Among Other Kingdoms - Quinta Temporada escrita por Lady Lupin Valdez, Break


Capítulo 1
Eco das Promessas Esquecidas


Notas iniciais do capítulo

Olá 5ª Temporada!! Tudo bueno?!!
?’Era só ligar o computador, deixar carregar, abrir e postar. Mas, as coisa não tão planejadas são ótimas surpresas.

O resultado final não ficou como eu esperava, mas, está incrivelmente intrigante; talvez longo, por isso, não gosto de começar os primeiros capítulos...

~Enjoy♥



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Auterpe para Interlok para evitar saber dos filhos de Estela e de todo comportamento bondoso dela; olhar para a cunhada era como ver uma versão inversa de si mesma Porque para Estela, tudo era perfeito. Mas, estar em Interlok era pior. Elogios vindos de James, xingamentos vindos de Joice; o nome de Estela não saia da boca de nenhum deles. A Rainha de Ruphira não aguentou ficar na mesa durante o jantar, ela se retirou para um quarto que ela escolheu; não era um quarto grande; mas, foi o quarto mais afastado e longe de vozes e murmúrios que a fez se acalmar. Entre partes, sua mente estava a mil, os pensamentos, tantas perguntas sem respostas. Perseu estava feliz, estava radiante.

O que também incomodava a irmã, durante anos não conseguiu ver um sorriso autentico do gêmeo, uma gargalhada, uma força chamada “esperança”. Perseu tinha vontades e deveres, esperança de que algo desse certo ele não tinha. Enquanto ela olhava pela janela vendo a lua iluminar um pouco as montanhas, pois, não era lua cheia, ela ninava Rigel em seu colo, enquanto em seu peito parecia surgir uma tempestade. Ela também era uma Rainha incrivelmente forte, que sobreviveu a muitas mais coisas que a outra, ela literalmente sobreviveu, lutou para ficar viva, sofreu perdas e foi machucada; porque Auterpe não tinha escolha. Estela? Hãn, Estela tinha muitas escolhas, mas, ser incrivelmente adorada e reverenciada era muito melhor do que lutar e se virar.
 Perseu era tão idiota, ele não precisava de um aliado do outro lado do Portal, tudo era culpa dele, se ele não tivesse a aceitado, não a tivesse trago junto, a ajudado quando ninguém pediu ou mandou, talvez muitas coisas ruins não teriam acontecido, talvez outras. Naquele momento, ela estava em conflito se William era confiável como esposo e marido. Quando ela viu que Rigel dormiu o colocou na cama e colocou panos em volta dele para que ele não caísse da cama. Ar, Auterpe precisava caminhar.

Enquanto caminhava pelos corredores, sentia um incomodo no peito, Estela tinha todos os homens aos pés dela, só precisava piscar e eles caiam de joelhos, ainda conseguia ver isso em Interlok, ela era amada, tem dragões cabelos brancos e olhos verdes claros; muito parecida com ela. Quase como ela. A tristeza bateu em seu rosto, pelos deuses, era difícil ela arrumar um pretendente, todos sabiam de quem ela era filha, todos temiam ela, todos evitavam ela. E como Estela teve filhos, filhos que Auterpe perdeu.

—Rainha Auterpe? – Ela saiu de seu transe e encarou James, ele a olhava confuso, na qual ela retribuiu. – Está se sentindo bem? Aconteceu alguma coisa?

—Estou não aconteceu nada. – Ela arrumou a postura. – Estou apenas, caminhando. Pensando, tentando aproveitar o silêncio.

—William sabe que está aqui? – Ele havia feito aquela pergunta tantas vezes que aquilo já estava a irritando. O sorriso dele era curioso, talvez fosse por ego ferido.

—Não importa. – Auterpe deu de ombros e continuou caminhando.

—Estevão nunca deixaria a Rainha Estela andar sozinha sem ter um monte de pessoas procurando ela. – Auterpe revirou os olhos e se virou para o homem. – Posso tomar a liberdade de perguntar, William não é um Rei, não é? Ele é um Rei honorário, certo?

—Eu não lhe dei liberdade nenhuma. – Ela retrucou. – E o que tem de errado de ele ser um Rei honorário? Porque isso te importa?

—É que... – James tinha um sorriso ardiloso nos lábios, o que para ela parecia alguma implicância, certeza que era implicância porque Estela não o escolheu. – Vossa Majestade deve ter tido muita coragem de ter se casado com o Sr. William.

