Power Rangers: Esquadrão Z escrita por L R Rodrigues


Capítulo 7
Magicatástrofe


Notas iniciais do capítulo

Sinopse do capítulo:

Um mágico realiza shows pela cidade no objetivo de arrecadar fundos para uma entidade beneficente. Inspirado nisso, Lokknon manda um monstro que tira os Rangers do sério com suas mágicas espertas.

Tenha uma ótima leitura (e que o poder o proteja)!



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Durante o período que era conhecido como temporada circense na Alameda dos Anjos, um artista solo montava seu palco em praça pública para apresentar seus shows, atraindo públicos de todas as faixas etárias, em especial crianças. Contudo, na perspectiva dos concorrentes, a empreitada soava como uma concorrência desleal por parte do homem cuja proposta era nobre e caridosa diante da ganância lucrativa dos grandes donos de circos e parques na Califórnia. 

 

Este homem atendia pelo nome artístico de Magnus, um mágico egresso de um circo itinerante que estava a ver navios com a baixa rentabilidade frente ao sucesso de seu ex-funcionário. A saída para se blindar de qualquer possível tentativa de sabotagem que ficasse impune era tornar aquele projeto em algo filantrópico, mais precisamente uma arrecadação em prol de entidades humanitárias.

 

Naquela tarde ensolarada, Magnus encantava o público com suas mágicas inacreditáveis, praticamente sobrenaturais aos olhos mais impressionáveis. Como fazer uma pomba sair voando de dentro da sua cala quando antes a fez desaparecer de uma gaiola. Os aplausos calorosos sempre o faziam reverenciar o público como um ritual sempre ao fim de um número.

 

— Obrigado, obrigado, meus amigos! É um prazer enorme contar com a atenção e especialmente a generosidade de vocês pelo objetivo desse show. — agradecia ele que falava com um microfone auricular — Agora o espetáculo ficará mais contido, mas não menos divertido. O que acham de um bom truque de matemágica? Quero um voluntário! Alguém se habilita? — perguntou, correndo os olhos pela plateia na qual estavam os Rangers tão entusiasmados com o show quanto o resto — Alguém que seja gênio em matemática, claro! — falou Magnus, rindo.

 

— Matemática?! Eu vim aqui pra me divertir, poxa! — reclamou Tim, a expressão frustrada.

 

— Ué, mas ele nem sequer chamou você. — disse Zoe, tirando com a cara dele.

 

— E o truque requer alguém fera em matemática, o que tá longe de ser o seu caso. — disse Damian a esquerda do amigo. 

 

— Pois é, Tim, nada de pedir reembolso! — brincou Austin ao lado de Jessie que estava a direita de Zoe.

 

— Tem pouca gente levantando a mão. — consistiu Tim olhando em volta — Acho que ele vai ter que cancelar esse número chato. Tenta você, Damian. Ah não, esquece, você iria descobrir o segredo da mágica e estragar tudo.

 

Magnus continuava sua busca pelo voluntário ideal para ajuda-lo naquele truque matemático.

 

— Ninguém? Pois então... Vou escolher a dedo. Vejamos... — disse o mágico que logo parou o olhar sobre Jessie, erguendo o dedo indicador para aponta-la — Você aí, garota loira de cabelo amarrado. Pode vir, por favor?

 

— Eu?! Ahn... — disse Jessie dando o seu saquinho de pipocas para Zoe — Tá legal, topo.

 

— É! Vai lá, Jessie, arrasa! — disse Austin, com as mãos abertas perto da boca, o que os demais Rangers reproduziam ao torcerem para ela.

 

Após subir no palco, Jessie recebeu uma caneta de escrever em quadro branco. Magnus posicionou a lousa em cavalete.

 

— Vocês sabiam que o número 1089 é um número mágico? Alguém aqui sabia? Pois bem, faremos uma pequena operação matemática pra mostrar que podemos obter este número de uma forma surpreendente. — anunciou Magnus — Muito bem, como se chama? — perguntou ele, simpático.

 

— Jessica, mas todo mundo me chama de Jessie. Eu tô meio nervosa, desculpa.

 

— OK, Jessie, preciso que você pense em um número de três dígitos, mas que o primeiro e o último não se repitam.

 

— 123. — escolheu ela, dando de ombros. Escreveu na lousa. 

 

— Agora inverta os números. — pediu Magnus. Jessie escrevera na lousa 321 — Subtraia.

 

Jessie o fizera rapidamente, resultando em 198.

 

— Dessa vez, faça o mesmo com este o que fez anteriormente com o número que escolheu.

 

Ela invertera os números, escrevendo 891.

 

— E por fim, basta somar.

 

— Nossa... — disse Jessie escrevendo o número 1089 como o resultado — Pensando bem, eu tô realmente surpresa. E, a propósito, é o número da minha casa.

 

— Palmas para Jessie! — bradou Magnus. O público respondeu com aplausos que deixaram a Ranger Amarela um tanto envergonhada — Obrigado, deixa eu te ajudar a descer...

 

— Aplausos só pra umas continhas de matemática?! — disse Brock ao lado de Stuart em cima de um carro com um balde de frango frito — Até alguém com só um miolo do cérebro conseguiria!

