A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Que saudades que eu estava de escrever essa fanfic, espero que gostem do capítulo.
Vejo vocês nas Notas Finais. ♥



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Capítulo 21

Culpa

 

Mil sensações a arrematavam sem piedade. Sentia-se confusa, curiosa, irritada, surpresa, com medo... medo do que descobriria, medo do que ele falaria. O loiro serviu-os com firewhisky, com certa desconfiança ela aceitou a bebida. Hermione tragou um gole singelo, enquanto ele virou o copo de uma só vez, buscando no álcool a coragem adormecida.

Ela tentou demonstrar-se paciente enquanto aguardava por uma explicação. Fazia pouco mais de trinta minutos desde que os encontrou juntos...

Quando se despediu das amigas para se encontrar com o namorado, não imaginou que o veria com outra. Estava tudo perfeito demais para ser real. Ela sabia disso, sentia isso. Depois do encontro na livraria, era visível a tensão entre o seu namorado e a simpática Astória, mas ignorou o fato.

Eles estavam tão próximos, tão estupidamente próximos. Sentia o próprio corpo imobilizado, observando a cena com horror. Os lábios da loira próximos dos de Draco, iriam se beijar, a história iria se repetir? De novo não... então ele a empurrou.

— Não, Hermione não sabe e não precisa saber. Fique longe de mim, Astória.

Ela não sabe? O que ela não sabe? Aos poucos recuperou seus sentidos.

— O que eu não sei? – Perguntou com firmeza, embora sentisse sua garganta seca.

Notou a feição cínica de Astória, então a doce e simpática garota era uma farsa? Não a surpreendia realmente, as pessoas não costumavam ser o que aparentavam. Focou no sonserino, pálido e surpreso, era raro ver Draco Malfoy sem palavras.

— Vamos, responda! O que eu não preciso saber, Draco? – A frieza inicial deu lugar à ira contida, suas palavras saíram mais altas do que o planejado, a voz levemente embargada temendo por algo que destruísse todas as sensações compartilhadas com o namorado na noite anterior.

— Conte para ela, Draquinho. Conte o tipo de ser desprezível que você é. – Astória falou com divertimento, deixando escapar uma risada em meio às palavras.

Hermione notou o olhar raivoso com o qual Draco fitou Astória, antes de começar a andar em direção à namorada. Sem que pudesse protestar e exigir por mais respostas, ele segurou em seu braço e a guiou pelo corredor.

A grifinória não tentou se desvencilhar, deixou-se ser conduzida por ele em direção à sala que compartilhavam.

O sonserino pigarreou, deixando o copo vazio de lado. Saiu da sala em direção ao seu quarto, voltando poucos minutos depois com um objeto em suas mãos. Não foi difícil reconhecer o que era aquilo, ficou surpresa por ele ter uma penseira. Aquela era diferente da de Dumbledore, era menor e parecia de um material mais antigo, com detalhes dourados, julgou ser ouro.

— Como conseguiu isso? – Sua curiosidade estava latente, objetos mágicos como aquele eram difíceis de serem encontrados.

— Ganhei do meu padrinho, um pouco antes dele se mudar para a América. – Respondeu, notou a voz embargada do garoto Malfoy, nunca antes o viu tão consternado.

Severo Snape era o padrinho de Draco, após a derrotada de Voldemort ele se mudou para os Estados Unidos, lecionaria poções em Ilvermorny, desejava recomeçar uma vida nova e assim o fez. Pelo o que soube, ele havia conhecido uma professora de transfiguração ruiva de olhos verdes, talvez nela tenha encontrado sua segunda chance de ser feliz.

— Eu não consigo falar, então vou te mostrar... – Se Hermione não estivesse tão atenta, não o teria escutado, o homem falou praticamente em um sussurro.  

Ele não precisou chama-la, Hermione se levantou do sofá e caminhou de encontro ao homem. A penseira repousava sobre a mesa, ele estava com a varinha em mãos, a cabeça baixa e os olhos fixos em seus sapatos caros.

A morena engoliu em seco e fechou os olhos por alguns instantes, assim que voltou a abrir, notou a vermelhidão nos olhos cinzas que pairavam sobre si. Ela franziu as sobrancelhas, não entendendo o motivo de tanta tensão e medo. O que ele fez que poderia ser tão terrível?

