31 de maio de 2010, segunda-feira

Ás vezes eu penso, “porque isso só acontece comigo?” e sempre consigo a mesma resposta de minhas amigas. “Não acontece só com você, calma tudo vai melhorar”. Quando vai melhorar então? Já ouviu naquele ditado da “Lei de Murphy” que diz “se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira possível, no pior momento possível"? Falando nisso o barulhinho irritante do e-mail alerta que chegou uma nova mensagem na minha querida caixa de e-mails.

“Tenten minha fofa, vê se não esquece de levar a maquete amanhã. Nosso trabalho vai detonar o da Karin. Se prepare porque estou preparando uma coisa nova pra ele. Leva suas canetas coloridas ok?

Beijos da Haruno”

Olhei para a maquete em cima da cama com o maior desanimo. Sakura tem tudo o que ela quer. Bom, ela tem um dos garotos mais populares da escola como namorado e é linda, diferente de mim. Como a Temari diz, minha auto-estima está no pior nível possível. Desliguei o computador e coloquei as canetas e a maquete em cima da mesa da sala quando meu celular resolveu tocar. Era Temari.

- Oi Nara - Atendi o celular a fim de parar de escutar “sweet dreams” como toque e saber logo o que Temari queria.

- Amiga não sabe da maior! – Temari ria do outro lado do telefone.

- O que foi? Outra noite amorosa com o seu namorado gostoso? – Debochei.

- Não, dessa vez foi a Hinata! – Ela diminui o tom de voz quando debochei sobre o namorado “gostoso” dela mas depois voltou a rir quando mencionou o nome “Hinata”.

- Como assim, Hinata?

- Deu uns pegas no Sasuke – Ela ria.

- Uns pegas no Sasuke? E a Sakura ta sabendo disso? – Sasuke e Hinata? Como assim? Se a Sakura pegar os dois juntos considere Hinata morta.

- Não, brincadeira. Ela deu é uns pegas no Naruto. Os dois estão namorando – Senti o alivio de saber que Hinata não está completamente morta por Sakura, mas não totalmente aliviada porque agora ela teria que discutir com o pai para conseguir ficar com Naruto.

- Não me dá susto! Com o Naruto? Realmente, eles são perfeitos juntos. Mas e o Hiashi?

- Ah nem sei! Vou ao salão com a Ino agora dar uma ajeitadinha no visu. Beijos

- Beijos me liga – cantarolei o final de uma música que tem esse trecho e desliguei o celular. Nada para fazer na casa de Mitsashi Tenten em uma bela chata segunda-feira? Compras!

Andei pelas ruas, calma. O tempo continuaria bom até o final da tarde, pelo menos era o que a meteorologia disse ontem. Então tudo bem, demorei. Passei por cada loja olhando as coisas lindas que havia. Levei algumas lembrançinhas de algumas lojas. Passei pela loja de livros. Não resisti. Livros sempre foi meu ponto fraco, gosto de todos, principalmente os filosóficos. William Shakespeare, minha inspiração. Comprei quatro livros, não consigo resistir. Fui para casa ler meus livros. Outro ditado popular. “Curiosidade mata!” e como meu pai dizia “o curioso morreu com um tiro na bunda”. Vou morrer assim então. Ok, não vou morrer assim! Minha casa ficava a umas doze quadras do comércio, resolvi pegar um ônibus. Milagre estava vazio.

- Aqui está o troco senhora – o cobrador simpático me deu o troco da passagem em moedas. Coloquei tudo no bolso e sorri de volta para ele mesmo depois de ter me chamado de senhora. Passei pela roleta completamente confusa. Conclusão, meus livros caíram todos no chão. Que ótimo!

- Um, dois, três – me abaixei para pegar os livros que haviam caído. Mordi um pacotinho de lembranças e o filho da mãe do motorista fez uma curva desgraçada que me fez cair. A “lei de murphy” existe meu caro. Além de ter sujado a parte dos joelhos da minha calça jeans, acabei sujando ela inteira – Que se dane! – Levantei com os livros na mão. Adivinha quem estava me olhando? Não só como todos do ônibus como Hyuuga Neji, o primo de Hinata. Fingi que não o vi e me sentei. Um homem e uma senhora discutiam atrás de mim.

- Esses motoristas são muito rápidos – não quis prestar atenção no que eles tanto cochichavam no banco de trás, mas era impossível não escutar.

- Hoje em dia eles também não têm mais respeito com os mais velhos – A senhora reclamava com o homem ao seu lado sobre cada curva que o motorista fazia que deixavam todos zonzos. Mas para que reclamar? A vida é assim mesmo, a gente cai e levanta o tempo todo, literalmente. Homens e senhoras de idade só sabem reclamar, minha avó era assim também, sabe aquele negocio que velho cisma que tem que levar o casaco não importa onde você vá? Minha avó era assim. Um dia discutindo com minha mãe ela me disse “Ah, então vai a merda Tenten!”, só ouvi minha avó gritar “mas leva o casaco”. Que ódio. Mas atualmente moro sozinha, às vezes visito minhas amigas de faculdade que são umas loucas, pervertidas. Um homem era o que todas as minhas amigas queriam que eu tivesse. Um colo para desabafar, alguém para ficar comigo nas tardes de quarta-feira. Mas eu prefiro ficar sozinha, se Deus achar que eu preciso de um ele vai mandar me mandar algum ser terrestre que queira me aturar, “vou deixar o destino cuidar de tudo”, sempre é a reposta que dou as minhas amigas.

- Ponto final! – o motorista se virou apertando um botão para abrir a porta de saída para que todos descessem inclusive ele e o cobrador simpático que me chamou de “senhora”. Desci.

- Lar doce lar – depois de ter subido três lances de escada cheguei a minha querida porta de madeira de maçanetas enferrujadas. Uma viradinha com a chave, um chute, to em casa. – Basta! – Me joguei na cama abraçada nos meus livros.

“They wanna have fun, oh girls just wanna have fun”

- Quem ousa a me acordar? – levantei ao som de “Girls just wanna have fun” na versão da Miley Cyrus. Sim, eu gosto de música antiga. Que horas são? Rolei até o outro lado da cama – Horas please! - Tateei meu celular. Sete horas. Não acredito que dormi esse tempo todo! Arrumei-me bem rápido com uma bela ducha de água quente. É o dia da apresentação do trabalho da faculdade. Maquete, bolsa, casaco, chaves, celular, canetinhas. Tudo pronto. Avante Mitsashi!

Final do primeiro capítulo