 

— É mesmo! Uuuuhhhh! — disse Stuart, vaiando a apresentação com um polegar virado para baixo.

 

— Aposto que não teriam feito melhor. — disse Zoe, virando-se para eles que estavam logo atrás.

 

— A mágica não é o truque em si, mas o significado dele. — disse Damian. Brock rebateu baixando a pálpebra inferior do olho esquerdo e mostrando a língua com a boca repleta de frango mastigado.

 

Após o término do show, os Rangers decidiram se aproximar do mágico enquanto ele demonstava o palco e guardava seus pertences. 

 

— Aí, a gente se amarrou no seu trabalho, Magnus. — disse Austin — Você é um talento nato.

 

— Ainda mais revertendo todo o dinheiro para as instituições de caridade. — disse Zoe — Tenho certeza que ninguém vai esquecer de você por essa iniciativa tão nobre da sua parte.

 

— Quando vai ser o próximo espetáculo? — perguntou Jessie. 

 

— Ah, olá crianças! Eu senti que vocês de alguma maneira se destacavam na plateia. — disse Magnus guardando tudo no seu furgão — Não sei como não reparei em vocês logo pra escolher um voluntário sem pedir. Obrigado pelo prestígio, é muito gratificante, principalmente quando sei que o fruto do meu trabalho ajuda quem precisa mais do que eu. — fechou as portas traseiras do veículo — E o próximo show... Está marcado para amanhã no mesmo horário. Não percam.

 

— Sem dúvida, será imperdível. — disse Austin.

 

— Eu já confirmo minha presença. — disse Jessie, empolgada — Pode até me escolher pra outro número, se quiser.

 

— Só não envolve matemática, por favor. — disse Tim.

 

— Melhor não usar outro truque matemático porque senão a cabeça do meu amigo aqui vai pelos ares. — disse Damian — Até esquentou, dava pra fritar um ovo.

 

O mágico e os Rangers gargalharam espontaneamente. Menos Tim tirando a mão de Damian que afagava a sua cabeça.

 

— Ah, para de me zoar, eu fico mesmo com dor de cabeça quando vejo números. — disse o Ranger Azul tocando na têmpora.

 

Do alto de seu trono na nave colossal que orbitava a Terra, Lokknon desprezava com veemência a atitude bondosa de Magnus, bem como o suporte dos Rangers que se ofereceram para divulgar o show de mágica de modo que as doações redobrem.

 

— Sabe o que de fato me causa dor de cabeça? Ver terráqueos paspalhos como esse sujeito mal vestido brincando de filantropia. 

 

— E com o reforço dos Rangers, mais dinheiro vai para dentro daquela cartola onde depositaram tudo que será enviado para lugares que mantém crianças melequentas e choronas. — disse Aracna olhando com repulsa a cena de Magnus estabelecendo vínculo com os heróis — Por que não roubamos tudo e vamos ao meu planeta natal jogarmos para as traças comerem?

 

— O fácil me deixa entediado. — resmungou Lokknon a princesa aracnídea — Afinal, que serventia isso teria contra os Rangers? Precisamos de um plano que os leve a uma derrota humilhante, além de destruir com a ideia desse suposto mágico em salvar criancinhas que logo vão esquecer que ele existe depois que crescerem.

 

— De preferência, alguém que rivalize diretamente com os negócios dele. — disse Mudok andando lento e pensativo com a mão no queixo — Barooma, acha que pode moldar um monstro que realize truques de mágica tão impressionantes quanto os dele ou até mais?

 

— Não existe nada que meu bio-modelador não crie de acordo com a necessidade do meu mestre! — disse Barooma.

 

— Ele acabou de te chamar de mestre ou minha compreensão auditiva tá falhando? — perguntou Aracna, zombeteira, limpando um ouvido com o mindinho.

 

— Eu me referia ao mestre Lokknon, sua tola! — redarguiu Barooma, irritado.

 

— Mas a ideia partiu de Mudok, então devemos a ele um voto de confiança. — assentiu Lokknon.

 

— Obrigado, milorde. Os Rangers não terão probabilidades favoráveis contra um mágico que supera o ilusionismo desse tal Magnus a um nível inatingível.

 

— Partilho dessa expectativa. Barooma, ative o bio-modelador.

 

— Como quiser, mestre! O boneco foi posto previamente na máquina para esta ocasião! Ligado! — disse Barooma, movendo a alavanca pesada. A máquina robusta exalava fumaça e luzes como relâmpagos inquietos. Por trás das portas duplas deslizantes, saía uma criatura na forma de um coelho branco antorpormófico com vestes típicas de mágico — com a indispensável cartola, naturalmente. 

 

— Ele tem um rosto amigável pra ludibriar crianças e induzi-las a assistir seu show. — aferiu Mudok — Faço questão de batiza-lo. Será...

 

— Abracoelho! — disse Aracna, interrompendo-o como uma vingança a quando Mudok fizera o mesmo. Lokknon, Barooma e Mudok a encararam — Abracadabra... A palavra mágica mais conhecida entre os terráqueos.

