Baile de Halloween escrita por alsakura


Capítulo 9
Capítulo IX




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O sábado amanheceu nublado e todo o castelo ansiava pela partida de quadribol. Às dez horas, a quadra já estava lotada com os alunos e professores.

As duas equipes entraram em campo. Da arquibancada pude ver um ponto, que reconheci como meu namorado, Draco.

– Eu quero um jogo limpo – anunciou Madame Hooch.

Ela soltou os balaços e o pomo de ouro e lançou a goles ao alto, dando início ao jogo. Colin Creevey fora convidado pela Professora McGonnagall para narrar a partida e assim começou:

– Montague toma posse da goles e vai em direção às balizas. Ele arremessa, mas o Rony defende. É isso aí, Rony! A Gina pega a goles e dispara pelo campo. Ela passa para Cátia Bell e, logo em seguida, desvia por pouco de um balaço arremessado por Goyle. A Cátia se aproxima das balizas, finge que vai jogar e confunde o goleiro, e marca! Dez pontos para a Grifinória. É isso aí, Grifinória! Vamos vencer esses sonserinos metidos e...

– Colin – censurou-o a Professora McGonnagall.

– Desculpa, professora – ele continuou. – Grifinória com a posse da goles. Demelza acelera em direção às balizas. Desvia de Marcus Flint e de Adriano Pucey, mas é atingida na cabeça por um balaço arremessado por Crabbe e cai da vassoura. Com isso, Montague toma posse da goles. Ele dispara pelo campo e não perde a bola para ninguém. Ele arremessa e marca! Dez pontos para a Sonserina. Com isso, o jogo está empatado em dez a dez. E até agora nem sinal do pomo. Vamos lá, Harry! Faz esse Malfoy comer poeira, Harry!

– Colin, quer voltar a narrar o jogo? – perguntou a Professora McGonnagall com a voz severa.

– Desculpa de novo, professora – ele continuou. – Gina tem a posse da goles. Ela passa para Cátia Bell, que passa para Demelza e as duas vão trocando passes pelo campo. Chegam às balizas sem dificuldade, mas não arremessam. Cátia deixa a bola cair, Gina pega e arremessa. Kevin Bletchley não consegue defender e é ponto para Grifinória! Com isso, a Grifinória está ganhando de vinte a dez! Mas o que é isso? Harry e Malfoy disparam pelo campo lado a lado. Parece que eles viram o pomo! Eles estão subindo, e subindo e eu já não consigo mais vê-los. Ai, meu Merlin! Eles estão descendo em uma finta de Wronski! Estão chegando perto do chão, e o Malfoy desviou. O Harry seguiu e parou em pé! Isso é incrível! É surpreendente! Como ele conseguiu? – Colin estava surpreso. – Espera! Ele está com alguma coisa na mão! E Harry Potter pega o pomo de ouro! Vitória da Grifinória por cento e setenta a dez! É isso aí, Harry! Muito bom!

Os sonserinos deixaram o campo, enquanto os grifinórios comemoravam a vitória. Desci da arquibancada e parabenizei Harry, Rony e Gina. Agora eu precisava achar o Draco. Fui para o Salão Comunal e escrevi uma carta endereçada a Draco Malfoy. “Onde você está, Draco? Quero falar com você .”

Desci até o corujal e vi que os grifinórios ainda comemoravam. Escolhi uma coruja parda e prendi a carta em seu bico. Sentei em um dos bancos e fiquei esperando pela resposta. Esta veio cerca de dez minutos depois. Desamarrei a carta e li. "Desculpa, Hermione. Não estou muito afim de conversar agora." Era tudo que a carta dizia. Peguei a pena que havia levado comido e escrevi a resposta logo abaixo da de Draco. "Se está chateado porque não conseguiu pegar o pomo, saiba que isso é besteira. Posso te consolar, se quiser. Estou no corujal. Venha me encontrar aqui, por favor." Mandei a carta e a resposta veio abaixo da minha, cerca de cinco minutos depois. "O.K."

Draco demorou para chegar e eu quis saber o motivo:

– Por que demorou tanto?

– Porque ouvi alguém atrás de mim e dei uma volta imensa no castelo para tentar despistar quem quer que fosse – ele respondeu enquanto fechava a porta do corujal.

– E conseguiu?

– Espero que sim. Mas agora, eu quero o consolo que me prometeu.

Ele foi se aproximando de mim com um sorriso maroto nos lábios. Retribuí o sorriso e me atirei em seus braços.

– Não precisa ficar chateado porque não conseguiu pegar o pomo, Draco – sussurrei em seu ouvido.

– Não é isso. É que pelo menos uma vez, eu queria pegar o pomo não para ganhar, mas para você – ele respondeu. – Mas eu não consegui.

