Entre Magias e Segredos: O Poder Oculto de Lyra escrita por Alice Shalom
O sol estava nascendo sobre a Academia Arcana de Artes Mágicas, uma escola secreta situada em uma cidade moderna. Com suas torres altas e arquitetura antiga, a escola parecia fora de lugar, mas era invisível para os olhos comuns. Os alunos, vestidos em uniformes tradicionais, começavam a encher os corredores e salas de aula, prontos para mais um dia de estudos místicos.
Lyra estava em seu dormitório, preparando-se para o dia. Seu uniforme estava impecável, e sua mochila estava cheia de livros de feitiços e anotações, mas, ao contrário dos outros estudantes, ela tinha um segredo. Ninguém sabia que Lyra possuía habilidades muito além do que qualquer outro na escola poderia imaginar. Seus poderes mentais eram tão vastos que ela poderia moldar a realidade ao seu redor, e suas habilidades físicas desafiavam as leis da natureza.
Hoje, havia uma aula especial marcada: um teste de habilidades mágicas, onde os alunos precisavam demonstrar suas capacidades em frente aos professores mais poderosos da academia.
Lyra se sentia confiante, sabendo que, se quisesse, poderia dominar o teste com facilidade. No entanto, decidiu que o melhor curso de ação era manter um perfil discreto. Seus poderes eram um trunfo que ela não estava pronta para revelar, especialmente em um ambiente onde a competição e a inveja eram comuns. Com isso em mente, ela se dirigiu à sala de testes.
A sala de testes era grande, com paredes revestidas de pedras antigas que pareciam pulsar com magia. Diversos alunos já estavam lá, alguns praticando feitiços simples, outros nervosamente folheando seus livros. Os professores, figuras imponentes com longos mantos, observavam silenciosamente.
Lyra percebeu que alguns estudantes olhavam em sua direção, murmurando entre si. Um grupo específico, liderado por Lúcia, uma garota conhecida por seu talento e arrogância, parecia particularmente interessado nela. Lúcia tinha um histórico de humilhar aqueles que ela considerava uma ameaça, e Lyra podia sentir o olhar crítico dela em sua direção.
“Vamos ver do que você é capaz, novata,” Lúcia disse em um tom baixo, mas cheio de malícia, enquanto Lyra passava por ela.
Lyra ignorou o comentário de Lúcia, decidida a não dar a ela motivos para implicar. O professor responsável pelo teste, Professor Álvaro, um homem de meia-idade com uma aura serena, chamou por Lyra.
“Lyra, por favor, mostre-nos sua habilidade de manipulação de objetos,” ele disse, apontando para uma série de pequenas pedras dispostas sobre uma mesa no centro da sala.
A tarefa era simples: levitar as pedras e organizá-las em uma formação específica. Para muitos, isso exigia concentração e prática, mas para Lyra, com sua vasta gama de poderes, era uma tarefa trivial. No entanto, lembrando-se de seu plano, decidiu se conter.
Estendendo a mão, ela fingiu se concentrar intensamente, como se o esforço estivesse no limite de suas capacidades. As pedras tremiam levemente no ar, movendo-se com lentidão e hesitação. Algumas delas caíram no processo, antes que Lyra finalmente completasse a tarefa com as pedras dispostas em uma formação simples, bem aquém do esperado para alguém com seu nível de potencial.
O Professor Álvaro anotou algo em seu caderno, com o rosto impassível. “Satisfatório, Lyra,” ele disse, sem dar muita importância. O grupo de Lúcia assistia com expressões que misturavam surpresa e desprezo, satisfeitos por ela não parecer uma ameaça.
Enquanto Lyra retornava ao seu lugar, Lúcia sussurrou algo para uma das amigas, e Lyra ouviu a risada abafada delas. Apesar disso, seu plano funcionou; ninguém parecia notá-la como alguém excepcional.
No entanto, algo incomum começou a acontecer: Lyra sentiu uma leve presença mental, como se alguém estivesse tentando sondar seus pensamentos. Ela buscou manter sua mente no presente, pensando se haveria alguma atividade para fazer no dia seguinte na escola. Bloqueou informações importantes que estavam em sua mente, fazendo parecer que era uma aluna super normal se alguém lesse todas as suas memórias. Recriou memórias também, se necessário, para parecer bem normal.
A intrusão continuou por mais alguns segundos, mas Lyra sentiu que quem quer que estivesse tentando acessar sua mente estava encontrando apenas o que ela desejava que vissem: uma aluna normal, talvez até um pouco insegura.
A presença mental se retirou, satisfeita ou talvez frustrada por não ter encontrado nada de valor. Lyra olhou discretamente ao redor da sala, tentando identificar a origem da tentativa de invasão, mas todos pareciam concentrados no teste ou em suas próprias preocupações.
No entanto, algo chamou sua atenção: um aluno que ela nunca tinha notado antes estava olhando diretamente para ela. Ele tinha um sorriso enigmático no rosto.
Lyra observou o rosto do aluno, memorizando cada detalhe: seus olhos penetrantes, o cabelo castanho desordenado e o sorriso enigmático que não parecia desaparecer. No entanto, decidiu manter sua expressão neutra, fazendo uma cara de desentendida, como se não tivesse notado nada fora do comum.
Ignorando o olhar dele, Lyra fingiu estar interessada no próximo aluno a ser testado, desviando sua atenção para o que estava acontecendo ao seu redor. Enquanto isso, manteve uma vigilância discreta, prestando atenção em qualquer movimento suspeito vindo daquele estudante.