 

— Que nome mais ridículo! Você tinha que se meter, claro! Por que não nos revezamos nisso?

 

— Porque simplesmente fui a primeira. — respondeu Aracna em tom impetuoso — Se tivesse sugerido isso antes, quem sabe...

 

— Parem! — disse Lokknon os assustando ao lançar raios das mãos nas paredes — Não me enlouqueçam agora que temos nosso potencial trunfo para causar a decadência dos Rangers através da ruína desse mágico verme!

 

— Querem ver um truque de arrasar? — perguntou Abracoelho, tirando a cartola e enfiando mão dentro. Retirou uma cenoura grande da qual se alimentou vorazmente.

 

— Terá que ser mais pró-ativo que isso. — disse Mudok.

 

— Não seja tão rígido com ele nesse momento, Mudok. — disse Lokknon, sorrindo maléfico — Tenho a sensação de que isto foi apenas uma demonstração preliminar.

 

— Me digam que espectáculo de mágica eu devo produzir. Hum, essa é a Terra? Sinto que é um ótimo lugar para as minhas mágicas! — disse Abracoelho vendo o planeta pela janela.

 

— Então tire um dia para praticar mais. — determinou Lokknon — E quando estiver pronto amanhã... Terei a visão fabulosa dos Power Rangers desaparecendo num passe de mágica!

 

O imperador soltou uma risada alta e maligna, a qual contagiou Abracoelho que tentou imita-lo e o tocou no ombro como se fosse um amigo.

 

— Não me toque! — disse Lokknon, afastando a mão peluda do monstro.

 

— Oh, perdão. — disse o coelho bípede, retraído.

 

***

 

Na manhã do dia seguinte, a criançada estava livre e desimpedida para as mais diversas fontes de entretenimento, pois era sábado, o dia mais aguardado pelos artistas circenses naquela temporada tão apreciada. A tenda azul com listras douradas de um novo mágico chamado Abracoelho não demorou a chamar bastante atenção com seu visual sofisticado e atrativo. 

 

— Venham, crianças de toda a cidade! Aproveitem que é por tempo limitado! Vocês não podem deixar de assistir ao maior e melhor show de mágica que já existiu! Eu sou Abracoelho e lhes convido a adentrar no meu mundo para explorar a mágica em sua forma mais pura! — dizia o monstro anunciando seu show com uma varinha.

 

Um pai e seu filho passeavam por ali, logo reparando na aglomeração de crianças acompanhadas de seus responsáveis frente a tenda do novo artista a aportar na cidade.

 

— Outro mágico?! Esse povo não sabe mais o que inventar pra entreter criança. Agora até apelam pra fantasia de coelho. — disse o pai, desdenhoso.

 

— Mas tá levando muita criança pra curtir. Anda, pai, vamos. Por favor, eu adoro mágica. — pediu o filho encarecidamente.

 

— Tá bom, mas só hoje hein. — aprovou o pai, disposto a dar uma chance ao novato.

 

— Podem entrar e fiquem à vontade! — disse Abracoelho, dando passagem para seu público-alvo para conhecer o interior da tenda — Opa, vocês não, me desculpem.

 

— Por que não? Não posso assistir ao show com minha filha, é isso? — indagou uma mãe, contrariada com a posição do mágico — Que absurdo! Quero meu dinheiro de volta!

 

Um vozerio de reclamações assumiu todo aquele espaço em cima de Abracoelho que tivera uma tardia ideia. 

 

— Só um minutinho, não demoro. — disse o monstro, entrando num banheiro público. As vozes alteradas dos pais continuavam a ressoar, ganhando mais força.

 

— Ele tá saindo! Vamos ver que desculpa ele vai dar! — disse um pai indignado.

 

Mas quando o mágico se virou, o coro enraivecido se desfez num instante.

 

— Bem, este sou eu. — disse Abracoelho tendo assumido a forma de Magnus segurando a cabeça com a sua face original como se fosse uma fantasia — Era pra ser uma surpresa, mas...

 

— É o Magnus! — disse outro pai — Então esse dinheiro vai pras instituições beneficentes?

 

— A minha campanha segue firme e forte, amigos. Suas contribuições serão bem gastas. Desde já, agradeço. Estou tentando algo novo, aquele meu formato de show estava ficando meio ultrapassado. Já fiz uns bicos como animador de festa infantil. Está tudo bem, vou cuidar bem deles, o show termina em uma hora.

 

Os pais logo amenizaram suas posturas, aliviados ao saberem que suas crianças estariam em boas mãos, bastando a figura assertiva do mágico para os fazerem aceitar que os filhos pudessem desfrutar do show sem eles.

 

O falso Magnus se apresentava, fazendo o público vibrar de alegria com palmas calorosas. Após uma série de números, era hora do derradeiro truque a ser demonstrado.

 

— Como sabem, sempre deixo o melhor para o final. Conseguem adivinhar? Olhem só. — disse ele movendo as mãos sobre a cartola. Uma luz roxa com um estranho vapor de nuvem saía de dentro da cartola. A nuvem se espalhou pelo recinto, sumindo rapidamente com as crianças e voltando para a cartola — É isso, lamento, mas o show acabou. Obrigado a todos! — riu maleficamente.

