Mesmo sendo domingo, eu acordei cedo na esperança de que meu príncipe entrasse em contato, como ele prometera.

A manhã estava muito fria. Troquei de roupa e fui para o Salão Principal. Estava praticamente vazio. Só o Professor Dumbledore e a Professora McGonagall ocupavam seus lugares na mesa dos professores. Harry e Rony, como eu imaginara, ainda não haviam levantado.

Tomei meu café da manhã calmamente, na esperança de que meu príncipe fosse me procurar. Aos poucos, as mesas foram se enchendo, mas ele não apareceu em nenhuma delas.

Eu estava perdida em devaneios, quando ouvi uma voz ao meu lado:

– Madrugou, Hermione?

Era Rony. Ele e Harry haviam se sentado à minha frente e me despertaram de meus sonhos.

– O que? – perguntei desorientada.

– Estamos perguntando se você madrugou, porque ainda não são nem dez horas – Harry respondeu.

– Ah! Não, eu só acordei cedo.

– E agora? Vai nos dizer quem era o seu amigo? – Rony insistiu.

– Já disse que eu não sei! Querem parar de me perguntar isso? – respondi elevando minha voz uma oitava mais que o necessário.

– Tudo bem. Não está mais aqui quem falou – ele respondeu erguendo as mãos, como quem se rende.

Uma coruja parda entrou voando no salão e pousou na minha frente sem derrubar nada. Desamarrei uma carta de sua pata e pus um biscoito de gengibre em seu bico. Ela comeu todo o biscoito e saiu voando do salão.

Na frente da carta estava escrito “Hermione Granger” em uma caligrafia fina e elegante. Eu abri a carta com cuidado para que Harry e Rony não lessem. “Encontre-me em frente ao lago, na orla da Floresta Proibida. Onde não dê para ver do castelo. Quando você chegar, eu aparecerei.” Era o que dizia a carta.

– Com licença – eu disse a Harry e Rony. – Falo com vocês depois e, por favor, não me procurem – me levantei e saí correndo, sem dar tempo para que eles falassem algo.

Saí do castelo e fui para o lugar combinado. Um pequeno espaço entre a Floresta Proibida e o lago, que não podia ser visto do castelo.

Sentei encostada em uma velha árvore gorda. Tinham se passado cerca de cinco minutos, quando ouvi um barulho entre as árvores. Só podia ser ele. Tinha que ser.