A Vingança de Hermione Granger escrita por Tamara


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Um agradecimento especial para as meninas que comentam, muito obrigada, esse capítulo é para vocês!
Boa leitura, lovelies! ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/82655/chapter/10

Capítulo 10

Ainda sou a mesma

Quão idiota uma pessoa pode ser? Para Hermione Granger, Harry Potter conseguiu se superar. Nem ao menos a reconheceu. Certo que estava diferente, mas ainda era a mesma.

De toda forma, deixaria para pensar nele outra hora. Naquele momento estava tão cansada, e faminta; além de estar ansiosa para rever Luna e Gina, as amigas deveriam estar amaldiçoando a morena de todas as formas imagináveis, já que esquecera de se despedir. Era uma péssima amiga, certamente, mas trataria de se redimir.

Enquanto caminhava para dentro do seu salão comunal, conseguiu a proeza de tropeçar na própria mala. Caiu de joelhos sobre o chão frio, sua mochila abriu-se no processo, deixando parte dos seus pertences espalhados.

Revirando os olhos para sua má sorte, tratou de recolher suas coisas, dois livros e alguns acessórios. Mal notou quando o loiro se aproximou, deu por sua presença ao sentir sua fragrância tão característica. Draco Malfoy cheirava a cravo, colônia amadeirada, e algo que não conseguia identificar... parecia com... livros novos?! Merlin, ela amava o cheiro de livros novos. Imediatamente tratou de dispersar tais pensamentos, aquilo era loucura.

— Sou mesmo desastrada... – Ela balbuciou, enquanto o loiro a ajudava.

Granger?— Ao voltar o olhar ao dele, notou a surpresa do sonserino. Mordiscou o próprio lábio inferior, segurando a vontade de rir. Até ele? Deveria estar mesmo tão diferente.

Sentiu saudades, Draco?— Deu ênfase no nome dele, antes de esboçar um meio sorriso. Lembrou-se de quando o chamou de Draco pela primeira vez, parecia tão mais certo do que Malfoy, Malfoy remetia ao pai do garoto, e ela não tinha boas recordações dele.

Não teve uma resposta imediata, o loiro ainda parecia surpreso, balbuciou algo que a morena não compreendeu. Ele estendeu sua mão destra ao se levantar, ela arqueou o olhar com o gesto, e um tanto aceitou sua ajuda. Seu toque era frio, enquanto a mão de Hermione era sempre quente. Até nisso contrastavam.

— O que eu ganho se falar que senti? – Ele perguntou, deixando que um meio sorriso sarcástico se fizesse presente em seus lábios, recuperando o seu porte tão característico. Sempre irônico e sarcástico, detestaria tais atributos, se não fossem acompanhados daquele maldito charme.

Hermione arqueou uma das sobrancelhas. Aquilo era um flerte? Draco Malfoy estava flertando com ela? Se fosse uma semana antes, iria corar, talvez xingá-lo, certamente iria lançar azarações; mas estava sentindo-se mais ousada, a influência das amigas americanas ainda estava presente em seu ser, dois poderiam brincar daquele mesmo jogo.

— Não sei. O que você quer ganhar, Draco? – Voltou o olhar ao dele, os castanhos fitavam os azuis acinzentados com a mesma intensidade.

Ela notou que ele vacilou, certamente não estava esperando aquela atitude, era atípico de Hermione. 

— Você está com fome? – Desviou o olhar, parecia encabulado. A mudança brusca de assunto fez Hermione conter uma risada, ponto para ela.

— Sim. Você me acompanha até o salão principal? – Perguntou enquanto deixava a mala na frente de sua porta.

— Quer ser vista ao lado de um sonserino? – A ironia, sempre presente em suas falas, estava acompanhada de surpresa.

— Minha fama não está das melhores, o que é um erro a mais? – Embora as palavras fossem duras, seu tom de voz denunciava a brincadeira contida naquelas frases.

Em meio a sorrisos contidos, caminharam rumo ao salão principal.

