A Contadora de Histórias escrita por lady_animedark


Capítulo 15
13


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, gostaria de pedir desculpas pela demora. Não acontecerá novamente. Postarei um capítulo novo por semana, todas as quintas. Beijos e aproveitem.



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Já era tarde da noite, uma brisa fria adentrava pela janela aberta do seu quarto. Não devia estar acordada, mas era impossível dormir naquela noite. Encontrava-se escorada no parapeito da sacada, olhava atentamente para a lua e fazia uma prece silenciosa.

_Por favor, esteja bem._ Sussurrou, enquanto lágrimas caíam de seus olhos.

Apertava firmemente o pequeno broche entre suas mãos, sua última lembrança dele. A única coisa que lhe restou do homem que amava.

O som do despertador a acordou do seu sonho, estava suando e sua respiração estava desregulada. Sentia-se esquisita, os sentimentos ainda gritavam em seu peito, pedindo para que fossem libertos e antes que percebesse, uma lágrima escorreu pelo seu rosto.

_Quando isso vai parar?_ Disse Sakura, passando a mão pelos cabelos róseos.

Aquele sonho havia lhe perturbado de uma forma que não acontecia há muito tempo, desde a sua visita à psicóloga. Mas, não tinha tempo para divagar sobre isso, precisava se arrumar para a aula.

Caminhou em passos lerdos até o banheiro, onde se lavou rapidamente. Vestiu seu uniforme, penteou o cabelo como sempre, calçou seu tênis preto surrado, jogou a mochila sobre os ombros e saiu do quarto.

_Querida, venha tomar café da manhã._ Disse Youmi, tomando uma xícara de café.

_Eu como no caminho._ Disse Sakura, saindo apressada de casa.

Precisava caminhar, espairecer, tentar relaxar sua cabeça. O vento gélido da manhã bagunçava seu cabelo, mas ela nem se importava. Sua mente estava um turbilhão, se quer percebera a loira se aproximando.

_TESTUDA! Além de lesada, agora tá surda?_ Perguntou Ino, abraçando a amiga.

_Nem te vi._ Respondeu Sakura, disfarçando um sorriso.

_Reparei. Onde está com a cabeça?_ Perguntou Ino, com um sorriso brincalhão nos lábios.

_Em lugar nenhum, melhor nos apressarmos._ Disse Sakura, conferindo as horas no celular.

Haviam se passado três semanas desde o incidente na biblioteca, mas ainda era o assunto mais falado nos corredores do colégio. As opiniões se divergiam, alguns acreditavam piamente na culpa da Haruno, sendo que outros acreditavam que alguém havia armado para incriminá-la. Não importava qual era a opinião, o nome de Sakura era o mais falado e isso a incomodava profundamente.

_Me desculpe._ Murmurou Sakura, notando os olhares sobre ela e a loira.

_Ah, deixa disso. Eu gosto dessa atenção._ Disse Ino, tentando animar a amiga.

Todos olhavam descaradamente para as garotas, tornando quase insuportável a situação para Sakura. Ainda investigavam o que havia ocorrido naquela noite, mas nada incriminava realmente a Haruno, porém os boatos eram infindáveis.

_SILÊNCIO!_ Gritou a professora, tentando acabar com os murmurinhos na sala.

Sakura sabia claramente do que eles falavam, aquilo a incomodava bastante, sentia-se culpada que nem mesmo fizera, pelo menos, ela achava. Olhou para trás, sentindo algo acertar-lhe o ombro, era Sai. Gesticulava para que ela lesse o papel.

Fica firme rosinha! J”

Não soube explicar, mas aquilo lhe fizera se sentir melhor. Olhou novamente para o garoto e ele estava sorrindo. Talvez a situação não fosse tão ruim como pensava.

Chegou em casa mais cedo, não tivera a última aula por causa de uma reunião que haveria no colégio. Entrou sem fazer barulho e foi correndo para seu quarto, jogou-se exausta na cama, tentando relaxar. Havia sido um dia difícil.

Levantou-se da cama, estava faminta. Retirou o blazer do uniforme, ficando apenas com a camisa e a saia, calçou suas pantufas e caminhou em direção à cozinha. Estava tão distraída que só reparou que seus pais estavam no cômodo quando ouviu suas vozes.

_Realmente foi ela?_ Perguntou Youmi, com uma voz preocupada.

_Bem, foi o que eles constataram._ Respondeu Mayume._ Eu estava torcendo para que fosse um engano ou um acidente, mas não é.