—Perdão, coragem?! – Ela juntou as sobrancelhas confusa. – Porque eu precisaria de coragem?

—Ora; bem, digamos que... – Auterpe avançou contra James colocando o dedo na boca dele, o que o assustou, principalmente porque sentiu como se os seus lábios estivessem sendo rachados.

—William que teve coragem de casar comigo! William é quem deve me temer, eu não tenho medo dele, independente do que ele faça, fez ou fará de cruel. Eu não sou uma Rainha indefesa. Eu não sou como Estela! – James deu dois passos para trás e deu uma risada de canto.

—Claro que não; ela é bem mais delicada que vossa Majestade. Mesmo vocês sendo muito parecidas, Vós sois uma Rainha diferente e. – Cinco segundos, foi o tempo que o punho de Auterpe atingiu o queixo de James e o homem caiu contra o chão. A Rainha de Ruphira arfou irritada, ela não veio de tão longe para ser comparada com ninguém. Ao se agachar na altura do homem ela o encarou com fúria.

—Está sendo muito engraçadinho para um mero mortal... Vocês mortais são tão... Matáveis. – A Rainha de Ruphira se levantou e continuou sua caminhada com a frase de Joice na cabeça. Ela não se importava se anteriormente William tivesse deitado com outras mulheres, ela também ficou com alguns homens, mas, nenhum era sequer parecido com seu agora esposo, sem cabelos pretos, sem olhos azuis, quanto mais diferentes o possível era melhor. Mas, e se William e Estela tiveram alguma interação? Que os deuses se preparassem para receber a alma e o corpo do seu marido, pois, seria muita afronta com ela.

***

Depois de três dias, Auterpe e Rigel voltaram para Drakoj, não houve muitas explicações, se sentia um pouco leve, um pouco incomodada, sim, William tinha uma expressão horrível no rosto, mas, era estranho mesmo assim, o clima era envolto de tantas coisas no decorrer do tempo que a tiravam da realidade, apenas quando Orion disse que haviam feito um sacrifício para Rigel se manter seguro no refúgio ela saiu do seu transe e percebeu que havia outras pessoas que precisavam da atenção dela. Seus filhos.

Foi quando as coisas começaram a ficarem tensas; Perseu e Auterpe estavam ansiosos para voltarem para Pardóx, a gêmea era compreensível querer ir embora, foi aniversário de Orion e já deveria ser a sua coroação; e claro, com Rigel no refúgio mesmo com o choro falso e vergonhoso de Joice, estava tudo seguro para ela voltar; agora por parte do Rei de olhos azuis era por desconforto, os filhos de Estela estavam dando um gelo no padrasto, isso foi desde que a guarda do dragão voltou.  Sem contar que Auterpe via certa inveja vindo de Ethan para Orion, o que não parecia preocupar William mesmo que ela estivesse incomodada e o filho também.

Ao final da noite do baile que celebrava o aniversário de Artemisa e Eilon; tudo parecia resolvido, mesmo que Eilon estivesse irado por sua mãe ter se casado com Perseu e tendo tomado um grande rancor do Rei de Saphiral, logo acabaria, ele voltaria para o universo dele e tudo ficaria bem. Algumas coisas voltariam ao normal, não necessariamente tudo, porque infelizmente, Estevão não voltaria, mas, Perseu partiria então, tudo daria certo. Esse era o plano, seria a última noite em Calasir, logo após o desjejum seria a partida deles e a abertura do portal, porém, Estela teve um sono turbulento, perturbador, apavorante, o que a fez acordar no meio da noite completamente suada, assustada e tremula.
 A Rainha, agora de Saphiral acordou sentindo o ar invadir seus pulmões de maneira ardida. Ela sentou na cama, observando o quarto quase vazio, sentiu algo mexer em seu ventre, a fazendo olhar para a barriga de grávida, seu corpo tremia e sua respiração estava irregular. Ela estava suada, como se a noite estivesse muito quente, então, disfarçadamente, ela se levantou da cama, olhou para Perseu por um instante, passou a mão em seus cabelos e logo em seguida foi para a sala de banho. Assim que ela se afastou da cama, ele abriu os olhos e a seguiu com o olhar por um tempo antes de se levantar e segui-la.

—Você está bem? – Perseu surgiu na porta da sala de banho e então foi como se uma brisa de verão soprasse nela.