 

Os pais viam nos relógios que já passava do tempo determinado ao show. 

 

— Ele disse em uma hora. Já foi além disso. Acho que vou entrar aí e ver o que tá rolando. — disse um pai aflito. Ao dar uma conferida dentro da tenda, viu o lugar vazio — O quê? – voltou-se para os demais — Não tem ninguém aqui!

 

O ronco do motor de uma van soou próximo. O veículo saiu numa arrancada brusca para longe dali, sendo possível ver pelas janelas traseiras crianças gritando por socorro e batendo no vidro. Alarmados, os pais correram aos berros atrás do furgão.

 

— Não! Jonathan, meu filho! — disse o pai que havia inicialmente rejeitado a atração — Se eu soubesse tinha passado reto! — pegou uma latinha e jogara contra a van, sem acerta-lá por já ter se distanciado. Pôs as mãos na cabeça desesperado, os outros pais atrás dele acionando a polícia.

 

O furgão que se assemelhava ao de Magnus virou para um beco sem saída, freando abrupto. Abracoelho saiu do veículo, logo retornando a sua real aparência. Abriu as portas traseiras.

 

— Podem sair, minhas crianças! 

 

Os meninos e meninas lá contidos se revelaram Psycho-Bots que saíram do carro agitados em torno de Abracoelho.

 

— Que ótimo, tudo saindo nos conformes! Resta agora uma última tramoia antes dos Rangers ficarem de queixo caído com a confusão!

 

***

 

Pela tarde, os Rangers aproveitavam a folga dos deveres colegiais para um passeio pelas áreas de lazer. Vinham voltando de um parque de diversões comendo algodão doce rosa.

 

— Não sei como você ainda tem estômago pra enfiar mais comida, Tim. — disse Jessie — Três cachorros-quentes, dois pacotes de fritas, um copo cheinho de milk-shake, quatro salsichas e agora esse mega algodão-doce.

 

— A minha diversão é essa: comer até inchar e sair voando que nem um balão. — disse o Ranger Azul pegando um pedaço do algodão e enfiando na boca.

 

— Imaginem se tivesse ido na montanha-russa. — disse Damian.

 

— Sorte a sua que não trouxe meu celular porque ia ser hilário fotografar você vomitando adoidado, Tim. — disse Austin, risonho.

 

— Vocês amam me ver passar vergonha, né? Hoje não, amigos, hoje não.

 

— O que seria do nosso dia divertido sem você pagando aquele micão? É a cereja do bolo. — disse Zoe que logo desatou a rir tocando no ombro de Tim a esquerda dele.

 

De repente, notaram um alarido próximo. Várias pessoas vaiavam e hostilizavam alguém que era levado pela polícia.

 

— Galera, é a policia! — disse Tim apontando.

 

— Será que alguém foi preso ou morto ou os dois? — indagou Damian.

 

— Isso é o que vamos descobrir. — disse Austin, curioso, indo na frente e sendo seguido pelos outros. Passaram entre o povaréu nervoso que bradava gritos de revolta contra alguém. E esse alguém deixara os Rangers embasbacados.

 

Magnus lançou um olhar triste aos heróis enquanto era conduzido algemado a uma viatura. Austin correu até ele, chocado.

 

— O que tá havendo? Por que estão prendendo você, Magnus?

 

— É tudo um mal-entendido, eu posso explicar! 

 

— Vai explicar na presença de um advogado. — disse o carrancudo policial — Tudo que disser pode e será usado contra você no tribunal.

 

— Peraí, deixa ele falar. — pediu Austin.

 

— Um mágico novo apareceu na cidade e sequestrou várias crianças! Estão achando que fui eu por ele ter fugido com elas num furgão idêntico ao meu, mas não era eu! É um impostor, acabei de chegar pra montar meu palco!

 

— Ah é? E o que nos diz sobre a cabeça de fantasia de coelho que achamos atrás dos bancos? A propósito, seu veículo não tem emplacamento, isso é crime punível por lei. — disse outro policial, severamente. 

 

— Como assim? Eu sei de cor o número da minha placa, se querem saber!

 

— A única coisa que precisamos saber é a localização do cativeiro. Venha, chega de papo.

 

Magnus olhava perturbado para as pessoas que no dia anterior o estimavam com seu dom encantador. De uma hora para outra, tudo havia se reduzido a cinzas, o sonho de ver os sorrisos das crianças beneficiadas havia morrido. Os Rangers sentiam-se péssimos vendo o grandioso mágico sair como um criminoso dali quase sem direito a defesa.

 

— Pessoal, falei com um dos pais. — disse Damian vindo aos amigos — Disseram que não tinha placa nenhuma. Ninguém em sã consciência dirigiria sem placa em solo americano. 

 

— Então... foi mesmo uma farsa pra destruir a imagem do Magnus? — perguntou Jessie, desconfortável.

 

— Bem provável. Arrisco dizer que... o Lokknon pode estar manipulando a situação. — especulou o Ranger Preto.

