Baile de Halloween escrita por alsakura
Passei o resto da semana sem notícias. Tentei de todo jeito tirar ele da minha cabeça, mas era simplesmente impossível.
Mas na sexta-feira tive algo com o que me alegrar. Finalmente, uma carta.
A mesma coruja parda entrou voando no Salão Principal durante o café da manhã, e trouxe uma carta, enrolada na pata, como na outra vez. A mesma letra fina e elegante trazia “Hermione Granger” na frente do envelope. Abri-o, escondendo a carta dos olhos curiosos. “Encontre-me no mesmo lugar. Entre a floresta e o lago. Às cinco, assim que terminarem as aulas. Mas ao contrário da última vez, eu já estarei lá quando você chegar.” Li e sorri, fazendo Rony, Harry e Gina ficarem ainda mais curiosos.
– O que houve? – perguntei sinicamente para Harry e Rony enquanto guardava a carta na mochila.
– O que é isso? – perguntou Rony.
– Uma carta, ora – respondi.
– Isso a gente percebeu, mas de quem é?
– De quem é o que? – tentei enrolá-lo.
– A carta!
– Que carta?
– Essa que você acabou de guardar! – ele começou a ficar irritado.
Fiz cara de desentendida. Harry continuou nos encarando, calado. Esse era o bom de Harry. Ele sabia quando não queríamos contar alguma coisa e nunca insistia nela. Gina sorriu, pois tinha entendido meu jogo, e deu uma piscadela para mim.
– Gina, você viu alguma carta? – a inclui na brincadeira.
– Não! – ela negou, rindo-se. – Rony, você ingeriu substâncias ilícitas a essa hora da manhã?
Harry abafou um risinho e pôs-se a encarar Rony, que estava ficando com as orelhas da cor dos cabelos.
– Mas é claro que não! – ele se levantou, batendo com os punhos fechados na mesa. – Vocês duas – apontou para Gina e para mim – são malucas.
Todos no salão olharam para ele e ele saiu do mesmo, batendo os pés, deixando nós três gargalhando. E posso jurar que vi o Professor Dumbledore sorrir.
A manhã se arrastou, até que finalmente passou. Fui à biblioteca devolver um dos livros de Transfiguração. Na saída, Gina estava parada à porta. Antes que eu pudesse dizer algo, ela agarrou meu braço e me puxou para trás de uma tapeçaria.
– O que está escrito na carta? – ela perguntou, animada.
– Oi para você também – eu disse.
– Oi, Hermione. Satisfeita agora? Vai, me conta logo o que está escrito, porque eu sei que foi ele que mandou.
Ela falava muito rápido. Estava agitada e a curiosidade a consumia. Peguei a carta na mochila e entreguei-a. Ela a abriu e leu.
– Você vai, não é? – ela perguntou assim que terminou de ler.
– Mas é claro! – respondi o óbvio.
Ela me devolveu a carta e guardei-a de volta na mochila. Saímos de trás da tapeçaria e fomos para o Salão Comunal almoçar. Rony passou todo o almoço nos encarando como se estivéssemos de biquíni durante um casamento.
Faltando dez minutos para as cinco horas, saí do castelo e fui em direção à Floresta Proibida. Parei à entrada, respirei fundo e chequei o relógio. Agora eram cinco horas em ponto.
Entrei na floresta e caminhei até o local combinado. Não vi ninguém de cabelos escuros. Mas, recostado em uma árvore, estava um garoto de cabelos loiros, quase brancos, e olhos cinza-azulados. Draco Malfoy. Me desapontei.
– Você de novo? O que diabos está fazendo aqui? – perguntei sem pensar. A raiva clara em minha voz.
Ele caminhou, calmo, em minha direção e parou a cerca de um metro de mim.
– Pensei que já teria entendido – ele disse como se sua frase fizesse sentido.
– Entendido o que? – perguntei confusa e irritada.
– Me encontrou na primeira vez que veio à floresta, a aula de Transfiguração sobre colorações e a carta que recebeu dizendo para prestar atenção nela. O fato de que fiz o cabelo de Crabbe ficar verde com tanta facilidade e de ter pego na biblioteca um livro sobre o assunto. E eu sei que reparou quando meu olhar cruzou com o seu durante o café da manhã no começo da semana.
Então não fora só impressão minha. O olhar dele realmente havia cruzado com o meu.
– E, pelas barbas de Merlin! Olhe a cor dos meus olhos! – ele completou, dando mais um passo em minha direção.
Fazia sentido. Tudo se ligava. Minha voz sumira.
– Eu – ele hesitou – só preciso que me diga alguma coisa.
Ele balançava a perna direita, envergonhado e impaciente e eu olhava para meus pés. Ele deu mais um passo em minha direção, ficando a dez centímetros de mim, segurou minha mão e me olhou nos olhos. Tomei coragem e sustentei seu olhar.
– Estava tudo na minha frente e eu não vi! – eu disse com um tom de entendimento.
– Você não quis ver. É diferente – ele disse. – Não podia aceitar o fato de que está apaixonada por mim.
– Eu nunca disse que estava apaixonada por você, Malfoy.
– Mas você sabe que está.
– Eu não sei de mais nada – soltei minha mão da dele. – Desculpa.
Dei as costas e saí da floresta, sem coragem suficiente de olhar para trás.
Eu, apaixonada pelo Malfoy? Ele só podia estar de brincadeira comigo.
Andei pelo castelo, tentando não deixar transparecer minha tristeza e meu desapontamento. Entrei no Salão Comunal e vi Gina vindo na minha direção.
– Já chegou? – ela me perguntou mais controlada, mas com um desapontamento claro na voz.
– É, não foi como eu esperava – respondi com o rosto inexpressivo.
– Quer me contar o que aconteceu?
– Claro, por que não?
Nos sentamos e a contei tudo o que havia acontecido na floresta.
– Nossa, Hermione. Eu não sei o que dizer – ela disse assim que terminei.
– Não precisa dizer nada. Acho que vou dormir mais cedo. Boa noite – eu disse me levantando e fui para o dormitório feminino.
Tomei um banho quente, me vesti e fui me deitar. Foi então que comecei a pensar.
“Eu, gostando do Malfoy? E ainda por cima apaixonada por ele? Eu não estava. E não podia. Afinal, ele era o Malfoy.” Foi então que me perdi na lembrança do baile.
E, perdida em pensamentos, adormeci.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O último parágrafo é uma homenagem a BabiRipper. Gente, reviews por favor. Só assim para postar mais. Espero que tenham gostado.