Estevão não voltaria aquilo não havia passado de um pesadelo. Um terrível pesadelo. Perseu pegou Estela, a aninhou em seus braços e a segurou no colo, podia sentir o corpo da esposa tremer, ela estava suada, agitada, sua expressão era de puro pânico, desespero, medo. Depois de um bom momento em silêncio, a acalmando, Perseu beijou carinhosamente sua testa com cuidado e carinho. Foi quando ela olhou para ele, tocou em seu rosto.

—Está melhor? – Sua pergunta soou preocupada, suas mãos passavam pelos braços e costas dela. – O que aconteceu? Sísifo está agitado? Eu te machuquei durante o sono? Está desconfortável? Porque saiu da cama?

—Eu tive um pesadelo. Foi horrível! Foi sombrio! Apavorante, eu quase morri e. – Ela disse com uma voz abalada, ainda estava com medo, e se quando saísse do quarto de manhã ouvisse a voz dele? Dessa vez as coisas seriam tão reais quanto o pesadelo, com diferença que dessa vez, ela não acordaria do sonho, talvez acordaria em outro plano, antes de continuar a frase, ela começou a chorar havia dor e medo nas suas lágrimas, Perseu a abraçou, a colocando entre seus braços, em direção ao seu corpo, como se asas de dragão a cobrissem e a protegessem, sim, Perseu tinha esse abraço que era um encaixe perfeito, como se a guardasse em seu corpo, alma e coração.

—Foi só um pesadelo... Está tudo bem. – Ele disse com calma acariciando seus cabelos com doçura e paciência. – E seja o que for, eu estou aqui, nada vai te machucar, ninguém vai te fazer sofrer novamente. – Perseu olhou para cima pensativo. – Tudo bem, meus filhos te machucam, e eu sinto muito. – Estela deu um pequeno sorriso com a frase, era outro sentimento estar com ele. Quase jovial. – Quer me contar o que aconteceu? Se você contar não vai se realizar... – Ele tirou as mechas de cabelos do rosto de Estela; e a olhou com um sorriso protetor no rosto; o Rei de olhos azuis respirou fundo, gostava daqueles olhos, daquela feição, era como foi quando viu ela indefesa pela primeira, vez á 15 anos atrás. Para Estela, ele continuava a ser o estrangeiro que reensinou ela a amar.  – Me conte querida, tudo vai ficar bem, eu estou aqui.

Estela respirou fundo, se aprofundou mais nos braços e calor dele. Foi quando ela começou a contar o pesadelo, na qual estava tudo bem na manhã seguinte, mas, quando desciam, davam de cara com Estevão, e toda a sucessão de acontecimentos que aconteciam em seguida a volta apavorante de Estevão. Ela contou cada detalhe, cada parte, cada palavra, contou das dores e dos comentários, depois de um tempo, o Rei apenas apoio o queixo na ponta da cabeça dela, acariciava seus cabelos, rosto e costas e ouvia, estava ali como o porto seguro dela. Mesmo que algumas partes do sonho fossem muito duras e dolorosas de ouvir. Perseu ouviu atentamente o pesadelo perturbador de Estela, ele sentiu um nó na garganta, afagava os cabelos da esposa e limpava suas lágrimas, ele tentava. Mas, quando ela contou que acordou e viu que tudo não passava de um pesadelo sentiu o beijo demorado de Perseu em sua testa.

—Isso nunca iria acontecer. – Estela ficou em silêncio, ela temia que acontecesse. – Nunca iria dizer nenhuma palavra que te magoasse, e mesmo que acontecesse, o que não vai, nosso casamento foi de sangue e fogo; é o elo mais forte que existe, o fogo pode se apagar, mas, o sangue sempre irá circular e o fogo poderá ser acesso. Foi uma união de almas. Olhe para mim... – Ele pediu de maneira gentil. – Você precisa mesmo de uma guerra para provar que eu te amo? – Estela ficou em silêncio. – Eu posso travar uma guerra com Ares, com Hera, com Poseidon. – Ele tocou o nariz dele no dela. – E Zeus que não se atreva a olhar para você com segundas intenções; eu destruiria o Olimpo por você!

—Você não faria isso. – Ela disse baixinho, sabia que ele não faria guerras. – Não precisaria... – Perseu inclinou a cabeça, ficou pensativo. – Você já luta com muita coisa esquisita.

