Um dia normal, ou melhor, um péssimo dia. Uma das coisas que eu mais odeio é apresentar trabalho de faculdade, esse envolvia medicina, publicidade e astronomia, ou seja, as amigas se reencontraram em um trabalho de faculdade que envolve nossas futuras profissões. Coincidência não? Bati a porta da minha “casa” com a força suficiente para que ela feche. O corredor estava escuro e de fato não consegui achar o lugar para colocar a chave e trancar a porta. Odeio esses detectores de movimento novos, são uma bosta. Tirei o sapato e o taquei para que caísse perto do elevador para a luz finalmente acender. Acendeu e então eu pude felizmente pegar meu sapato de volta e ir ao elevador.

- Hanabi? – reconheci a voz do Sarutobi. Era Konohamaru dentro do elevador me esperando entrar com um sorriso lindo no rosto. Ele cresceu muito.
- Olá Konohamaru, estou sabendo que está morando aqui agora – sorri
- Sim, Hanabi está morando comigo – ele corou que fofo!
- Mas já? Quantos anos?
- Dezenove – é, estou ficando velha.
- Ah sim – sorri quando ainda dava. Mas tarde talvez sorrirei com rugas no rosto que nem uma velha. Ok Tenten, não pense nisso ainda.
- Vai onde? Na feira de apresentações do trabalho da faculdade?
- Sim, por quê?

- Também estou indo para lá encontrar Hanabi que saiu mais cedo para encontrar a irmã, estava morrendo de saudades. Quer carona? – carona, que anjo esse garoto é! Só em pensar que não tenho mais que encarar uma fila para pegar um táxi para ir até a faculdade seria ótimo. Aceitei e entrei no carro. Como essas crianças crescem, parece que foi ontem que ele estava correndo por Konoha pintando os muros com símbolos diversos deixando todos furiosos. Chegamos lá e o agradeci. Subi até o terceiro andar, lá se encontrava um estande com Temari, Sakura e Hinata sorrindo por ter me visto chegar.

- Olá meninas – coloquei a maquete em cima da mesa
- Tentenzinha minha fofa! – Sakura se jogou em cima de mim me dando um abraço. – Trouxe as canetas? – Ela ria no meu ouvido

- Claro – entreguei as canetas a ela que saiu pulando pelo corredor procurando alguma coisa que eu não sabia o que era. Cumprimentei Temari e Hinata com dois beijinhos.

- Vou procurar Naruto – Hinata corou e saiu do estande deixando apenas eu e Temari naquele vazio que já estava decorado com papel crepom, cartazes, maquetes e enfeites.
- Só falta Ino – Sakura vinha com um cartaz enrolado na mão e canetas na outra. Sakura abriu o cartaz em cima da mesa, era o desenho de um humano com todos os seus chakras em seus devidos lugares, iluminados com uma cor azul. A menina de cabelos rosa começava a puxar setas de cada parte do corpo humano colocando legendas. – Vamos esculachar o trabalho da Karin – Ela sorria com um ar malicioso ligando na tomada um fio que saia do cartaz. Ele se ligou e fios pelo corpo humano começaram a acender – Tudo graças ao Sasukezinho – os seus olhos brilhavam ao ver o cartaz que já estava preso na falsa parede do estande.

- Olá minhas lindas – Ino chegava com um sorriso de dar inveja no rosto, com uma bolsa de um lado cheia de trambolhes coloridos.
- Lá vem à loira, toda de branco – Temari cantarolava um deboche para a amiga vestida de branco – quais são as novidades que você traz dessa vez?
- Boba! Conheci um garoto lindo – os olhos de Ino brilhavam, a menina de olhos azuis saltitava.
- Novidade – Irônica revirei os olhos
- Ele é ruivo, olhos esverdeados, e...
- Por acaso o nome dele é Gaara? – Temari franziu a testa.
- Acho que sim... Por quê?
- É o meu irmão, tolinha! – ela ria.
- S-seu irmão?
- Meu irmão, Gaara no Sabaku – Temari confirmou. Ino estava chocada, falou do irmão de Temari chamando-o praticamente de gostoso. Essa era Ino, a tolinha. Estava de boca aberta quando soube que o ruivo é irmão de Temari. Pelo o que eu saiba Gaara é adotado, não me interessa. Olhei para os dois lados de fora da estande.