Sakura escondeu-se atrás da porta, pressentiu que ela era o assunto dos pais. Pode ouvir um soluço, sua mãe estava chorando? Ela jamais vira isso acontecer antes.

_Ela está louca, querida. Por favor, pare de chorar._ Disse Youmi, levantando-se e abraçando a mulher._ Não é sua culpa.

_Mas, o que faremos agora?_ Perguntou Mayume, escondendo o rosto na curva do pescoço do marido.

_Não sei. Talvez, seja o caso de interna-la em uma clínica._ Disse Youmi, acariciando a cabeça dela.

_INTERNÁ-LA?_ Gritou Mayume, assustada._ Não é muito precipitado?

Aquilo já era demais para Sakura, seus tencionavam em coloca-la em um hospício. Acreditavam que estava louca, estava sendo culpada pelo incêndio na biblioteca, estava perdida.

Antes que fosse notada, calçou seus tênis novamente e saiu correndo de casa, precisava achar alguma solução para aquele problema. Pegou o celular e ligou para a única pessoa que poderia lhe ajudar naquele momento

_Ino, onde você tá?_ Perguntou Sakura, aflita.

_Calma! O que houve?

_Eu preciso de você, é urgente._ Disse Sakura, tentando controlar a agitação que estava se apossando dela.

_Eu estou em casa, venha pra cá.

Sakura sequer despediu-se da amiga, desligou a ligação e começou a correr na direção da casa da amiga.

A Haruno apertava incessantemente a campainha. A casa dos Yamanaka era de dois andares, suas paredes amarelas contrastava com as flores coloridas do jardim, era de muito bom gosto.

_Entra Sakura._ Disse Ino, abrindo a porta e dando passagem para a amiga.

_Seus pais estão?_ Perguntou Sakura, olhando em todas as direções, desconfiada.

_Não, meu pai está na Coréia do Sul e minha mãe está de plantão no hospital._ Respondeu Ino, reparando no estado da amiga._ Relaxa, estamos sozinhas. Agora, me conta, o que está acontecendo?

Antes que Ino tivesse qualquer reação, Sakura abraçou a amiga e começou a chorar no ombro da loira. Estava angustiada, sentindo-se sozinha e aflita, tremia e soluçava de medo, medo do que o futuro guardava para ela.

_Calma, amiga._ Disse Ino, abraçando a amiga de forma gentil.

Era sempre assim, Ino era o porto seguro de Sakura. Eram amigas desde crianças, haviam crescido juntas, tratavam-se como irmãs.

_Eles querem me colocar em um hospício._ Disse Sakura, soltando a amiga aos poucos._ Acreditam que eu estou louca e que eu provoquei o incêndio na biblioteca do colégio.

_O que? Você tem certeza do que está falando?_ Perguntou Ino, abismada.

-Eu ouvi isso, com todas as letras._ Disse Sakura, limpando o rosto._ Eles nem tentaram ouvir a minha versão.

_Já chega, isso foi longe demais._ Disse Ino, puxando Sakura pela mão.

_Onde estamos indo?_ Perguntou Sakura, confusa.

_Vamos conversar com seus pais. Eles vão ter que te ouvir._ Disse Ino, puxando Sakura.

_Espera Ino. E se eles tentarem me internar?_ Perguntou Sakura, tentando se segurar.

_Eu estou com você, nada de mal vai acontecer._ Disse Ino._ Confie em mim.

E ela confiava.

Porém, quando já se aproximavam da porta, uma tontura muito forte se apossou das duas jovens, era uma sensação muito forte, mal conseguiram ficar de pé, caíram no chão, como se finalmente sentissem a Terra girando.

Um tornado invadiu a casa da loira, uma ventania muito forte que derrubou tudo a sua frente, levantando poeira e que varria todos os cômodos da casa.  Ino e Sakura seguravam-se com todas as forças no corrimão da escada.

_Ino, o que está acontecendo?_ Perguntou Sakura, tentando manter os olhos abertos.

_Eu não sei._ Gritou Ino, tentando segurar-se._ Eu não aguento mais.

Os olhos de Ino fecharam-se e suas mãos soltaram o corrimão, logo sendo sugada pelo vento.

_INO!_ Gritou Sakura, tentando alcançar a amiga.

Era inútil lutar, era mais forte do que ela. Soltou-se do corrimão e fechou os olhos, rezando para que ela e Ino ficassem bem.                                    


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