—(...) Sim; eu luto. – Houve uma longa pausa. Apenas pela palavra dela, tinha uma coisa que Perseu não poderia negar, ele nunca seria como Estevão, parecia que o defunto moribundo tinha um poder imenso nela mesmo morto. E claramente, ele não poderia competir com o antigo Rei de Calasir, nunca, não importa o que fizesse pelo que ele ouvia, nunca iria superar Estevão, em absolutamente nada, era nítido nisso. Já havia discutido com Eilon, com certeza os irmãos manteriam o exemplo do mais velho, o que era horrível, não por ter alguém com raiva dele, disso ele já tinha gente o suficiente, mas, era enteado dele, filho de Estela, e querendo ou não, precisava manter um bom relacionamento entre eles. Perseu resolveu limpar a mente disso e mudar de assunto. – Qual nome foi que Estevão disse no seu pesadelo?

—Ikelo. – Ela repetiu com um arrepio na espinha. – Perseu arfou com incomodo, Estela o olhou sem entender.

—Atena não desiste mesmo... – Ele acariciou a barriga dela com carinho. – Eu vou ter que cuidar disso, eu não quero que ninguém te assuste mais. – Ela deu um pequeno sorriso. – Aliás, eu acho que me precipitei; você gostaria de se despedir do Reino que te acolheu por anos antes de ir para o outro lado? – Estela não havia pensado nisso, ajudou tanto aquele Reino, os súditos, os salvou, os protegeu, era a Rainha amada de Calasir, o Reino mudou por causa de Estevão, mas, dela também. Foi quando ela concordou, gostaria sim de ter uma despedida, mostrar a todos que o Reino estava nas mãos certas, queria demonstrar que se importava com eles, era uma boa ideia.

Eles passaram o resto da noite conversando sobre isso, sobre uma cerimônia de despedida, sobre Ikelo, que na verdade, Perseu conhecia como Photebor, o deus dos pesadelos, que tem a capacidade de aparecer no reino dos mortais, alternando sua forma física para interagir com os mortais. E como Atena apareceu primeiro, ele foi enviado por ela, o que significava que ele assumiu a forma de Estevão e usou os próprios medos dela contra ela mesma. E como Ikelo é irmão dos deuses personificação do sono da morte; era para ela ter morrido no pesadelo; mas, alguém a acudiu, com certeza Sísifo, ou como ela forte mais do que ela imaginava, ela própria se salvou. O que a deixou corada. Estar com Perseu era uma lembrança constante do quão forte ela era, que qualquer coisa era apenas um suplemento da força dela, e com ele, a força era igual, sendo assim, as coisas eram mais justas.

 Estela apenas conseguiu dormir quando o sol amanheceu e praticamente quase hora do desjejum, Perseu deu um beijo carinho primeiro em Sísifo e depois na esposa; ele respirou com um pouco de amargura na boca, Atena não fez isso apenas para atormentar Estela, ela fez isso para machucar ele também; bem onde doía que poderia significar que ele até tinha o direito de ser feliz, mas, seria extremamente difícil. Perseu se vestiu com as vestes reais e abriu a porta devagar, saindo do quarto e deixando Estela descansar, enquanto caminhava pelo castelo, Artemisa segurou em seu braço animada, finalmente iria voltar para Saphiral, de onde não deveria ter saído. Não estaria fugindo, poderia rever os outros com animação

—Bom dia pai! Com você está? Animado para hoje? Onde está a mamãe? – Ela olhou em volta, havia empolgação na sua voz. – Hoje é um dia especial e... – Perseu se agachou na altura dela com uma expressão desanimada. – Está tudo bem?

—Não iremos para o outro lado hoje. – Aquela frase a surpreendeu. – Eu sinto muito filha.

—Porque não? Todo mundo já está arrumado, animado e. – Perseu acariciou o rosto dela com carinho, sentia o quanto ela estava animada para ir para o outro lado sem ser por estar fugindo.

—Eu sei, eu entendo; mas, sua mãe teve uma visita desagradável durante o sono. – Ele dizia da forma cuidadosa. – Atena e Ikelo, o deus dos pesadelos. Então, para ter certeza que não vão tentar nada contra sua mãe e Sísifo quando chegarmos a Pardóx; eu tenho que resolver isso. – Os ombros da garota caíram. – Por favor, não me olhe assim, sua mãe também só conseguiu dormir para descansar agora. Por favor, Artemisa...

—Mas, se não formos hoje, o que vamos fazer? – Perseu respirou fundo e sorriu para a filha. – E quando vamos poder ir?