– Mas foi isso que fez a diferença. Você teve a intenção. E com isso, não importa se você conseguiu pegar o pomo ou não. Importa que você quis.

– Talvez você tenha razão. Mas eu ainda queria ter conseguido pegar aquele pomo. Como me arrependo de ter saído daquela finta de Wronski! – ele lamentou.

– Esquece isso. Bom, nós estamos sozinhos e você vai voltar para casa amanhã. Acho que devíamos aproveitar o tempo que nos resta.

Me separei dele e o encarei. Ele sorriu e uniu seus lábios aos meus. O beijo começou leve e foi se intensificando. A porta se abriu de súbito e Malfoy e eu literalmente pulamos de susto. Olhamos para a porta e suspiramos aliviados ao constatar quem era.

Gina nos olhava com os olhos arregalados. Ela fechou a porta, desesperada, e nos encarou.

- Vocês estão ficando loucos? - ela perguntou. - Com um castelo desse tamanho, vocês resolvem se beijar no corujal? - ela ainda estava estupefata. - E se não fosse eu? Poderia ser qualquer um.

- Eu sei, Gina. Foi um deslize - respondi.

- Preciso admitir uma coisa - disse Draco. - Nunca estive tão feliz de te ver, Weasley.

- É mesmo, Malfoy? - Gina perguntou ironicamente. - Eu também preciso confessar uma coisa: se você não fosse namorado da Hermione, eu te mandava para um lugar onde a luz não bate.

- Gina, calma - pedi.

- Eu estou calma, Hermione. Mas eu não posso simplesmente dizer que eu gosto do Malfoy, porque eu não gosto. Você tem alguma noção de como vai ser quando o Harry e o Rony descobrirem? - ela perguntou. - O Harry tem você como uma irmã, Hermione. E eu acho que o Malfoy está logo abaixo de Você-sabe-quem e da Bellatrix na lista das pessoas que ele mais odeia.

- Gina, por favor... - tentei.

- Não, Hermione. Eu não vou falar mais nada, não se preocupa. Mas eu precisava dizer tudo isso, porque estava entalado na minha garganta. Eu vim para mandar uma carta, mas vou deixar para depois.

Ela se virou e saiu do corujal. Draco não dera uma palavra até agora. Passamos alguns minutos em um silêncio desconfortável, até que resolvi tentar quebrá-lo:

- Draco, eu...

- Não, Hermione - ele me cortou. - Sabe, no fundo ela está certa.

Eu estava incrédula. Será que ele não notava a insanidade que acabara de sair de sua boca?

Ele notou minha expressão e continuou:

- Você realmente vai magoar muitas pessoas quando todos souberem que está namorando comigo. Tem certeza de que é isso que você quer? - ele parecia estar sofrendo ao dizer essas palavras.

- O que? - senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Me aproximei de Draco, parando a cerca de um palmo dele. - Nunca mais - minha voz falhou - diga qualquer coisa desse tipo.

Pus as mãos em seu rosto e vi uma lágrima escorrer por sua bochecha.

- Eu te amo, Hermione - ele disse.

- Eu também te amo, Draco - respondi.

Fomos nos aproximando, até que nossos lábios se tocaram. Resolvi interceptar:

- Não! Não queremos cometer o mesmo erro duas vezes.

- É verdade - ele riu.

Secamos nossos olhos e ele checou o relógio de pulso.

- É melhor nós irmos almoçar - ele concluiu.

- É verdade.

Saí do corujal primeiro, e ele foi logo em seguida, como de costume.

Cheguei ao Salão Comunal, e este estava apinhado de gente. Alunos e professores comemoravam, lamentavam e discutiam o jogo enquanto comiam.

Localizei Harry e Rony à mesa da Grifinória e me sentei de frente para eles. Não pude deixar de reconhecer:

– Ótimo jogo, meninos.

– Obrigado – responderam em coro.

– Então, cadê a Gina? – perguntei, procurando-a pelo salão, e comecei a comer.

– Não sei. Ela sumiu depois jogo – respondeu Harry.

– Ela disse que ia mandar uma carta para a mamãe e não apareceu mais – disse Rony. – Cheguei a pensar que ela estivesse com você.

– É, eu até encontrei com ela. Mas depois não a vi mais – respondi.

– Bom, nesse caso eu vou procurar por ela – disse Harry, fazendo menção de se levantar.

– Usa o mapa do maroto – sugeri.

– Ótima ideia. Então, até mais – ele se levantou e saiu do salão.

Rony e eu ficamos conversando sobre assuntos aleatórios. Quando acabamos de comer, fomos para o Salão Comunal da Grifinória. Este estava quase vazio, já que a maior parte dos alunos estava comemorando nos jardins. Harry estava sentado em uma das poltronas próximas à lareira, que estava desligada, olhando para o mapa apoiado em suas pernas. Rony e eu nos aproximamos e nos sentamos.

