A Contadora de Histórias escrita por lady_animedark


Capítulo 26
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Sakura apenas acenou com a cabeça, não conseguindo conter o tremor que lhe tomava. Não sabia o que esperava por si, só sabia que tinha apenas aquele homem para confiar.

Sasuke agarrou a mão de Sakura e saiu puxando-a para longe daquele lugar, precisavam se apressar para conseguirem sair antes que as ninfas notassem a ausência deles. O Uchiha conhecia o grande poder que aqueles seres possuíam e que, talvez, não conseguiria derrota-las e proteger a Haruno ao mesmo tempo. Precisavam fugir o quanto antes.

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Alguns homens andavam com seus cavalos e uma pequena carruagem pela densa floresta. Esforçavam-se para atravessar a espessa barreira de neve que se formava no solo. Tentavam proteger-se do vento cortante enquanto atentavam-se a qualquer sinal de vida do príncipe desaparecido.

O clima os estava castigando, viajavam há dias e já estavam exaustos. Naruto podia notar o cansaço tomando o rosto de seus companheiros e subordinados, não aguentariam muito tempo naquela situação.

_Naruto, temos que encontrar um abrigo! O tempo está só piorando. _Gritou um homem, ajeitando o par de óculos no rosto.

_Certo, vamos voltar para aquela caverna que passamos há algum tempo. _Disse Naruto, dando meia volta com o cavalo.

Os outros imitaram o seu gesto, quando uma pequena janela da carruagem foi aberta com um supetão. Uma jovem garota loira colocou sua cabeça para fora, observando a mudança repentina de rota.

_O que está acontecendo? Estamos voltando? _Perguntou Ino, tentando conter a franja que balançava com o vento.

_Vamos nos recolher, por hoje. Essa nevasca não nos deixará ir muito longe. _Disse Naruto, indo para o lado da carruagem. _Sente-se e fique quieta!

_Estou entediada e essa coisa não para de balançar. _Disse Ino, quase caindo. _Estou ficando enjoada.

_Bem... Só suporte! Você que ficou me enchendo para vir também. _Disse Naruto, com um olhar mal humorado para a garota.

_É claro! A Sakura é minha amiga e quero garantir que não se esqueçam dela! _Disse Ino, fechando a janela.

_Como poderia? Você não para de falar nela, nem por um segundo! _Reclamou Naruto, aumentando o ritmo.

Dentro da carruagem, Ino tentava conter as lágrimas que queimavam seus olhos azuis. Estava assustada, tudo naquele lugar lhe causava medo, ainda mais sozinha. Só queria achar Sakura o mais rápido possível para que pudessem voltar para casa.

_Sakura-chan, esteja bem. _Sussurrou Ino, enquanto secava o próprio rosto.

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O casal corria pelos corredores daquele estranho lugar, tentavam encontrar uma saída que jamais tinham visto antes. Estavam desesperados e tinham pouco tempo para se salvarem.

Quando viraram novamente à esquerda, depararam-se com outra parede. Sakura sentiu o desespero tomar conta de si, caiu de joelhos no chão e deixou os soluços dominarem o seu corpo.

_O que faremos? _Disse Sakura, sentindo as lágrimas voltarem a molhar sua face.

_Por favor, preciso que mantenha a calma. _Disse Sasuke, ajudando-a levantar.

Sakura apoiou-se no ombro do moreno, sem pensar bem no que estava fazendo. Estava sem forças e com medo, queria apenas sair daquele lugar, o quanto antes. Respirou fundo e limpou o rosto com a manga do longo vestido lilás que usava.

_E esse vestido só me atrapalha. _Resmungou Sakura, erguendo a barra novamente.

Notou um brilho prateado. Era uma espada pendurada na parede, ao lado de uma reluzente armadura. Um sorriso brotou em seus lábios enquanto caminhava até ela. Era uma bela arma, de fato.

_O que está fazendo? _Perguntou Sasuke, observando a rosada tirar a espada do seu suporte.

_Apenas lidando com um problema. _Disse Sakura, cortando a saia do vestido.

Sasuke não conseguia acreditar naquela cena. O vestido, que havia sido cortado facilmente, mal alcançava seus joelhos, exibindo as belas pernas brancas e torneadas da garota. A mesma estava com um sorriso confiante e sentia-se melhor daquele jeito, sentia-se livre.

_É melhor eu ficar com isso. _Disse Sasuke, pegando a espada e a colocando na bainha que carregava no quadril.

Retomaram a pequena fuga, Sakura sentia-se um pouco melhor com aquela mudança em seu vestuário, sentia-se pronta para enfrentar qualquer coisa que aparecesse.