— Você está diferente. – Ele quebrou o silêncio confortável que havia se instalado entre os dois.  

— O que uma viagem não faz, não é? – Perguntou divertida, embora tenha estranhado o tom de voz empregado, ele não parecia satisfeito ao constatar aquilo.

— Eu estava começando a quase gostar de você, Hermione. – Ele tentou ser irônico, mas falhou miseravelmente, era palpável a verdade naquelas palavras.

Aquilo a pegou de surpresa. Primeiro flertava e depois dizia “gostar” dela? Parece que Merlin gostava de brincar com a vida de Hermione. 

— E o que quer dizer com isso? – Tentou manter a pose altiva, mas sua voz tremeu, entregando sua insegurança.

Ele pareceu notar aquilo, pois esboçou um meio sorriso.

— Nada. Só espero que você não mude. - Nunca antes Draco pareceu ser tão sincero. E ele realmente o estava sendo, por um instante, o loiro temeu que a Hermione que tanto visitava seus pensamentos não fosse mais a mesma.

— Ainda sou eu. – Afirmou com convicção, embora não tivesse tanta certeza. Quanto ela mudou? Quanto ela poderia mudar?

Era uma cena estranha, certamente. Draco Malfoy e Hermione Granger, tratando-se amigavelmente, trocando sorrisos sinceros. Entretanto, não havia ninguém nos corredores para observar o casal, estavam todos no salão principal.

Não tardou até chegarem ao seu destino. Draco postou-se na frente da morena, e ao abrir a porta, fez um estrondo maior do que o planejado. Amaldiçoou-se por não ter usado sua varinha. O estrondo das pesadas portas do salão fez com que os olhares curiosos dos alunos das quatro casas pairassem sobre o casal.

 (...)

O salão principal estava repleto de alunos. O delicioso banquete preparado pelos elfos estava posto nas mesas, mas antes que pudessem se servir, McGonagall pediu a atenção de todos para pronunciar alguns recados.

— Silêncio, por favor! – Disse autoritária, imediatamente o silêncio fez-se presente. – Primeiramente, tenho um recado do zelador Filch... vocês estão cansados de saber que não podem ficar no corredor depois das 22h00min, e NÃO é permitido beijos no meio do corredor, então peço pela milésima vez que cumpram essas regras, afinal...

— Novamente esse assunto. – Sussurrou um Rony entediado para Harry.

O moreno riu silenciosamente, tentando voltar sua atenção para a diretora.

— Então, espero que a partir de agora cumpram com essas normas. Em relação às aulas, o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas iniciará no próximo mês. E em breve, os alunos do intercâmbio chegarão ao castelo, peço que sejam receptivos, assim como as outras escolas de bruxaria serão com os alunos selecionados de Hogwarts...

O estrondo da porta interrompeu a fala da diretora, e a atenção dos alunos voltou-se aos novos visitantes.

Burburinhos começaram a preencher o salão comunal. Hermione sentia olhares sobre si, pareciam analisa-la.

Escutou um: “quem é aquela com Draco Malfoy?”

— Acho que não estão te reconhecendo... – Draco sussurrou próximo ao seu ouvido, afirmando o que Hermione já sabia.  

— Oh... quase esqueci que você viria ainda hoje. – A fala de Minerva atraiu a atenção dos alunos, a mais velha reconheceu Hermione imediatamente. – Por favor; sente-se, Srta. Granger. Espero que tenha tido uma ótima viagem.

— Foi perfeita. Obrigada! – Disse amavelmente, sorrindo para a mais velha.

Minerva, por sua vez, retribuiu ao sorriso, e deu por encerrada as notificações, dando início à refeição.

 - Vamos... – Draco depositou a mão em suas costas, incentivando-a a dar o primeiro passo. Hermione mal notou que estava estática.

A proximidade dos dois não passou despercebido pelos ali presentes. Os estudantes das quatro casas olhavam com surpresa para os dois.

Aquela é a Granger?