—Depois que eu conversar com os deuses... – Ele não queria demonstrar que estava chateado, então continuou a conversa. – Eu e sua mãe conversamos sobre ter uma cerimônia de despedida da Rainha-Mãe de Calasir, e claro, deixar as coisas nas mãos dos seus meios-irmãos. – Os olhos de Artemisa caíram. – Pense, esse Reino foi a casa e o lar da sua mãe por luas, anos, que ela protegeu, se doou e se sacrificou, ela merece ao menos se despedir, e não sumir de repente. – A garota concordou fazia sentido. Perseu olhou para os cabelos e os calcanhares da filha que tinha algo que parecia ser neve. – O que é isso? – Ela olhou para os pés e depois olhou para o corredor que estava cheio de neve.

—Eu... – Ela ficou confusa e girou no próprio lugar olhando para os pés. – O que...?

—Oh! – Perseu exclamou feliz, animado e eufórico, se levantou e a segurou no colo por um tempo comemorando. – Neve! Seus poderes são gélidos! – Ela deu um sorriso e depois fez uma careta.

—Porque eu não tenho o poder do fogo como o senhor? Ou o Sísifo? – Perguntou um pouco indignada.  

 -Cada Rei tem um poder diferente.

—Orion tem o mesmo poder que a tia Auterpe. – Perseu se levantou e acariciou os cabelos da filha, ele sempre se mantinha na altura dos olhos dela.

—O poder do espelho é um truque de Rubis, nós temos outros truques. – Perseu deu dois passos para trás e cruzou os braços. – Cada truque para sua própria pedra. Uns intrigantes, outros distintos...  – Artemisa ficou surpresa, primeiramente, porque seu pai estava afastado dela, depois ele não abriu a boca, mas, era como se estivesse falando do lado dela; ela sempre achava que ele diria perto, mas, ele não mexeu a boca. Ele deu uma pequena risada e abraçou a filha.

—Isso parece muito legal! – Ela disse animada. – Eu quero aprender. – Perseu riu baixinho.

—E você vai, eu vou te ensinar os melhores truques. – Ambos sorriram um para o outro. – Mas, agora, eu preciso falar com Eilon, dizer que não vamos hoje, ver se ele consegue falar com Mandrik e. – Auterpe surgiu nas costas do irmão como um fantasma, o que assustou Artemisa, odiava quando Orion fazia isso, mas, sua tia fazendo isso também era assustador.

—Porque não vamos hoje? – Perseu ergueu o corpo para se afastar da irmã. – Como assim? Você está falando sério?!

—Bom dia Auterpe. – Ele disse serenamente.

—Bom dia uma ova! – Ela exclamou, foi quando Artemisa se afastou, sua tia estava furiosa, na melhor palavra. – Você prometeu que iríamos hoje! Ficamos até o bendito baile dos gêmeos e agora você está dando para trás? Por quê? Gostou de Calasir? Gosta daqui? Estela está te forçando a ficar aqui? Quer se tornar o Rei desse Reino repugnante?

—Auterpe, não.

—Não o que?  Porque não vamos embora hoje?! – Por várias vezes Perseu tentou segurar as mãos de Auterpe, mas, ela as repelia rapidamente, e começava a brigar com ele.

Pois, não havia perigo. Ela já estava cansada daquele Reino, daquelas pessoas, foi quando de repente ambos começaram a falar em outra língua. O que soava muito mais alto. Não era o Saphiral que Navi conhecia, era um Saphiral mais arcaico e rudimentar. O que escalonou muito pelos corredores, quando eles estavam perto de uma das salas, alguns curiosos estavam os acompanhando, apenas vendo o que era nítido que era uma discussão, pois, suas feições e expressões demonstravam muito isso. O que não era comum era ver os gêmeos brigando, o que foi um espanto para Navi, para Orion e para William; porque, até quando eles estavam brigados, eles nunca elevavam a voz, tinham uma cordialidade fantástica.
 Sem perceber muitos olhares Auterpe cutucou o peito do irmão com força:

—Você nunca me escuta!

—Escuto, me escute também.

—Se você não vai eu vou sem você! Eu não aguento mais esse lugar, se você ainda tem que se entender, que se entenda com os filhos daquele monstro desdenhoso.

—Não disse que eu não ia, eu vou, mas, eu preciso conversar com os deuses, eu preciso manter minha esposa e meu filho seguros antes de chegarem á Pardóx.

—Só você? Apenas você pensa na segurança da sua família, que hipocrisia irmão; aposto se Estevão estivesse vivo, você nem teria toda essa preocupação, como não teve na primeira vez.

