A Serva dos Deuses escrita por Sorima


Capítulo 6
Entre a Paz e o Caos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Apertou o botão do sétimo andar e fechou os olhos para se centrar. Respirou fundo e soltou o ar lentamente enquanto apertava os punhos, ele não podia se dar ao luxo de perder o controle de si mesmo agora, não quando estava tão próximo de realizar seu intento. Mas antes ele precisava colocar uma certa pessoa em seu lugar. Talvez essa pessoa tivesse acabado com todos os seus planos com aquela ação idiota. Com certeza, aquela pessoa tinha acabado com um dos prazeres que queria ter tido.

Sim, ele se agarraria ao seu ódio para manter-se firme. Não importava se cientistas loucos cruzassem seu caminho, se deuses começassem a intervir ou se seus familiares estúpidos dessem seguimento aos absurdos que perduravam por gerações. Se necessário ele extinguiria todos eles e somente então se deixaria encontrar a paz em um sono eterno.

Quando a porta do elevador se abriu revelando um amplo salão com uma mesa e oito cadeiras no centro, Noah já se encontrava em sua postura usual e vozes alteradas chegavam até ele:

— Devem tê-lo encurralado... – Eleanor, a especialista em bombas disse.

— Temos que resgatar o Noah! – um homem mais afoito exclamou.

— Vamos espera-lo! Noah não é indefeso – o braço direito de Noah, William intercedeu.

Noah avançou com impassibilidade até onde eles discutiam sem perceber sua chegada.

— Resgatar quem? – perguntou em um tom frio.

O pequeno círculo se silenciou, alguns reagiam com surpresa, e se sentaram silenciosamente ao redor da mesa. O homem afoito de antes se adiantou:

— Fico feliz que o senhor está bem, achei que... – a voz pareceu murchar sob o olhar firme de Noah.

— Como pode ver eu não preciso de resgate, Finn. Por outro lado... Alguém não conseguiu se conter e resolveu tirar a vida do meu pai...

— O responsável está no prédio – o homem chamado Ray falou – devo chama-lo?

Ray tinha ficado responsável por descobrir quem tinha lhe puxado o tapete e roubado sua pequena diversão.

— Traga-o! – Noah mandou, seu coração batendo descompassado com a intensidade de suas emoções.

Lembrando-se de manter sua compostura, Noah viu Ray dar um sinal para dois homens grandes que aguardavam em um canto. Os homens saíram por pouco tempo apenas para trazer uma figura de aparência esfarrapada e trapos cobrindo a cabeça. Foi colocado ajoelhado a sua frente e então seu rosto foi revelado.

— Alfred – Noah reconheceu desgostoso.

O homem tinha ferimentos na face e sangue seco nas roupas.

— Patife! – Camille, a mulher responsável pela outra metade do ataque se manifestou.

Ela parecia ter muito a dizer, mas se manteve quieta em seu lugar quando Noah avançou lentamente e ajoelhou-se para ficar na altura dos olhos de seu antigo camarada.

— Por quê? – rosnou as palavras para ele.

Alfred piscou se encolhendo.

— Eu... Eu não sei... Me perdoe... Me-me pareceu certo de se fazer... – ele gaguejou.

Noah estreitou os olhos. Alfred não era idiota, sua parte racional sabia disso. Mas então como explicar suas ações burras?

— Você colocou todo o plano em risco. Devo considerar isso uma traição? – ameaçou.

Estremecendo, Alfred abaixou a cabeça.

— Eu realmente não sei porquê fiz isso... Me perdoe... – murmurou desesperado.

Ouviu Ray pigarrear para chamar sua atenção.

— Senhor, recebi informações de que a reunião dos nossos alvos de alto escalão ainda vai acontecer; seu irmão vai assumir no lugar do seu pai... – sua voz falhou quando os olhos faiscantes de Noah se viraram para ele – Eles não desconfiam do assassinato.

— Hum, então você usou um assassino profissional e depois fugiu de nós.

Ele se lembrava do leve cheiro agridoce que tinha sentido perto do corpo quando o encontrou depois de toda confusão que a descoberta tinha causado. Seu pai biológico tinha sido envenenado.

— Me perdoe... - o homem murmurou, engasgando-se.

— Bom... – Noah  começou, se levantando depois de uma pausa – para a sua sorte, você entregou meu irmão de bandeja para mim. Não vou mata-lo, ainda. Deixe-o preso!

Os homens o retiraram do salão, Alfred com uma aparência inconsolável no meio deles. Camille franziu o cenho.

— Que estranho... Alfred estava animado para a ação daqui a três dias, por que ele faria isso? – ela balançou a cabeça – Não faz sentido.

Noah concordava com ela, mas a raiva que sentia de não ter sido ele próprio a matar seu pai ardia em seu peito.

— Muito bem. Vamos aos negócios – declarou.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo vai ser mais curto, e como é de praxe vou adicionar mais uma peça pra um quebra cabeça que tem menos de 5.000 palavras para encerrar.
Eu que lute!



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