— Draco... você pode confiar em mim. – Atenuou seu tom de voz, queria transmitir confiança. Ele poderia contar para ela, seja lá o que fosse.

— Tenho medo do que vai pensar de mim, Hermione... – Confessou seu mais profundo temor, e antes que a garota pudesse retrucar, ele levou a ponta da varinha até sua têmpora esquerda.

Hermione observou enquanto as lembranças em sua tonalidade branco-prateada eram despejadas sob a bacia. Seus olhos castanhos encontraram com os azuis acinzentados outra vez, Draco deixou escapar uma única lágrima, antes que Hermione afundasse nas lembranças do sonserino.

 

Diferente da legilimência, ao embarcar nas memórias de outra pessoa, não se está “dentro” do corpo da pessoa, os acontecimentos são visualizados como um filme, os sentimentos do detentor da lembrança não eram vivenciados como se fossem os seus.

O corpo de uma garota loira era pressionado por Draco Malfoy, o desconforto em ver o seu namorado com outra a atingiu como uma facada, mas tentou manter-se neutra, aquilo era passado. Voltou a atenção para os lados, estavam em um quarto feminino, espaçoso, com duas camas ao centro.

— Quero tanto você, Draco... – A garota gemia em meio aos beijos, fazendo Hermione voltar o olhar enojado para o casal.

Enquanto Malfoy beijava o pescoço da garota, ela reconheceu ser Daphne Greengrass aquela em seus braços. Por Merlin, Malfoy estava traindo a namorada com a própria irmã, a grifinória sentiu seu estômago revirar com a cena.

Em meio aos beijos, o casal não notou a porta ser aberta suavemente. Atônita, Astória observava a cena, então a raiva nublou seus olhos claros e um grito repleto de dor escapou de sua garganta.

Draco foi empurrado por Daphne, o susto o fez se esforçar na busca por equilíbrio, por pouco não caiu. Hermione notou o olhar surpreso de Draco para a então namorada, mas aos poucos ele recuperava a compostura.

— Como ousam? No meu quarto?! – Astória gritou, com a varinha em riste, apontada para o casal. – Malditos! Eu deveria matar vocês... – Estava alterada, com dor, Hermione imaginou que o coração da garota deveria estar estraçalhado.

— Astória, por favor, vamos conversar... – Draco caminhou um passo em direção, pondo-se na frente de Daphne, que chorava copiosamente.

— Não chega perto de mim! Ou eu juro que lanço um Avada Kedavra, juro... – Avisou em um grito, as lágrimas desciam livremente pelos seus olhos.

— Fica calma, larga essa varinha, Ast... – O loiro insistiu novamente, mas não caminhou em direção à ela. Seu tom de voz foi calmo, Hermione notou a varinha dentro de sua camisa, mas ele não fez movimentos bruscos para não a alertar.

— Eu amei você, maldito! Como fizeram isso comigo? Minha irmã... – Ela os acusava, os olhos turvos, continuou a gritar.

Draco notou a mão de Astória tremer quando voltou o olhar para Daphne, acusando-a por sua traição; aquele foi o exato momento em que ele pegou sua varinha e proferiu um “expelliarmus”, desarmando-a.

Ela ficou surpresa, mas não mais gritou. Silêncio. Apenas o choro das garotas.

— Astória, perdoe-me... – Daphne pediu em um sussurro; tentando se aproximar da irmã, que a repeliu prontamente.

— Odeio vocês... – Rosnou magoada. Voltou o olhar para Draco. – Odeio você. – Pontuou com rancor, antes de sair do quarto.

Draco estava arfante, ofegante e parecia envergonhado, mas ele não foi atrás de Astória, tampouco ficou com Daphne. Ele jogou seus cabelos loiros para trás e tentou recuperar a postura antes de abandonar a Mansão dos Greengrass.

Em um momento de vertigem, Hermione encontrou-se em outra lembrança. As paredes brancas, as pessoas indo e vindo. St. Mungus? Não soube precisar, mas certamente era um hospital. Draco Malfoy estava sentado sobre uma das cadeiras, com os cotovelos apoiados em suas pernas e a cabeça entre suas mãos.  Hermione se aproximou do garoto, pôs-se de joelhos, as feições dele pareciam tão dolorosas. Ela ergueu a mão para afagar seus cabelos, mas foi em vão, não estava ali realmente, mas... o que aconteceu?