—Auterpe, me ouça, eu vou; você não pode esperar um dia, dois ou três? Por favor, se William tivesse um sonho ruim, você não iria querer ajuda-lo?

—Porque é tão importante? Se Atena quisesse Estela morta já teria feito a muitas luas, isso eu te garanto, estou errada?!

—Você não ouviu o sonho perturbador dela.

—Eles estão... Brigando? – Eilon perguntou baixinho para Orion que estava próximo dele, mas, o garoto deu ombros, ele nunca ouviu aquela língua, não sabia qual era, mas, em certas partes pareciam que eles entravam em um entendimento antes de Auterpe começar a questionar tudo de novo.

Navi observava a interação, dos dois com uma expressão de impotência, ele não sabia aquele tipo de Saphiral, sabia que era algumas palavras pareciam iguais como: “Oenya” que era não, então ambos estavam discordando de alguma coisa, ele só não entendia o porquê, então,

Górgome... – Navi deu um passo para frente pedindo “desculpe”, foi quando ambos se viraram para a plateia e ficaram vermelhos de vergonha, a garganta de Auterpe secou e suas bochechas queimaram, era como estar em um pesadelo, quando o silêncio ecoou no local, Perseu sentiu a pressão e olhou para o lado, como ele queria se esconder.

—Desculpe. – Perseu se recompôs, foi quando Auterpe atravessou furiosa e em silêncio, os curiosos e foi para fora, o que os deixou confusos. – Não iremos para o outro lado hoje.

—O que? – Orion perguntou agitado, Perseu respirou fundo, não sabia como dizer, não queria dizer.

—Problemas com os Olimpianos, quando eu resolver, iremos, eu sinto muito. Com licença. – Perseu pediu licença e saiu do castelo também agitado, buscando nos bolsos alguns fios dourados, ele não seguiu o mesmo caminho de Auterpe, os demais suspiraram pela tensão palpável, e antes que Eilon se dispersasse para gritar de raiva por ter que passar mais tempo com Perseu, Artemisa o alcançou.

—Eilon, podemos conversar? Sobre algo importante. – O gêmeo suspirou e concordou apontando para a sala do pequeno conselho, Elisa tal como uma cega seguia Eilon, o que fez Artemisa revirar os olhos e assim que entraram na sala, Eilon se sentou na cadeira alta e observou Artemisa.

—Seu pai está bem? – Era uma pergunta cortês, ele não se importava, a garota apontou para a meia-irmã.

—Porque Elisa está aqui? – Elisa ergueu a sobrancelha confusa e Eilon apertou a glabela.

—Porque ela é a Rainha de Calasir, minha esposa, e se é uma conversa sobre algo importante, acho que ela pode ouvir, não? – Artemisa bufou incomodada. – Por favor Artemisa...

—Não é justo, eu detesto de verdade ver a droga da felicidade de vocês! – Ela exclamou, o que surpreendeu ambos, antes deles dizerem algo, ela continuou. – Você não devia ter deixado Max dar aquele buquê para Anne! – Eilon pressionou os lábios.

—Mas, vocês não podem ficar juntos. São as regras de vocês. Eu achei alguém perfeito para você e.

—Olha que errado. Não era para você achar para mim, eu escolhi Max, você escolheu Ben, não fui eu! – Elisa ia dar um passo para frente para fazer a irmã parar, porém, Eilon a impediu sutilmente, sabia que aquilo seria ruim. – Porque todo mundo tem o que quer menos eu?

—Artemisa... – Eilon engoliu em seco e desviou o olhar, podia ver que sua irmã estava visivelmente chateada, talvez por não ir para Saphiral... – Ben fez algo que você não gostou? Ele te machucou? – Ela negou. – Brigou com você ou elevou a voz? – Artemisa respirou profundamente frustrada. – Qual é o problema com Ben então?

—É porque ele é só um soldado? – Elisa perguntou com um pequeno sorriso, o que enfureceu Artemisa, mas, ela respirou fundo, e fechou os olhos, e quando abriu os olhos virou para Eilon séria.

—Você se importaria de fazer uma celebração de despedida para a mamãe? Para ela se despedir de Calasir? Porque aqui foi a casa dela por anos, pode? – Eilon não conseguiu responder rapidamente. – Só faço esse último pedido, pela mamãe.

—O que aconteceu com seu pai hoje de manhã?

