Baile de Halloween escrita por alsakura


Capítulo 5
Capítulo V




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Passei o resto da semana sem notícias. Tentei de todo jeito tirar ele da minha cabeça, mas era simplesmente impossível.

Mas na sexta-feira tive algo com o que me alegrar. Finalmente, uma carta.

A mesma coruja parda entrou voando no Salão Principal durante o café da manhã, e trouxe uma carta, enrolada na pata, como na outra vez. A mesma letra fina e elegante trazia “Hermione Granger” na frente do envelope. Abri-o, escondendo a carta dos olhos curiosos. “Encontre-me no mesmo lugar. Entre a floresta e o lago. Às cinco, assim que terminarem as aulas. Mas ao contrário da última vez, eu já estarei lá quando você chegar.” Li e sorri, fazendo Rony, Harry e Gina ficarem ainda mais curiosos.

– O que houve? – perguntei sinicamente para Harry e Rony enquanto guardava a carta na mochila.

– O que é isso? – perguntou Rony.

– Uma carta, ora – respondi.

– Isso a gente percebeu, mas de quem é?

– De quem é o que? – tentei enrolá-lo.

– A carta!

– Que carta?

– Essa que você acabou de guardar! – ele começou a ficar irritado.

Fiz cara de desentendida. Harry continuou nos encarando, calado. Esse era o bom de Harry. Ele sabia quando não queríamos contar alguma coisa e nunca insistia nela. Gina sorriu, pois tinha entendido meu jogo, e deu uma piscadela para mim.

– Gina, você viu alguma carta? – a inclui na brincadeira.

– Não! – ela negou, rindo-se. – Rony, você ingeriu substâncias ilícitas a essa hora da manhã?

Harry abafou um risinho e pôs-se a encarar Rony, que estava ficando com as orelhas da cor dos cabelos.

– Mas é claro que não! – ele se levantou, batendo com os punhos fechados na mesa. – Vocês duas – apontou para Gina e para mim – são malucas.

Todos no salão olharam para ele e ele saiu do mesmo, batendo os pés, deixando nós três gargalhando. E posso jurar que vi o Professor Dumbledore sorrir.

 

 

A manhã se arrastou, até que finalmente passou. Fui à biblioteca devolver um dos livros de Transfiguração. Na saída, Gina estava parada à porta. Antes que eu pudesse dizer algo, ela agarrou meu braço e me puxou para trás de uma tapeçaria.

– O que está escrito na carta? – ela perguntou, animada.

– Oi para você também – eu disse.

– Oi, Hermione. Satisfeita agora? Vai, me conta logo o que está escrito, porque eu sei que foi ele que mandou.

Ela falava muito rápido. Estava agitada e a curiosidade a consumia. Peguei a carta na mochila e entreguei-a. Ela a abriu e leu.

– Você vai, não é? – ela perguntou assim que terminou de ler.

– Mas é claro! – respondi o óbvio.

Ela me devolveu a carta e guardei-a de volta na mochila. Saímos de trás da tapeçaria e fomos para o Salão Comunal almoçar. Rony passou todo o almoço nos encarando como se estivéssemos de biquíni durante um casamento.

 

 

Faltando dez minutos para as cinco horas, saí do castelo e fui em direção à Floresta Proibida. Parei à entrada, respirei fundo e chequei o relógio. Agora eram cinco horas em ponto.

Entrei na floresta e caminhei até o local combinado. Não vi ninguém de cabelos escuros. Mas, recostado em uma árvore, estava um garoto de cabelos loiros, quase brancos, e olhos cinza-azulados. Draco Malfoy. Me desapontei.

– Você de novo? O que diabos está fazendo aqui? – perguntei sem pensar. A raiva clara em minha voz.

Ele caminhou, calmo, em minha direção e parou a cerca de um metro de mim.

– Pensei que já teria entendido – ele disse como se sua frase fizesse sentido.

– Entendido o que? – perguntei confusa e irritada.

– Me encontrou na primeira vez que veio à floresta, a aula de Transfiguração sobre colorações e a carta que recebeu dizendo para prestar atenção nela. O fato de que fiz o cabelo de Crabbe ficar verde com tanta facilidade e de ter pego na biblioteca um livro sobre o assunto. E eu sei que reparou quando meu olhar cruzou com o seu durante o café da manhã no começo da semana.

Então não fora só impressão minha. O olhar dele realmente havia cruzado com o meu.

– E, pelas barbas de Merlin! Olhe a cor dos meus olhos! – ele completou, dando mais um passo em minha direção.

Fazia sentido. Tudo se ligava. Minha voz sumira.

– Eu – ele hesitou – só preciso que me diga alguma coisa.

Ele balançava a perna direita, envergonhado e impaciente e eu olhava para meus pés. Ele deu mais um passo em minha direção, ficando a dez centímetros de mim, segurou minha mão e me olhou nos olhos. Tomei coragem e sustentei seu olhar.

– Estava tudo na minha frente e eu não vi! – eu disse com um tom de entendimento.

– Você não quis ver. É diferente – ele disse. – Não podia aceitar o fato de que está apaixonada por mim.

– Eu nunca disse que estava apaixonada por você, Malfoy.

– Mas você sabe que está.

– Eu não sei de mais nada – soltei minha mão da dele. – Desculpa.

Dei as costas e saí da floresta, sem coragem suficiente de olhar para trás.

Eu, apaixonada pelo Malfoy? Ele só podia estar de brincadeira comigo.

Andei pelo castelo, tentando não deixar transparecer minha tristeza e meu desapontamento. Entrei no Salão Comunal e vi Gina vindo na minha direção.

– Já chegou? – ela me perguntou mais controlada, mas com um desapontamento claro na voz.

– É, não foi como eu esperava – respondi com o rosto inexpressivo.

– Quer me contar o que aconteceu?

– Claro, por que não?

Nos sentamos e a contei tudo o que havia acontecido na floresta.

– Nossa, Hermione. Eu não sei o que dizer – ela disse assim que terminei.

– Não precisa dizer nada. Acho que vou dormir mais cedo. Boa noite – eu disse me levantando e fui para o dormitório feminino.

Tomei um banho quente, me vesti e fui me deitar. Foi então que comecei a pensar.

“Eu, gostando do Malfoy? E ainda por cima apaixonada por ele? Eu não estava. E não podia. Afinal, ele era o Malfoy.” Foi então que me perdi na lembrança do baile.

E, perdida em pensamentos, adormeci.


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Notas finais do capítulo

O último parágrafo é uma homenagem a BabiRipper. Gente, reviews por favor. Só assim para postar mais. Espero que tenham gostado.