 

— É quase certeza. Vamos tirar essa história a limpo pra inocentar o Magnus. — decidiu Austin, firmemente — Estão todos comigo nessa? 

 

Os demais assentiram com a cabeça, sérios e determinados a fazer a justiça acontecer.

 

Abracoelho refez sua tenda para dar continuidade ao seu show mal-intencionado. Mas desta vez ressaltando um detalhe.

 

— Aproximem-se, crianças! Há um mundo novo e mágico a espera de vocês aqui dentro! O show vai começar! Mas vejam... — disse, tirando a cabeça da "fantasia" numa ilusão ao criar o rosto de um homem desconhecido — Eu não sou o Magnus! Ele se passou por mim roubando meu personagem! 

 

Uma horda de crianças vinha correndo diretamente à tenda. Os Rangers encontraram o local onde a atração se instalou e iriam investigar.

 

— Um mágico chamado Abracoelho de repente monta um show depois que um mágico mais famoso é acusado de um crime que não cometeu usando uma fantasia de coelho. — disse Damian — Só mera coincidência, né?

 

— É o que ele pensa que vamos acreditar. — disse Austin — Vamos lá conferir.

 

Porém, um grupo de Psycho-Bots surgiu em teleporte para bloquear o caminho. Os robôs avançaram ao combate contra os Rangers que não deram bobeira ao se defenderem. Os cinco lutavam com golpes de artes marciais, derrubando cada soldado monocular. Tim jogara um numa lixeira enquanto Jessie subia num carro para virar-se e dar um chute com os dois pés que o empurrou ao chão.

 

Na Central de Comando, Dickerson e Karen já estavam cientes do problema e entraram em contato.

 

— Rangers, estamos informados do que ocorreu. — disse o explorador — Continuem lutando.

 

— A gente tem que avisar as crianças! — disse Austin, logo chutando um soldado contra um caminhão e outro contra um monte de caixotes. Ambos os robôs foram danificados ao caírem.

 

— Não podem entrar na toca do coelho desmorfados, elas só vão acreditar se os Power Rangers disserem! — avisou Dickerson.

 

— Mas tem muita gente em volta! — disse Zoe desviando dos ataques dos robôs que passaram a atirar laser de seus detonadores. A Ranger Rosa subiu um muro inacabado fugindo dos tiros que explodiam faíscas. Sentou e moveu com os pés uma pilha organizada de tijolos que cairá sobre eles.

 

— Vamos entrar logo! — disse Austin, correndo até a tenda. Chegou no instante em que Abracoelho faria sua mágica de sequestro — Parado aí! Crianças, fujam, ele é um impostor!

 

Os outros vieram atrás, entrando no local com alguns Psycho-Bots seguindo.

 

— Fujam, ele é um monstro do Lokknon! — disse Jessie — Aqui são os amigos dele!

 

As crianças se alvoroçaram com a invasão conjunta e correram aos gritos.

 

— Vocês são os Power Rangers? Logo quando eu estava prestes a puxar mais desses pirralhos pro meu mundo mágico! 

 

— O seu show fajuto acabou! Beleza, galera, a barra tá limpa! Hora de morfar! — disse Austin.

 

— Touro Ônix!

 

— Tubarão Cobalto!

 

— Arraia Rósea!

 

— Águia Flavescente!

 

— Leão Escarlate!

 

— Power Rangers! Esquadrão Z! — disseram em uníssono fazendo diferentes poses de batalha.

 

Karen concluiu a análise do que teria feito o radar ficar cego diante da ameaça.

 

— Quer um relatório sobre o que causou a cegueira do radar? O nosso coelho danadinho usou um dos seus truques ilusionistas pra se manter disfarçado temporariamente. Descobriu alguma coisa? 

 

— Fiz uma varredura com meu sensor de dimensões de bolso.

 

— Nós temos isso? Não querendo subestimar nossa tecnologia, mas é incrível saber que existe um programa que transcende o espaço-tempo pra rastreamento.

 

— Metade nossa, metade eltariana. Colocando na tela. — disse Dickerson pondo no monitor imagens das crianças sequestradas num lugar similar a uma floresta escura — Com certeza não estão no país das maravilhas. Nosso coelho foi bem esperto: a energia vem direto da cartola que ele usa agora, mas essa é a cartola de Magnus.

 

— Reconhece a cartola? Não são iguais? 

 

— Eu via os vídeos do Magnus toda noite, ele nunca muda essa cartola com um trevo de três folhas bordado. Abracoelho a roubou antes da farsa, trocando com a dele. 

 

— E se a cartola do Abracoelho exercer um poder sobre a mente de Magnus... — disse Karen conectando seu raciocnio ao de Dickerson.

 

— Ele confessa o sequestro e todo o dinheiro arrecadado para a campanha será devolvido. Vou a delegacia.

 

— O quê? Mas... O que você vai fazer?

 

— Ele precisa de um advogado. — disse Dickerson prestes a sair engajado em libertar Magnus.

 

— Escolha um bom terno. — disse Karen.