Ela não tinha ido embora de Hogwarts?

Ela nem se parece com a Granger!

Ela não parece estar grávida!

Grávida? Sério? Que besteira era aquela?

Hermione não compreendeu tanta surpresa e suposições ridículas, mas deixou de lado suas preocupações.

Draco contornou o corpo de Hermione, prestes a caminhar em direção à sua mesa, quando sentiu a mão quente da morena em seu braço.

— Obrigada... – Não precisou virar para trás, ela aproximou o corpo do seu, sussurrando o agradecimento próximo ao seu ouvido. – Pelo que fez por mim, antes da viagem. – Completou mediante a incompreensão do sonserino.

Hermione não esperou por uma resposta, afastou a mão do braço do rapaz, e caminhou até a sua mesa.

Em nenhum momento, enquanto se dirigia ao seu lugar junto à Gina, olhou para os lados. Manteve-se forte e não fraquejou. Tinha ciência dos olhares sobre si, mas os ignorava. Naquele dia, Gina estava acompanhada de Luna, apesar da loira ser da Corvinal, vez ou outra partilhava as refeições com as amigas na mesa da Grifinória.

— Olá, meninas. – Hermione cumprimentou as amigas, depositando um beijo na bochecha de cada uma, antes de sentar entre as duas. – O que foi? – Perguntou mediante os olhares espantados das garotas. Talvez sua “tática” de agir como se nada tivesse acontecido, não tenha dado muito certo. Hermione já estava preparada para o sermão.

— Mione! É você? – Foi uma pergunta retórica, Luna sabia que era a amiga, mas isso não a impediu de passar os dedos pelos cabelos da morena, certificando-se de que ela estava ali. – Você está linda! O que aconteceu na viagem?

— E que história é essa de viajar e nem falar nada? Pelo que eu saiba, não cai a mão escrever uma carta! – As bochechas de Gina estavam avermelhadas, evidenciando seu ressentimento. Hermione encolheu-se próximo a Luna, sabia que não escaparia de um merecido sermão da ruiva.

— Eu sei! Por favor, desculpe-me por isso. Sou uma péssima amiga, mas estava tão ansiosa em sair daqui, que acabei por esquecer de avisar vocês. – Respondeu com receio, aproximando-se da ruiva, e a envolvendo em um abraço apertado.

Gina deu-se por vencida, era verdade que estava ressentida, mas compreendia a amiga.

— Está perdoada. Mas, nem sempre sou assim tão boazinha assim, não se acostume. Além disso, tem que nos contar absolutamente tudo que aconteceu na viagem. – Disse com malícia, era visível que muitas coisas haviam acontecido, e ela merecia saber de tudo.

— Sim, queremos saber tudo. – Disse Luna animada, em nenhum momento a loira ficou magoada com a amiga, sabia que todos tinham suas razões, mas então lembrou-se de algo. – Gina, você não vai contar para a Mione o que fez? – Perguntou acusatória, recebendo um olhar raivoso da ruiva.

— O que aconteceu? – Hermione perguntou preocupada.

— É que, talvez, eu tenha incentivado certos boatos de que você não voltaria para Hogwarts. – Disse rapidamente, tomando um longo gole do seu suco de abóbora.

Constatou que era aquele o motivo de tanto espanto em vê-la.

— Por quê? – Perguntou intrigada.

— Paro o Harry se sentir culpado.

Harry. A imagem de Harry e Parvati aos beijos minutos antes estava fresca em sua mente. Ao erguer o olhar, notou que todos a observavam, interessados na conversa que estava tendo com as amigas. Aquilo a irritou profundamente, mas respirou fundo e manteve-se calma.

Há poucos metros, estava Harry acompanhado de Parvati. Foi inevitável fitar os olhos verdes, aqueles que pensou conhecer tão bem. Ele esboçou algo parecido com um sorriso, ela ignorou-o prontamente, voltando o olhar para a comida a sua frente.

