Pase lo que pase - VONDY escrita por beanunees


Capítulo 2
O que vem a seguir?




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P.O.V DULCE MARIA

 

Retornar à capital me levou a uma profunda reflexão sobre o fato de que tudo realmente terminou, embora meu subconsciente ainda me pregue peças sempre que fecho os olhos, transportando-me para o momento em que tudo começou: a reunião para a assinatura da tão aguardada Soy Rebelde Tour.

Viver esse fenômeno, subir ao palco com eles após quinze anos, reviver toda a emoção de estar novamente no RBD - mas com a certeza de que desta vez faríamos tudo à nossa maneira - fez com que a versão de mim mesma de um passado não tão distante ressurgisse plenamente, trazendo à tona todos os sentimentos que, por uma questão de sanidade mental, eu havia decidido enterrar.

FLASHBACK ON

 

Estávamos todos reunidos na casa de Anahí para um jantar decisivo, que marcaria o início de um sonho que, por muito tempo, pareceu inalcançável. Confesso que eu mesma nunca acreditei que isso se tornaria realidade. Ao longo desses quinze anos, a Televisa tentou nos reunir diversas vezes, mas as condições oferecidas, especialmente a porcentagem que eles obteriam em possíveis acordos, eram inviáveis para nós seis - incluindo Poncho, que sempre se recusou a considerar qualquer uma dessas propostas. Não o culpo por isso; a verdade é que a Televisa buscava apenas lucrar ainda mais às nossas custas, e felizmente nenhum desses acordos se concretizou.

Desta vez, a situação era diferente; o controle estava em nossas mãos, o que nos dava a ilusão de que as coisas seriam mais fáceis. No entanto, logo percebemos que não seria tão simples, pois agora tínhamos cinco pessoas, cada uma com sua personalidade distinta, unidas em torno de um único objetivo.

— Quando começaremos a discutir a setlist, pessoal? - disse Christian, rindo enquanto tomava um gole de seu vinho.

— Acho que devemos considerar o que os fãs estão ouvindo atualmente, talvez devêssemos analisar o Spotify - sugeriu Anahí, abraçada a Velasco. - Afinal, a voz do povo é a voz de Deus, não é mesmo?

Estávamos todos acomodados na ampla sala de estar, e, sinceramente, eu acreditava que minha casa era grande até conhecer a nova mansão de Anahí e Velasco. Naquele momento, parecia que o tempo não havia passado para nenhum de nós - exceto pelo fato de que agora todos têm suas famílias constituídas à sua maneira. - Era indescritível perceber que o amor que sentimos uns pelos outros permaneceu inalterado, mesmo diante dos inúmeros desafios que enfrentamos ao longo dos anos. Se fôssemos listar todos esses problemas, creio que o papel não seria suficiente.

— Creio que podemos deixar esse assunto para a próxima reunião. Por ora, prefiro acreditar que nossas vidas não dará uma reviravolta completa - disse Christopher, tomando sua dose de whisky de uma só vez, enquanto acariciava a perna de Samantha, sua namorada.

— Ah, não seja tão dramático, bebezito! Eu sou a grávida aqui, então, a única que pode resmungar sou eu - brincou Maite.

— Não estou sendo dramático, apenas estou sendo realista. Imaginem ter que conviver com vocês todos os dias ao longo do próximo ano? Apenas de pensar nisso, sinto-me envelhecer - retrucou Ucker.

— O membro mais jovem do grupo acabou se tornando o mais velho de tão chato. Não seja tão ranzinza, bebezito - acrescentou Anahí, defendendo a nossa querida grávida.

— Não se envolva em uma disputa sabendo que a perderá, meu caro - observou Christian, demonstrando sua lealdade às meninas.

Christopher permaneceu em silêncio durante a maior parte do jantar, falando apenas ocasionalmente. O que ele tinha de reservado, Christian compensava com seu excesso de palavras, o que tornava a dupla "Los Chris" perfeitamente equilibrada.

Agradeci mentalmente pelo silêncio de Christopher; talvez ele estivesse tão desconfortável quanto eu, fazia muito tempo desde que passamos algumas horas juntos. Além dos seis membros do RBD, pouquíssimas pessoas conheciam nosso passado conturbado, incluindo nossos respectivos parceiros - ao menos no que me diz respeito. - Não via necessidade de contar a Paco sobre nossa história, afinal, era uma narrativa que pertencia apenas a nós dois.

— Concordo com o Ucker, embora possa me arrepender disso em cinco minutos - digo, soltando uma gargalhada - para ser sincera, só quero apreciar nossos últimos momentos de tranquilidade.

— Pelo amor de Deus, Chucky... desde quando você e o gatão concordam em algo? A paz entre vocês só passou a reinar depois que... - Ele mal conseguiu concluir a frase, pois Anahí o beliscou discretamente - depois que o RBD acabou e vocês deixaram de conviver no mesmo ambiente - finalizou, sorrindo para disfarçar o desconforto causado pelo beliscão da loira.

— De fato, os dois viviam entrando em conflito, e na realidade, todos nós nos envolvíamos em discussões frequentes, muitas vezes por motivos aleatórios - comentou Maite, tentando aliviar a tensão.

— Até mesmo pelas roupas de baixo custo que éramos obrigados a usar nos shows - acrescentou Anahí, dando uma risada.

— Não me faça lembrar dessas disputas sobre roupas, era um verdadeiro caos ter que brigar por um pedaço de pano - finalizei.

Depois daquela noite, nossas vidas nunca mais foram as mesmas...

 

FLASHBACK OFF

 

Lembrar daquele dia me traz um profundo sentimento de felicidade, que sempre manterei guardado em meu coração. Dediquei-me de corpo e alma a esse projeto, vivenciando aqueles meses com a intensidade de quem encara os últimos dias de sua vida. Apesar da minha experiência como veterana nos palcos, sentia-me como uma mera iniciante, como se todo o meu futuro dependesse dessa turnê.

— Amor, você quer uma carona para buscar a Mapi na creche? - Paco me retira dos meus pensamentos e me traz de volta à realidade. - Ou seu carro já retornou da oficina?

— Ele ainda não voltou, você poderia buscá-la para mim? Minha cabeça está prestes a explodir e eu gostaria de tomar o remédio antes, para que ele tenha tempo de fazer efeito. Quando vocês voltarem, eu irei arrumar a Mapi e levá-la para a casa da minha mãe, que está ansiosa para ver a neta.

— Claro, posso fazer isso. Depois deixarei vocês na casa da sua mãe e retornarei ao estúdio. Não posso me afastar por muito tempo, pois eles começam a me ligar, como você sabe.

— Entendo, meu amor. Agradeço por buscar nossa pequena. Aproveitarei para me arrumar - respondo, tomando o remédio e indo em direção ao banho.

Após me arrumar e separar a roupa da Mapi, sinto alguém agarrar minhas pernas com bastante força. Viro-me e vejo minha pequena, a abraço e permaneço com ela por um bom tempo antes de seguir para a casa da minha mãe.

 


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