_Droga. _Reclamou Sasuke, puxando Sakura para se esconderem atrás de uma estátua.

Estava tão desatenta que não havia notado o barulho de passos pelos corredores, a pequena reunião devia ter acabado. Apertou-se contra o moreno, tentando encolher-se o máximo que conseguia naquele espaço.

_O que faremos? _Sussurrou Sakura, olhando para aqueles brilhantes olhos negros.

_Não podemos ficar aqui. Elas irão voltar. _Disse Sasuke, ouvindo os passos se afastarem. _Temos que sair daqui, agora!

_Mas, como? Não encontramos a saída ainda. _Disse Sakura, afastando-se do moreno.

_Eu tenho uma ideia. _Disse Sasuke, puxando-a em direção ao corredor da direita, ao qual tinham acabado de passar.

A Haruno caminhava confusa, afinal, sabiam que nada havia naquele corredor, seria apenas uma perda de tempo voltar para aquele lugar. Sentiu o moreno soltando sua mão e caminhando até uma enorme janela, que estava na parede do fundo.

_Há uma lenda sobre a residência das ninfas. _Disse Sasuke, apoiando as mãos no parapeito da janela. _Dizem que é um lugar impossível de ser encontrado por seres que não sejam bem-vindos. Não há qualquer registro sobre a sua localização ou sobre como seja. Jamais foi vista.

_Como isso é possível? _Perguntou Sakura, surpresa com a fala do moreno, que se tornara tão falante. _É enorme! Como ninguém nunca viu a casa delas? Não é possível esconder algo desse tamanho.

_Exatamente. _Disse Sasuke, tentando forçar a abertura da janela. _Estive pensando sobre isso nesses últimos dias. Como é possível? Então, tive a minha resposta.

Sakura observava o moreno lutando para abrir aquela fenda de vidro, sem sucesso. Até que pode ouvir um estampido, estava finalmente aberta. Sasuke a chama com uma mão, pedindo que se aproximasse. Teve que fechar um pouco os olhos por causa da forte ventania que lhe atingiu a face.

_Veja você mesma a resposta deste enigma. _Disse Sasuke, dando-lhe espaço para melhor observar a vista exterior.

Engasgou assim que mirou seus olhos esverdeados para fora. A paisagem estava em movimento, mesmo que um pouco lentamente. Podia ver as árvores passando e o cenário se alterando. Esticou-se para olhar o chão e deparou-se com enormes garras de galinha que sustentavam a casa. Era assustador.

_Não pode ser! _Disse Sakura, cobrindo os lábios com as duas mãos.

_Ela só podia estar em movimento constante. Não haveria outra explicação. _Disse Sasuke, com um sorriso convencido. _Bem, vamos logo. Suba em minhas costas.

Pensou que havia escutado errado, até que o viu se agachando diante de si. Não entendia o que ele estava planejando. Por que diabo precisava montar nele?

_Oh não! Está brincando, né? _Disse Sakura, compreendendo as intenções do príncipe. _Uchiha-sama iremos morrer!

_Se ficarmos aqui, tenha certeza que morreremos. _Disse Sasuke, impaciente. _Suba de uma vez. Tem que confiar em mim, não há outro jeito!

Estava em dúvida se devia mesmo arriscar daquela maneira. Suspirou. Que escolha tinha? Envolveu o pescoço dele com seus braços e suas pernas cruzaram a cintura do moreno. Sasuke levantou-se assim que sentiu o peso sobre si, era suportável.

Suas mãos seguraram as pernas dela com firmeza, fazendo com que a Haruno corasse com a intimidade do contato. Subiu sobre o parapeito da janela, o vento castigava o casal. Sakura escondeu o rosto contra as costas musculosas do príncipe, pode sentir o cheiro de menta que ele exalava naturalmente. Fechou os olhos e rezou para que sobrevivessem.

O Uchiha tomou impulso e pulou. Agarrou o corpo de Sakura como pode, tentando evitar que a garota se machucasse. Percebeu que logo chocariam contra o solo e a rosada seria quem mais sofreria o impacto. Girou o corpo dela, dessa forma ela ficaria sobre si.

_O que está fazendo? _Gritou Sakura, arregalando os olhos assustada.

Ele não respondeu, apenas a abraçou com força, queria protege-la do que estava por vir. Sentiu suas costas se chocando e a dor que veio a seguir. Tudo a sua volta havia se silenciado, nenhum ruído se quer. Olhou para ela. Aqueles enormes verdes estavam o encarando, esbugalhados. Ela gesticulava a boca, mas não conseguia ouvi-la. Tudo ao seu redor escureceu-se e sua última visão foi daquele belo rosto pálido. 

Fim do capítulo


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