A aula prosseguiu, e ninguém parecia notar a breve troca de olhares. Lúcia e seu grupo, aparentemente satisfeitos com seu desempenho "medíocre", voltaram a cochichar entre si, perdendo o interesse em Lyra. O aluno enigmático, por outro lado, eventualmente desviou o olhar, voltando sua atenção para algo em seu caderno, como se nada tivesse acontecido.
Quando o teste finalmente terminou, os alunos foram dispensados para o restante do dia. Lyra agora tinha tempo livre antes do jantar.
Apesar da intensa curiosidade sobre o aluno enigmático, Lyra decide manter o controle. Usar seus poderes para investigar seria tentador, mas poderia levantar suspeitas, algo que ela está empenhada em evitar. Em vez disso, opta por explorar as áreas sociais da escola, uma forma de relaxar e observar sem chamar atenção.
A Academia Arcana é vasta e cheia de recantos interessantes. As áreas sociais são especialmente vibrantes, com grupos de estudantes se reunindo em diferentes espaços: a biblioteca, o salão de jogos, o pátio central com suas árvores encantadas e até a cafeteria mágica, onde as bebidas mudam de cor e sabor conforme o humor de quem as bebe.
Lyra caminha pelos corredores de pedra, observando os alunos em seus grupos. Alguns estão discutindo feitiços, outros rindo de piadas internas, e alguns, como ela, estão sozinhos, absorvidos em seus próprios pensamentos.
No pátio central, Lyra encontra um lugar tranquilo sob uma árvore cujas folhas brilham suavemente com luzes etéreas. A atmosfera é calma, mas o lugar oferece uma excelente vista de todo o movimento ao seu redor. De onde está, pode observar os grupos de estudantes sem ser notada, uma excelente posição para manter sua vigilância discreta.
Enquanto relaxa sob a árvore, uma aluna do primeiro ano, visivelmente nervosa, se aproxima. Ela parece ter se perdido e está segurando um mapa da escola.
"Desculpe... você sabe onde fica a sala de práticas elementais?" a aluna pergunta timidamente.
Lyra, percebendo a oportunidade para ajudar e, ao mesmo tempo, desviar o foco de sua própria vigilância, responde:
"Não sei exatamente, pois sou nova aqui. Mas você pode perguntar aos veteranos; eles costumam conhecer bem os locais. Se tiver medo de ir sozinha, posso acompanhá-la."
A garota parece aliviada com a resposta e concorda com um leve sorriso:
“Obrigada, seria ótimo,” ela responde, relaxando um pouco.
Enquanto caminham pelo pátio em busca de um veterano que possa ajudar, Lyra discretamente ativa um de seus poderes mentais: a habilidade de rastrear e monitorar a presença do aluno enigmático. O processo é sutil e quase imperceptível, permitindo que ela saiba a localização dele em tempo real, sem precisar invadir sua mente.
À medida que Lyra e a aluna avançam pela escola, ela sente o aluno enigmático se movendo para o lado oposto do campus, em direção ao prédio onde ficam as salas de estudos avançados. Isso a tranquiliza; ele não parece estar prestando atenção nela no momento.
Finalmente, elas encontram uma veterana de aparência amigável, que fornece à aluna do primeiro ano as direções corretas para a sala de práticas elementais.
“Obrigada pela ajuda,” diz a aluna, sorrindo para Lyra antes de correr em direção à sua aula.
Determinada a descobrir mais sobre o aluno enigmático, Lyra começa a seguir sua localização. Usando seus poderes, não é necessário estar fisicamente presente para rastreá-lo; ela pode sentir a direção e a distância em que ele está, como se tivesse um mapa mental.
Ele está se movendo pelo campus, entrando no prédio das salas de estudos avançados. Este prédio é menos frequentado pelos alunos comuns, reservado para experimentos mais complexos e estudos independentes dos alunos mais avançados. Com cuidado, Lyra se aproxima, mantendo-se fora da vista e usando sua habilidade de atravessar objetos para passar por paredes e corredores sem ser notada.
Finalmente, ela chega a uma sala de aula no andar superior, onde sente a presença dele. Espiando através da porta entreaberta, Lyra vê o aluno enigmático em pé diante de uma série de livros e pergaminhos espalhados sobre uma mesa. Ele parece concentrado, com uma aura de poder e mistério que faz Lyra se perguntar quem ele realmente é.
Enquanto ele estuda, Lyra nota que ele está examinando um antigo pergaminho de encantamentos mentais, semelhante aos que ela já dominou. Isso desperta ainda mais sua curiosidade, mas ela mantém a calma, observando atentamente.
De repente, o aluno enigmático para abruptamente, como se um instinto profundo tivesse despertado. Ele vira a cabeça lentamente, seus olhos se estreitam com uma intensidade que faz o coração de Lyra acelerar. O olhar penetrante dele parece atravessar a porta e alcançar diretamente onde ela está oculta, como se pudesse sentir sua presença mesmo sem vê-la. Lyra prende a respiração, a tensão no ar é palpável, e o aluno enigmático permanece imóvel por um momento interminável, seus olhos fixos e carregados de um mistério inquietante. O silêncio na sala é ensurdecedor, e o mundo parece girar em câmera lenta. A sensação de estar descoberta é esmagadora, e a pergunta paira no ar: o que ele sabe? O que ele fará a seguir? Lyra está a um passo de ser revelada, e o suspense é tão denso que quase pode ser tocado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Tá aí, espero que gostem, a história já está praticamente pronta no meu rascunho, vou postando conforme vocês forem gostando. Então favorita aí! ^o^// beijinhoooss