 

Enquanto isso, um desafio diferente se iniciava para os Rangers. Abracoelho usou sua varinha para fazer a tenda sumir magicamente, não passando de outra das ilusões. 

 

— Eu sabia! Essa tenda era perfeita demais pra ser montada em tão pouco tempo! — disse Zoe.

 

— OK, Rangers, todo cuidado é pouco. — alertou Austin — Não baixem a guarda!

 

— Então venham aqui pra eu mostrar minhas mágicas formidáveis! — chamou Abracoelho. 

 

— Nós também temos uns truques bem legais! — disse Austin, sacando a pistola Z — Rangers, atacar!

 

Os heróis dispararam com suas pistolas, porém Abracoelho se movia de um lado para o outro a uma velocidade de match 40, esquivando dos lasers. 

 

— Droga, ele tá rápido demais! — disse Tim — Não dá pra acertar!

 

— Que tal essa? — indagou Abracoelho se multiplicando em vários clones cercando os Rangers que atiraram mais vezes, porém o monstro os deixara tão confusos com as ilusões que chegaram a atingir uns aos outros.

 

Caindo com estouros de faíscas nas roupas, os heróis assumiram que não seria nada fácil a missão de eliminar o mágico maligno. 

 

— Desgraçado! Nos fez atirar em nós mesmos! — reclamou Jessie, levantando.

 

— Isso é pior que gol contra! — reforçou Tim.

 

— Austin, cuidado! — avisou Damian que viu uma cartola gigante flutuando acima do amigo. Dela caiu uma bigorna de chumbo sobre o Ranger Vermelho, aparentemente o esmagando.

 

— Não! — disse Jessie — Austin! 

 

— Opa, ele está bem aqui! — disse Abracoelho aparecendo do outro lado esticando a cartola para cima deixando-a bastante longa. A tirou do chão, revelando Austin ileso.

 

— Como eu tô inteiro de novo? Que loucura!

 

— Ainda não acabou! — disse Abracoelho que, usando a varinha, criou buracos negros no chão abaixo de cada Ranger. Os heróis caíam para terminarem de volta ao chão, os buracos ressurgindo no ar.

 

— Esse cara já tá começando a me irritar! — disse Tim, levantando. 

 

— Força, galera. Vamos mostrar que não estamos pra brincadeira! — disse Austin, cerrando o punho direito em fúria.

 

Paralelamente, Magnus era submetido a interrogatório na delegacia, sofrendo com a influência da cartola de Abracoelho.

 

— Você é o autor do sequestro daquelas crianças? — perguntou um policial.

 

— Eu... — disse Magnus tentando resistir fazendo caretas de dor e incômodo — ... sou...

 

De inesperado, Dickerson entrava na sala vestido adequadamente.

 

— Perdão entrar assim. Eu sou o advogado... — disse ele parando para conferir seu cartão de visita — ... James Stanford. Vejo que meu cliente não está em condições de lidar com tanta pressão. Deixem que eu assumo daqui.

 

— Tudo bem, mas tem apenas dez minutos. — disse um policial sendo acompanhado pelos colegas saindo da sala. 

 

Karen estava na escuta para relatar.

 

— Pronto, já mexi no circuito interno. Meu hack cegou cada câmera nesta sala.

 

— Quase enfiou o pé na lama hein. — disse Dickerson pondo sua maleta sobre a mesa — Me dê essa cartola e ninguém sai ferido.

 

— Talvez você saia. — disse Magnus levantando depressa com uma expressão maliciosa — Não sei quem é você, mas não vai levar minha preciosa cartola. Um passo e o transformo num inseto pra pisar e esmagar. 

 

— Não me obrigue a fazer isso. — disse Dickerson com um objeto escondido atrás.

 

— Do que tá falando, seu idiota?

 

— Disto. — falou o explorador, mostrando uma arma de choque que apontou e disparou contra Magnus, o pegando desprevenido. O mágico tremeu com a corrente elétrica, caindo praticamente duro feito pedra — E eu fico com isso. — pegara a cartola.

 

Os Rangers prosseguiam na luta árdua contra Abracoelho que infligia novas mágicas travessas para jogar com seus algozes. Fez aparecer quatro cartolas gigantes no ar acima dos heróis, cobrindo-os com elas, exceto Tim.

 

— Ei! O que você fez? Tira eles dessas cartolas agora! — disse o Ranger Azul — Por que eu não?

 

— Você tem outro papel! Diga-me em qual cartola está cada um deles pelos números! Será que memorizou certinho? Veremos! 

 

Tim repentinamente se via ao lado de Abracoelho saindo magicamente de onde estava. Cada cartola possuía um número, mas o monstro as misturou rápido com seu poder mágico para testar seu "voluntário".

 

— É pra adivinhar? Ahn... Acho que o Austin tá na número 3! — arriscou, apontando.

 

A cartola 3 subiu, revelando ser Jessie, o que implicaria numa punição.

 

— Errado! — disse Abracoelho que usou sua varinha para reduzir Tim a blocos quadrados azuis. Mas logo fora reconstruído — Você tem mais duas chances de acerto! Onde está o Ranger Preto? — trocou as cartolas de lugar novamente.