— Isso é tudo culpa sua... culpa nossa. – Daphne Greengrass falou com pesar, sentando-se ao lado de Draco. – Ela tomou aquelas poções para nunca mais acordar, minha irmãzinha... – Então ela voltou a chorar, Draco ergueu o rosto em direção à garota, suspirando em seguida. 

Astória tentou suicídio.

Culpa... Hermione ainda não sabia, mas a culpa o remoía por dentro.  

Outra vertigem. Outra lembrança. Estava em um quarto de hospital, Draco observava a garota de cabelos pretos em seu sono. Ele olhava para a porta constantemente, provavelmente não podia estar lá.

— Por que está aqui? – A voz fraca de Astória chamou a atenção de Draco.

Aos poucos, o sonserino se aproximou do pequeno corpo sobre o leito do hospital, ele não ousou toca-la.

— Peço pelo seu perdão, Astória... – Hermione notou a dificuldade dele reproduzir tais palavras, mas ele se manteve firme em manter o contato visual e parecia terrivelmente sincero em sua fala. – Lamento pelo o que aconteceu, lamento por tudo, espero que possa me perdoar...

Suas palavras foram interrompidas pelas risadas sem humor da garota debilitada, ela desviou o olhar e passou a fitar um ponto qualquer na parede branca.

— Eu não queria me matar, eu só queria que a dor passasse... – Confessou em um sussurro, a expressão de Draco mediante aquela frase saiu repleta de dor. – Eu não sabia que estava grávida.

Hermione arregalou os olhos assim que entendeu o que estava acontecendo, levou a mão até sua boca instintivamente, ela estava grávida...

— É tudo culpa sua. – Astória sentenciou sem dó, fitando Draco com rancor. – Nosso filho está morto por sua culpa.

Draco entreabriu os lábios, mas nada disse. As palavras se perderam em sua culpa. O olhar de dor, os lábios trêmulos, as mãos nervosas, ela o conhecia e sabia que a culpa estava o deteriorando, e aquela culpa era o pior dos castigos. 

 

As lágrimas nos olhos de Hermione foram inevitáveis, deslizaram silenciosas pelas suas bochechas avermelhadas. Estava levemente ofegante pelo turbilhão de sentimentos que a arrematou, não sabia o que pensar depois de tudo que presenciou.

Draco não estava ao seu lado, e a visão que teve partiu seu coração. Malfoy estava encostado contra a parede fria, sentado sobre o chão, com a cabeça entre as pernas. Ela sabia que ele estava chorando em silêncio, e vê-lo desolado apertou seu coração.

Sim, ele errou. O que ele fez com Astória foi terrível, Hermione se compadecia pela dor da garota, porque ela já passou por uma dor levemente semelhante, embora bem menos traumática. 

Contudo, como poderia julga-lo por um erro do seu passado? Ele já não era mais a mesma pessoa e estava arrependido.

Deixou que seu carinho pelo garoto a guiasse, e quando deu por si estava agachada em frente a ele. Draco voltou o olhar ao seu; na imensidão daquele azul tempestuoso e triste, toda a dor que ele sentia era quase palpável.

— Não foi sua culpa, Draco. – Levou a mão até o rosto avermelhado, acariciando com suavidade sua face.

Draco se entregou àquele momento de ternura, por um instante acreditando piamente naquelas doces palavras. Mas o sonserino culpava-se por isso, e aquele era o fardo que carregaria consigo, foi um garoto inconsequente que se deixou levar pelos seus desejos, sem se importar com aqueles a sua volta.

— Foi sim, Hermione. – Falar foi difícil, a voz estava embargada, ele desabou pelos seus erros e pelo medo de perde-la. – Ela estava grávida, e por minha culpa sofreu o aborto, vê o quanto isso é grave? Eu sou um monstro... – Sentenciou em voz alta o que sempre guardou para si.

— Não, Draco. Não é culpa sua, nem dela. Não é culpa de ninguém. – Hermione insistiu, envolvendo o namorado em seus braços, abraçando-o com toda a ternura que tinha por ele. – Vocês eram tão jovens, não tinham como saber...