Estava prestes a começar a se alimentar, quando dezenas de perguntas começaram a ser disparadas para a garota. Parecia que estavam se certificando ser realmente ela, antes de metralhá-la com perguntas desconfortáveis.

Você não estava em Ilvermony?

Não era Beauxbatons?

O que você fez com o seu cabelo?

O que você fez com o seu corpo?

É verdade que está grávida?

Escutou Gina vociferar vários “calem a boca”, mas as perguntas continuaram; fazendo-a perder o apetite, sentiu-se enjoada. Seria mais difícil do que imaginou.

— Em primeiro lugar, eu não pedi transferência. Eram apenas boatos, como podem ver. – Falou alto o suficiente para ser ouvida por todo o salão comunal, recebendo olhares espantados até mesmo dos professores. – E não, eu não estou grávida! – Completou exasperada.

Despediu-se das amigas, e saiu do salão comunal a passos duros. Assim que a porta se fechou, os burburinhos voltaram com força.

(...)

Harry olhava surpreso para a garota que acompanhava Draco Malfoy, provavelmente era da sonserina... por que aquilo o decepcionou? Tinha a impressão de que a conhecia, de que poderiam ser bons amigos, além de ser linda.

— Quem é ela, afinal? – A voz de Parvati o dispersou dos pensamentos.

Ele não precisou responder, Minerva o fez por si. Sua surpresa foi notável, assim como de todos, sentiu Parvati arfar ao seu lado, e Rony olhava para Hermione com o queixo caído, literalmente.

— Eu sabia que ela não iria embora sem se despedir... – O ruivo disse visivelmente animado, recuperando-se da surpresa inicial.

Mas Harry não prestou atenção, ele continua observando a ex-namorada, ela parecia tão próximo do Malfoy. Desde quando era próxima da doninha albina? E por qual razão estava falando no ouvido dele?

Harry mal notou que apertava o copo em sua mão, deixando cair um pouco do suco sobre a mesa.

— Cuidado, Harry! – Parvati o advertiu, observando incomodada o olhar do namorado para Hermione.

A indiana engoliu em seco, a ideia de que a Granger estava de volta em uma roupagem melhorada não era animadora. A voz irritante de Lilá ao seu lado não ajudava.

— Aquela é mesmo a Granger? Nem se parece com ela, está tão bonita. Seu namorado não para de olhar para ela, o que você vai fazer? Eu acho... – A partir de então Parvati abstraiu a fala da melhor amiga, perdeu o apetite, e olhou fulminante para Hermione.

Quem ela pensa que era para voltar dos mortos e desestruturar sua vida?

Sentiu-se aliviada assim que a petulante Granger saiu do salão, mas quando Harry fez menção de se levantar e ir atrás dela, ela segurou em seu braço.

— Nem pense nisso, Harry! – Disse entredentes, ele não tinha o direito de a humilhar para ir atrás daquela mulherzinha.

— Eu preciso conversar com ela.  – Disse ríspido, desvencilhando o braço dela e indo atrás da sabe-tudo irritante. Ela engoliu em seco e forçou-se a comer, fingindo que nada havia acontecido.

(...)

— Draco, aquela é mesmo a Granger? Desde quando vocês são íntimos? – Blaise perguntou visivelmente curioso, o loiro notou olhares sobre si, mas não estava interessado em responde-los.

— Sim, e não somos íntimos. – Forçou-se a responder, enquanto se acomodava entre Blaise e Pansy.

— Ela está bonita. E para eu dizer que uma nascida trouxa e grifinória está bonita, é porque ela realmente está... – Completou Blaise, olhando para a mesa da Grifinória com constância.

Draco revirou os olhos, e serviu seu copo de suco.

— Ela está muito gostosa, eu pegaria tranquilo. – Daquela vez, quem tomou a fala foi Nate, sentado em frente aos amigos.

Por pouco, Draco não se engasgou com o suco. Teve o ímpeto de defende-la, mas se conteve.