 

— O Damian... Acho que na número 2!

 

— Incorreto de novo! — disse Abracoelho levantando a cartola 2 mostrando Austin. O Ranger Azul outra vez foi despedaçado em blocos e reestruturado.

 

— Tim, não cai nessa! — avisou Jessie — Esse jogo é coisa de trapaceiros!

 

— Verdade! Ele só tá tentando usar sua mente contra você! — disse Austin.

 

— É, sacou que você é o menos esperto de nós!

 

— Eu não sou menos esperto! Por que vocês não vem aqui me dar uma ajudinha?

 

— Não consigo me mexer. Meus pés estão grudados! — contou Austin tentando se livrar.

 

— Nem eu! — falou Jessie na mesma.

 

— Última chance! — anunciou Abracoelho — Se errar, não terá volta! 

 

— Quer saber? Cansei desse seu joguinho malandro onde eu só perco e nem tenho vida extra! — rebateu Tim, sacando a pistola Z. Disparou contra a varinha de Abracoelho, a partindo. 

 

— Minha varinha! Vocês vão se arrepender!

 

Na delegacia, Dickerson abria a maleta onde continha um telestransportador compacto sobre o qual pusera a cartola.

 

— Austin, na escuta? O poder de Abracoelho provém da cartola de Magnus que está com ele. Estou na delegacia me passando por advogado do Magnus.

 

— O senhor o quê? Nossa, que demais! Valeu pela força! Eu bem que desconfiava da cartola que ele tá usando agora ser bem familiar!

 

— Abracoelho havia trocado com a dele que estou enviando... agora! — disse Dickerson apertando o botão de teletransportar.

 

A cartola surgiu próximo aos Rangers.

 

— Vocês estão legais? — perguntou Jessie a Damian e Zoe após ser libertados ao que eles disseram sim.

 

— Não! Minha cartola! Como veio parar aqui? Nem pensar que vou deixar pega-la!

 

Tim saltara girando, pousando perto da cartola e a pegando. Lançou ao alto, disparando com a pistola Z, logo a destruindo. No mesmo ponto onde inicialmente estava a tenda, as crianças reapareceram feito mágica diante de alguns dos pais que, angustiados, esperavam um milagre. 

 

— Pai! — disse o menino Jonnathan correndo ao abraço.

 

— Jonnathan! — disse o pai abraçando-o fortemente — Graças a Deus! Pensei que tinha perdido você pra sempre. De agora em diante, nada de entrar em lugares de estranhos.

 

— Foram os Power Rangers, pai! 

 

— Eu sei. Eles também. 

 

Austin aproveitou a distração de Abracoelho para saltar pegando a cartola de Magnus. 

 

— Ei, a cartola rara! Me devolva, achado não é roubado!

 

— Você a roubou! E quer saber de uma coisa? Você é um mágico medíocre! — disse o Ranger Vermelho.

 

— Essa cartola do Magnus tem poder mágico de verdade, por isso você a pegou já que com a sua própria não podia fazer melhor além de mandar as crianças pra outra dimensão. — concluiu Jessie.

 

— E a varinha sequer fazia mágica. — disse Damian — É falsa como suas ilusões!

 

Os Rangers invocaram suas armas para fundi-las a fim de formar o Abatedor Selvagem.

 

— Disparar! —  bradou Austin. O tiro duplo foi arrasador contra Abracoelho que caiu envolto de raios até explodir. 

 

Os policiais entraram alarmados na sala de interrogatório.

 

— O que aconteceu aqui?

 

— Nada demais, cavalheiros. Meu cliente precisa de uma consulta médica. Já vocês... — disse Dickerson abrindo um pequeno laptop com uma imagem hipnotizante na tela — ... precisam apenas esquecer. 

 

Os homens focaram-se na figura hipnótica, tendo suas lembranças apagadas. Ficaram imóveis quase boquiabertos. Dickerson fechou a maleta e pegou Magnus para carrega-lo. 

 

— Se nos derem licença... — disse ele, saindo da sala, deixando-os estáticos pelo efeito da memória deletada — Não se preocupem. Em uns três minutos recobrarão a lucidez.

 

Mas os problemas não terminaram. Lokknon não largaria fácil o osso. 

 

— Hoje estou com sede de vingança no limite! Laser regenerador, Barooma!

 

— Como quiser, mestre! — disse o subalterno, apertando o botão que disparou o raio esmeralda sobre os restos de Abracoelho. O mágico monstro foi agigantado.

 

— Ah, droga, tinha me esquecido desse lance do Lokknon! — lamentou Austin — Karen!

 

— Os zords já estão a caminho. 

 

As máquinas animais vinham bravamente ao auxílio dos heróis que saltaram alto para adentrar nos cockpits.

 

— Chave de comando ativada! Iniciar sequência Megazord! — declamou Austin. O robô gigante enfim fora formado, posicionado a batalha.

 

— Um efeito dramático de ilusionismo pra deixar tudo mais empolgante! — disse Abracoelho distorcendo a realidade para fazer parecer que estão na dimensão sombria.

 

— Parece que estamos no mundo particular dele! — disse Zoe.