—Não sei exatamente. – Ela desconversou. – Não entendi o que ele e a tia Auterpe falavam. Pode fazer uma celebração para a mamãe?

—Bom, acho que sim, já que seu pai decidiu não ir mais hoje. – Ele respirou fundo. – Farei o que puder e der. – Ela assentiu.

—Obrigada. Licença... – Artemisa saiu da sala deixando um leve clima de frio no local, Elisa tocou no ombro de Eilon e o beijou com carinho.

—Escolheu o Ben porque ele aguentaria Artemisa? – Ele a olhou um pouco desconcentrado.

—Não, é que, não tem nada para prender ele desse lado. Ele é um ótimo soldado, com um padrão excepcional, ele é...

—Bem parecido com Max. – Elisa mencionou obviamente em um tom meigo.

—Talvez... – Ele começou a enrolar os cabelos de Elisa na ponta dos dedos enquanto a colocava sentada em seu colo. – Engraçado que mesmo assim Artemisa gosta de quebrar regras, sempre, não importa em que Reino ela esteja.

—É uma função dela. – Elisa respirou fundo. – Mamãe vai partir mesmo, não é? Deixar-nos a sós. – Sua voz era triste. – Tio William também... Seremos apenas nós dois; Evan e Elia vão para Saphiral – Eilon beijou demoradamente a testa da esposa.

—Ela pode ir, mas, ela vai sempre voltar, eu sei que vai. Mamãe não iria nos abandonar, ela nunca faria isso; pode ser temporário, mas, ela vai voltar para ser a Rainha-Mãe de Calasir. – Ele olhou serio para ela. – Vou aproveitar e falar para Mandrik começar a mudar a cor infinita de verde de Calasir e se tornar vermelho.

—Papai ficaria orgulhoso! – Elisa disse com um longo sorriso, sim, Estevão ficaria orgulhoso.

*

Estela estava presente na hora do almoço, afirmou que estava tão ansiosa para ir para o  outro lado que passou a noite inteira acordada, ela realmente parecia cansada, os filhos queriam passar mais tempo com ela, claro, Estela ficaria com eles, Perseu ainda não havia voltado da sua reunião com os deuses; depois do almoço, Auterpe pediu ajuda a Leodak para organizar algumas coisas do seu navio de Ruphira, na qual ele ajudou, junto com os Guardiões de Saphiral, William havia saído para “resolver alguma coisa”. Enquanto Artemisa caminhava pelos corredores com uma expressão chateada, um mensageiro lhe entregou uma carta, ela ficou entre surpresa e curiosa, nunca recebeu uma carta especialmente direcionada para ela. Ela abriu a carta e franziu a testa porque não sabia o que estava escrito, aliás, não era Calasiano nem Deragoniano. Enquanto tentava entender, esbarrou em Orion que tinha a expressão de chateado.

—O que houve? – Orion se virou com tudo para a prima. – Está tudo bem?

—Não muito. – Ele continuou andando para o jardim, e Artemisa o seguiu.

—O que aconteceu? – Orion se sentou no banco do jardim e apoiou a cabeça nas suas mãos. – Fala porque não está muito bem... – O garoto virou o rosto controlando a respiração. – Orion!

—Ethan... Ethan está roubando o meu pai de mim... – O garoto torceu o nariz. Artemisa não entendeu.

—O que ele fez?

—Meu pai quer colocar o Ethan no meio de nós, e Ethan tenta puxar assunto comigo e meu pai incentiva. – Orion estava indignado. – Entendo que meu pai é a pessoa mais próxima do tio Estevão... Mas, ele teve o pai dele a vida toda dele, e meu pai na maioria do tempo... Não vejo a hora de ir embora daqui. – Ele olhou para a carta na mãe da prima. – O que é isso? – A raiva se transformou em curiosidade.

—Recebi, mas, não sei o que está escrito. – Orion estendeu a mão e Artemisa colocou a carta na mão dele que analisou por alguns segundos o conteúdo.

—“No inverno, flocos de neve, na primavera, gotas de chuva, no verão pétalas de flor, no outono as folhas, todas as coisas caem em algum momento. Mas, nenhuma delas é maior ou menos importante que a queda que eu tenho quando olho seus olhos ou escuto sua risada”. – Orion deu uma risada animada e em seguida olhou para a prima. – Você não sabe ler em Saphiral? – Ela negou seu rosto ainda estava vermelho por conta do poema, pelos deuses ninguém nunca lhe havia escrito nada romântico para ela. E agora estavam fazendo isso... – Que bonitinho... – Orion continuou dizendo sorrindo devolvendo a carta para ela. – É do Ben. Você conquistou o coração dele...