– E então? – perguntou Rony.

– Nem sinal dela – respondeu Harry, preocupado.

– Será que aconteceu alguma coisa?

– Não – respondi. – Se tivesse, nós saberíamos. E, além disso, a Gina sabe se cuidar. Vocês vão ver: daqui a pouco, ela vai entrar pelo retrato – gesticulei para o buraco da parede –, radiante como sempre.

– Assim espero – disse Harry. – Mas a pergunta é: por que ela não está aparecendo no mapa do maroto?

Ele me olhou e Rony o acompanhou, esperando por uma resposta. Pensei por um momento e entendi:

– Mas é claro! Alguns lugares são imapeáveis. Como a Sala Precisa e a Câmara Secreta, por exemplo.

Eles se entreolharam e balançaram as cabeças, em sinal de compreensão.

– Mas a Gina não pode entrar na Câmara Secreta, porque não pode abri-la – disse Rony. – Resta a Sala Precisa.

– Eu acho que vou procurá-la – disse Harry, fazendo menção de se levantar.

– Não – afirmei e os dois me olharam sem entender. – Pensem comigo: se a Gina foi para a Sala Precisa sem avisar a ninguém, talvez ela queira ou precise ficar sozinha por um tempo.

Harry se reconfortou na cadeira e concordou:

– É, talvez você esteja certa.

Começamos a conversar até que, por volta das cinco horas da tarde, o buraco do retrato se abriu, deixando passar uma ruiva que parecia confusa e, ao mesmo tempo, decidida.

Gina cumprimentou Rony, deu um selinho em Harry e se dirigiu a mim:

– Será que posso falar com você um minuto, Hermione?

– Claro – me levantei e a segui até o dormitório feminino.

– Hermione – ela começou–, me desculpa por tudo que eu disse – uma lágrima escorreu por seu rosto.

– Tudo bem, Gina – eu disse. – Você só expressou a sua opinião. E tudo que você disse é verdade.

– Não importa. Eu não devia ter dito aquilo. O Malfoy realmente não é a pessoa que eu mais gosto no mundo, mas se ele te faz feliz, eu devia te apoiar.

Senti lágrimas brotarem nos meus olhos e transbordarem. Me aproximei de Gina, que já chorava tanto quanto eu, e pus a mão em seu ombro.

– Esquece isso, pois já está tudo bem – eu disse e sequei parte de minhas lágrimas.

– Tem certeza? Jura que não ficou chateada comigo? – ela perguntou.

– Juro, Gina. Você é como uma irmã para mim. A irmã que eu nunca tive. Eu simplesmente não consigo ficar chateada com você!

Ela se atirou nos meus braços e me abraçou, chorando ainda mais.

– Agora que já está tudo bem, vamos descer. Os meninos, principalmente o Harry, ficaram muito preocupados com você.

– É. Eu percebi pelo jeito que eles me olharam – disse Gina. – Mas não era a minha intenção.

– Eu sei.

Secamos o que sobrava de nossas lágrimas e voltamos para o Salão Comunal. Harry e Rony nos olharam assim que aparecemos nas escadas.

– Quer me contar por que sumiu desse jeito? – perguntou Harry à Gina, vindo em nossa direção com Rony em seus flancos.

– Eu precisava pensar – respondeu Gina, e abraçou Harry. – Eu não queria preocupar vocês.

– E eu? Não ganho abraço? – perguntou Rony, enciumado, cruzando os braços.

Gina, Harry e eu rimos e Rony ganhou o abraço que queria da irmã.

– E então? Onde você estava, afinal? – perguntou Rony.

Gina me olhou, tentando evitar essa pergunta.

– Se ela sumiu, foi porque quis, Ronald – eu disse. – Bom, vamos jantar? Estou morrendo de fome.

– Claro – disseram Harry e Rony.

Gina murmurou um “obrigada” para mim, sem emitir som. Me limitei a sorrir em resposta. Seguimos para o Salão Comunal, conversando despreocupadamente.

As pessoas ainda cumprimentavam os três pela vitória. Sentamos e não pude impedir meus olhos de correrem pela mesa da Sonserina. Porém, Draco não estava lá e não o vi chegar.

Fomos para os dormitórios muito tarde, e adormeci assim que minha cabeça tocou o travesseiro.


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Notas finais do capítulo

Gente, estou adorando os reviews que vocês estão deixando, mas eu quero mais para postar. Então, o que acham de me ajudarem e indicarem a fic? Iam fazer uma autora mais feliz do que ela já está. Obrigada por lerem e espero que estejam gostando.