— Vocês são ridículos... – Pansy falou enquanto revirava os olhos. – Garotos... – Disse em um muxoxo, porém observou discretamente Draco pelo canto dos olhos, ele parecia incomodado demais com aquela conversa.

— Você não pega nem uma mosca, quem dirá ela. – Zabine disse com ar de gozador.

— Nenhum de vocês ficaria com ela, porque ela não aceitaria ficar com qualquer um de vocês. – Draco disse irritado, eles estavam testando sua pouca paciência.

— Irritou-se, Draquinho? – Nate arqueou uma das sobrancelhas, estranhando a atitude do amigo, mas o ímpeto de desafiá-lo falou mais alto. – Aposto que dou pelo menos um beijo nela.

— Aposta aceita, mas ela tem que corresponder. – Draco nem pestanejou em aceitar. - Quem perder terá que fazer qualquer coisa que o outro mandar.

— Desafio aceito. – Nate aceitou, demonstrando-se confiante; porém, o tom ameaçador de Draco o deixou receoso. De qualquer forma, agora teria que dar um jeito de beijar Hermione Granger.

— Isso vai ser divertido... – Blaise cantarolou.

Draco voltou o olhar para a mesa da Grifinória, ela parecia irritada com seus colegas grifinórios. E após o seu discurso, o primeiro ímpeto que teve foi levantar-se e ir atrás dela. Mas sentiu a mão de Pansy no seu pulso.

— Ele já está indo atrás dela. – A de cabelos curtos comentou, apontando para o Potter. – Eles precisam ficar sozinhos. Tente não demonstrar tanto seus sentimentos. – Completou em um sussurro, para que somente ele escutasse.

Draco somente assentiu, a amiga estava certa. Mas por qual razão aquilo o incomodava? Potter tentaria uma reaproximação? Ela o aceitaria de volta? Ele não a merecia, Hermione era boa demais para aquele idiota.

E para você, Draco Malfoy? Hermione é boa demais para você? A maldita voz em sua cabeça perguntou, mas ele tratou de ignorá-la.

(...)

Harry ainda estava surpreso. Precisava falar com ela, apenas olhando em seus olhos e escutando sua voz, é que se convenceria de que aquela era Hermione Granger... sua amiga.

— Espere! – Ele gritou, enquanto caminhava a passos rápidos para alcançá-la.

Hermione respirou fundo ao escutar a voz de Harry, mas continuou a andar, não queria falar com ele. Não naquele momento.

— Pare, por favor! Preciso conversar com você. – O moreno postou-se na sua frente, impedindo-a de continuar a andar.

Ela massageou as têmporas, mantendo os olhos fechados por alguns segundos, antes de voltar o olhar ao dele. Merda, por que ele estava tão próximo?

— Não temos nada para conversar, saia da minha frente! – Disse autoritária, deixando que a frieza tomasse conta de suas palavras.

— E-eu... – Ele estava surpreso com a atitude dela, tão na defensiva, tão fria. – Eu quero pedir seu perdão. Senti-me tão culpado quando pensei que nunca mais a veria...

— Pobrezinho. – Ela o interrompeu, pondo a mão no seu peito e suspirando teatralmente. – Sentiu-se tão culpado, que na primeira oportunidade que teve foi correndo se consolar nos braços da amada Parvati. – A ironia fria o chocou. Chocou mais ainda, porque era verdade.

— Eu pensei que, talvez, pudéssemos voltar a ser amigos... – Suas palavras saíram fracas, estava atordoado, não esperava que ela fosse tão... dura com ele.

— Você acha mesmo que depois de tudo poderíamos voltar a ser amigos, Potter? – Perguntou incrédula, deixando escapar uma risada forçada e sem humor.

— Você mudou muito. – Ele disse praticamente em um sussurro.

Você me fez mudar. – Retorquiu, estava tão cansada daquela conversa. Estava tão cansada de Harry Potter. – Mas não vou me fazer de vítima, não sou mais a vítima dessa história, não mais.