—Não acho que o mereço. – Ele revirou os olhos sorrindo.

—Claro que merece...  Não fica se remoendo naquele sem sal e sem graça do Conselheiro de Calasir que tem medo de uns contos. Que fica se gabando com a noiva mais sem sal que riacho... – Artemisa riu, em seguida abaixou a cabeça pensativa. – Porque tio Perseu cancelou a ida para Pardóx?

—Minha mãe teve um pesadelo com os deuses do sono e pesadelo. – Ela tentou explicar. – Segurança.

—Claro... – Ele concordou, sabia que sonhar com os deuses era um mal auguro. Foi quando uma carruagem de Interlok chegou perto do castelo, os dois levantaram a cabeça para verificar. Para surpresa de Artemisa ela conhecia, seu rosto ficou mais leve.

—Quem é? – Orion perguntou se levantando, era um homem de boa forma, não saberia dizer sua idade sem conversar com ele.

—Lincan. – Artemisa respondeu.

—Quem?

—Irmão do Connor, seu tio-avô. – Orion ficou surpreso por um momento.

—Eu tenho um tio avô? – Ele segurou no peito com um misto de sentimentos, á anos atrás ele só teve um tio, mãe e um pai de família; agora ele tinha um irmãozinho, primos, uma tia, avós e um tio-avô. Sua família cresceu muito rápido do que ele esperava.  Artemisa sorriu para o primo que tinha um sentimento novo no peito, não era ruim, ele só não sabia descrever. – O que eu faço com um tio avô? – Artemisa riu baixinho. – É como avós, só que mais divertido. – Orion inclinou a cabeça, enquanto Connor o cumprimentava e perguntava o que o havia trazido á Drakoj. Sempre era uma surpresa agradável rever o irmão.

—Recebi notícias que meu sobrinho mais velho morreu. – Para Orion o homem estava bastante atrasado. – Estava em terras tão distantes que olha só, já chegou e tem um novo Rei. Onde ele está? – Um cheiro de maresia, um cheiro de vinho e um pouco amargo. O garoto tampou o nariz, nisso William apareceu o cumprimentando, estava animado em ver o tio, o garoto olhou em volta, Ethan não estava com ele, o que era ótimo.

—Está com Estela, ela está de repouso.

—Por quê? – Ele estava curioso, se Estevão estava morto o que a poderia deixar de repouso? Tendo filhos com o próprio filho?

—Oh, você está por fora tio! – William exclamou. – Estela casou novamente, eu me casei. – Ele mostrou o anel, foi quando Lincan começou a juntar as peças e deu um sorriso vitorioso para o sobrinho, animado, o que deixou vermelho. – Não! Não é isso! – Foi quando William se aproximou do pai curioso. – Esse é o meu filho, Orion. – Lincan olhou para o garoto e em seguida para o sobrinho.

—Ele é diferente dos outros... – Connor olhou sem entender.

—Tio... – Orion tentou deu um passo para trás, mas, o pai não deixou. – Eu me casei com a Rainha de Ruphira, irmã do aliado de Calasir, Saphiral. – Lincan ficou surpreso. Se não visse o menino iria julgar que era mentira de William. Foi quando ele apontou para o horizonte, onde Auterpe estava voltando para o castelo, vindo do porto montado a cavalo, seu cabelo branco dançavam com o vento. – Aquela é minha esposa! – Lincan a observou, foi quando Orion foi ao encontro da mãe, nisso o tio se aproximou dele.

—Agora não precisa mais do lençol branco. Tem a sua própria. – Aquilo arrancou uma risada de ambos, foi quando Auterpe desceu do cavalo e o encarou, o que tinha a ver lençóis brancos? – E cadê os seus outros filhos? Só tem um?

—Temos dois, Orion e Rigel. Ambos lindos. Como eu e como Auterpe.

 Lincan deu um sorriso, não sabia que o Rei de Saphiral tinha uma irmã, não sabia que ele estava em Calasir, talvez, seu atraso até foi uma coisa boa, e se William casou com uma Rainha, ele deveria ser Rei também, o que era em partes, ótimo. Mal podia esperar para ver como Estela estava e do que estava se recuperando. Mas, também, estava curioso sobre a esposa de William. Que momento oportuno.


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Notas finais do capítulo

~♥Beijos da Autora♥~



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