Laços escrita por namihenderson


Capítulo 5
Capítulo 5 - Final de semana, trabalho e salário




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Um dia nublado, porém a previsão era de que o dia iria melhorar. Roncos de vizinhos ainda davam para se escutar, nunca fui de dormir até meio dia, mas se deixasse eu dormiria até essa hora. Nove horas já está ótimo, de pé, sem sono, pronta para sair, me divertir em algum lugar calmo da cidade. O barulho reconhecível do elevador avisara que eu teria que saltar do pequeno quadrado onde só cabem cinco pessoas, de preferência magras.

- Bom-dia – passei pela portaria depois de deixar a porta do elevador bater, sem me preocupar.

- Bom-dia – respondeu o porteiro, educado com quem quer. Posicionei-me em frente ao portão verde até ouvir o estalo que avisa quando o porteiro pressiona o botão para abri-lo. Fiz à mesma rotina de todos os sábados, como eu odeio rotina. Desde os dez anos, nunca gostei de fazer a mesma coisa todos os dias. O ônibus parou no antigo ponto que fica perto da esquina, subi com calma para que não haja acidentes. O cobrador não era mais o mesmo, afinal, eu estava em outro ônibus.

- Calma motorista! – uma senhora subia as escadas enferrujadas com dificuldade seguida de um homem que usava o cabelo arrepiado, moreno, alto, mas não bonito.

 

- Sabe, eu estava com vontade de comer uma carne, beber uma cervejinha, essa noite – o homem se encostou do lado do banco dos deficientes olhando para as portas que ficavam bem a frente de onde estava, falava no celular não se importando se os outros iriam reparar que queria coisas maliciosas com a pessoa que falava do outro lado da linha. Aparentemente uma mulher burra, ou uma mulher que desejava o mesmo dele. Manteu o sorriso malicioso. – Oito? Tudo bem, então eu te pego então? – talvez muitos já deveriam ter percebido. – Ok então, oito horas eu to ai – confirmou dando uma pausa – outro – desligou a ligação com um sorriso malicioso. Abriu novamente o celular e discou um número – Fala nego! – o homem ria dando pausas em suas falas – nem sabe, consegui, é hoje! Amanhã a gente sai para “curtir a noitada” e eu te conto – ele ria – Sortudo nada, sou bonito é diferente. – ria malicioso, discordei do que dissera em silêncio, ele não era bonito. - Tudo bem então, a gente se encontra lá “mermão” – em uma pausa se despediu desligando a ligação. A agenda do homem estava cheia. Levantei-me ajeitando o vestido, apertei o botão para saltar.

- Oi loiro – coloquei minha bolsa bege em cima da mesa do caixa.

- Tentenzita – Naruto debochara do apelido que eu odiava.

- Besta! Como vai seu Iruka? – sorri olhando para trás, Iruka, o “chefão” da Kolzas estava agachado ajeitando os acessórios empoeirados da vitrine.

- Bom-dia Tenten, estou bem e você? – respondeu sem desviar do que fazia.

- Estou ótima, por dois motivos. Um não irei revelar, o outro porque é hoje que eu tiro um pouco da sua grana para o meu sustento – ri irônica.

- Não pode revelar é? – Naruto fez uma cara de deboche. – Sei... – o verme loiro gargalhava. Sua rizada era simpática, porém, irônica.

- Vamos lá Uzumaki, para de debochar e vai trabalhar vai – passei a mão nos meus cachos ajeitando-os.

 

- Ta dando uma de chefa agora? – o loiro abaixava para alcançar o pano e o detergente que estava abaixo da mesa onde eu me apoiava. – Iruka, vai resolver as coisas que eu cuido disso ai.

- Ui, tomando iniciativa, parabéns – debochei.

- Já estou acabando. Só precisa dar uma faxina nesse tablado – Iruka levantou colocando uma mão na cabeça, sorrindo. – Tenten, tem como você colocar em ordem os vestidos dali? – apontou para o canto da loja, completamente desorganizado depois de uma semana de liquidação.

- Tudo bem – falei com desanimo.

- Ótimo, vou ver o salário de vocês – Iruka sentou-se na cadeira da mesa do caixa e tirou dinheiro de sua carteira. O chefão sempre preferiu dar dinheiro à mão, ao vivo e a cores do que colocar em uma conta bancária.

- Cheguei – Matsuri estava com a aparência cansada, largou a bolsa no chão ainda na porta da loja.

- Atrasada – Naruto olhou para o relógio debochando da demora de um minuto da nossa atendente.

- Me mira, mas me erra Naruto! – Matsuri estava estressada, típico de quando chega assim.

- Ih, ta estressadinha hoje, o que foi? Kankurou te abandonou? – Naruto ria alto. Matsuri o ignorou e colocou a bolsa perto da minha dando bom-dia a mim e a Iruka.

- Naruto, ta com pilha hoje. O que foi? Aproveitando muito da Hinata? – debochei.

- Parem vocês dois – Iruka colocou em cima bolos de dinheiro, um para cada um. Peguei o meu, R$ 1.100,00 certinho, sorri colocando o dinheiro dentro da minha bolsa. Comecei a ajeitar os vestidos desorganizados enquanto Matsuri tomava o pano de Naruto para tentar “faxinar” a droga do tablado da vitrine. Iruka e Naruto faziam barulho que incomodava meus ouvidos, abrindo o resto da vitrine. O primeiro cliente entrara, Matsuri a atendeu. Procurava uma bolsa, algo assim. Continuei a fazer meu trabalho de arrumação.

