A Serva dos Deuses escrita por Sorima


Capítulo 5
Sem spoilers


Notas iniciais do capítulo

Finalmente escrevi algo que gostei, só não sei para onde vamos com todo esse suspense nessa altura da estória, tem muita coisa para rolar ainda.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/812943/chapter/5

— Melhor estancar o sangramento antes que ela morra por falta de sangue - a fala dela trouxe Noah de volta para a realidade já que por longos segundos ele ficou se questionando o que diabos tinha presenciado.

Rapidamente ele pressionou panos limpos contra o ferimento e então enrolou uma faixa em torno para manter a pressão no local. Quando se deu por satisfeito ergueu-se e fechou a porta do carro. Sabia que precisava andar rápido, mas sua mente voltava constantemente a cena incongruente de poucos minutos atrás. Olhou para Abi que tinha silenciosamente ficado parada ali por perto.

— Vou atrás de vocês – ela disse.

— Certo – Noah hesitou antes de se sentar no banco do motorista e ligar o carro. Aquela não era hora de interroga-la.

O veículo deslizou suavemente para fora do galpão e contornou rapidamente a área da explosão, eles iriam sair por um caminho menos usado. Não tardou para a moto de Abi aparecer no retrovisor. Com o farol desligado, Noah dirigiu o carro para uma entrada alternativa das docas e acelerou rapidamente atingindo uma velocidade muito acima da permitida ali.

Seguiu à quase duzentos quilômetros por hora até chegarem na rodovia mais movimentada onde viram à distância carros policiais, ambulâncias e caminhões de bombeiro se dirigindo para onde havia uma fumaça escura se erguendo nas docas. Ignorando-os, Noah seguiu na direção oposta e ligou os faróis. Mesmo que se mantivesse dentro da velocidade permitida não poderia se demorar muito mais, já havia passado do horário combinado, um atraso da parte dele não seria recebido pacificamente pelos outros.

Seu peito queimava com o habitual calor incômodo quando finalmente chegou ao local de aspecto abandonado em um subúrbio mais sombrio da cidade. Era naquela região que o mercado negro corria em liberdade e a lei do mais forte imperava. Ou melhor, alguns figurões imperavam. Um dos figurões sendo o próprio Noah que controlava todo o lado oeste.

Finalmente estacionou no estacionamento privado de um dos prédios. Sem perder tempo saiu do carro e tornou a pegar Vera nos braços. Abi os seguia bem de perto enquanto entravam no prédio e se dirigiam ao elevador.

— Terceiro andar – Noah instruiu quando as portas automáticas se fechavam.

Abi apertou o botão e se recostou na parede enquanto o elevador começava a subir. Ela observou-o por algum tempo, mas como Noah continuou calado ela não quebraria o silêncio. Algo na postura dele indicava que poderia explodir a qualquer momento, mesmo que naquele momento parecesse que ele arrastava consigo o próprio inverno. Sorrindo discretamente, Abi se perguntou que tipo de tempestade ele iniciaria quando aquilo saísse dele.

— Segure o elevador – Noah falou carregando Vera até uma sala próxima.

Entrou em uma sala com algumas macas, apenas o médico, um homem de meia-idade, estava ali dentro e ele não tardou a se aproximar da paciente.

— Foi tiro ou faca? – perguntou.

— A bala já foi retirada, Crowford – Noah informou.

— Você mesmo que retirou? – Crowford questionou surpreso quando tirou a bandagem e viu o ferimento.

— Não fui eu – respondeu Noah trocando a roupa suja de sangue por outra limpa.

— De fato, a pessoa que fez isso foi muito habilidosa – o médico concordou mexendo em um pequeno armário e retirando algodão, ataduras e outras ferramentas para costurar.

— Cuide dela – ordenou se preparando para deixar o cômodo.

— Deixe-a comigo. E o senhor, está se sentindo bem? – o olhar de Crowford se estreitou em sua direção.

— Não sou de vidro – falou.

— Não é a isto que me refiro – Crowford encarou-o sério.

— Estou sob controle – Noah respondeu após suspirar.

— Pela sua cara parece estar no limite... – o outro retrucou. – Vá! Os outros estão esperando você.

Noah retornou para o elevador, onde Abi o esperava com tranquilidade.

— Você fica aqui – falou quando passou por ela.

Abi ergueu as sobrancelhas.

— Não confia em mim, mas me trouxe até aqui – apontou.

— Você precisa de todas as informações para fazer o seu papel? – questionou.

O sorriso de Monalisa brincou nos lábios de Abi.

— Não preciso, mas vai fazer com que eu perca a diversão – disse liberando a porta do elevador e permitindo que Noah subisse.

Seria interessante observar como os aliados de Noah agiam perto dele. Algo lhe dizia que seria sensato eles terem cautela hoje.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Serva dos Deuses" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.