— Hermione, por favor... – Ele aproximou a mão do seu rosto, acariciando suavemente sua face. Ao contrário do que imaginou, ela não se afastou.

Fitaram-se por alguns segundos ou minutos. Ela podia sentir sua respiração se cruzando com a dele, tão próximos. Quando os lábios estavam prestes a tocarem-se, ela mudou de direção e depositou um beijo no queixo do moreno, antes de aproximar os lábios do seu ouvido:

— Eu mudei, Potter. E vou fazer da sua vida um inferno. – Sussurrou, fazendo todo o corpo dele estremecer. Quem era aquela?

— Durma bem, Potter. – Despediu-se, com um sorriso irônico nos lábios.

Harry estava estático no mesmo lugar. O que foi aquilo, afinal? Em poucos minutos ela o fez se sentir culpado, confuso, frustrado, irritado, com desejo e raiva. Raiva de Hermione, por tê-lo feito de bobo e principalmente raiva de si mesmo...

Ele queria tanto beijá-la. Sim... Harry Potter sentia atração por Hermione Granger. Sim, ele fez a escolha errada. E sim, ele confundiu amor com amizade, e não o contrário. Mas era tarde demais para voltar atrás.

(...)

A conversa com Harry mexeu com os nervos da garota. Ela estava irritada, e despejar aquelas palavras não trouxe a satisfação que pensou que teria. De toda forma, o banho demorado relaxou o seu corpo.

Ao sair do quarto, deparou-se com uma carta e um bilhete encantado. O bilhete era de Rony, o amigo pedia por um encontro com ela, precisavam conversar. Esboçou um sorriso, estava com saudades da amizade de Rony. A carta veio dos Estados Unidos, era das amigas, dizendo que chegariam em breve para Hogwarts. Aquilo foi o suficiente para melhorar o seu humor.

Escutou batidas na porta.

Vestia uma camisola branca de cetim, pensando ser as amigas, nem ao menos se importou em cobrir-se com um robe. Ao abrir a porta, porém, sentiu sua face se avermelhar.

Draco Malfoy não foi exatamente discreto ao abaixar o olhar pelo seu corpo. Quando planejou a visita noturna, não imaginou que ela o receberia naquele estado... por Merlin, ela era mais bonita do que imaginou.

— Er... pensei que fosse as meninas. – Pigarreou, chamando a atenção do loiro, que fixou o olhar em seus olhos, desconcertado por ter sido pego enquanto a admirava.

Ela quis rir do fato dele estar tão sem jeito quanto a garota, era raro ver Draco Malfoy desconcertado.

— Pensei que estivesse com fome. – Justificou-se, estendendo um embrulho para ela.

— Você é um anjo... – Ela comentou, enquanto pegava o sanduíche com um sorriso nos lábios.

— Eu sou muitas coisas, Hermione. – Hermione? Certo, quando aquilo começou a ficar tão íntimo? - Mas anjo, definidamente, não é uma delas. – Ela sentiu a malicia em suas palavras, ele deixou o desconcerto de lado tão rápido, e aquele sorriso sarcástico em sua bela face não ajudou a melhorar a situação.

— Obrigada, Draco. Mas estou cansada, se não se importa... – Não sabia mais se aguentaria aquele “jogo”, e o olhar dele sobre si estava deixando-a cada vez mais nervosa.

— Claro. Boa noite, Hermione. – Deu ênfase em seu nome, ele parecia tão divertido em deixa-la envergonhada. – Durma com os anjos. – Completou, antes de caminhar em direção ao seu quarto.

Hermione fechou a porta atrás de si, soltando a respiração. Aquilo foi intenso? Merlin, eram tantas emoções para o primeiro dia. Ela deixou suas preocupações de lado, enquanto comia o sanduíche trazido pelo antigo inimigo.

Sentia que sua volta para Hogwarts seria mais conturbada do que imaginou; e isso seria, no mínimo, divertido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam do capítulo? O que esperam dos próximos capítulos? Conte-me ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Vingança de Hermione Granger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.