena à sua frente.

Não. Aquilo não poderia estar acontecendo...

Seu olhar percorreu cada item: sapatos, a camisa social, calça, vestido. As roupas espalhadas pelo chão, enquanto Draco e Astória beijavam-se em meio à luz do luar.

Draco...

Um gemido, um maldito gemido. O olhar de Draco a encontrou enquanto beijava o pescoço de Astória, parou imediatamente. Ele pareceu querer dizer algo, demonstrou confusão, mas Hermione não suportaria ficar...

A sensação de impotência se desfez, e com um grito morto em sua garganta, saiu correndo.

Corria pelas escadas, por pouco não tropeçou. Ainda assim continuou a correr, precisava fugir. Fugir daquela cena, daquele pesadelo, da dor excruciante que apertava seu peito.

Estava acontecendo de novo. Só que naquela era mil vezes pior. 


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Notas finais do capítulo

Prometo final feliz, não me odeiem (pelo menos não muito). O que acharam do capítulo? E o que acham que vai acontecer? Espero pelo seu comentário, respondo a todos. ♥

NOTA IMPORTANTE: Ainda que não tenha deixado muito explícito, está claro que o Draco foi drogado. Esse é um assunto MUITO sério, e deixo claro que REPUDIO qualquer ato semelhante! Isso é um crime, que infelizmente acontece muito na vida real, na esmagadora maioria dos casos com mulheres. E como crime, deve ser penalizado.



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