 

- Naruto – escutei uma voz fina, reconhecível. Hinata entrara na loja algumas horas após. Naruto a recebeu de braços abertos dando um beijo em sua bochecha. Hinata ficou vermelha como um tomate, comecei a rir de sua expressão, quando a dona dos cabelos azulados percebeu meus risos nada discretos e veio me cumprimentar, logo em seguida deu bom-dia a Iruka e depois que Matsuri havia se livrado de mais um cliente deu dois beijinhos na bochecha para cumprimenta-la também. Hinata comentou algo com Naruto e saiu da loja dando um “tchau” para todos. O tempo passou e os clientes chegavam cada vez em maior quantidade, Matsuri não conseguiu tomar conta de todos e tive que parar de ajeitar alguns acessórios da estante para ajudá-la.

- Boa-tarde – olhei o relógio que marcava uma da tarde antes de cumprimentar uma mulher.

- Boa-tarde – sorriu – vocês tem a bolsa X-16? – a bolsa mais vendida de todos os tempos.

- Acho que ainda têm, vou dar uma olhada, qual cor? – em seguida a mulher alta que usava roupas delicadas respondeu minha pergunta e aguardou até que eu possa ver se tinha. Estava lá, a bolsa que ela queria. Dei a bolsa a ela, que avaliou todos os detalhes e fechos sem dificuldade. A mulher me entregou a bolsa para dar a Naruto que logo preencheria uma ficha para a moça pagar.

- Obrigada – a mulher sorriu após ter pego a sacola que Naruto tinha a dado com a bolsa – você é a Mitsashi Tenten não é?

- Sou – como sabia quem eu era? Nem crachá eu uso.

- Parabéns – a mulher sorriu

- Obrigada, mas...pelo o que?

- Você ficou em primeiro lugar, na faculdade, junto com o Hyuuga Neji – a mulher sorriu novamente. Agora eu já reconhecia a tal mulher, fazia faculdade comigo, não na mesma turma.

 

- Ah sim! Obrigada! E obrigada também por comprar. Volte sempre – me despedi da mulher que saiu, satisfeita. O tempo passou e foi tudo como deveria ser. Vendas sem maiores problemas. Fui para minha casa quando a loja fechou me despedindo de todos. Minha cama me chamava. Eu estava cansada. Depois de horas na Kolzas eu finalmente poderia tirar uma boa noite de sono para no dia seguinte voltar à bendita loja. Sonhei essa noite, foi um sonho bom, com Neji. Estávamos sentados de frente para um “lago”, a areia nos cercava e a frente estava à água fria do lago batia calma em nossa frente. Depois de um tempo juntos em silêncio, nos beijamos rapidamente até que eu acordei as nove horas para poder me arrumar e voltar para a Kolzas.

- Bom-dia – depois de encarar o mesmo ônibus, só que vazio, cheguei à loja. Nenhuma novidade, nenhum detalhe diferente. Era apenas domingo, um domingo de tranqüilidade, depois de outro dia de promoção, esse já não tinha mais o mesmo desconto dos outros dias. O número de clientes iria reduzir, os preços voltariam ao normal.

- Mau dia – Naruto estava quase sentado no tablado da vitrine retirando os adesivos que informavam o desconto dos dias anteriores.

- O que houve?

- Meu carro quebrou – Naruto continuava a tirar as “estrelas” do vidro. – no meio da Av. Sarutobi – quebrar o carro em uma das avenidas mais movimentadas de Konoha em um domingo as nove da manhã? Realmente, mau dia.

- Que ruim hein – fui ajudá-lo a tirar as tiras da promoção. Sentei-me ao tablado sem me preocupar se iria ou não quebrar. Naruto parou de tirar os adesivos e ficou olhando para o que eu fazia. – Não! – olhei para uma unha que havia quebrado quase dando um chilique por ter estragado a droga da unha mais linda que eu tinha. Depois de uma guerra com meu esmalte azul para pintar minhas unhas, a que eu mais capricho quebra.

 

- O que é bom dura pouco – o loiro colocou as mãos debaixo da cabeça apoiando-a nos braços musculosos. O perfume de Naruto era o daquele bobão que por mais idiota que seja, é lindo, sempre disposto a ajudar, não importa quem seja. – Maldito uno – olhou para o corredor vazio.

- Não esquenta, fala com o Kankurouu, talvez ele consiga ajeitar – dei minha opinião. O louco do Kankurou, apaixonado por carros tinha suas horas de mecânico. Naruto assentiu. Passamos o dia trabalhando, fato. Iruka não foi pois tinha “mais o que fazer”. Aos domingos ele não faz questão de vir. Naruto e Matsuri cuidaram dos clientes com calma. Tinham invertido as “emoções” do dia. Naruto estava mais estressado e Matsuri mais empolgada. E eu na mesma, ajeitando a merda das estantes. Tempo depois fechamos a loja, fecharíamos cedo hoje. Matsuri nos deu uma carona. Deixou Naruto em casa e depois me deixou no meu apartamentinho quebra-galho. O dia seguinte seria o de fazer o bendito desenho que concorreria com o de Neji. Mesmo não querendo participar resolvi desenhar para não dizerem que sou uma covarde, mesmo não me importando com o que dizem ou deixam de dizer de mim, não quis passar o dia ignorando pessoas novamente.

- Obrigada Matsuri – sai do carro me despedindo.

- De nada fofa – Matsuri riu simpática colocando a marcha na posição correta para seguir para sua casa. – Tchau.

- Boa-noite – passei pelo porteiro que já não era mais o mesmo de manhã. Retribuiu com outro “boa-noite”. Subi no elevador barulhento e eu estava lá, abrindo a porta de casa para tomar um bom banho e dormir. Conclusões para o meu final de semana? Trabalho, salário, amigos atrapalhados e pensamentos focados em Hyuuga Neji.

Final do quinto capítulo


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