- Vou dar uma volta – sai de vista das meninas e fui caminhando pelo corredor imenso cheio de apresentações e... Neji Hyuuga? Esse garoto me persegue! Ah sim, ele está na turma de Sasuke, os lindos que desenham mais do que qualquer um. Passei olhando para o lado direito para que Neji não me visse desse jeito. Tropecei, ah não!

- Opa, cuidado Mitsashi – ele me segurou a tempo. Meu herói... perai! O que eu to falando? Ou melhor, pensando?
- O-obrigada – me levantei do colo de Neji, na verdade eu não queria ter levantado. O cheiro dele é ótimo. Aquele perfume é irresistível, poderia conquistar qualquer mulher com esse jeito galã.
- De nada – o Hyuuga ajeitou a roupa e deu um sorriso de canto. – Aliás, oi – o mesmo sorriso no rosto, os olhos perolados voltados a mim.
- Oi – corei – obrigada mesmo, tenho que prestar mais atenção por onde passo.
- Sim, tome cuidado. Desculpe mais agora eu tenho que ir, Sasuke está me chamando – ele fitou o teto por um instante, olhei para o meu estande e Temari ria com Sakura e Ino que me olhavam dali. Ino mandou um sinal positivo. Ei, eu não quero nada com o Hyuuga, elas só pensam maldade, eu apenas tropecei. Ok, admito. Foi o melhor tropeço que levei na minha vida toda. O que aquele garoto tinha que os outros não tinham?

- Tudo bem, até mais – tentei sorri. Preocupei-me lembrando que estava ficando velha. Será que ele viu minhas rugas? Ai meu deus! Tentei andar o mais rápido possível para chegar novamente ao estande. As meninas sorriam satisfeitas por terem achado que eu finalmente encontrei “um homem”.

- Altos papos com o Hyuuga – Temari me deu um tapa de leve no ombro bem debochado. Típico dela.
- Altos papos nada – fitei o teto – quem me dera – as meninas me olharam espantadas depois de ter dito algo como isso. Eu nunca revelo nada sobre minha vida amorosa. Pensei alto mais uma vez. Coloquei a mão na boca.
- Eu sabia! – Elas riam
- Droga! – corei

- Mais um laço – Sakura estava em cima da cadeira ajeitando fitas em formas de laços feitos por ela nos cantos das paredes falsas – mais um laço feito.
- Mais um laço feito?
- Feito ainda não, mas um dia será. Não se lembra? Você mesma que me contou essa história quando comecei a namorar o Sasuke. – Ela sorriu sem desviar do que estava fazendo.
- Lembro, mas não tem nenhum laço feito com Neji – ainda não. Eu lembro dessa história, contei para Sakura sobre “laços”. Não laços de amarrar um cadarço de tênis, mas um laço de amizade, de amor, que não pode ser desfeito por ninguém. Apenas um sentimento que não se pode desfazer. Laços que nos ligam com outras pessoas. Mas ainda não há um laço feito com Neji Hyuuga. Talvez, se Deus quiser, se ele não quiser, um será feito.
- Vou deixar o destino cuidar de tudo – sorri
- Você e essa mesma frase – Hinata se aproximava dessa vez sozinha. As meninas a contaram tudo o que havia acontecido entre eu e Neji, estavam saltitantes e contentes por mim. Hinata também ficou feliz, prometeu não falar nada com Neji.
- “Entre um homem moço e uma mulher bonita, a amizade pura, a amizade intelectual é impossível. O homem e a mulher são, fundamentalmente, irredutivelmente, inimigos. Só se aproximam para se amar - ou para se devorar.” – mencionei uma frase que vi na internet.
- Júlio Dantas? – Sakura sorriu
- Sim, o célebre escritor português formado em Medicina, que se dedicou à literatura, diplomacia, jornalismo e tradução – Sorri para Sakura que estava com os olhos brilhando.
- Sempre filosófica, sempre culta – Ino debochou.
- Sempre. – Depois da conversa resolvemos ir ao cinema no dia seguinte. Avaliaram nosso trabalho. Estava incrível, e pela felicidade de Sakura superamos a nota de Karin e seu grupo. Estávamos felizes pela nota, voltamos para casa para uma boa noite de sono.

Final do segundo capítulo