Draco permitiu-se ser abraçado por ela, enterrou seu rosto no vão de seu pescoço, apreciando os dedos suaves de Hermione entre os seus cabelos.

— Tive tanto medo de te perder, pensei que me culparia, pensei que se afastaria... – Confessou, envolvendo os braços na cintura da garota, certificando-se de que ela não o abandonaria.

Draco precisava de Hermione de uma maneira irracional, cada célula do seu corpo pedia por ela, a perspectiva de perde-la fez seu coração apertar, seria aquilo amor? Como ele poderia saber o que era ou não amor? Se nunca antes sentiu algo remotamente parecido?

— Você não vai me perder, querido. Eu estou com você, pode confiar em mim... – Ela beijou o topo de sua cabeça, o embalando em seus braços.

Hermione não negaria ainda estar digerindo todas aquelas informações, e mentiria se dissesse não estar magoada por Draco ter escondido o que Astória Greengrass realmente significava. Contudo, ele estava tão fragilizado, baixou todas as suas defesas ao compartilhar suas dolorosas memórias, o aborto daquele que poderia ter sido seu filho, a culpa, e o medo de perde-la.

Não, ela não se afastaria. Estaria com Draco, e faria o possível para aliviar a culpa de seu coração.

(...)

Harry Potter estava resoluto em sua decisão. Seu relacionamento com Parvati estava fadado ao fracasso desde que retomaram o namoro, ele errou em ter... “trocado” Hermione por ela, de qualquer forma, não mais perturbaria Hermione; tampouco insistiria naquele relacionamento tóxico com a indiana. Lidaria com as consequências de suas escolhas erradas sozinho.

Estava distraído com seus pensamentos, repassando mentalmente o discurso de término, de modo que não conseguiu desviar antes que seu corpo trombasse com o de uma garota. Por instinto, conseguiu segurar nos pulsos finos e não a deixou cair.

— Deveria olhar por onde anda, Potter. – Pansy Parkinson desvencilhou os pulsos das mãos dele rapidamente, praguejando mil palavrões ao ver seus livros espalhados pelo chão.

Harry conteve o ímpeto de rir mediante a irritação da sonserina, agachou o corpo para ajudá-la a recolher os livros e pergaminhos caídos durante a colisão entre os corpos.

— Você deveria me agradecer por não a ter deixado cair, Parkinson. – Ele retrucou, embora seu tom de voz denunciasse seu divertimento.

— Isso não teria acontecido se você não estivesse no mundo da lua. – Evidente que Pansy Parkinson o retrucaria com sua língua afiada, o que o fez sorrir abertamente.

— Obrigado, Parkinson. – Ele agradeceu, estendendo os livros para ela, seus olhos verdes nos breus da sonserina. – Por ter nos parado e me ajudado nos Três Vassouras. – Ele completou mediante a confusão nas feições da garota.

— Eu não fiz aquilo por você. – Ela aceitou os livros e se pôs em pé rapidamente.

— Eu acreditaria se você não tivesse demonstrado tanta preocupação... – Provoca-la foi inevitável, a ira alcançou os olhos negros, as bochechas avermelhadas, não de vergonha, mas sim de raiva.

— Nem em seus sonhos, Potter. – Antes que ele pudesse retrucar, ela voltou a caminhar com mais pressa que o normal.

Harry acompanhou-a com o olhar, deixando escapar outro sorriso genuíno. Ela sempre tinha que dar a última palavra, não tinha? E por que ele gostava tanto de toda aquela audácia? O moreno balançou a cabeça, dispersando tais pensamentos, a última coisa que queria era nutrir qualquer tipo de atração por uma sonserina melhor amiga de Draco Malfoy.

Assim que encontrou a namorada, estranhou o fato dela estar sendo consolada pela irmã gêmea e pelas amigas. O que estava acontecendo? Aproximou-se cauteloso, e assim que Parvati o avistou, lançou-se em seus braços.

— Harry... – Ele a abraçou confuso, deixando que a garota chorasse em seu ombro.

— O que aconteceu?

— Vovô... ele faleceu, Harry... – Falou entre soluços, ao erguer o seu olhar, ele viu Padma Patil chorando em silêncio.