 

— Não, é só mais uma ilusão! Concentração, galera! — falou Austin.

 

Abracoelho tirara da cartola três minicoelhos vestindo armaduras medievais.

 

— Ataquem!

 

— Campo repulsor! — disseram em uníssono. O Megazord se preencheu de energia que liberou como um campo de força explosivo, despedaçando os soldados coelhos — Sabre Selvagem!

 

A espada caíram na mão direita do robô ao ser invocada.

 

— Insígnia Feroz!

 

O círculo com os emblemas animais foi executado em sentido horário.

 

— Partir!

 

Por fim, viera o corte diagonal decisivo. Abracoelho cambaleou na sua nova derrota.

 

— Acho que caí na minha própria ilusão! — disse ele, logo tombando e explodindo fatalmente. Os Rangers comemoravam efusivos. Já Lokknon... não se sentia nada bem.

 

— Essa criatura era uma piada de mau gosto, uma vergonha! Que dor de cabeça terrível! 

 

— Já trago seu remédio, mestre. — disse Mudok, saindo dali.

 

Na saída da delegacia, os Rangers vinham ao encontro de Magnus e Dickerson.

 

— Crianças, vocês por aqui?! Que maravilha! — disse o mágico, contente em vê-los. 

 

— Viemos te visitar pra ver se tudo foi resolvido. — disse Jessie — Pelo visto, sim.

 

— Conseguiu um excelente advogado. — disse Damian dando uma piscadela discreta para Dickerson.

 

— Esse cara aqui foi um anjo da guarda. Perdi as contas de quantas vezes o agradeci. Mas... a campanha e o show... já eram. Mesmo depois de absolvido, nada será como antes. Acho que meus dias de mágico acabaram.

 

— Tá enganado. — disse Austin — A gente fará de tudo pra limpar sua imagem, todos vão saber que você é inocente pois ficou claro que o sequestro foi obra do Imperador Lokknon.

 

— O arqui-inimigo dos Power Rangers? Nossa... Nunca pensei que eu chamaria tanta atenção assim. — disse Magnus, surpreso — Eu... quero agradecer a vocês por não duvidarem da minha moral. Essa campanha é a alma do meu trabalho. Saí daquele circo pelo dono ter recusado minha proposta pra salvar da crise de popularidade. 

 

— E você descobriu que sozinho foi capaz de algo muito maior. — disse Zoe.

 

— As vezes penso que fui egoísta.

 

— Não é egoísmo sair de um lugar que não te valorizava. — disse Austin — Você merece todo o sucesso que conquistou sem o circo pelo coração generoso que tem. E acho que isto aqui é seu. — entregara a cartola ao mágico.

 

— Oh, minha preciosa cartola. Muito obrigado. Com isso, só posso dizer que... a temporada de Magnus, o mágico, está reaberta! 

 

— Yeah! — disseram os Rangers em comemoração e palmas.

 

***

 

No fim da tarde daquele sábado agradável, os estudantes da Angel Grove High School e vários cidadãos eram chamados para apreciar um novo espetáculo de mágica - apenas na teoria.

 

Brock e Stuart estavam trajados de mágicos sobre um palco improvisado.

 

— Aproximem-se crianças de toda a Alameda dos Anjos! Vocês vão ver que somos os mais novos talentos da cidade! Não, da Califórnia inteira! — disse Brock.

 

— É, vamos ficar famosos! — acrescentou Stuart.

 

Os Rangers lá se encontravam, tendo achado Earl no meio da plateia.

 

— Earl, você também?! — disse Jessie — Não tá pensando que esses panacas vão fazer mágica das boas, né?

 

— Ao menos não estão cobrando pra passarem vergonha. — disse o cozinheiro, rindo.

 

— Se tivessem pensado em se inspirar no Magnus, ficaria menos feio. — disse Zoe.

 

— E esses dois pensam? — questionou Damian.

 

— Eu quero ver mágica! Andem logo! — gritou Tim.

 

— Calma aí, apressadinho! Vamos lá, Stuart, você com a varinha me fará desaparecer!

 

— Alakazam... Alakazi... Eu ordeno que o Brock desapareça daqui! — falou, apontando a varinha ao parceiro. Contudo, Brock parecia sentir algo coçar seu traseiro e expressou incômodo. Logo percebeu ser um bicho dentro de suas calças.

 

— Ah, não! Tem um rato aqui na minha bunda! Stuart, faz alguma coisa! Pega a vassoura.

 

Stuart pegou a vassoura e a bateu com força nos quadris de Brock que caiu para frente.

 

— Imbecil, ele agora tá na minha camisa! 

 

— Fica parado, Brock, assim não dá! 

 

O público foi aos risos num frisson enorme.

 

— E não é que teve mágica mesmo? — disse Jessie, gargalhando.

 

— Ei, acho que escolheram a profissão errada! — berrou Austin — Deviam ser comediantes!

 

Os Rangers, junto a Earl, riram mais ainda enquanto a dupla atrapalhada corria pelo palco no esforço de abater o ratinho surgido do nada.

 

                                          XXXX

 

 


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