Baile de Halloween escrita por alsakura
Assim como o mês anterior, Dezembro passou muito rápido. Entre tantas aulas e trabalhos, Malfoy e eu mal nos víamos. No final da tarde de uma sexta-feira particularmente quente, fui me encontrar com ele na Sala Precisa. Chegando ao corredor da mesma, o vi parado em frente a uma majestosa porta preta. Entrei na frente e ele foi logo em seguida, fechando a porta.
A sala estava decorada em azul e tinha apenas um sofá no centro da mesma. Ele me deu a mão e me conduziu ao mesmo. Sentamos lado a lado e ele me perguntou:
– Vai assistir ao jogo de quadribol amanhã, não é?
– Claro!
Grifinória contra Sonserina. Eu realmente esperava que ele não me perguntasse. Comecei a torcer mentalmente, mas não foi suficiente.
– Vai torcer para quem? – ele perguntou me encarando.
Suspirei. Eu realmente não queria ter que responder isso.
– Bom, vou torcer para você pegar o pomo, mas para a Grifinória ganhar – respondi, incerta.
Ele franziu o cenho e mordeu o lábio inferior.
– Desculpa, Malfoy. Mas não posso torcer contra a minha Casa! Ainda mais se for para a Sonserina.
– Tudo bem, eu sei – ele suspirou.
– Vai ficar chateado comigo? – perguntei e pus as mãos em seu rosto.
Ele estava visivelmente chateado.
– Você sabe que, além de tudo, eu não posso demonstrar que estou com você, Draco.
A expressão dele mudou quase que instantaneamente e ele abriu um sorriso que mal cabia no rosto.
– O que foi? – perguntei sem entender o motivo daquela mudança.
– Você me chamou de Draco.
– É, eu sei. Foi você que me pediu – justifiquei.
– É, mas você disse que ia ser difícil.
– E está sendo. Mas com força de vontade tudo é possível – eu sorri orgulhosa.
Ele acompanhou meu sorriso e me beijou. Mas não foi como sempre. Foi mais caloroso, mais profundo.
– Nossa! – exclamei, sem fôlego, quando nos separamos. – Se eu soubesse que você ia me beijar assim só por eu ter te chamado pelo nome, eu o teria feito antes.
Ele riu e disse, também sem fôlego:
– É que me empolguei.
– Tudo bem. Por mim, você pode se empolgar sempre – eu também ri.
– É mesmo? – ele arqueou uma sobrancelha, com um sorriso maroto nos lábios.
– Não desse jeito, Draco – censurei-o.
– Eu sei. Estava brincando – sua expressão tornou a ficar amena.
Ficamos em um silêncio incômodo por alguns momentos, mas decidi quebrá-lo:
– Reparou que a Sala Precisa optou por uma decoração azul?
– Sim, qual o problema?
– Se fosse verde, seria Sonserina. Já se fosse vermelha ou amarela, seria Grifinória.
– Mas azul é Corvinal.
– Sim, mas como nenhum de nós é da Corvinal...
– É verdade. Mas pode ser apenas coincidência – ele sacudiu os ombros.
– Não existem coincidências.
Ele franziu o cenho.
– Nada acontece por acaso – completei. – Frase trouxa – justifiquei.
Ele balançou a cabeça em sinal de compreensão.
– Então você deve estar certa – ele concordou. – Mas por que estamos falando disso, se podemos fazer coisas melhores? – ele arqueou uma sobrancelha.
– É mesmo? Como o que? – incentivei com um sarcasmo claro na voz.
– Como isso.
Ele veio na minha direção e me beijou com a mesma intensidade de antes. Ele abraçou minha cintura e foi me puxando para o lado, fazendo com que eu me deitasse por cima dele. Ficamos ali por um bom tempo, até que senti as mãos dele escorregarem até a barra da minha blusa.
Percebi que a situação estava fugindo do meu controle e resolvi interferir. Me sentei de supetão, deixando Draco deitado.
– Desculpa. Me deixei levar pela tentação – ele disse, ofegante.
– Tudo bem. É que estava fugindo de controle – respondi, também ofegante.
Ele se sentou e passou o braço pelos meus ombros. Encostei a cabeça em seu peito e verifiquei meu relógio de pulso. Já era quase oito horas.
– É melhor nós irmos ou vamos perder o jantar – eu disse.
– Qualquer coisa nós vamos à cozinha depois e pegamos comida com os elfos – disse Draco.
– Não. Agora eu sou monitora e não posso fazer isso. Aliás, nós – dei ênfase à palavra – somos monitores.
– É verdade – ele riu. - Tinha me esquecido que sou monitor.
– Esqueceu que é monitor? – perguntei com a expressão séria.
– Calma, Hermione – ele parou de rir. – É que eu me esqueço de tudo quando estou com você.
– Ah, eu tenho o melhor namorado do mundo! – amenizei minha expressão e toquei seus lábios com os meus suavemente. – Mas agora temos que ir – disse enquanto me levantava.
Ele se levantou também, se postou ao meu lado e me deu a mão. Ele me conduziu até a porta, e então para fora da sala. Ainda segurando minha mão, olhou para os lados e, constatando que ninguém estava ali, me beijou. Não foi tão intenso, porém calmo e verdadeiro. Nos afastamos depois de alguns momentos e, olhando para os lados para verificar se realmente não havia ninguém ali, protestei:
– O que deu em você? Me beijar desse jeito, no meio do castelo?
– Desculpa – ele sorriu. – Não pude resistir a você. Fiquei pensando no quanto vou sentir sua falta. Afinal, amanhã tem quadribol e depois de amanhã eu vou para casa, passar o Natal.
– É verdade! Tinha esquecido que você ia para casa!
– É. E com isso só vamos poder nos encontrar quando eu voltar – ele baixou os olhos.
– Mas ainda vamos poder mandar cartas – tentei animá-lo e, com a mão em seu queixo, levantei seu rosto, forçando-o a me olhar nos olhos.
– É verdade. Ah! Quase esqueci de te avisar. Não assine as cartas que me mandar durante essas férias. Porque se meus pais vissem, seria uma catástrofe! – ele disse sério.
– Tudo bem, eu já tinha pensado nisso.
Ouvimos passos e nos entreolhamos. Com um aceno de cabeças, nos despedimos e cada um seguiu para um lado.
Suspirei e comecei a pensar. Essa era a única coisa ruim de namorar o Draco. Tínhamos que estar sempre nos escondendo de todos. Gina era a única que sabia de tudo. Nem mesmo Crabbe e Goyle o faziam. Sabiam que Draco estava com alguém, mas não sabiam quem.
Por um lado isso me incomodava. E muito. Por outro, isso me deixava aliviada. Saber que eu não seria julgada por namorar uma pessoa que, há um ano, eu dizia odiar.
Fui direto para o Salão Comunal. Com tudo que aconteceu na porta da Sala Precisa, até me esqueci que estava atrasada para o jantar.
Harry, Gina e Rony ainda estavam lá. Porém só Rony ainda estava comendo. Me juntei a eles e começamos a conversar, enquanto Rony e eu comíamos.
Ao que pareceu, Draco também se esquecera do jantar, já que só chegou cerca de vinte minutos depois de mim.
Quando terminamos, fomos direto para os dormitórios, pois Harry, Rony e Gina disseram que precisavam dormir para estarem preparados para o grande jogo do dia seguinte.
Quando minha cabeça tocou o travesseiro, adormeci quase que imediatamente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gente, o último capítulo teve poucos reviews. Então, nesse eu quero um monte para postar mais. Pode ser? Afinal, não dói e vai me fazer muito feliz