— Lamento muito... – Falou com sinceridade, conhecia os avós das gêmeas, foram tão gentis com ele. E ele sabia o quanto a indiana e o avô eram próximos, lamentou pela dor dela. Não poderia terminar com ela, não naquele momento delicado.

(...)

Hermione estava exausta e sabia que sua aparência denunciava seu cansaço. Passou o dia reclusa com Draco, palavras não se fizeram necessárias, ela o consolou em silêncio e sabia que aquilo bastava. Em determinado momento ele pegou no sono, mas a grifinória não conseguiu nem mesmo fechar os olhos.

Não percebeu estar com fome até sentir sua barriga doer, sem opções resolveu descer para pedir comida para os elfos. Sempre gentis, eles não negaram a encher uma cesta com guloseimas variadas para ela.

Andava em silêncio, agradecendo mentalmente pelo castelo estar relativamente vazio naquela hora, mas sua paz logo foi rompida quando a cabeleira escura e os olhos verdes atrapalharam seu campo de visão.

— Hermione, podemos conversar? – Sua expressão era neutra, mas seu tom de voz denunciou sua ansiedade.

— Potter, eu não quero falar com você agora... – Estava cansada demais para discussões, tentou ultrapassá-lo mas sentiu a mão em seu braço.

— Por favor, serei rápido... – Assim que ela parou de andar, ele largou o seu braço.

Hermione suspirou profundamente, fechando os olhos por alguns instantes, antes de voltar a fita-lo. Anuiu para incentivá-lo a falar.

— Espero que me perdoe pela minha atitude nos Três Vassouras, eu perdi a cabeça... – Ele começou a falar, mas suas palavras se perderam em seu nervosismo.

Como ele não pode sair de Hogwarts para acompanhar Parvati e Padma no enterro do avô, Harry decidiu procurar por Hermione para pedir desculpas, não poderia mais postergar aquilo.

— Não é para mim que deve pedir desculpas. – Fria e cortante, sabia não ter sido educada, mas no momento pouco se importava.

Ela virou de costas, prestes a deixa-lo outra vez, mas Harry pôs-se a sua frente imediatamente. Ele não ousou toca-la, mas seus olhos procuraram pelos castanhos da garota.

— Eu sinto tanto a sua falta, Hermione. – Estava sendo sincero como nunca, realmente sentia sua falta. – Sinto falta da sua amizade, da nossa cumplicidade, você é... era a minha família. – A palavra no passado foi difícil de ser pronunciada, ainda não estava acostumado com a ideia de que a perdera de todas as formas.

A fala de Harry tocou no coração de Hermione, também sentia falta da amizade que um dia tiveram, mas era tanta coisa para absorver... como poderia lidar com tantas informações de uma só vez?

— Harry, eu realmente não posso lidar com isso. Não agora. – Foi sincera, e seus olhos lacrimejantes denunciaram seu estado. 

Harry Potter esboçou um suave sorriso, abrindo espaço para que ela passasse, não insistiria em uma reconciliação de sua amizade quando era visível que a morena não estava bem. Todavia, aquela pergunta martelava em sua mente, precisava proferi-la, precisava saber.

— Você ama ele? – Seu tom de voz saiu alto, grave.

Hermione sentiu seu corpo estancar. Amor... sempre pensou saber o que era o amor, era tão claro, tão óbvio, até não ser mais. Uma palavra tão pequena e tão repleta de significados. Não era necessário adentrar fundo em seu ser para saber a resposta, estava ali, sempre esteve ali.

— Sim... – Uma única palavra, mas foi o suficiente para um sorriso singelo se formar em seus lábios. Voltou o olhar para o antigo amigo. – Eu amo ele, Harry.

— Espero que ele te faça feliz, Hermione. – Foi difícil dizer tais palavras, embora realmente desejasse que ela fosse feliz. Perdeu Hermione, sabia disso, perdeu há muito tempo. Porém, estava decidido a recuperar sua amizade.

— Obrigada, Harry... – Um sorriso sincero que foi correspondido, um relance distante da amizade que um dia tiveram.

E para lados opostos partiram, nem ao menos notaram a garota loira que os observava com interesse.


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Notas finais do capítulo

O que acharam da história do Draco? E da reação da Hermione? E estão com saudades dos demais personagens? Algum em específico?

Beijos, e obrigada para todas que continuam me acompanhando, adoro tanto vocês. ♥



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